sexta-feira, agosto 30, 2013

SOBRE RUY BELO

"Morre jovem o que os deuses deixam de amar"
João Gaspar Simões sobre Ruy Belo e o seu último livro, "Despeço-me da Terra da Alegria"

quinta-feira, agosto 29, 2013

TER RAZÃO ANTES DE TEMPO

Nos idos de 90 do século passado, estava eu no Conselho Directivo da então Escola Preparatória da Lourinhã com a Zinha e a Margarida Patrício e como todos os anos fizemos o balanço do que foi o ano lectivo findo.
Recordo que me fazia mal ao fígado quando via um ano escolar terminar e ver que os alunos após terminarem as aulas enchiam os contentores de trabalhos que tinham produzido com dinheiro da escola, manuais escolares e cadernos diários. Para mim que continuo a guardar religiosamente os livros do meu pai, os meus e os da minha filha, isso doía-me de forma muito particular.

Propus então às minhas colegas que desenvolvêssemos uma campanha dinâmica junto dos alunos dos professores e dos encarregados de educação, para forrarem os seus livros, manuais escolares e cadernos de exercícios e só escreverem neles a lápis. No final do ano entregá-los-iam na Escola para poderem ser utilizados pelos colegas que lhes sucedessem. Com o dinheiro poupado seria adquirido material didáctico com o objectivo de melhorar a qualidade de ensino que a escola desenvolvia.
Resta dizer que a campanha foi um êxito. Não só os alunos com apoio da Acção Social Escolar, mas também aqueles que tinham adquirido os livros por si próprios aderiram e tornaram possível um exemplo de solidariedade de que nos orgulhámos.

Mas… Todas as coisas têm um mas que estraga tudo. O coordenador da CAE-OESTE para este sector da ASE, veio à minha escola com ameaças de que essa campanha era ilegal, que os livros dados aos alunos eram pessoais e intransmissíveis e que ou eu terminaria com a campanha ou ficaria sujeito a uma acção disciplinar pois ele queixar-se-ia de mim à IGE (Inspecção Geral de Ensino). É claro que mal-educado como sempre fui lhe disse onde ele podia meter a queixa que de mim quisesse fazer.
Engraçado. Poupávamos dinheiro ao Estado. Promovíamos uma acção que evitava que os livros fossem parar à lixeira. Ensinávamos a tratar os livros como amigos a defender. A qualidade de ensino na Escola melhorava e o burocrata (é o mínimo de que o posso apelidar) ameaçava-me disciplinarmente.

Passados todos estes anos o Ministério vem promover uma iniciativa que peca por tardia e vários defeitos. Desde logo por não ser extensiva a todos os alunos. Depois torna-la obrigatória não dando oportunidade aos alunos que embora sendo carenciados desejem preservar os seus manuais como um tesouro do passado para o seu futuro. Por último, ameaçando os que são filhos de situações mais disfuncionais com atitudes futuras que os tornarão ainda mais marginais se falharem nas atitudes a que o Estado perdulário  os obriga.
E aqui está como passando do 8 ao 80 continuamos presas de quem não tem méritos para as funções que desempenha. E dizem-se cristãos estes idiotas que nos governam.

terça-feira, agosto 27, 2013

DIZER BEM DOS MORTOS

Leio e ouço o que dizem da dimensão intelectual do economista agora falecido António Borges. Os títulos só para citar o DN, são eloquentes:
- “Morreu o economista inconveniente” ou ainda “ “Radical, liberal, polémico, professor de dimensão europeia”.

Eu sou dos que alinham pelo diapasão de que não é por ter morrido que se passa de diabo a santo. O que registo sobre a personagem em questão é que ele queria baixar o salário dos trabalhadores. Queria aumentar o valor da TSU para os trabalhadores. Vender aos pedacinhos a RTP. Dizem que a inteligência lhe dava para a brutalidade.
Os nossos empresários que se recusaram a aceitar as propostas de nivelar pela miséria os trabalhadores, poderiam reprovar no 1º Ano de economia do Curso que leccionava, mas o Sr. Borges também nunca entraria em nenhuma Faculdade de Humanidade digna desse nome.

