EM NOME DAS
VITIMAS
Sempre que
se aproxima um ciclo eleitoral, ou que novos órgãos executivos de poder
político entram em funções, é certo e sabido que sindicatos e as forças
políticas ( e partidárias) que os sustentam aparecem com cadernos
reivindicativos ferozes, tentando com isso minar quem exerce o ónus da
governação.
Desta vez
(?) tem tido particular incidência a Fenprof e os sindicatos seus acólitos, e
mais um que se designa por Stop.
É aqui que
me quero fixar.
Muitos de
nós se lembram ainda do que foi a sua “Escola Primária”. UM LUGAR DE TERROR. Eu conheci colegas amigos e amigas que antes de
irem para a Escola vomitavam o pouco que tinham no estômago a pensar na
violência a que iriam ser submetidos se alguma coisa não soubessem, ou se
dessem uma resposta inadequada.
Professores
existiam que a par do retrato de salazar e a cruz tinham a régua com buracos em
cima da secretária para desde logo os meninos e meninas percebessem o que os
esperava. Não existiam directores de escola a quem alguém pudesse dizer alguma
coisa, porque eles eram tão violentos ou mais que os próprios professores. E se
os pais dissessem alguma coisa poderia ser considerado como uma revolta contra
o regime vigente e nesses casos a Legião, ou a PIDE, ou a GNR, estariam a
postos para calar os mais reivindicativos.
~Com uma
cobertura destas milhares de professores sentiam-se libertos para instalarem o
regime de terror que imperava na sua sala de aula, convictos que a força da
régua ou do caniço, ou do cachaço faria com que eles aprendessem.
Para já não
falar da violência psicológica que era exercida sobre aquelas crianças.
Claro que
existiam professores diferentes. Melhores. Mais humanos. Mas a generalidade
impunha-se pelo medo e pela violência.
Muitos
milhares de crianças daquela época ficaram marcadas pelo terror que sentiam
pela Escola e pelo professor. Quando hoje ouço o autocrata que preside á
Fenprof, falar sobre violência nas Escolas, isso dá-me vontade de gritar. Só
agora existe violência. E quando ela se exercia em sentido único? Os
professores contra os alunos? Quem defendia estes últimos?
O que
impediu que este estado de coisas se prolongasse foi o 25 de Abril e os
professores perceberem que teriam que guardar a régua ou poderiam ser eles as vitimas.
Ora no
meuio deste frenesim ainda não ouvi nenhum sindicato de professores vir a terreiro
PEDIR DESCULPA aos milhares de
alunos que foram submetidos a violência e terror pela parte de tantos e tantos
professores.
Peçam PERDÃO pelos erros cometidos no passado
contra as crianças. Afinal quem ensinou a violência como forma de educação?
Reconheçam os erros cometidos. E aí encetemos um novo diálogo mais construtivo
e humanista.
E não me
venham com a história de que os professores actuais não são responsáveis pelo
que acontecia nas décadas de 40, 50 e 60 do século passado. Somos todos hoje
fruto dos saberes que nos foram transmitidos gerações após gerações. O Homem é
ele e as suas circunstâncias.
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