EU VIVI – IV
UMA LUFADA
DE AR FRESCO
A 1ª metade
da década de 70 foi para mim uma lufada de ar fresco. Em 1970/71 fui colocado
por amiga interferência do Beato Gonçalves na Escola Técnica de Alcobaça. Ali
fiz amigos e amigas que se tornaram parte integrante dos momentos mais
interessantes que o início da minha actividade como professor e como activista
politico me proporcionou. Ali num determinado sábado foi buscar-me à sala de
aula por volta das 11 horas da manhã, uma delegação da PIDE para me interrogar
em Leiria sobre o meu papel na Húmus. A propósito de um célebre d3ecreto-lei de
Marcelo Caetano que encerrava a maioria das Cooperativa livreiras e de carácter
cultural. Passados alguns meses fiz a minha primeira grande viagem a países da Europa
livre, nomeadamente França e Suiça. Em França visitámos o Bidonville de
Champigni onde encontrei penicheiros que trabalhavam em Paris na construção
civil.
Mas não foi
só “formação cívica” que fui buscar a Paris. As noites eram passadas nos bares
e cabarés onde vimos e ouvimos algumas das coisas que há época eram o que de
mais apelativo víamos em Portugal. Num tempo em que não havia internet
refira-se e em que a censura não deixava vender a informação que por lá corria.
Regressado
a Portugal, conseguia ir a Lisboa ver alguma coisa do que por lá se fazia e que
me ajudou na minha formação como pessoa.
Depois de
1974 vieram os anos loucos do PREC.
A minha ida para a República da
Guiné-Bissau como cooperante, o estágio e a fixação nos quadros do ME. Até 1980
não existem muitos mais registos.
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