quarta-feira, julho 30, 2014

DIA DE ANOS
 
Hoje faz anos a Anita. A minha mulher. A minha única e sempre presente mulher. A mãe da minha filha. A minha alegria de viver. A minha cara de riso. O meu outro coração. A minha companheira. A minha amiga. O meu amor. Que merecia de mim muito mais de tudo o que eu alguma vez lhe poderei dar. Amo-a com um Amor infinito.
Por amor também escolhi dois poemas lindíssimos para lhe dedicar no dia de hoje.   

"Dia de Anos" - João de Deus

Com que então caiu na asneira
De fazer na quarta-feira
… e seis anos! Que tolo!
Ainda se os desfizesse...
Mas fazê-los não parece
De quem tem muito miolo!
 
Não sei quem foi que disse
Que fez a mesma tolice
Aqui o ano passado...
Agora o que vem, aposto,
Como lhe tomou o gosto,
Que faz o mesmo? Coitado!
 
Não faça tal: porque os anos
Que nos trazem? Desenganos
Que fazem a gente velho.
Faça outra coisa; que em suma
Não fazer coisa nenhuma,
Também lhe não aconselho.
 
Mas anos, não cais nessa!
Olhe que a gente começa
Às vezes por brincadeira,
Mas depois se se habitua,
Já não tem vontade sua,
E fá-los queira ou não queira!

Desejos
Carlos Drummond de Andrade

Desejo a você
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
 Filme antigo na TV
 Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
 Música de Tom com letra de Chico
 Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
 Não Ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
 Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
 Que nunca será rasgado
 Formar um par ideal
 Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
 Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
 Um violão
 Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
 Bater palmas de alegria
 Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
 Sentar numa velha poltrona
 Tocar violão para
Ouvir a chuva no telhado
 Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.

terça-feira, julho 29, 2014

MATEMÁTICA
Tive algum receio com este título do post. Esta palavra por múltiplas razões tornou-se um palavrão que afasta mais a atenção das pessoas que uma obscenidade.
As razões disto ser assim são múltiplas e têm-se somado ao longo dos tempos. Não sou um especialista, mas sou um observador atento desta realidade. Ao longo de um percurso nas escolas de mais de 60 anos (estou a incluir aqui os anos em que fui aluno), fui retirando as minhas conclusões mais a nível de sensibilidade do que por parâmetros científicos devidamente avaliados. Atrevo-me portanto a dizer do saber de experiência feito que os principais cultivadores do ódio que as crianças, jovens e adultos nutrem por essa matéria são os professores dessa disciplina. Desde logo por considerarem que quanto mais obscuros forem os caminhos para trilhar na matéria, mais elitista se torna a disciplina e mais importante é o papel dos seus mestres.

Recordo com saudades Bento de Jesus Caraça entre outros, que fazia da matemática uma área da actividade humana tão acessível quanto o riso e respirar. Mas estas são as excepções. O usual é o professor de Matemática surgir como um ser tétrico e vampiresco.

Deixa-me por isso perplexo que tendo havido eleições na Sociedade Portuguesa de Matemática o Presidente eleito tenha afirmado que promete para o biénio 2014/2016 dar continuidade às diversas actividades que a SPM tem vindo a desenvolver nos últimos anos.
A esperança de melhores dias não mora aqui. 

segunda-feira, julho 28, 2014

MOSTRA INTERNACIONAL DE RENDAS DE BILROS DE PENICHE
Independentemente do que penso sobre o futuro das rendas de bilros e que já largamente divulguei, quero felicitar a Câmara Municipal de Peniche na pessoa do senhor Vereador Jorge Amador, pelo êxito do evento que organizou.

Para quem pretende compreender um pouco melhor deste tipo de artesanato e da sua diversidade na Europa julgo este evento um espaço de estudo e de saber, verdadeiramente invulgares.
Não tem preço o que pudemos ver e analisar. Verdadeiramente insólito para o espaço limitado que Peniche representa.

Uma única nota em que me permito fazer uma sugestão. Havendo um novo evento deste tipo julgo que seria de dar maior destaque aos países menos comuns nestas mostras, os ex-países de leste entre outros. O espaço que este ano ocuparam não favoreceu um melhor conhecimento deste tipo de artesanato nessas regiões. Peniche, Vila do Conde e o comércio de artesanato local poderão e deverão dar a primazia aos que nos visitam e tão pouco conhecidos são.