A mim parece-me que em nome da inteligência já desculpámos demais os ultraliberais que transformaram a economia num lodaçal e num pardieiro, onde só sofrem os mais miseráveis de entre os miseráveis.
Dizem que é católico. Não dizem que é cristão. Mas se com uma das coisas querem significar a outra, está neste momento a prestar contas das suas opiniões e dos seus contributos para aquilo que terá feito pela defesa dos mais miseráveis. Parece que é mais fácil a um pobre entrar no Reino dos Céus que a um rico. O buraco da agulha parece que ficou estreito. E não acredito que se atreva a baixar o salário do Filho de Deus lá em cima. Corre o risco de se perder nos caminhos do demo na defesa das suas teses. Mas disso não tenho eu culpa, nem o desculpabilizo por ter morrido e por ter sido inteligente e da inteligência lhe dar para a brutalidade e para o ataque aos que não se podem defender.

O que não faltou na História da Humanidade foram pessoas inteligentes que em nada contribuíram para a melhoria dos padrões de vida das pessoas. Pelo contrário. Conduziram-nas à miséria e ao opróbrio. Não tenho razões nenhumas para lamentar a morte de alguém que senti sempre como um inimigo do meu bem-estar social. E de milhares de milhões de pessoas como eu. Não criou nenhum valor acrescentado para melhorar o viver dos mais pobres. Não lamento a sua perda embora não a desejasse. Preferia que tivesse ficado onde não molestasse ninguém.

segunda-feira, agosto 26, 2013

SÃO SÓ CARTAZES, SENHOR! SÓ CARTAZES...

Por definição um cartaz é um meio para transmitir uma mensagem. Uma ideia. Algo que se pretende que se pré-fixe no cérebro do alvo do cartaz. Daí a sua importância. Existem cartazes a que nós associamos momentos da nossa vida. Existem cartazes que não ocuparão um milésimo da nossa atenção. Existem cartazes agressivos e cartazes doces.
A palavra coca-cola, A maçã da Apple, a língua dos Stones, as pernas da Marilyn apanhando o vento numa grelha em Nova York, a lágrima do menino e por aí fora, representam memórias que fixamos para todo o sempre, gostemos ou não delas.
Vem tudo isto a propósito dos cartazes do PS na Cidade de Peniche. O sinal + permite que ganhando as eleições recusar responsabilidades se as promessas não forem cumpridas. É só um símbolo, não é um programa. É só um símbolo matemático, não é um comprometimento com o que nos espera. Aliás isso está bem patente no que se diz que se fez (?) e não com o que se pretende que seja indispensável realizar.
Depois aparece o candidato. Com um fácies extremamente pesado, simbolizando a receio pela tarefa ciclópica que reconhece aguardá-lo. Em alguns cartazes aparece o Candidato a Presidente da Câmara lado a lado com o candidato a Presidente da Junta de Freguesia. O que não está mal. È um símbolo de Unidade para a liderança da Cidade.
O que está mal, o que está errado, não é tanto o que lá está. É o que lá falta. Não se vê um cartaz em que surja também a figura do Candidato a Presidente da Assembleia Municipal.
Ora o que não está é tão importante como o que está. Para o PS a Assembleia Municipal é uma mera figura de retórica e é pouco importante quem desempenha o cargo. Serve para dar aval àquilo que o executivo decidir. Não tem qualquer papel de relevo. Estar lá a cara de quem é candidato ao lugar ou não estar, não tem importância rigorosamente nenhuma. O PS reconhece que é um Órgão sem relevo e sem significado político.
Este o mérito do cartaz do PS. Dizer tanto pelo que não diz. Um partido político revela-se na importância que dá ao papel da Democracia nos auditórios em que o Povo enquanto tal pode manifestar a sua vontade. Se um Partido Político menoriza os seus representantes e os seus Órgãos representativos, o que nos resta a nós simples cidadãos fazer?
Responder-lhes na mesma moeda. Isto é: Ignorá-los!    

sábado, agosto 24, 2013

OS CANDIDATOS...

Uns são
Outros não são
Outros serão ou não

quinta-feira, agosto 22, 2013

O QUE É QUE A BAIANA TEM?


