domingo, dezembro 30, 2007

FELIZ ANO NOVO
Por mais que seja irresístivel tentar fugir ao lugar comum, cá estou eu desejando um Bom Ano Novo aos meus familiares e amigos.
Interrogo-me pensando no que desejaria eu para 2008. Julgo que a facilidade com que nos ocorrem os votos para um ano novo, são directamente proporcionais ao sentimento de insegurança e de pavor que sentimos perante o desconhecido que nos aguarda irremediavelmente.
2008 é mais o covil de Kafka que a Montanha Mágica de Thomas Mann. Percebo a frustação e a impotência. Percebo a actualidade dos “Maias” do Eça. Sou então um idiota entre tantos outros a arranjar desculpas para a minha vacuidade.
Gosto de gostar. Gosto de estar aqui. Onde estou agora e onde estarei se alguém ler o que acabo de escrever. Desejo então para mim e para os de quem gosto, a vontade de se sentirem bem. Em 2008 espero poder continuar a interessar-me por Peniche, ainda que seja só para saber até que ponto resistirá a tanto assalto à mão armada. E não estou a falar daqueles assaltantes que são julgados nos tribunais. Em 2008 espero que não se faça nada de importante em Peniche. Tenho tantas saudades do tempo em que a minha rua era um sítio que ninguém invejava. E em que se demorava tanto tempo para cá chegar. E em que era uma aventura ir aos Remédios. Não destes fenómenos em si mesmos. Mas do que eles representavam. Desejo que 2008 seja 2008.

sábado, dezembro 29, 2007

FIM DE ANO
Este final de ano está a ser do melhor que há. Morre no Paquistão uma candidata a 1º Ministro e logo o “Rei” dos EUA vem lamentar o que aconteceu, esquecendo como é óbvio o que tem acontecido no país dele, com o assassinato de presidentes, sem que num caso bem presente se tenha chegado à conclusão de quem efectivamente foi o assassino e a mando de quem.
Aqui na terra dos “portugas” ministros e oposição, gente do dinheiro e economistas, teem-se desunhado em volta da “caldeirada” em que o Millennium/BCP se tornou. Para que nenhum de nós tenha dúvidas absolutamente nenhumas PS e PSD dividem entre si as iguarias dos ricos. É um cozinhado entre eles, sem que Presidente da República, Procurador ou Provedor se insurjam contra tanta obscenidade.
Depois havemos nós os luso-provincianos de nos admirar quando os “politicozecos” que proliferam aí por essas terrinhas, até jornais pagam, para atingir o poleiro do poder.
O ano está a encerrar como começou, porco e mau. 2008 não augura nada de bom. Teremos ao menos saúde?

quinta-feira, dezembro 27, 2007

MANHÃ DE NATAL
Por uma questão de sensibilidade ou de velhice, ou as duas coisas juntas, não me canso de falar do Natal. Afinal de contas é prefeível do que falar do Sócrates ou do “pantomineiro” do Menezes.
Este ano acordei cedo como em quase todas as manhãs de Natal de que me lembro. Tomei banho e em seguida sentámo-nos à mesa para tomar o pequeno almoço. A minha mulher fez do pequeno almoço das manhãs de Natal um ritual. Café e sonhos feitos pela minha sogra. Acabado o repasto e depois de ajudar a Anita na preparação do almoço, saímos para a rua à procura dum sítio que estivesse aberto para beber uma bica.
Este é o ritual de sempre. Eu a Anita e a Maria em busca dum café. Percorremos várias ruas em busca do tal sítio.Lá encontrámos o “Café dos Pescadores” aberto. Fomos buscar a minha sogra e a minha cunhada. O almoço de 25 de Dezembro tem que ser com todos nós. Foi então que descobri uma coisa que me encheu de angústia: -Não havia meninas na rua com bonecas, ou a empurrar carrinhos com bonecas. Não havia rapazes com carrinhos. Ou com bolas novas. Não se viam crianças na rua com ar de quem está todo contente com a visita do Pai Natal, ou com os milagres do Menino Jesus, vestindo aquelas roupas novas que as avós sempre pôem nos sapatinhos.
E foi disso que me queixei à minha família. Não vejo crianças na manhã de Natal. A minha filha mais arguta e com uma perspectiva mais contemporânea que a minha retorquiu: - Pai! As prendas de ntal agora são Computadoras e PSPs.
E foi assim que a tecnologia matou mais uma tradição…

