"Conversar em Peniche" não é necessariamente conversar sobre Peniche. Também mas não só. Algumas vezes assumirá um papel de raiva. Ou de guerra. Será provocador qb. Comprometido. Não será isento nem de erros nem de verdades (os meus, e as minhas). O resto se verá...
sexta-feira, novembro 20, 2020
sexta-feira, novembro 13, 2020
TUDO PARA DIZER, TUDO POR FAZER
Hoje é a missa de 7º dia por alma da minha amada. A minha mulher. A vida em torno de mim suspendeu-se com a sua morte Deixei de funcionar. Tudo em mim dependia dela. Dizem-me que tenho de reagir. Que este não pareço eu. Casado há 35 anos com a Anita, é no seu sorriso que eu vivo. So eu e ela. Sou eu ela e a Maria. Sou eu, ela a Maria e o meu neto. Os 4 somos um.
Durante a noite acordo e olho para o lado e não a vejo. Durante o dia estou no escritório e ouço barulhos e movimentos e penso que é a Anita no seu deambular fazendo ruídos que me permitam saber que está ali. A minha Anita, a filha da Mariazinha preza acima de tudo o amor que toda a vida me dedicou.
Recordo a minha mulher que colocou sempre os outros primeiro que ela. Dedicada à avó Ção. Aos tios e primos. Ao tio Raúl, ao tio Ramiro, à sua madrinha e tia. Dedicada ao seu Bairro do Calvário, a Peniche de Cima, aos viveiros, aos irmãos, confiante neles e eles nela. Lutadora implacável pela felicidade de seu pai. Dedicada ao trabalho e amiga das suas amigas. A Lourdes acompanhou-a desde sempre, o seu afilhado, as suas amigas de brincadeiras de menina. E a inveja que ela sentia daquele cão que estava na ladeira quando se sobe apara a escola do “Filtro” e ela tinhe de ir para a escola e o cão continuava ali a apanhar sol.
Nunca escrevi tão atabalhoadamente como hoje. Esei que muitas das coisas que aqui escrevo não farão sentido para ninguém, a não ser paramim e para ela.
Eu sou o Marido dela. Eu sou o Amr da vida dela. Eu sou ela. A minha filha, cuida de mim se forma absoluta. Quer que eu me sinta bem. Quer que eu recupere das minhas mazelas. Cuida de mim pensando nela, em mim e em ti. E eu faço o que posso para me tornar dócil e obediente o que não é nada fácil para mim. Quem me conhece percebe o que eu digo.
Falta-me a Anita para me deitar o tempero necessário para que eu me torne mais real. Mais igual a mim próprio. Ouço música que nos embalou. A canção da nossa vida :”NIKITA” Mas faltas tu. Os ruidos são só isso, ruídos. Não és tu.
Uma casa feita e desenhada para ti. Uma paixão que foi crescendo e se tornando sempre maior. E agora faltas-lhe tu.
Os meus livros são só isso: livros. Os dias aqui são erráticos. Embora eu acredito que eles irão ser preenchidos e eu me moverei ainda, sinto que a mulher que tu és não mais estará neles.
Isto é o principio de um livro de amor que te quero escrever. Peço que o teu espirito me acalente, que o teu fulgor me preencha. Que as tuas mãos pousem sobre as minhas e me acarinhem.
Estou aqui Nita. Espero por ti.
segunda-feira, outubro 26, 2020
COISAS DO AVESSO
- quando o mar bate no mexilhão, quem se lixa é a rocha
- mais valem 2 codornizes no prato, que uma andorinha a voar
- a Assembleia da República não é o Chapitô e a Catarina Cristas, não é a Assunção Martins
- o OE 2021 está muito parecido com a sopa dos pobres do senhor prior
- para o PCP ser coerente no continente, paga-se caro nos Açores
- sou do tempo em que se pagava para usar isqueiro e era-se multado por usar máscara fora do carnaval
- 46 anos depois a DGS continua a ter as culpas de tudo
- no tempo do fascismo para se ter trabalho estudava-se e arranjava-se um emprego cansativo e mal pago, agora filia-se numa juventude partidária e se possível arranja-se um pai presidente da Câmara ou deputado
- água dura em pedra mole, tanto fura até que dá
domingo, outubro 25, 2020
terça-feira, outubro 20, 2020
COISAS DA MEDICINA
Carlos Barreira da
Costa , médico otorrinolaringologista da cidade do Porto, já
aposentado, decidiu compilar no seu livro "A Medicina na Voz do
Povo", com o inestimável contributo de muitos colegas de profissão, trinta
anos de histórias, crenças e dizeres ouvidos durante o exercício da sua
profissão, como clínico.