Esta é a pergunta de uma canção brasileira onde a resposta é óbvia. A Baiana é um símbolo da mulher brasileira tão bem retratada por Jorge Amado no livro “Gabriela, Cravo e Canela”. A baiana é um símbolo mítico de tudo o que uma mulher deve ter, e ela tem.

Assim são as próximas eleições Autárquicas. De tão óbvias, tornaram-se enjoativas.
É claro que vou votar na minha mulher. Nem outra coisa faria sentido.

 A partir daí só vejo branco à minha frente. Vejo 2 putativos candidatos a ocuparem o lugar do poder executivo na Câmara Municipal que de tão impossíveis de compreender e acreditar reservo-me o direito de nem lhes prestar muita (nenhuma) atenção. Vejo o que se pretende repetir e não lhe consigo achar sequer “gracinha” nenhuma. Entertainer por entertainer prefiro o João Baião. Quanto ao resto (ainda resta alguma coisa?) parece ser perfeitamente possível ignorar o vomitório (ou deverei dizer a Assembleia) municipal.

Entre o meu voto na minha mulher e os brancos que irei espalhar generosamente no buraco negro da Urna espero cumprir o meu dever de cidadão desiludido e frustrado.

terça-feira, agosto 20, 2013

MAIS DESGOSTOS PARA O PS E O PSD LOCAIS...

O Tribunal Judicial de Peniche decidiu quanto à primeira questão suscitada na impugnação em apreço,* implica que se considere totalmente improcedente a mesma, motivo pelo qual se declara nada obstar à candidatura de henrique Bertino Batista Antunes, devendo manter-se inalterada a lista apresentada pela CDU.

Nota:*( a Candidatura de Henrique Bertino à Presidência da Junta de Freguesia da Cidade de Peniche apresentada pelo PS e pelo PSD)Sublinhado e esclarecimentodo autor do blog

FANATISMOS

Por clubes, por partidos políticos, por dinheiro, por religiões. Por tudo o que corresponde a ideias, ou fixações destorcidas da realidade. Os fanáticos recusam o sentido crítico. Para eles a vassalagem é o que lhes resta para se sentirem úteis e agarrados a uma vida fútil e sem horizontes.

O objecto do seu fanatismo precisa deles como o pão para a boca. Leem num poema “trago palavras como bofetadas” e acreditam que o sentido do verso é o do incitamento à violência. Tratam-te como terrorista se ousares por em causa (mesmo que simbolicamente) o seu farisaísmo.

Olham para dentro de si, para os seus interesses individuais, para o acesso ao que julgam ser a vã glória e termina aí a sua capacidade de olhar. Não vêm para além do óbvio. A iliteracia apodere-se deles como um vírus e já não sabem ir para além do que o peso do texto lhes impõe. Tornam-se presas de si mesmos e afogam-se no seu vómito.     

sábado, agosto 17, 2013

A BELEZA DOS SENTIDOS

Quando estamos mais perturbados com a violência do verão, com o seu cortejo de veículos de toda a espécie, de pessoas que se acotovelam em bichas no supermercado, nas Feiras, nas actividades recreativas, quando as ruas passam a ser dominadas por toda a espécie de atropelos para além do que é razoável, sabem bem regressar aos dias de Outono e de Primavera em que se dá um grito na praia, recarregando baterias. Em que se alarga a visão e somos só nós com o nosso estar, em que olhamos e no horizonte tudo é beleza e acalmia para os nossos sentidos.

sexta-feira, agosto 16, 2013

FESTAS DE S. BERNARDINO

HISTÓRIA DE ENCANTAR
Era uma vez um pequeno e encantador lugar duma pequena freguesia, de um pequeno concelho situado num pequeno concelho, de um país no extremo litoral dum velho continente.

Assim conto eu, depois de ver o mais belo cartaz anunciando as Festa de S. Bernardino no Concelho de Peniche. O que a criatividade consegue quando o Homem quer e a Obra nasce, até pode acontecer no mais pequeno e recôndito lugar que ninguém ousava pensar.
Socorrendo-se da BD consegue o Autor que não sei identificar dar-nos o ar de Festa que empresta ao Lugar o mais belo dos festejos, pela singularidade discursiva e interpretativa.
A quem o elaborou, à Comissão de Festas pela sua ousadia, agradeço em nome do meu concelho pelo que de inovador foi o anúncio publicitário das festividades. Sinto que aqui colhi do melhor que ultimamente se tem feito no Concelho de Peniche.