Esta última nota não retira a beleza nem o êxito do certame. Mas favoreciam a sua implementação.
Os meus parabéns. 

domingo, julho 27, 2014

Vamos lá a aprender!
(onde é que eu já vi uma história deste tipo?)

Nos tempos em que os reis mandavam, numa noite escura, à entrada de dezembro, o rei veio à varanda do seu iluminado palácio e reparou que a cidade estava escura como breu.
Chamou o seu primeiro-ministro e ordenou-lhe:
- Antes do natal quero ver a cidade toda iluminada. Toma lá uns cem contitos e trata já de resolver o problema.
O primeiro-ministro chamou o presidente da câmara e ordenou-lhe:
- O nosso rei quer a cidade toda iluminada ainda antes do natal. Toma lá 50 contos e trata imediatamente de resolver o problema.
O presidente da câmara chama o chefe da polícia e diz-lhe:
- O nosso rei ordenou que puséssemos a cidade toda iluminada para o natal.
Toma lá 20 contos e trata imediatamente de resolver o problema.
O chefe da polícia emite um edital a dizer:
“Por ordem do rei em todas as ruas e em todas as casas deve imediatamente ser colocada iluminação de natal.  Quem não cumprir esta ordem será enforcado”.

Uns dias depois o rei veio à varanda e, ao ver a cidade profusamente iluminada, exclamou:

- Que lindo! Abençoado dinheiro que gastei. Valeu a pena!

sexta-feira, julho 25, 2014

O COVIL DOS HORRORES
Não sei se já vos aconteceu entrarem num local e o 1º impacto ser o de estarem a ser banhados por uma corrente de ar gélida e mortífera. Assim sente uma criança quando entra pela primeira vez numa sala de exames. Ou quando é chamado ao Director no colégio ou na escola. O adolescente virgem e tímido que consegue obter as suas primícias com a namorada no quarto dela. Ou mais tarde quando vai prestar prova de condução.
Os joelhos tremem e a força que fazemos para que não se note conduz a dores musculares que demorarão dias a passar. O local em que temos de entrar mas que nos imobiliza de pavor é como a primeira vez que somos presos e vemos “autoridade” a mais e humanidade a menos. Os nossos conhecimentos anteriores fazem vermos instrumentos de tortura onde está mobiliário e carrascos e torcionários onde estão pessoas como nós.
Esta é também a sensação quando entramos pela primeira vez na sede dum clube de futebol, onde quem não nos conhece nos fuzila por temer que façamos parte do adversário de ontem, culpado de tudo quanto é mau.

E é também a sensação de quem entra despido de preconceitos na sede de um Partido Político. Aqui somos sempre o adversário e na maioria das vezes o inimigo. Porque não somos tão antigos como os que nos antecederam somos “corpos estranhos”. Porque somos do Partido mas pertencemos à facção adversária somos abcessos para sermos extirpados. E quanto mais nos afastamos dos grandes meios e melhor nos conhecem mais nos tornamos alvo de uma grande censura persecutória por vezes com aproximação a formas de pressão psicológica digna dos melhores métodos de Hermann Goring ou de Silva Pais.
Vem isto a propósito da violência psicológica que representa para um simpatizante do PS participar na escolha do candidato a 1º Ministro. O inteligentíssimo Seguro sabia disto ao optar pelo regulamento de votação que fez aprovar para as directas. O Costa também sabia mas não teve força para evitar esta e outras rocambolescas formas condicionadoras do voto popular.
Subir a escada da sede de um partido político para ir votar nas directas é denunciador daquilo a que se vai. Quer-se mudar aquele partido em que ainda se revê para que tudo não fique na mesma. Ora só se inscreverão os que querem a mudança. E porque toda a gente percebe isso, é claro que os que entrarem nas sedes do partido para votarem serão opositores ao status em vigor. Isso torna-os credores de um olhar intenso e nem sempre pelos melhores motivos. Não será fácil estar disponível para isto. Para casa dos horrores já basta o país em que vivemos.  

quarta-feira, julho 23, 2014

3ª FEIRA NEGRA
Há dias em que a condenação parece inevitável. Ontem foi um desses dias. Portugal expôs-se ontem ao escárnio do concerto das nações pelas razões menos admissíveis.
Passemos aos 2 factos que assim me fazem odiar ser português:

