quarta-feira, junho 10, 2020


A MINHA MÁSCARA

A minha máscara não é minha. Isto é, ela é minha mas não foi elaborada por mim. Foi feita por uma aluna do 6º ano de escolaridade, luso-africana, na Escola Dr. João das Regras da Lourinhã, com a supervisão da Profª Julieta.

Desde o início da sua execução que me deixei apaixonar por ela. Eu tinha estado há alguns anos como professor cooperante na República da Guiné-Bissau e esta máscara continha em si mesma o que de melhor eu lá tinha encontrado.

E era tão evidente o meu entusiasmo por aquele trabalho, que depois de pintada e cozida a peça a aluna (acredito que motivada pela professora), com muito carinho ma ofereceu.

Desde então nunca mais deixou de estar perto de mim esta maravilhosa máscara. Que veio a ganhar uma nova relevância com as últimas ocorrências.

Máscara é máscara e esta não foge à sua função: resguardar e esconder. Resguardar o que não pode ser exposto e esconder o que não se deseja que seja evidente. Assim somos nós. Só podemos sobreviver se nos resguardarmos do que nos pretende atingir e se escondermos o que de nós mais vulnerável é.

Mais uma vez para mim ser professor foi uma bênção que continuo a dever ao meu pai. Pelo que aprendi e pelo que guardei desse tempo dourado da minha vida.
Nota: Por lapso meu, não referi que a máscara de que vos falo foi feita pela aluna Gisela, do 6º E - ano lectivo 1988/89

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