Apresentam-se aqui algumas das frases registadas.
Os médicos e os professores deviam ter a paciência de fazer este trabalho de
recolha sistemática.
Os aparelhos genital e urinário são objecto de queixas sui generis:
"Venho aqui mostrar a parreca".
"A minha pardalona está a mudar de cor".
"Às vezes prega-se-me umas comichões nas barbatanas".
"Tenho esta comichão na perseguida porque o meu marido tem uma infecção na ponta da natureza".
"Fazem aqui o Papa Micau ( Papanicolau )?"
"Quantos filhos teve?" - pergunta o médico. "Para a retrete foram quatro, senhor doutor, e à pia baptismal levei três".
"Apareceu-me uma ferida, não sei se de infecção se de uma foda mal dada".
"Tenho de ser operado ao stick . Já fui operado aos estículos". "Quando estou de pau feito... a pila verga".
"O Médico mandou-me lavar a montadeira logo de manhã".
O diálogo com um paciente com patologia da boca, olhos, ouvidos,nariz e garganta é sempre um desafio para o clínico:
"Quando me assoo dou um traque pelo ouvido, e enquanto não puxar pelo corpo, suar, ou o cagar, o nariz não se destapa".
"Não sei se isto que tenho no ouvido é cera ou caruncho".
"Isto deu-me de ter metido a cabeça no frigorífico.Um mês depois fui ao Hospital e disseram-me que tinha bolhas de ar no ouvido".
"Ouço mal, vejo mal, tenho a mente descaída".
"Fui ao Ftalmologista, meteu-me uns parafusinhos nos olhos a ver se as lágrimas saiam".
"Tenho a língua cheia de Áfricas".
"Gostava que as papilas gustativas se manifestassem a meu favor".
"O dente arrecolhia pus e na altura em que arrecolhia às imidulas infeccionava-as".
"A garganta traqueia-me, dá-me aqueles estalinhos e depois fica melhor".
As perturbações da fala impacientam o doente:
"Na voz sinto aquilo tudo embuzinado".
"Não tenho dores, a voz é que está muito fosforenta".
"Tenho humidade gordurosa nas cordas vocais".
"O meu pai morreu de tísica na laringe".
Os "problemas da cabeça" são muito frequentes:
"Há dias fiz um exame ao capacete no Hospital de S. João". "Andei num Neurologista que disse que parti o penedo, o rochedo ou lá o que é...".
"Fui a um desses médicos que não consultam a gente, só falam pra nós".
"Vem-me muitos palpites ruins, assim de baixo para cima...".
"A minha cabecinha começa assim a ferver e fico com ela húmida, assim aos tombos, a trabalhar".
"Ou caiu da burra ou foi um ataque cardeal".
As dores da coluna e do aparelho muscular e esquelético são difíceis de suportar:
"Metade das minhas doenças é desfalsificação dos ossos e intendência para a tensão alta".
"O pouco cálcio que tenho acumula-se na fractura".
"Já tenho os ossos desclassificados".
"Alem das itroses tenho classificação ossal".
"O meu reumatismo é climático".
"É uma dor insepulcrável".
"Tenho artroses remodeladas e de densidade forte".
"Estou desconfiado que tenho uma hérnia de escala".
O português bebe e fuma muito e desculpa-se com frequência:
"Tomo um vinho que não me assobe à cabeça".
"Eu abuso um pouco da água do Luso".