- Em primeiro lugar a espécie de exames que à socapa e de forma matreira o Ministro da Educação que temos, obrigou professores com formação académica de grau superior a fazerem. Escuda-se o sr. crato com a legalidade do que fez, mas isso não significa que seja eticamente correcto. E que não seja de dignidade duvidosa. Recordo ao sr. crato que foi ilegal a queda do regime de 28 de Maio. Mas foi feito. Não que isso importe ao sr. crato. Pelo andar da carruagem é legítimo pensar que fosse qual fosse o regime ele poderia ser ministro da educação. Não que os professores não devam regularmente ser avaliados. Não que quem abraça a vida académica não deva ter uma formação inicial que os preparem para enfrentar os seus alunos na relação ensino-aprendizagem. Mas aquela prova senhor. Não faz sentido algum. Como é que um professor pode ser avaliado na relação da sala de aula por utilizar melhor ou pior o caminho de casa para a escola? O Jorge Peixinho que fez tropa comigo não sabia nunca ou vestir-se à civil ou fardar-se. Não deixou por isso de ser um dos grandes nomes da música contemporânea. E que provas prestou o académico Nuno Crato para ser professor? Não vou referir outras perguntas tão grotescas e tão surreais como aquela que enunciei. Vamos admitir que um qualquer licenciado responde de forma adequada (não quer dizer que seja a mais correcta) a todas as perguntas do enunciado. Isso fará dele um bom professor na relação professor-aluno na sala de aula? Isso atestará que esse licenciado será um bom catalisador e conductor de conhecimentos perante os seus alunos? O que este Governo e este Crato fizeram é próprio do ancien regime. E eu sinto vergonha.

- Em segundo lugar ontem a Guiné equatorial passou a ser membro de pleno direito da CPLP. Portugal ajoelhou perante os interesses geopolíticos e económicos. Iremos ter contrapartidas (?). Petróleo mais barato. Dinheiro para a nossa banca se salvar. (O Banif) que o diga. È dinheiro tinto de sangue das centenas dos guineenses que foram assassinados (e alguns comidos) ao que dizem pelo Presidente daquele país. E pelo seu filho. É dinheiro que escorre das vitimas exangues que são torturadas até à morte pelo regime ditatorial que ali vigora. O presidente da república portuguesa calou-se. O 1º ministro de Portugal dobrou a coluna vertebral calou-se e aceitou. No entanto o sr. silva tomou posição contra Nelson Mandela quando era 1º Ministro. Tudo isto é grotesco e surreal. No mínimo suspendiam a nossa actividade na CPLP até aquela organização respeitar os princípios da carta das nações unidas. Aceitaram e tornaram-se cúmplices. Que o sangue das vítimas daquele país lhes escorram pelos sonhos e lhes molhem as almofadas onde dormem. Eu senti vergonha.

segunda-feira, julho 21, 2014

CARNAVAL DE VERÃO
Não vi. Por razões pessoais. Perdoem-me os de espírito aberto mas não me sinto capaz de considerar um Carnaval em período de Verão.

- Eu sei que as pessoas investem muito dinheiro nas roupagens e que esta é mais uma oportunidade de as mostrarem.
- Eu sei que Peniche no Verão recebe pessoas (turistas) que em período de pré-quaresma não estão cá e assim é mais uma possibilidade de dar a conhecer a outros o que por aqui se vai fazendo.
- Eu sei que em outras terras ( a Nazaré entre outras) se vem fazendo esta mostragem e que a importação desta actividade conferirá também a Peniche o que por outras paragens vai acontecendo.
- Eu sei que este País se tornou um imenso carnaval.
- Eu sei que mascararmos a estúpida vidinha que suportamos nos permite aliviar esta raiva que nos assalta.
- Eu sei que sou eu que.
Mas não alinho no Carnaval de Verão. Sinto que é redundante. E grotesco. E absurdo.

sábado, julho 19, 2014


O pênis ... o tempo !!!         e a surdez...

Como chamar o órgão sexual masculino de acordo com o tempo.

