A MINHA MÁSCARA
A minha
máscara não é minha. Isto é, ela é minha mas não foi elaborada por mim. Foi
feita por uma aluna do 6º ano de escolaridade, luso-africana, na Escola Dr.
João das Regras da Lourinhã, com a supervisão da Profª Julieta.
Desde o
início da sua execução que me deixei apaixonar por ela. Eu tinha estado há
alguns anos como professor cooperante na República da Guiné-Bissau e esta
máscara continha em si mesma o que de melhor eu lá tinha encontrado.
E era tão
evidente o meu entusiasmo por aquele trabalho, que depois de pintada e cozida a
peça a aluna (acredito que motivada pela professora), com muito carinho ma
ofereceu.
Desde então
nunca mais deixou de estar perto de mim esta maravilhosa máscara. Que veio a
ganhar uma nova relevância com as últimas ocorrências.
Máscara é
máscara e esta não foge à sua função: resguardar e esconder. Resguardar o que
não pode ser exposto e esconder o que não se deseja que seja evidente. Assim
somos nós. Só podemos sobreviver se nos resguardarmos do que nos pretende
atingir e se escondermos o que de nós mais vulnerável é.
Mais uma
vez para mim ser professor foi uma bênção que continuo a dever ao meu pai. Pelo
que aprendi e pelo que guardei desse tempo dourado da minha vida.
Nota: Por lapso meu, não referi que a máscara de que vos falo foi feita pela aluna Gisela, do 6º E - ano lectivo 1988/89
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