"Não era ébrio nato mas abusava um pouco do álcool"
"Fujo dos antibióticos por causa do estômago. Prefiro remédios caseiros, a aguardente queimada faz-me muito bem".
"Eu sou um fumador invertebrado".
O aparelho digestivo origina sempre muitas queixas:
"Fui operado ao panquecas".
"Tive três úlceras: uma macho, uma fêmea e uma de gastrina".
"Ando com o fígado elevado. Já o tive a 40, mas agora está mais baixo".
"Eu era muito encharcado a essa coisa da azia".
"Senhor Doutor a minha mulher tem umas almorródias que com a sua licença nem dá um peido".
"Tenho pedra na basílica".
"O meu marido está internado porque sangra pela via da frente e pinga pela via de trás".
"Fizeram-me um exame que era uma televisão a trabalhar e eu a comer papa".
"Fiz uma mamografia ao intestino".
"O meu filho foi operado ao pence (apêndice) mas não lhe puseram os trenos (drenos), encheu o pipo e teve que pôr o soma (sonda)".
Os medicamentos e os seus efeitos prestam-se às maiores confusões:
"Ando a tomar o EspermaCanulado"- (Espasmo Canulase)
"Tenho cataratas na vista e ando a tomar o Simião" – (Sermion)
"Andei a tomar umas injecções de Esferovite" - (Parenterovit)
"Era um antibiótico perlim pim pim mas não me fez nada" - (Piprilim) "Agora estou melhor, tomo o Bate Certo" - (Betaserc)
"Tomo o Sigerom e o Chico Bem" - (Stugeron e Gincoben)
"Ando a tomar o Castro Leão" - (Castilium)
"Tomei Sexovir" - (Isovir)
"Tomo uma cábulas à noite".
"Tomei uns comprimidos "jaunes", assim amarelados".
"Tomo uns comprimidos a modos de umas aboborinhas".
"Receitou-me uns comprimidos que me põem um pouco tonha".
"Estava a ficar com os abéticos no sangue".
"Diz lá no papel que o medicamento podia dar muitas complicações e alienações".
"Quando acordo mais descaída tomo comprimidos de alta potência e fico logo melhor".
"Ó Sra. Enfermeira, ele tem o cu como um véu. O líquido entra e nem actua".
"Na minha opinião sinto-me com melhores sintomas".
O que os doentes pensam do médico:
"Também desculpe, aquela médica não tinha modinhos nenhuns". "Especialista, médico, mas entendido!".
"Não sou muito afluente de vir aos médicos". "Quando eu estou mal, os senhores são Deus, mas se me vejo de saúde acho-vos uns estapores".
"Gosto do Senhor Doutor! Diz logo o que tem a dizer, não anda a engasular ninguém".
"Não há melhor doente que eu! Faço tudo o que me mandam, com aquela coisa de não morrer
sábado, outubro 17, 2020
O ORÇAMENTO DE ESTADO, A “ASSUNÇÃO CRISTAS” DA DITA CUJA ESQUERDA, OS MILHARES DE INFECTADOS, O MEDO E A PORRA DO PAÍS QUE NÃO APRENDEMOS A SER.
Este título parece da rubrica do sr. Markl “o homem que mordeu o cão”.
De facto já não se pode ouvir falar de OE. A culpa é do PS, a culpa é da direita, a culpa é da esquerda, a culpa é de todos e de nenhum.
Aquela atriz falhada que mais me faz lembrar é a ex do CDS, precisa urgentemente de tratar a má disposição endémica que não a larga. O Costa tem razão: - foi ele que ganhou as eleições e embora tenha de comprar a Paz com cedências que não correspondem ao que desejaria, quem quer ter protagonismo na resolução dos probelas estruturais do país também terá de dar passos na direcção do centro, onde todos se encontrarão no fim.
Que estas cisas aconteçam nas cidadezinhas e nas vilórias pikininas, como aqui o burgo admite-se. Agora estender isto ao País em geral não me parece de quem seja merecedor do nosso aplauso e respeito.