Aos 3 anos você o chama de
Pipi

Aos 10 anos você o chama de 
Pirilau

Aos 20 anos você o chama de
 Pichota

Aos 25 anos você o chama de 
Cacete

Aos 30 anos você o chama de
Pau

Aos 35 anos você o chama de 
Tubo

Aos 40 anos você o chama de 
C.........o

Aos 50 anos você o chama de 
Pênis

Aos 60 anos você o chama de 
Membro

Após os 70 anos você o chama...
 
chama...
chama...
chama...
chama...
chama...
chama.....

e o
 filho da puta não responde!
 
QUE TRISTE FINAL DE CARREIRA...
FICA SURDO, É?

 

sexta-feira, julho 18, 2014


SUPERVISÃO

Ao que parece é a leitura das actividades das entidades bancárias, promovidas pelo Banco de Portugal, para verificar se essas actividades correspondem a padrões legais e de boa conducta financeira, evitando assim conduzir os cidadãos que trabalham com os Bancos a serem enganados (burlados) por estes, por estarem a investir em algo que está condenado à partida a ser um prejuízo para quem ali aplica as suas finanças.

Julgo que este é o princípio básico da supervisão. Que coincide com aquela que também fazemos no nosso orçamento familiar ou empresarial, evitando assim cairmos em prejuízos que colocam em causa a nossa honorabilidade ou a nossa capacidade de satisfazer os nossos compromissos. Isto é, o que se passa com um País, passa-se com um banco, com uma empresa seja qual for a sua dimensão ou com a nossa vida familiar.

Dou de barato que por razões conjunturais o anterior Governador do Banco de Portugal (Victor Constâncio) tenha cometido erros na supervisão de alguns Bancos portugueses o que os levou a constituírem-se verdadeiras ruinas financeiras. (Paga Zé Povinho!)

Mas com esses erros pensava eu que se deveria ter aprendido. Esse caso suscitou até o aparecimento de um autêntico D. Quixote português, bramindo em riste a sua espada contra o vil e perverso Constâncio. Refiro-me ao deputado do CDS sr. Nuno Melo.

Mas os erros repetiram-se. De novo surge uma hecatombe financeira promovida por um banco português que arrasta consigo empresas notáveis, pessoas até aqui consideradas de grande gabarito.

De repente, o que com Constâncio era deplorável passa a ser notável com o novo Governador.

O D. Quixote desapareceu. Ao que se sabe o que agora aconteceu já se vislumbrava há mais de um ano. Onde então o novel Governador? E onde o sr. melo a denunciar a replica do tsunami financeiro que o povo português continua a pagar. Salvam-se os malandros sem que nada lhes aconteça. Lixe-se o Zé português.   

quarta-feira, julho 16, 2014


INCONGRUÊNCIAS

Quando a seguir ao 11 de Março de 1975 pela batuta de Vasco Gonçalves e do PCP se desencadeou a febre das nacionalizações, muito boa e crédula gente encetou uma fuga do país, das suas responsabilidades, do seu amor-próprio, temendo que os “comunas” lhes ocupassem as casas, roubassem os barcos, as quintas, o dinheiro e o poder.

Os comunistas e os grupos radicais de esquerda que afirmavam entre outras coisas “não serem necessários armadores para apanhar peixe”, representavam o perigo e a ameaça de destruição do país e do conceito de propriedade privada.

Os anos passaram. Muitas Fontes Luminosas depois o Bem venceu o Mal. Os comunistas não passaram. Os senhores do capital reconstruiram o seu poder. A pulso. A pouco e pouco. Quem era rico mais rico se tornou. O “povaréu” foi colocado no lugar que efectivamente lhe era próprio. Os comunistas reduzidos à sua insignificância. Os grupos de esquerda e de extrema esquerda tiveram de juntar todos para poderem representar alguma coisa, mas entretanto comeram-se uns aos outros como se estivessem isolados nos Alpes.

Como corolário de tudo isto os ricos e os muito ricos já sem pobres para se servirem no seu banquete, espremidos que estavam até ao tutano, começaram a alimentarem-se uns dos outros.

Caiem os países e afundam-se finanças. A Banca auto-destrói-se. Caiem poderosos na Europa e na América. Aqui na terra da pedinchice cai o BPN, o BPP, o BCP e agora o BES.

Afinal não foram os comunistas que destruíram o país e o poder económico. Foram os senhores do capital que sofregamente engolem tudo. Até tudo destruírem. A banca destrói-se a si própria com o apoio dos silvas deste mundo e seus apaniguados.

Não foi o 11 de Março que derrotou Portugal. Foi o 25 de Novembro.