sexta-feira, março 27, 2020


 NOE TEMPOS QUE CORREM
O grito de dor e angústia desta enfermeira de Peniche é das coisas mais belas e violentas  que li até hoje
Talvez porque a conheço desde que nasceu... Talvez porque tem das profissões mais perigosas neste momento... Talvez porque sim...
 
Olá olá maltinha! Quem me conhece sabe que não muito destas coisas, mas hoje decidi utilizar o Facebook para apelar a todos vós!  Como devem saber, sou profissional de saúde no CHO Peniche, e em 10 anos de profissão nunca passei por uma situação destas!
No dia de hoje, para além de vos pedir que "fiquem em casa", venho aqui apelar para que nos ajudem, para que vos possamos ajudar!
Venho por isso pedir que algum alojamento local, hotel, hostel, o que seja, do concelho de Peniche, que nos faculte quartos para que nós  profissionais de saúde possamos descansar, quando saímos do trabalho. Tenho uma filha linda e um marido super compreensivo em casa à minha espera, mas hoje, quando cheguei a casa depois de uma noite de trabalho, recusei um abraço á minha própria filha!
Nós estamos em contacto diário com doentes, que infelizmente, nesta fase, não conseguimos saber se estão ou não infectados com o covid-19. Assim sendo, temos medo por nós, mas mais medo ainda pelos que mais amamos! Faço então um apelo que nos ajudem, para que vos possamos continuar a ajudar!
Penso que não será de mais dizer que não  temos material de proteção individual, empresas do nosso concelho, se puderem façam-nos chegar material ( batas descartáveis, máscaras bico de pato ffp2, toucas, óculos de proteção....).
Estamos só no início de uma grande batalha e para tal, precisamos de estar munidos com as melhores armas, para que juntos possamos vencer!
Obrigada e peço desculpa pelo desabafo!

sábado, março 21, 2020


UM MICROCAGAGÉSIMO

Paralisou um planeta. Derrubou economias pujantes. Calou políticos fala-baratos. Nós que no aventurámos por mares nunca antes navegados. Nós que nos atrevemos a explorar o Universo. Nós que com uma inteligência animalesca exterminamos espécies que povoaram o planeta durante séculos. Construímos e derrubamos deuses. Provocámos cisões de átomos que destruíram o ambiente.

Eis que de repente, um micro-organismo que necessita de potentes aparelhos ópticos para poder ser observado, nos derruba do alto do nosso pedestal e nos reduz a uma insignificância miserável, incapazes, impotentes e completamente vitimas de uma derrota humilhante.

Ao olhar à minha volta e ao pensar nos papagaios (sem querer ofender os propriamente ditos) que nos rodeiam, fico aguardando que um mea-culpa sincero nos atinja a todos e nos faça reflectir sobre o que endamos a fezer enquanto passeamos este miserável esqueleto temporal.

  

sexta-feira, março 20, 2020


O ESTADO DE EMERGÊNCIA

Como tem sido por demais evidente e, tal como me diz um amigo meu, este Blog tem estado de quarentena, acompanhando assim o seu autor.

Apesar disto, decidimos (eu e o blog) fazer um aparecimento sanitário, motivados pela conferência de imprensa do Grupo governamental de crise.

António Costa começou por se referir em que medida o Estado de Emergência afectaria aos que se encontram contagiados pela doença. Durante algum tempo falou sobre as diferentes situações deste grupo e das cautelas que sobre eles recaia, não exitando em referir que as indicações que lhes eram referidas seriam sempre de carácter OBRIGATÓRIO.

Em seguida o 1º Ministro passou a referir-se ao grande grupo de risco  constituído pelos mais idosos (mais de 70 anos) e ainda aqueles que sofrendo de doenças carecendo de um acompanhamento sistemático, teria de ser possível à sua deslocação para aquisição de produtos de 1ª necessidade ou de cuidados de saúde frequentes e aquisição de medicamentos. Ao abordar estas 2 situações falou o 1º Ministro dos idosos que vivem isolados e que portanto necessitam de se deslocar para poderem sobreviver ou de serem apoiados por grupos informais de cuidadores. Uma parte importante da conferência de impresa foi utilizada para referências a este grupo de risco.