Cuidem-se.
segunda-feira, outubro 12, 2020
INFORMAÇÃO IMPORTANTE
Do Centro de Epidemiologia de Milão.
Para esta pandemia, há uma probabilidade maior de
sobrevivência para aqueles que são infectados 5 meses
depois, como em Agosto de 2020, do que para aqueles
que foram infectados 5 meses atrás, digamos em
Fevereiro de 2020.
A razão para isso é que médicos e cientistas sabem
muito mais sobre COVID-19 agora do que 5 meses
atrás e, portanto, são capazes de tratar melhor os pacientes.
Vou listar 5 aspectos importantes que sabemos agora
e que não conhecíamos em Fevereiro de 2020:
1. A infecção por COVID-19 foi inicialmente pensada
como causadora de mortes por pneumonia - uma infecção
pulmonar - e assim os ventiladores foram considerados
a melhor maneira de tratar pacientes doentes que não
podiam respirar.
Agora sabemos que o vírus causa coágulos sanguíneos
nos vasos sanguíneos dos pulmões e outras partes do
corpo, o que provoca oxigenação reduzida.
Agora sabemos que fornecer simplesmente oxigénio
por meio de ventiladores não vai ajudar, mas sim que
temos que prevenir e dissolver micro coágulos nos
pulmões.
É por isso que estamos usando medicamentos como
Aspirina e Heparina (anticoagulantes que evitam a
coagulação) como um protocolo nos regimes de
tratamento a partir de Julho de 2020. *
2. Anteriormente, os pacientes caíam mortos na rua ou
mesmo antes de chegarem ao hospital devido à redução
do oxigénio no sangue - SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO.
Isso aconteceu pelo que é conhecido como
HIPER HYPOXIA, onde embora a saturação de oxigénio
fosse gradualmente reduzida, os pacientes com
COVID-19 não apresentavam sintomas até que
estivessem com a oxigenação criticamente reduzidos,
às vezes até 70%.
Geralmente ficamos sem fôlego se a saturação de
oxigénio cair abaixo de 90%. * Essa falta de ar é
desencadeada em pacientes COVID e é por isso que
trouxemos pacientes doentes aos hospitais no final de
Fevereiro de 2020.
Agora, sabendo o sintoma da Covid 19 que é a
Hiper-hipoxia ou hipoxia silenciosa, recomendamos
monitorizar a saturação de oxigénio das pessoas,
com um oxímetro de pulso simples para uso doméstico
e levá-las ao hospital se a saturação de oxigénio cair
para 93% ou menos. Isto está dando aos médicos
mais tempo para corrigir a deficiência de oxigénio no
sangue e uma melhor chance de sobrevivência agora
em Agosto de 2020.
3. Não tínhamos medicamentos para combater o
coronavírus em Fevereiro de 2020.
Tratávamos apenas complicações causadas pela hipoxia.
Portanto, a maioria dos pacientes ficou seriamente infectada.
Agora temos 2 medicamentos importantes FAVIPIRAVIR
E REMDESIVO , que são ANTIVIRAIS que podem matar
o coronavírus.
Usando esses dois medicamentos, podemos evitar
que os pacientes se infectem seriamente e, portanto,
curá-los ANTES DE IR PARA HIPÓXIA.
Temos esse conhecimento em Agosto de 2020
…não o tínhamos em Fevereiro de 2020.
4. Muitos pacientes com COVID-19 morrem não apenas
por causa do vírus, mas também pela resposta do próprio
sistema imunológico dos pacientes, de uma forma exagerada,
chamada de TEMPESTADE DE CITOCINA.
Essa violenta tempestade da resposta imunológica
não apenas mata o vírus, mas também mata pacientes.
Em Fevereiro de 2020 não sabíamos como evitar que
isso acontecesse.
Agora, em Agosto de 2020, sabemos que existem
medicamentos facilmente disponíveis -os chamados
esteróides que médicos em todo o mundo vêm usando
há quase 80 anos, que podem ser usados para prevenir
a tempestade de citocina em alguns pacientes.
