Se perguntarmos à generalidade dos portugueses se considera que todos temos iguais direitos e deveres, tenho para mim que a resposta invariavelmente será não.
Eu por exemplo não tenho dúvidas que sou menos respeitado que o “sr. fulano de tal” só porque este cheira a dinheiro por todos os lados e eu cheiro a sobrevivência casual. O “sr. cicrano” merece vénias enquanto que eu levarei um “olá” circunstancial.
Isto para falar de aspectos de somenos importância. Porque se passarmos a aspectos substantivos ainda se tornam mais notórias as desigualdades.
Fotografias
minhas não servem para nada em revistas do “jet set” enquanto que outros porque
são de apelido “disto & daquilo” merecem ser referenciados.
Um
funcionário das finanças de capote alentejano suscita um sorriso amarelo. Se
for D. Duarte de Bragança é “chic”.E podíamos arranjar mais de 1 milhão de possibilidades. Mas não resisto a citar mais uma: - O Licas é um marginal que não é bom saudar. O Ricardo Salgado merece apertos de mão do presidente da Comissão de inquérito e sorrisos benevolentes de quem o aguarda na Assembleia da República.
Não
somos iguais em circunstância alguma. Mesmo que estejamos presos existem uns
que são mais uns que outros.
Por
isso não me insurjo contra a existência de grupos de VIP protegidos. Sempre
existiram. O que a constituição diz não passa de uma figura de retórica. Aliás
se alguém se preocupasse com a constituição há muito tempo que o actual governo
e o presidente da república teriam sido despedidos.
O
que está, está muito bem como está. Pelo menos não enganamos ninguém.
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