D. MANUEL
CLEMENTE:
- O APÓSTOLO DA DESGRAÇA
Um estudo
do Observatório da Sociedade Portuguesa da Católica-Lisbon, publicado pelo
“Expresso” no passado sábado indica-nos que a Banca e a Igreja são as
instituições em que os portugueses menos confiam.
Após a
polémica com as orientações do supracitado torrejano aos casais recasados, esta
notícia representa o resultado de anos sucessivas de atitudes da Igreja Lusa
muito mais próxima dos cânones medievais, que de uma Igreja capaz de viver com
as pessoas dos dias de hoje.
Duas notas
me parecem dignas de registo. A primeira é que não li nem ouvi nenhuma
orientação de Sua Eminência sobre padres que fazem filhos às suas paroquianas.
Se calhar no seu coração estes padres continuam a ter um lugar muito particular.
A mim pessoalmente esta atitude diz-me muito. É que eu sou sobrinho-neto de um
clérigo que ensinava piano a uma menina da alta sociedade portuguesa e ao mesmo
tempo aproveitou para a introduzir nas delícias de Eros, premiando-a com uma
criancinha que perfilhou. Esse meu tio-avô (irmão do pai da minha avó
Guilhermina) até entrou para o seminário doando um edifício sua propriedade à
Igreja para poder ingressar no Seminário, edifício esse que a 1ª república veio
a nacionalizar e que mais tarde viria a ser a Casa de Trabalho e depois o
Traquinas e onde agora funciona a “Companha”.
Esse
clérigo veio a perder influência com a queda da Monarquia e hoje está sepultado
no cemitério de Peniche em coval nobre juntamento com o filho e a nora. Fico
feliz pelo Patriarca de Lisboa não ter nada contra os “truca-truca” de padres
mesmo que isso represente uma descendência. Já quanto aos católicos que se
deliciam nas manifestações de amor sem que a Igreja os tenha autorizado para
tal, isso já é outra história.
Vem agora o
“ministro da igreja” dizer que foi mal interpretado. Já vem tarde. Se este
clérigo fosse muçulmano, as mulheres não poderiam andar sem véu, nem ir ao
futebol. E provavelmente estaria hoje ao lado dos mais radicais colegas seus
muçulmanos que tanto repudiamos no Mundo civilizado.
Não consigo
pensar em gente assim no século XXI.
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