VÃO LÁ 55
ANOS
Nos idos de
60 do século passado tive a alegria de receber na Associação Recreativa
Penichense o Dr. Jorge Sampaio que veio moderar um debate sobre RACISMO,
organizado pelo CICARP em 1968. Eu conhecia-o desde os tempos das RIA (Reuniões
Inter Associações) dos tempos das lutas académicas de 1962.
Ontem vi o
Dr. Jorge Sampaio, revi o companheiro de lutas, o intelectual nobre, o Digno
Presidente da República. E fiquei a pensar que 55 anos marcaram todos nós.
Revi o meu
colega do IIL Álvaro Pato, jovem estudante e companheiro da Associação de
Estudantes. Recordei o funeral da sua mão, Albina Pato, assassinada de forma
directa e indirecta pela PIDE/DGS. O abraço que trocámos foi para recordar sem
palavras tudo o que ficou para trás.
Revi a
Conceição Matos Abrantes, que conheci aqui em Peniche nos tempos da Húmus e os
2 recordámos tantos que tanto deram no apoio aos familiares dos presos
políticos. E uma lágrima saltitou quando ela me falou do Zé Rosa.
Ontem na
Fortaleza vi andar para trás o filme da minha vida sócio/política. Recordei com
amigos daquele tempo a Taurina Zuzarte na República da Guiné-Bissau, os 2
cooperantes pós 25 de Novembro.
Terminado o
descerramento do Mural vim-me embora. Aquele palco já não era o meu. Era dos políticos
e de quem precisava de se mostrar. Eu já tinha encontrado os meus fantasmas e
sobressaindo de todos tinha visto o meu avô, Benjamim Costa, que ali foi preso
em 1927 depois do golpe contra a I República e que veio a instituir o odiado
Estado Novo de odienta memória.
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