A AVALIAÇÃO É UM ESTADO DE ALMA: -
SINTO-ME FELIZ
O XXII
Governo Constitucional decidiu incluir no seu programa uma decisão que será
controversa qb para uns quantos, ser interdita a reprovação de alunos no Ensino
Básico (até ao 9º ano).
Há mais de 30
anos que advogo esta medida. Não sendo decisão dos diferentes governos, que
fosse das escolas pelo seu Projecto Educativo. Esbarrei sempre numa oposição
feroz, pela parte em primeiro lugar dos professores e depois das próprias
inspecções pedagógicas.
Para os
professores a expulsão da sala de aula e a reprovação constituíram sempre o
último recurso para a imposição da sua autoridade.
A partir de
certo tempo aquilo que constituía anualmente um trabalho de estudo, “A
AVALIAÇÃO EM ACTIVIDADE DOCENTE” passou a ser completamente banido das
actividades anteriores ao inicio do ano lectivo. Para mim é claro porquê. Se os
professores nunca consideraram prioritária a sua própria avaliação, temiam o
contrassenso de estudar a avaliação de alunos.
Existiam
mesmo alguns professores que faziam das suas reprovações (que passaram
eufemisticamente a designar-se por retenções), as suas medalhas de qualidade
como professores. E os encarregados de educação consideravam essas retenções como coisa natural e
pedagógica. Pois se os filhos nem sequer queriam estudar como aceitar que eles
transitassem de ano?
Poucas
(raríssimas escolas) discutiam ao longo do ano lectivo e das férias dos alunos,
modelos alternativos para a retenção. Aceitou-se que a solução seriam aulas de
extensão curricular nas disciplinas onde se verificavam lacunas na
aprendizagem, mas orientadas pelos mesmos professores e segundo os modelos já
usados na sala de aula. Isto é passou a haver mais do mesmo e sem que os
resultados se alterassem.
Pediam-se
relatórios e mais relatórios que ninguém lia e tornavam-se os professore
escribas do desastre anunciado.
Esta medida
resolverá os problemas do insucesso escolar? Creio que não porque eles
prendem-se com os problemas da comunidade em que está inserida. Prendem-se com
a Formação de Professores.
Julgo que
merece a pena pensar nesta medida como forma de criar Homens e Mulheres úteis à
sociedade e solidários com todos.
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