5. Agora também sabemos que as pessoas com
hipoxia melhoram apenas fazendo com que se deitem
de bruços, o que é conhecido como posição prona.
Além disso, alguns dias atrás, cientistas israelitas
descobriram que uma substância química conhecida
como Alpha Defensin, produzida pelos glóbulos brancos,
pode causar micro coágulos nos vasos sanguíneos dos
pulmões e isso poderia ser prevenido por um
medicamento chamado Colquicina, usado por muitas
décadas no tratamento da gota.
Portanto, agora, em Agosto de 2020, sabemos com
certeza que os pacientes têm uma chance melhor de
sobreviver à infecção por COVID-19 do que em
Fevereiro de 2020.
Continue tomando precauções:
Saia apenas no essencial!
Não há festa, chá de bebé ou formatura do jardim de
infância essencial.
Vamos parar de ser superficiais!
É melhor estar infectado mais adiante do que agora,
vamos dar tempo à ciência para nos ajudar e aos
sistemas de saúde a descongestionar!
Actualmente também é necessário analisar a Saturação
Hospitalar e o desgaste físico e mental do Pessoal de Saúde
(Informações do bate-papo de especialistas do COVID-19)
Dr. Román Barroso.
Lembrar:
1. O SARS COV2 só pode entrar no seu corpo e infectá-lo
través das membranas mucosas de seus OLHOS e do
TRATO RESPIRATÓRIO.
2. O SARS COV2 NÃO penetra pela pele.
Usar roupas de biossegurança e LUVAS é
ABSURDO!
(excepto se trabalhar numa unidade de pacientes críticos do hospital).
3. SARS COV2 tem um tamanho de efeito aerodinâmico minúsculo,
NÃO SE AGARRA nas roupas.
Teríamos que nos mover em alta velocidade para que isso acontecesse.
4. O SARS COV2 não infecta veículos, nem seus pneus.
Ninguém inala ou lambe os pneus de um carro ou a estrutura externa.
NÃO FAZ SENTIDO PULVERIZAR DESINFETANTE em veículos.
5. No chão e na rua pode ter coronavírus sim, mas que nos nossos
sapatos eles grudem e que também o faça em quantidade suficiente
para infectar (teoricamente se lambermos a sola dos nossos sapatos)
é EXTREMAMENTE DIFÍCIL.
6. Os túneis de desinfecção NÃO FAZEM SENTIDO e são perigosos.
Nenhum desinfectante projectado para superfícies inertes deve ser
usado na pele humana.
7. Muito importante:
SIM
Faz sentido usar máscara (para evitar expirar, tossir partículas
com o coronavírus).
SIM
Faz sentido lavar muito bem as mãos constantemente e
usar álcool gel.
SIM Faz sentido manter distância entre as pessoas
Leia e divulgue entre os seus familiares, amigos, conhecidos, etc
quinta-feira, outubro 08, 2020
ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS 2021
Em Setembro/Outubro de 2021 realizar-se-ão as próximas eleições autárquicas. No passado dia 1 do mês corrente o Partido Socialista num vídeo de uma conferência de imprensa virtual apresentou os seus 2 primeiros candidatos a uma eventual candidatura à Câmara Municipal de Peniche. Um homem e uma mulher, como convém.
Mandaram-me para casa um link dessa apresentação, a mim socialista e ex-autarca aposentado.
O lema da campanha que agora se inicia: “É Tempo de Agir”.
Os 2 únicos candidatos agora apresentados são filiados no núcleo do PS da Atouguia da Baleia.
Não conheço o candidato a Presidente da Câmara (se o conheci em tempos, não me recordo dele). Se ele tem vindo a agir ou se é um Homem de acção, não sei de qualquer sua actividade em prol do Concelho de Peniche que pela sua relevância me tenha chamado a atenção.
Conheço a candidata a vice-presidente. Uma mulher de armas. Existirão poucas pessoas no concelho de Peniche com a bagagem cultural, intelectual e cívica como ela. Tenho por ela um respeito e uma consideração incomensuráveis. Se ela me pedisse e a minha saúde permitisse estaria disponível para ser um seu leal servidor. Gerações de Peniche ficar-lha-ão gratas pelos inúmeros saberes que ela lhes tem transmitido. O tempo e a vida tem-me afastado dela pelo que não sei se politicamente está em condições de enfrentar o que a espera como candidata e como autarca se for eleita.