O que (ou quem) está para lá deste maravilhoso cartaz é um sinal de que existe mais do que aquilo que nos reduz a uma vã e apagada tristeza. Bem hajam por isso.
  Nota: Dizem-me agora que o autor do cartaz é Vitor Agostinho, vice-presidente da colectividade UDCSB. Os meus reiterados cumprimentos ao Autor.

quarta-feira, agosto 14, 2013

ÚLTIMA HORA


EM PENICHE OS DEUSES ESTÃO LOUCOS
Dizem-me que tudo vale na política. Parece ser verdade.

Parece ter entrado no Tribunal de Peniche um pedido de impugnação interposto pelo candidato do PS a Presidente da Câmara Municipal, contra a candidatura de Henrique Bertino a Presidente da Junta de Freguesia da Cidade de Peniche, alegadamente por este já ter ocupado o lugar de Presidente da Junta da Freguesia de Ajuda durante 3 mandatos.
Neste blog em tempo oportuno manifestei a minha opinião de que quem já ocupou o Cargo de Presidente de Junta ou de Câmara durante 3 mandatos, não deverá ser candidato a seguir a nenhuma Câmara ou Junta.
Mas neste País em que os loucos e os incompetentes, em que os inábeis e os inaptos são os que ocupam cargos de relevo seja nas Câmaras, nas Juntas ou na Assembleia da República, já tenho dúvidas sobre o que é ético ou não.
E quando os pedidos de impugnação vêm dos que só por jogos de cintura são capazes de atingir os seus objectivos, ainda fico com mais dúvidas sobre o que é importante ou deixa de o ser.
O candidato do PS pode fazer o seu “show off” sobre quem quiser. A verdade é que acredito que seja ou não Henrique Bertino candidato do PCP/CDU, à Junta de Freguesia da Cidade de Peniche, o PS e os seus candidatos já perderam. Por inépcia. Por falta de pragmatismo de motivação e exemplaridade política.
Não deixa de ser irónico ser o candidato do PS à Câmara a impugnar a candidatura de alguém a uma Junte de Freguesia. Isto é revelador da insegurança com que o PS avança para as eleições autárquicas em Peniche. E não deixa de ser um tanto ou quanto mesquinho que seja um candidadato a Presidente de Câmara, a preocupar-se e ocupar-se com uma questão de "lana caprina" como uma simples Junta de Freguesia. São opções.
Desde que o actual candidato do PS à Câmara foi eleito “acidentalmente”  há 4 mandatos atrás, que o PS se veio a desfazer em apoiantes e votantes.
Questiono-me porque é que a nível nacional isto ainda não foi discutido, entendido e assimilado. Talvez pela mesma razão que este país está podre e ninguém com sentido de honra confia nos nossos políticos.

    

segunda-feira, agosto 12, 2013

DOS TEMPOS DA "HÚMUS"


Em um dos dias que visitei o arraial com a minha filha parei numa “cena” de brincar com um puto que me arrasou a cabeça. Como falo muito alto algumas pessoas passavam e riam com o desastre da minha falta de geito. Até que a certa altura passou um casal, e o senhor (que eu não conhecia de todo) perguntou-me se eu não era o Zé Maria. Perplexo eu olhei para ele completamente às “aranhas”. Ele então acrescentou que era o filho do Delgado, colaborador (e dirigente) da Húmus e com quem eu trabalhei durante algum tempo. O Delgado era casado com uma professora primária que trabalhava em Peniche, e filhos eram 2. Este que agora me cumprimentava e uma irmã porque quem perguntei. Foram para Almada onde ainda vive e soube depois que trabalhou ele próprio como professor até que se reformou.
O Delgado era de uma força inquebrantável.  De espinha sempre direita. Não se vergava. O filho diz-me que continua igual a si próprio. Falámos desses tempos e de algumas recordações dele que também fazem parte do meu arquivo. Da Húmus falarei aqui um dia. Tal como do CICARP. Mas recordo com particular interesse as noites de tertúlia que organizávamos na cave. Liam-se livros. Festejavam-se datas. E recordo um momento particularmete importante da Húmus quando o movimento Cooperativo começou a sofrer com as preesões exercidas por leis particularmentes gravosas que o último 1º Ministro do Estado Novo fez aprovar, com o objectivo de sufocar esse espaço de Liberdade. Nessa altura o velho “Diário de Lisboa” veio a publicar uma Mesa Redonda, com a jornalista Helena Neves e alguns de nós, para dar a conhecer a nível nacional o que numa terra como Peniche se estava a desenvolver para além de tudo o que seria imaginável. São 2 desses momentos que a fotografia registou para sempre que agora aqui publico. Nas 2 o Delgado sempre presente. Que fique para o futuro este registo de alguém que não sendo de Peniche, tanto deu de si para o nosso desenvolvimento socio-cultural.
Tertúlia
 