Foi ainda referida a intervenção constante da Segurança Social para acompanhar as populações atingidas por carências que irão surgir e de medidas a tomar para não colocar em situações de marginalidade os mais necessitados.

Falou ainda numa referência relativamente breve ao impacto que esta hecatombe mundial terá na economia portuguesa mas que isso nunca impedirá o Governo de apoiar os que mais precisarem, incluindo as pequenas e médias empresas.

Foi assim que ouvi e entendi a conferência de impresa pela parte do Governo. E isto agradou-me e sensibilizou-me profundamente. Fiquei grato pela leitura que o Governo de Portugal parece demonstrar pela situação de crise que o País atravessa.

Só não gostei da intervenção da generalidade dos jornalistas que intervieram questionando as decisões tomadas. Isto porque se quedaram na situação dos Bancos e dos grupos económicos. Não vi o mesmo interesse pelos que mais desfavorecidos ou pela doença ou pela sua situação de risco estarão em condições extremamente fragilizados.

Não procuraram evidenciar o que se terá que fazer por essas pessoas. Os bancos e os grandes grupos económicos saberão sempre defender-se. Não precisam de quem tenha pena deles. Os jornalistas, que trabalham eles sim, para esses grupos económicos ou para bancos, têm de servir os seus donos. Que lhes importa que numa casa qualquer deste país morra um velho ou uma velha que lá vive só, com fome e sem qualquer apoio.

Se Portugal não se humanizar, não merece a pena lutar para vencer batalhas.

terça-feira, março 10, 2020


O CONDE DE PENICHE
Faz parte das memórias de alguns de nós mais velhos, aquele a quem designávamos por “Conde de Falaxo”.

De quem eu nunca tinha ouvido falar era do Conde de Peniche.

Eu pecador me confesso: Considerando-me um tipo de esquerda, sempre ao longo dos anos tive uma admiração pelos escritos de Vasco Pulido Valente, desaparecido do nosso convívio há cerca de 2/3 semanas. Pela sua prosa. Pela sua acutilância. Pelo seu percurso político e académico. Eu era um leitor convicto das suas crónicas no jornal “Público” aos sábados e tendo alguns livros dele havia um que foi deixado para trás. Era o “FUNDO DA GAVETA”. Um livro que aborda a “CONTRA-REVOLUÇÃO E REDICALISMO NO PORTUGAL MODERNO”.
Foi esse livro que elegi para viajar comigo diariamente para Lisboa.

Eis senão quando a páginas tantas (pag. 133) me salta à vista de supetão uma referência ao Conde de Peniche. Este era um particular apoiante dos grupos radicais que combatiam miguelistas e4 apoiante de D. Pedro.

Os capítulos em que VPV faz referência ao Conde de Peniche e aos penicheiros seus apoiantes, são:

- O Renascimento do Radicalismo -1867

- A Janeirinha (1867-1868)

- O Caos Radical (1868-1870)

- O Progressismo Moderado (1868 – 1870)

- A Última Saldanhada (1869 –1870)

Resumamos este cavalheiro no seu tempo:

À época o Conde de Peniche era D. Caetano Gaspar de Almeida Noronha Portugal Camões Albuquerque Moniz e Sousa que não tinha nada a ver com Peniche, era tão só um título nobiliárquico atribuído a um Senhor da época por feitos considerados dignos de registo pelo Rei. O 1º título de Conde de Peniche foi atribuído a D. Caetano José de Noronha e Albuquerque e foi extinto com a implantação da República.

O Conde de Peniche na época relatada por VPV era um tipo que o que pretendia era o poder pelo poder e fazia alianças com progressistas, liberais e mesmo socialistas com o objectivo único de se tornar Primeiro-Ministro e dono do poder no Reino em Portugal. Os penicheiros não tinham nada a ver com a terra Peniche, eram tão só os apoiantes do Conde.