Por último e para que fique bem claro, se chegar a Outubro de 2021 não votarei PS. Uma candidatura que se apresenta com 2 pessoas e com uma frase a suportá-las é muito pouco. Ou é revelador da pessoa que se candidata.
terça-feira, outubro 06, 2020
GRANDES TERRINHAS, PEQUENAS HISTÓRIAS
As grande cidades, as grandes metrópoles são feitas de pequenas histórias que acabam por se tornar grandes memórias.
O pior dos alunos de História, não se esquece da expressão de Júlio César ao reconhecer o seu filho entre aqueles que o assassinaram, “até tu, Brutus”! Mais importante que o assassino, está o desencadear de uma nova civilização que a morte de César veio desencadear.
Lisboa e o Fado, Porto e a Rua Escura, Coimbra os estudantes e as tricanas. Aljubarrota e a sua Padeira, tantas e tantas histórias que ajudaram a criar Portugal.
Reportemo-nos a Peniche. Histórias do Mar, das conserveiras, da Prisão, das Berlengas, da Fome e da luta pela sobrevivência das famílias dos Pescadores. A Virgilia dos gritinhos, a Bazílio, o Kilo e Meio, o Dr. Pita e tantas outras figuras que o tempo vai apagando das nossas memórias. Passem pelas ruas de Peniche e vejam os nomes que lá figuram. Lembramo-nos dos mais recentes e temos a Av. Mariano Calado omitindo o Queabá.
Por todas as histórias vividas em Peniche, que o tempo vai apagando ficam pelo menos algumas fotos que tarde ou cedo será difícil interpretar. Entre tantas, uma há que faz sempre parar quando olho para ela. Foi tirada há cerca de 20 anos pelo meu amigo Hélder Blaeyr. Marca uma época de Peniche sobre o que foi Peniche e a luta dos seus habitantes pela sobrevivência. Que falta escrever. E que seria bom que um filho e uma filha de Pescadores fossem sensíveis a essa necessidade. Para que Peniche sobreviva às efemérides de momento e aos “donos disto tudo”.
quarta-feira, setembro 30, 2020
BIDEN/TRUMP
Hoje vai desenrolar-se um debate nos EUA que poderá ser decisivo para o resultado das eleições para a Presidência daquele país.
Julgo que um português com uma cultura média (quer de direita, quer de esquerda) não terá quaisquer dúvidas de que o actual presidente dos EU é um cabotino do piorio que aquele país nos tem oferecido. Trata-se de um intérprete de 10º escalão dos piores filmes que o carnaval hollywoodesco nos poderia oferecer.
Este per4sonagem desde que tomou posse tem vindo a envidar esforços para acabar com o OBAMACARE o último (e único) seguro de saúde existente para os desempregados e sem-abrigo.
Mão-amiga enviou-me ontem um email com o que lhe aconteceu numa viagem de turismo aos EUA. Depois deste relato espero por bem que não restem dúvidas sobre quem é o senhor (?) Trump.
23.02.2020
Julgo que os relógios dos hospitais são diferentes dos restantes. Tem, penso, um compasso próprio. Mais pausado. Mais audível. Torna-se num relógio ainda mais lento quando estamos sentados durante dez horas numa cadeira da sala de urgências. Deixamos de saber se foi a doença que nos entorpeceu o corpo ou desconforto da cadeira, da qual o corpo não permite levantar.
Escrevo este texto cinco meses depois da minha primeira ida a uma urgência nos Estados Unidos.
Escrevo esta crónica a titulo pessoal lembrando as vezes sem conta em que pensei naquela noite no quão perfeito é o imperfeito Sistema Nacional de Saúde (SNS) Português.
