SER/ESTAR
CONFIANTE
9 meses
passaram sobre as últimas eleições autárquicas. Em Peniche houve uma espécie de
hecatombe eleitoral. Vindo aparentemente do nada um Grupo de Cidadãos tornou-se
a maior força política autárquica, destronando os partidos que desde 74/75
dividiam entre si o poder autárquico. PCP/MDP, PS, PPD, PS, PSD, PS e PCP são
os glutões que se têm banqueteado na mesa do ofertório concelhio.
Eu ao longo
dos meus anos de vivência em Democracia já votei MDP, PCP (nas suas várias
máscaras), PSD, PS e desta vez votei na Árvore.
Tenho tido
em particular atenção pelo que se tem passado na autarquia. Além de um tempo
inicial em que os derrotados demoraram a deglutir a derrota, não é demasiado
evidente o que se tem passado. Nas Freguesias as coisas acontecem com alguma
naturalidade ou de forma mais surpreendente. Na Atouguia o Afonso é igual a si
próprio activo e empenhado. Em Ferrel mandam os ferrelenses e na Serra
ensaiam-se modelos testados noutros lugares. Perante isto a grande surpresa é a
Junta de Peniche. Ninguém tinha dúvidas que substituir o anterior Presidente de
Junta não seria tarefa fácil. Pelo trabalho em si. Por se tratar de uma mulher
no lugar de um homem impositivo. Por ter ganho a Junta perante adversários determinados
e alguns com experiência de vida autárquica. O que é certo é que a Presidente
da Junta, a mossa Presidente tem vindo a impor-se pela sua capacidade de
trabalho e determinação. Ouve as pessoas correligionários e adversários e toma
as suas decisões em função do que é melhor para quem vive na cidade. Claro que
se aconselha. Claro que tem o apoio do Presidente da Câmara. Mas também tem o
apoio dos que formam a Junta com ela e dos seus trabalhadores. Está a ganhar o
respeito de amigos e adversários o que não é pouco nos tempos que correm.
Quanto à
Câmara Municipal. O seu Presidente é a mesma pessoa impoluta, honesta e
trabalhadora que todos sempre conhecemos. Não tem cartões de crédito da Câmara
para despesas que faz no desempenho do seu cargo. Apresenta os recibos das
despesas efectuadas. Isso diz alguma coisa sobre a pessoa que é. E estabelece
alguma diferença em relação a congéneres anteriores. Está a arrumar a casa.
Anos e anos de viver para o retrato e para as câmaras deixaram um forte rasto.
Isso não o libertará para um trabalho mais no exterior, mas acredito que ele
irá encontrar o tempo que em que saberá tornar isso possível. Os vereadores com
pelouros que o acompanham estão a aprender a lidar e trabalhar com politiquices
caseiras. No que se refere ao seu trabalho especifico que lhes foi cometido na
distribuição de tarefas pelo Presidente estão a executá-las com muito empenho e
denodo. Sem se preocuparem se ficam bem na fotografia. O que só lhes fica bem.
E os
vereadores da oposição? São a oposição que temos na terrinha que é Peniche. É
um exercício fastidioso e enfadonho mas necessário para percebê-los ler as
actas da Câmara no mandato anterior e no actual. E como se repetem os
vereadores do PS e do PSD, não encontramos nada de novo nos seus discursos. Não
perceberam porque perderam e continuam iguais a si próprios. Neste capítulo
honra seja feita ao vereador do PCP.
De resto
deixo aqui uma nota à margem. Já em tempo contestei a falta de transparência
que representa advogados como vereadores sem que entreguem na Câmara a listagem
dos seus clientes ficando desde logo impedidos de opinar em matérias que os
envolvam directa ou indirectamente. O mesmo deveria acontecer para engenheiros
civis, arquitectos e afins que trabalham em projectos a serem aprovados pela
Câmara onde são vereadores e se manifestam concordando ou discordando de projectos
apresentados por colegas seus. Quem garante que as suas atitudes não estão
condicionadas pelo dinheiro e interesses de quem lhes paga?
Daqui a uns
tempos voltaremos ao desempenho da actividade desenvolvida pelo poder local.
Até aqui ainda não me arrependi de ter votado como votei.
PS: -
Razões de natureza pessoal levam-me a não fazer quaisquer post até ao próximo
sábado. È um sossego verem-se livres de mim durante praticamente uma semana.
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