SER
BOMBEIRO VOLUNTÁRIO…
É uma
paixão. É um estado de alma. Os meninos reconhecem aquele som, TINONI, TINONI,
TINONI e reveem-se nele. É um som que faz parte do seu imaginário. Não tem a
ver nem com protagonismo, nem com objectivos de poder pessoal seja de que tipo
for. É naquele som que surge pela primeira vez o ideal da solidariedade. Sem
mais nada. Não tem a ver com imagens televisivas nem com objectivos de promoção
individual.
Claro que é
uma paixão que se alimenta ou acaba por se diluir. A não ser que seja vista
como uma forma de atingir objectivos pessoais espúrios. Nesse caso estar nos
Bombeiros Voluntários, já não é a mesma coisa que ser Bombeiro Voluntário.
Estar já não é ser. Pode até acabar por ser parte de um processo de utilizar um
meio para poder chegar a um fim mais ou menos inconfessável.
Assim vejo
esta participação do sr. Presidente do Sporting, perdão o sr. Jaime Marta
Soares, neste diferendo em que estão mergulhados os Bombeiros Voluntários
portugueses. Apagados que estão os holofotes das futebolistas contendas,
haveria que acender outros. Para que as ambições pessoais não es esfumem. Para
que os protagonismos individuais não se esfumem. Para que a ribalta não fuja.
Esta guerra não é dos Bombeiros Voluntários. A deles é contra o que vitima
pessoas inocentes. Esta é para que não se apaguem luzes individuais.
Os
Bombeiros Voluntários, porque o são, têm todo o direito de dizer com o que se
identificam e o que faz bem à sua participação em atitudes de voluntarismo e de
solidariedade. A sua actividade não é um comércio. Mas como todas as paixões
precisa de ser alimentada por atitudes recíprocas de respeito e dignidade. Têm
o direito de dizer que não com o que não se identificam. Mas não conseguem ser
sublimes quando se tornam joguetes de guerras político-partidárias que não são
suas.
Quando
aquele que é voluntário se alimenta de si próprio para atingir fins que não são
da solidariedade, então é porque já não é Voluntário tornou-se um comerciante
do bem e perdeu o respeito por si próprio e já não pode exigir o respeito dos
outros.
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