terça-feira, outubro 02, 2007

ACÉDIA
Não conhecia a palavra. Vi-a numa transcrição breve de um artigo notável de Pacheco Pereira a propósito das eleições para secretário-geral do seu Partido.
O analista descreve assim o terramoto eleitoral que varreu o PSD: “Na lista dos pecados mortais inclui-se a "preguiça" e muita gente pensa que o pecado é mesmo a preguiça. Não é: o pecado mortal é a acedia que é outra coisa bem diferente. Um dos textos mais interessantes da Summa Theologica de Tomás de Aquino é sobre a acedia e por ele se percebe por que razão é um dos pecados "espirituais" mais complexos da lista cristã. A acedia é a indiferença face ao mal, uma "tristeza" face ao bem (Tristitia de bono spirituali) que mata a acção, um torpor perante uma obrigação presumida.Um dos grandes e eficazes eleitores de Menezes foi a acedia”.
Depois de ler isto fui aprofundar o significado da palavra e recorri ao Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa:
“Enfraquecimento da vontade; inércia, tibieza, preguiça; Melancolia profunda; Desordem mental caracterizada por apatia, melancolia e descuido; Abulia espiritual quanto ao exercício das virtudes, no que respeita a culto e à comunicação com Deus; Negligência, indiferença, mágoa. Prostração”
Pensei em Portugal. Pensei em Peniche. Pensei no que tenho tantas vezes dificuldade em perceber. Falamos do que se faz e não se devia fazer e no que não se faz e se devia fazer. Esquecemos o essencial na razão da ausência. Não queremos mesmo saber. Ou porque fazemos parte dum grande, enorme, fantástico “bloco central” de indiferença.
Esta palavra ACÉDIA tem de ser mais assumida pelo “sebastiano” adormecimento em que vivemos.
Nesta semana de comemorações republicanas trago-vos algumas figuras que marcaram o 1º quartel do século XX. Figuras que marcaram uma parte da nossa história. Que mereciam ser mais estudadas para podermos perceber melhor os “menezes” e os “santanas” que nos esperam. Ah! Era bom se começássemos a reler o Eça.
Esta minha proposta tanto tem a ver com as pessoas que pensam e usam ter a espinha direita no PSD, como no PS. Portugal vai tornar-se um país mais triste para todos.Afonso Costa – Doutorado em Direito. Lente na Universidade de Coimbra. Tribuno e orador notável. Dirigente do Partido republicano. Deputado e Parlamentar. Ministro da Justiça e por três vezes 1º Ministro.Alexandre Braga – Licenciado em Direito. Membro fundador do Partido Republicano. Deputado republicano e orador notável. Um dos mais nobres difusores do ideário da República. Foi ministro do Interior e da Justiça.Manuel Arriaga – Licenciado em Direito. Açoriano. Fundador do Partido Republicano. Deputado por este Partido antes da instauração da República. 1º Presidente da República eleito.Bernardino Machado – Licenciado em Matemática e Lente e Professor catedrático de Filosofia na universidade de Coimbra. Membro do Partido regenerador e depois do Partido Democrático. Presidente da República por duas vezes.

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