segunda-feira, junho 03, 2019


E AGORA?

Mais um ano já feito. Ainda se os desfizesse. Mas fazê-los não parece de quem tem muito juízo. (Já li isto em qualquer lado)

O tempo, a passagem dos anos é uma coisa fantástica. A gente aprende e apreende tanto.

Ser velho é lindo. É saber. É ver com outros olhos que nunca antes acreditávamos que tínhamos.

Tem coisas que magoam. A perda de alguns dos nossos mais queridos. Ficamos com a memória deles e tantas vezes quando estamos sós, damos por nós a conversar com eles. A desejar que estejam ao nosso lado e nos escutem.

Depois pensamos no meio que nos envolve. No meu caso particular Peniche e o seu Concelho. Desde logo viver numa ilha é gratificante. Conhecemo-nos todos ou a maior parte de nós. Depois podemos ter uma visão profunda e vasta de um mar que nos rodeia e nos enche de esperança para um além imenso. O Mar, todo este esplendoroso mar. Depois somos um Concelho tão pequenino que nos é fácil perceber que as batatas, as couves e as cenouras não nascem nos supermercados. Temos ainda a capacidade dos ilhéus em nos sentirmos felizes com todos os que vindos de fora nos escolhem para viver. Estabelecemos uma espécie de osmose com todos os que aqui calem vindos do nada que é tudo o que fica para lá dos nossos limites.

Assim é que algarvios e gentes do norte, nazarenos e ciganos, pretos e asiáticos somos Peniche. Claro que a nossa condição territorial nos traz problemas de limitações globais que não é resolúvel com os Facebooks estúpidos que nos invadiram. Mas enfim, os deuses que foram tão pródigos em tanta coisa tinham de cuidar das outras terras espalhadas por esse mundo fora.

Mas a ideia que quero que fique de mais um aniversário meu é de um epitáfio que me poderá ser afixado na sepultura: “Ele gostava tanto da vida, que só de pensar que morreria já tinha saudades dele”.

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