terça-feira, agosto 06, 2019


EU E AS FÁBRICAS DE CONSERVAS

Um destes dias vi passar na SIC uma notícia (reportagem) sobre as conservas de peixe no Algarve. Isto fez-me regressar a uma parte das minhas origens. Se pelo lado do meu pai tudo tem a ver com Peniche, pelo lado da minha mãe existem várias regiões do país que se cruzam. Baião no Norte, Setúbal e Nazaré.

O pai da minha mãe (Manuel Pinto Monteiro) era soldador e foi aparar a Setúbal nessa qualidade para a soldadura manual das latas de conserva.
o meu avô materno, Manuel Pinto Monteiro
Casou lá com Maria Dionísia dos Anjos de quem teve 3 filhas. Tornou a casar e vieram mais 2 filhas. Entretanto com o aparecimento das máquinas de soldar latas automáticas, (nos anos 30 do séc. passado), fez parte de umas milhares de soldadores que se viram no desemprego por todo o país.
A  minha mãe e as suas 4 irmãs
Com cinco filhas em casa o meu avô tratou de entregar 2 delas a familiares que as pudessem criar. Foi assim que a minha mãe Natália e a minha tua Idália, (aduas mais velhas) vieram parar a Peniche a casa de umas irmãs de meu avô que tinham casado na Nazaré e vindo para Peniche onde a apanha de peixe corria de forma mais favorável. A irmã de meu avô era casada com o Tónio da Velha de saudosa memória.

A minha mãe que tinha tirado o curso de “Corte & Costura” que a Clarck organizava para quem comprava a régua de moldes, começou a trabalhar com sucesso nessa actividade.
 a minha mãe
A minha tia entretanto veio a casar com um pescador muito experiente (o Zé Canão) constituindo um casal feliz até à morte.

A minha mãe era uma jovenzinha de 17/18 anos lindíssima, e que vestia muito bem com a roupa elaborada por ela. O meu pai que era um grande “sargalhão”, viu aquela “jeitosa” e foi-se a ela. Assim foi que nasci eu e o meu irmão frutos da relação entre um engatatão filho-família de Peniche e uma filha de um soldador de latas de conserva no desemprego em consequência da revolução industrial na indústria conserveira.   

 

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