terça-feira, dezembro 11, 2012

EU PECADOR ME CONFESSO
Sou burro. Não percebo o Ministro das Finanças nem o 1º Ministro. Não percebo porque é que me “sacam” (uma maneira delicada de dizer roubam) todos os meses. Eu que nunca falhei com nenhum imposto. Eu que sempre descontei tudo o que tinha a descontar. Eu que estive 4 anos na tropa a defender o indefensável. Eu que nos últimos 20 anos de trabalho nunca gozei as férias a que tinha direito, porque considerava que o mais importante era uma Escola onde tudo funcionasse bem e com o mínimo de custos possíveis. Pois agora roubam-me o dinheiro que lhes dei a guardar. Para o meu futuro e o dos meus. E agora sou espoliado. O meu Natal será menos Natal porque esta corja de aldrabões chegou ao poder com falsas promessas e tem tornado este país, num albergue de pedintes, miseráveis e sem-abrigo.

Para além de burro tenho um coração empedernido. Não compreendi as palavras da Presidente do Banco Alimentar Contra a Fome e achei que ela estava a gozar com o pagode. Passados dias ela esclareceu-me definitivamente. Ela “curte” a caridadezinha. Solidariedade é um estado de espirito que lhe diz muito pouco. Percebi então que o Banco Alimentar era o sucedâneo do Movimento nacional Feminino. A senhora gosta de caridade. A solidariedade não é a sua estrada. Afinal sou burro e não sou caridoso. Os Homens e as Mulheres deste país de miséria são seres humanos como eu, que merecem o meu respeito. Não merecem que eu seja caridoso e lhes dê uma esmola. Merecem que eu seja solidário e exija para eles respeito e dignidade.

Vivemos um momento de separação de águas. Começamos finalmente a conhecermo-nos uns aos outros. Que eu não prestava para nada já eu sabia. Não sabia é que estava tão bem acompanhado.

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