Foram estas lutas entre facções aoiamtes quer de D. Pedro, quer de D. Miguel que deram origem ao aparecimento da República em Portugal. Isso lhes devemos. Só trago isto agora aqui., pela curiosidade de ver o nome da nossa terra ligado às lutas fratricidas do Reino de Portugal.

Ao ler este livro, encontrei aqui similitudes com o Portugal e o meu concelho de hoje. E esta hein???

 

 

 

sábado, março 07, 2020

COISAS DA VIDA
Um jovem casal, homem 26 , mulher 24 , tinham 6 filhos , residindo numa aldeia do interior do país.
Numa deslocação ao médico da aldeia a mulher queixa-se de estar mais uma vez grávida:
- Doutor estou á espera do meu 7º , sabe não temos TV , o Manel nã gosta da borracha ..
O médico desesperado, dado não conseguir controlar aquele drama sugere:
- Sr Manuel quando estiver dentro da sua mulher, mesmo quase a ejacular, você arranca um cabelo junto da vagina da sua esposa.
Passado dois anos o casal não voltou a ter mais filhos, aparece a mulher de novo no médico:
- Sr Doutor estou muito preocupada !
O médico :
- Está grávida ?
A mulher :
- Nã Sr. Doutor , é que o último cabelo acaba na 4ª feira.



A melhor cirurgia
Numa sala de cirurgia, cinco cirurgiões discutiam sobre quais os melhores pacientes a operar.
 Dizia o primeiro:
- Gosto de operar contabilistas porque, quando se abrem, todos os órgãos estão numerados e ordenados.

O segundo retorquiu:
- Sim, mas melhor são os electricistas todos os órgãos estão codificados por cores. Não há qualquer risco de engano.
 Ao que respondeu o terceiro:
- Que nada!!! Os melhores são os bibliotecários. Dentro deles tudo está ordenado alfabeticamente.
O quarto cirurgião opinou:
-  Não há como os mecânicos. Eles até já transportam uma reserva dos órgãos que são necessários substituir.
 Finalmente, disse o quinto:
-Deixem-me discordar de todos vocês, meus caros colegas mas, em minha opinião, os melhores pacientes para operar são os políticos. Não têm coração, não têm estômago nem tomates... Além disso podemos trocar o cérebro pelo cu, pois como só têm ideias de merda não dão conta de nada e aínda agradecem.




quinta-feira, março 05, 2020


CONAN:- O MALDITO BÁRBARO

Sem estarmos à espera ele surgiu invadindo o nosso estar. Muito por culpa dos meios de comunicação social, que por falta de “rosas cigarras” elegeu esta epidemia como o melhor meio para criar impacto junto dos leitores, ouvintes e telespectadores. Não que seja estúpido tomar precauções contra o que quer que seja que provoque danos na saúde pública.

Os acidentes de estrada que matam milhares todos os anos não são dignos do mesmo tempo de antena. O tabaco e o álcool que são geradores de doenças imensas merecem nota de rodapé. O cancro que mata milhões todos aos anos não é objecto de uma acção de prevenção semelhante à que se está a desenvolver contra o bárbaro.

Tenho dificuldade em separar as águas e perceber o que é importante do que é alarmismo.

Agora uma professora incauta vai passear ao centro do furacão em Itália e a escola onde lecciona transforma-se num imenso Big Brother, em que cada jornalista pretende fazer de si um outro Cláudio Ramos. Parecem abutres. Mais ameaçadores do que os Conan.

Quantos dios que são atacados pelo vírus não se vacinaram? E ainda vão a tempo?

E não se dá tempo de antena suficiente aos que combatem a burrice dos que não se querem vacinar e nem sequer vacinam os filhos.

Já não falo dos organismos representativos de algumas classes profissionais ligadas à saúde e que em vez de se oferecerewm para colaborar com o Min. Da Saúde ou com a DGS, preferem os holofotes e as câmaras de TV, ajudando assim à implementação do alarme social.

Conan se vieres os que te odeiam irão dar-te combate.

 

terça-feira, março 03, 2020