AINDA A
GREVE DOS ENFERMEIROS
Dei comigo
a pensar neste assunto. A quem afecta realmente a greve destes profissionais?
Não é por certo à classe média (à que ainda existe), nem à classe média alta.
Muito menos é aos ricos. Todos estes na ausência de um serviço Nacional de
saúde emperrados palas greves, têm sempre a opção das clínicas privadas. Aí as
greves são inexistentes.
Quem é
afectado por estas greves são os mais pobres e os pobres de entre os pobres que
não têm outra opção que não seja o SNS. São os seus filhos. São os seus velhos.
Quem vê
cirurgias adiadas, quem vê exames interrompidos, quem se vê ignorado, adiado e
esquecido são os mais pobres de entre os pobres. São esses que as greves de
médicos e enfermeiros atingem.
Por
outro lado como é que é possível profissionais da saúde dizerem-nos que exames clínicos
ou cirurgias adiadas não têm consequências para a vidas das pessoas? Não nos
disseram toda a vida que é a medicina preventiva que salva pessoas? Que o
futuro trata-se no presente? É claro
Que não
são os utentes das CUF, ou dos Lusíadas que irão ficar prejudicados. Esses não
terão nem exames, nem cirurgias adiadas.
Expliquem-me
lá então melhor a quem pretendem atingir os profissionais da saúde com estas
greves. Não podem então estes técnicos lutar pelos seus direitos? Claro que
podem. Têm é de escolher os meios de luta que afectem quem lhes paga e não os
miseráveis. Esses nem sequer votam. E portanto não os vão nunca entender.
Perdoem-me
o desabafo. Mas cada vez entendo menos de tudo.
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