EU E AS
FÁBRICAS DE CONSERVAS
Um destes
dias vi passar na SIC uma notícia (reportagem) sobre as conservas de peixe no
Algarve. Isto fez-me regressar a uma parte das minhas origens. Se pelo lado do
meu pai tudo tem a ver com Peniche, pelo lado da minha mãe existem várias
regiões do país que se cruzam. Baião no Norte, Setúbal e Nazaré.
O pai da
minha mãe (Manuel Pinto Monteiro) era soldador e foi aparar a Setúbal nessa
qualidade para a soldadura manual das latas de conserva.
o meu avô materno, Manuel Pinto Monteiro
Casou lá com Maria
Dionísia dos Anjos de quem teve 3 filhas. Tornou a casar e vieram mais 2
filhas. Entretanto com o aparecimento das máquinas de soldar latas automáticas,
(nos anos 30 do séc. passado), fez parte de umas milhares de soldadores que se
viram no desemprego por todo o país.
A minha mãe e as suas 4 irmãs
Com cinco filhas em casa o meu avô tratou
de entregar 2 delas a familiares que as pudessem criar. Foi assim que a minha
mãe Natália e a minha tua Idália, (aduas mais velhas) vieram parar a Peniche
a casa de umas irmãs de meu avô que tinham casado na Nazaré e vindo para
Peniche onde a apanha de peixe corria de forma mais favorável. A irmã de meu
avô era casada com o Tónio da Velha de saudosa memória.
A minha mãe
que tinha tirado o curso de “Corte & Costura” que a Clarck organizava para
quem comprava a régua de moldes, começou a trabalhar com sucesso nessa
actividade.
a minha mãe
A minha tia entretanto veio a casar com um pescador muito
experiente (o Zé Canão) constituindo um casal feliz até à morte.
A minha mãe
era uma jovenzinha de 17/18 anos lindíssima, e que vestia muito bem com a roupa
elaborada por ela. O meu pai que era um grande “sargalhão”, viu aquela
“jeitosa” e foi-se a ela. Assim foi que nasci eu e o meu irmão frutos da
relação entre um engatatão filho-família de Peniche e uma filha de um soldador
de latas de conserva no desemprego em consequência da revolução industrial na
indústria conserveira.
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