Atirem-se as primeiras pedras ao meu perfeito, que bem sabemos não ser perfeito. Talvez deva explicar. Sabem quanto custou a entrada nas urgências do hospital onde me sentei na capital americana? Mais de três mil dólares. À entrada, sublinho. Quando finalmente, após 10 horas de espera, cheguei à dita sala de urgências olhei em redor. Havia cerca de doze camas, um médico e três enfermeiras. Não foi difícil entender porque motivo os doentes entravam a conta-gotas na urgência.
Quantas vezes pensou dentro de uma urgência quanto custa cada um dos exames que realiza, se terá ou não dinheiro para os pagar?
Nos Estados Unidos seguramente muitas. O que explica por que motivo o médico tenha de explicar cada um dos procedimentos e a sua razão, permitindo ao paciente a ultima palavra. A minha conta final foi bastante explícita deste sintoma: analises ao sangue – 1.200$, farmácia (em concreto, soro e um anti-inflamatório) – próximo de 400$, uma ressonância magnética – quase 4.000$ e, por fim, as três horas disponibilizadas pelo médico – cerca de 500$. Três horas dentro das urgências que resultaram em cerca de 8.000 dólares.
Perguntei-me muitas vezes: quanto custaria uma cirurgia?
É para isso que serve o seguro de saúde, pensarão muitos. Correcto. Mas o Sistema de saúde americano é mais complexo do que se prevê. Não é apenas o seu valor. Um plano básico de saúde para uma pessoa individual em início de carreira custa pelo menos 200 dólares por mês (valor que varia de acordo com o estado em que se encontre). Razão plausível pela qual cerca de de 28 milhões de pessoas nos Estados Unidos vive sem seguro de saúde, um número que tem vindo a aumentar nos últimos anos, sobretudo com a revogação do Affordable Care Act, mais conhecida como Obamacare.
Por outro lado, lembrar que ter um seguro de saúde não é sinónimo de garantia do pagamento total de uma conta. Importa, primeiramente, recordar que é necessário criar uma espécie de plafond. Ou seja, é necessário realizar alguns pagamentos para que a conta de seguro possua dinheiro para pagar a percentagem indicada para cada especialidade. Deste modo, alguém que hoje inicia o seu seguro terá uma cobertura menor ou quase nula comparativamente com alguém que já possui um seguro há alguns anos.
Além disso, é necessário referir que a franquia tem aumentado significativamente desde 2006. Nesse ano, apenas 50% das pessoas com seguro através da empresa de trabalho tinham uma franquia. Em 2018, o número disparou para 82%. Acrescenta-se a este factor o ainda aumento do valor da franquia. Se em 2006 o valor era cerca de 600 dólares, em 2018 situava-se nos 1.700, visto que as seguradoras perceberam ser mais vantajoso fazer o paciente pagar uma taxa maior pelas idas ao médico ou ao hospital do que pagar um valor maior mensalmente.
Resultado? Milhares de processos feitos por hospitais contra pacientes que não conseguem pagar as suas dívidas. De notar que os programas de ajuda financeira dos hospitais apoiam apenas pessoas com um salário anual 400% abaixo do limiar de pobreza, isto é pessoas com salários anuais que rondem os 50 mil dólares [um valor baixo para o custo de vida nos Estados Unidos].
A complexidade e o custo de um seguro tornou os Estados Unidos num país onde pessoas que caem na rua e precisam de assistências hospital recusam uma ambulância, porque o custo do transporte em ambulância em Washington DC, por exemplo, é 2.500 dólares.
Por isso, perdoem-me, mas, sim, bendito SNS, pensei eu, recordando as idas ao hospital em Portugal, onde não esperei 10 horas (apesar de saber que acontece) e cujo atendimento em nada ficou a dever ao que recebi num dos hospitais da primeira potência mundial. Bendito Portugal pequenino que, apesar de não figurar nos tops das economias mundiais, percebe a importância de um estado social.
Bendito Serviço Nacional de Saúde que apesar das suas grandes lacunas e das suas fragilidades não faz com que o paciente se questione se tem dinheiro antes de chamar uma tão necessária ambulância.
Bendito !