segunda-feira, janeiro 31, 2011

OS 70 ANOS DO GDP
O Grupo Desportivo de Peniche comemorou ontem os seus 70 anos de idade. Provecta idade que lhe confere um saber não desprezável. A sua festa de anos constituiu um exemplo de dignidade e de simplicidade. Da parte da tarde realizou-se um jogo de futebol da 16ª jornada do Campeonato de Futebol da III Divisão, zona E, com um dos 3 possíveis resultados nestas ocasiões.
À noite realizou-se um jantar de aniversário no Restaurante Voilá, aberto a todos os que se quiseram associar. Estiveram presentes jogadores de várias formações do clube, alguns associados e representantes do poder político local: O Vice-presidente da Câmara Municipal, Presidentes das Juntas de Freguesia, Presidente da Assembleia Municipal e o Deputado de Peniche na Assembleia da República pelo distrito de Leiria.
Associando-se a esta confraternização, o sócio Albertino das Neves apresentou uma publicação que organizou sobre o GDP ao longo dos tempos contemplando em especial os Corpos Sociais e as classificações durante os seus 70 anos. Para quem quiser no futuro estudar a evolução do GDP trata-se de um documento imprescindível que a não ter sido organizado corria o risco de se perder irremediavelmente.
Para mim filho de um dos fundadores, fica deste evento a alegria de saber que valeram a pena as tardes e noites de conversas no “Café Aviz” entre os jovens que na época praticavam futebol e alguns agentes sociais que a eles se associaram para formar o GDP.
Hoje em que as relações entre as pessoas se tornaram mais “disfuncionais”, em que a solidão entre 4 paredes e um teclado consiste numa particular forma de encontro de interesses, pode parecer estranho que para meia dúzia de pessoas em Peniche só existisse um desporto como forma de convívio social e 4 cafés e muitas tabernas, como pontos de encontro.
Nesse tempo para se ser amigo, era necessário conhecer-se e ter vivências conjuntas. As fórmulas que se criaram para eliminar a solidão entretanto, tornaram as pessoas mais isoladas ainda embora que com a ilusão de sentirem solidárias com milhares que não conhecem.
Mas voltemos ao GDP. Durante mais de 30 anos este foi i local de encontro dos jovens de Peniche. Aos domingos “A Festa”. Aqui, no Campo do Baluarte, ou nas localidades que visitava. As alegrias e os festejos de vitória, sucediam-se aos impropérios com que as derrotas eram saudadas e os seus autores. Ir às Caldas, a Torres e à Nazaré podiam ser autênticas aventuras das quais não havia a segurança de se poder chegar a casa completamente inteiro.
O GDP percorreu Portugal arrastando consigo o nome sacrossanto de Peniche. Ao futebol de Peniche se associavam designações que caíam no “goto” popular como pescador, Berlengas, sardinha assada e caldeirada. Era um tempo hermético e sem horizontes de que poucas iniciativas se libertavam.
A breve trecho o GDP aspirou a mais. A subir. A subida de divisão chegou a tornar-se uma obsessão que o catapultou para situações económicas deprimentes, das quais só agora parece estar completamente liberto.
O Peniche foi Honra e Glória, dificuldade e tristeza. Em 70 anos conseguiu uma vida de que se orgulha. Honrar o presente é a forma que podemos utilizar para lhe conferir um Futuro.
Parabéns ao GDP.

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