É TEMPO DE REVIVALISMOS
È tempo de
Natal e tempo de recordações nos assaltarem. Quando não somos nós a desenterrá-las
no mais fundo do baú das nossas memórias, são farrapos do passado que nos
assaltam sem estarmos preparados para isso.
Um destes dias
recebi uma mensagem através deste blog de uma pessoa que há cerca (ou há mais)
de 40 anos eu não sabia dela. Refiro-me ao Lino Sebastião que foi aqui funcionário
bancário do Banco Pinto de Magalhães. Ele acabou por sair de Peniche para uma
outra localidade, e só a mulher dele que também era professora aqui na Zona
Oeste fui encontrando esporadicamente.
Pois o Lino
contactou comigo porque mantém em poder dele algum do espólio da Húmus, cooperativa
livreira criada nos tempos do anterior regime, que por extinção decretada pela
PIDE/DGS veio a dar origem à livraria Arco Íris.
O Lino como
veio percebendo que eu gostava de ir transmitindo acontecimentos do passado que
determinaram muito do presente de Peniche hoje, sugeriu-me que nos encontrássemos
para analisar aquele espólio e percebermos se em parte terá utilidade para este
Incipiente “contador
de histórias”.
Esse
espólio refere-se aos aspectos mais específicos da contabilidade da Húmus e da
livraria que lhe sucedeu. Isso não significa que não possam vir a ser úteis
para conhecer melhor os anos 60 e 70 de Peniche e das suas gentes. Mas o que
este encontro a concretizar valerá mais é pelas memórias que nos irá suscitar.
As gentes que conhecemos e com quem colaborámos em actividades ditas mais ou
menos subversivas na altura.
O Lino
fazia da parte daquele grupo de actividades mais intensas onde estavam os
Carlos, o Mota e o Vital, o Adelino leitão, o Desejável, o Delgado, o
inevitável Zé Rosa e tantos, tantos outros que quiseram e souberam fazer de uma
vida solidária o seu objectivo.
Ao
contrário do que é hoje imaginável os telefones eram um bem de luxo. Não
existiam telemóveis, nem internet. O livro era o grande educador e os jornais a
melhor de todas as fontes de informação.
2 comentários:
Os revivalismos são-nos sempre gratos.
Os livros eram o pão que tínhamos de proteger das aves de rapina.
Os jornais careciam da arte de saber ler nas linhas e entrelinhas.
Um abraço
Lino
E as mulheres da Húmus?
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