O CONDE DE
PENICHE
Faz parte
das memórias de alguns de nós mais velhos, aquele a quem designávamos por “Conde
de Falaxo”.
De quem eu
nunca tinha ouvido falar era do Conde de Peniche.
Eu pecador
me confesso: Considerando-me um tipo de esquerda, sempre ao longo dos anos tive
uma admiração pelos escritos de Vasco Pulido Valente, desaparecido do nosso
convívio há cerca de 2/3 semanas. Pela sua prosa. Pela sua acutilância. Pelo seu
percurso político e académico. Eu era um leitor convicto das suas crónicas no
jornal “Público” aos sábados e tendo alguns livros dele havia um que foi
deixado para trás. Era o “FUNDO DA GAVETA”. Um livro que
aborda a “CONTRA-REVOLUÇÃO E REDICALISMO
NO PORTUGAL MODERNO”.
Foi esse
livro que elegi para viajar comigo diariamente para Lisboa.
Eis senão
quando a páginas tantas (pag. 133) me salta à vista de supetão uma referência
ao Conde de Peniche. Este era um particular apoiante dos grupos radicais que
combatiam miguelistas e4 apoiante de D. Pedro.
Os
capítulos em que VPV faz referência ao Conde de Peniche e aos penicheiros seus
apoiantes, são:
- O
Renascimento do Radicalismo -1867
- A
Janeirinha (1867-1868)
- O Caos Radical
(1868-1870)
- O
Progressismo Moderado (1868 – 1870)
- A Última
Saldanhada (1869 –1870)
Resumamos
este cavalheiro no seu tempo:
À época o
Conde de Peniche era D. Caetano Gaspar de Almeida Noronha Portugal Camões
Albuquerque Moniz e Sousa que não tinha nada a ver com Peniche, era tão só um
título nobiliárquico atribuído a um Senhor da época por feitos considerados
dignos de registo pelo Rei. O 1º título de Conde de Peniche foi atribuído a D.
Caetano José de Noronha e Albuquerque e foi extinto com a implantação da
República.
O Conde de
Peniche na época relatada por VPV era um tipo que o que pretendia era o poder
pelo poder e fazia alianças com progressistas, liberais e mesmo socialistas com
o objectivo único de se tornar Primeiro-Ministro e dono do poder no Reino em
Portugal. Os penicheiros não tinham nada a ver com a terra Peniche, eram tão só
os apoiantes do Conde.
Foram estas
lutas entre facções aoiamtes quer de D. Pedro, quer de D. Miguel que deram
origem ao aparecimento da República em Portugal. Isso lhes devemos. Só trago
isto agora aqui., pela curiosidade de ver o nome da nossa terra ligado às lutas
fratricidas do Reino de Portugal.
Ao ler este
livro, encontrei aqui similitudes com o Portugal e o meu concelho de hoje. E
esta hein???
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