E AGORA?
Mais um ano
já feito. Ainda se os desfizesse. Mas fazê-los não parece de quem tem muito
juízo. (Já li isto em qualquer lado)
O tempo, a
passagem dos anos é uma coisa fantástica. A gente aprende e apreende tanto.
Ser velho é
lindo. É saber. É ver com outros olhos que nunca antes acreditávamos que
tínhamos.
Tem coisas
que magoam. A perda de alguns dos nossos mais queridos. Ficamos com a memória
deles e tantas vezes quando estamos sós, damos por nós a conversar com eles. A
desejar que estejam ao nosso lado e nos escutem.
Depois
pensamos no meio que nos envolve. No meu caso particular Peniche e o seu
Concelho. Desde logo viver numa ilha é gratificante. Conhecemo-nos todos ou a
maior parte de nós. Depois podemos ter uma visão profunda e vasta de um mar que
nos rodeia e nos enche de esperança para um além imenso. O Mar, todo este esplendoroso
mar. Depois somos um Concelho tão pequenino que nos é fácil perceber que as
batatas, as couves e as cenouras não nascem nos supermercados. Temos ainda a
capacidade dos ilhéus em nos sentirmos felizes com todos os que vindos de fora nos
escolhem para viver. Estabelecemos uma espécie de osmose com todos os que aqui
calem vindos do nada que é tudo o que fica para lá dos nossos limites.
Assim é que
algarvios e gentes do norte, nazarenos e ciganos, pretos e asiáticos somos
Peniche. Claro que a nossa condição territorial nos traz problemas de
limitações globais que não é resolúvel com os Facebooks estúpidos que nos
invadiram. Mas enfim, os deuses que foram tão pródigos em tanta coisa tinham de
cuidar das outras terras espalhadas por esse mundo fora.
Mas a ideia
que quero que fique de mais um aniversário meu é de um epitáfio que me poderá
ser afixado na sepultura: “Ele gostava tanto da vida, que só de pensar que
morreria já tinha saudades dele”.
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