Da esq. Para a dir. - Carlos Miranda (empresário de relojoaria), eu próprio, Delgado, Luís Leonardo (contabilista), Faustino e Rui Passos (Professor)

Mesa Redonda

Da esq. Para a dir. – Luís Leonardo, Zé Batim (Motorista Marítimo), Helena Neves (Jornalista do DL), Zé Maria, Delgado

quinta-feira, agosto 08, 2013

À ESPERA

De quê? De quem? Foram-se todos os que alimentavam a esperança... Este país também não é defenitivamente para velhos. O bidão vazio representa tudo o que lhe resta. Um muro de pedra permite-lhe descansar as pernas que já demasiadas vezes foram postas à prova.
foto de H. Blayer

quarta-feira, agosto 07, 2013

A CURIOSIDADE MATOU O GATO

...algures nos Remédios
foto H. Blayer

terça-feira, agosto 06, 2013

SEMPRE O MAR

Foto de H. Blayer

sábado, agosto 03, 2013

"NOVOS HORIZONTES"

Há cerca de 50 anos, um grupo de jovens estudantes de Peniche radicados em Lisboa, resolveu propor ao jornal de Peniche, "A Voz do Mar" a publicação de uma página com o título "NOVOS HORIZONTES" em que eles contribuiram com assuntos de interesse para o concelho, numa visão de quem estando longe (Lisboa há 50 anos era muito longe) podia ter eventualmente outra ideia, mais global.
Os jovens em questão era eu próprio, O Adelino Leitão, o Carlos Vital, o Carlos Mota e o Rui Lino de Carvalho.
Ao fim de uns quantos números por pressão da PIDE/DGS junto do Director do Jornal a página acabou mas a amizade entre esses jovens manteve-se e frutificou em mais algumas aventuras culturais que se vieram a desenvolver nesta terra até Abril de 1974.
Vêm todas estas recordações a propósito do espanto e dor que senti ontem ao ver que o Rui Lino tinha falecido inesperadamente. Ainda há dias eu e a minha mulher o tínhamos encontrado com a Aurora no Continente, onde trocámos umas breves palavras sobre a nossa saúde e estar e sobre a alegria que sempre sentíamos quando nos revíamos. Infelizmente, mesmo vivendo na mesma terra era raro encontramo-nos. Mas eu sentia um grande carinho pelo Rui, que depois se tornou extensivo à Aurora, menina do meu tempo de ser menino, e também aos filhos de ambos.
E eu que tinha prometido a mim mesmo fazer umas férias de mim aqui, senti necessidade de vir escrever sobre o Rui Lino, prestando-lhe deste modo a minha modesta homenagem. E falar sobre um Rui que poucos conheceram. Envolvido na sua juventude em em lutas sociais e culturais. Para que conste. Ele foi um dos muitos que contribuíram para que a consciência dos nossos concidadãos despertasse para além dos limites da península. Sempre modesto, nunca o vi reivindicar para si nenhumas glórias pelo muito que fez, doando-se aos outros. Eu gostaria de poder ser alguém para lhe prestar honras por ter sido quem foi, e acima de tudo por ter sido meu amigo.
Um grande abraço, Rui.