quarta-feira, dezembro 26, 2007

PRENDAS DE NATAL
Vou contar das minhas prendas de Natal. Não de quem as deu. Nem de todas. Recibi muitas. Não falo das roupas. Nem dos acessórios para o escritório ou para o reforço da minha beleza indiscutível.
Vou falar-vos dos livros. Sou um afortunado. Ofereceram-me “MOCIDADE PORTUGUESA FEMININA” da Irene Flunsher Pimentel. A Mesma autora de “a história da PIDE”.
Depois ofereceram-me “HISTÓRIA DO FEIO” e “HISTÓRIA DA BELEZA” dois livros com a Direcção de Umberto Eco.
O “D. AFONSO HENRIQUES” de José Matoso foi outra das grandes surpresas do Natal de 2007.
De um amigo que muito prezo e que conheci na minha passagem política pela CMP, recebi “O PORTUGUÊS QUE NOS PARIU” de Angela Dutra de Menezes. Boa escolha meu bom amigo.
Recebi o 1º Volume dos “PEANUTS 1950-1952”. Vai ficar-me muito cara esta oferta.
“O FAZEDOR DE UTUPIAS – Uma Biografia de Amílcar Cabral” de António Tomás foi outra das ofertas. Vou recordar a minha passagem como cooperante pela República da Guiné-Bissau onde conheci a maior parte das figuras históricas a que este livro se refere.
“O AZULEJO nas Caldas da Rainha” foi oferta muito querida de alguém que me toca profundamente.
E por último o sempre presente “POEMÁRIO – 2008”.
Digam lá que não sou um sortudo…

segunda-feira, dezembro 24, 2007

UM BOM, FELIZ E SANTO NATAL
Aos que me leiem. Aos que eu gostaria que me lessem. Recordo muito particularmente os que já não vou poder juntar à minha mesa.
Os meus Pais. O meu irmão.
Recordo com ternura aqueles a quem já não vou poder dar as boas festas. O Manel Gordo. O Zé Luciano. O Mário do Josué. O Carlos Laranjeira. O Fabó. O Serrinha. O Honório. E tantos outros...
Recordo com muito Amor aqueles com quem já não posso contar, por mais que eu os invoque. Falo de vocês Álvaro e Vitor. Sinto por vós a mesma alegria com que sempre vos abracei. Nada no mundo me faria voltar atrás ao recordar-vos.
É para todos vós o meu Natal deste ano. Vou partilhá-lo convosco e com a minha família com todo o carinho que sou capaz de sentir no meu coração.

sábado, dezembro 22, 2007

CALA-TE BOCA!
Nem nesta altura do ano és capaz de estar sossegado? Não olhes. Não vejas. Não sintas e não digas. Tudo isto é verdade. Ou deveria ser.
Mas é superior a mim.
Há mais de um mês que o placard electrónico da Praça Jacob está avariado. Resultado disto é que nesta época festiva em que todos gostaríamos de ver informações sucintas sobre o que de mais importante vai acontecer, estamos cegos.
No que respeita à instalação sonoro que costuma dar-nos música nestes períodos festivos, calou-se. Estamos mudos.
Cegos e mudos mas sensíveis à quadra festiva. Gostaríamos que nos dessem música e de ver escrito branco no preto o que nos desejam. Acredito que gostem de nós.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

UM LIVRO PARA OFERECER NO NATAL
Não vou ser maçador. Não vos vou propor grandes épicos. Ou coisas que só de começar a ler se tornam complicadas.
Todos temos amigos e amigas que nos seduzem pelo seu estar. A quem estimamos muito. E que temos uma dificuldade grande em saber o que lhes oferecer. É isso que vos proponho. A propósito dos 100 anos de nascimento de Beatriz Costa, essa extraordinária mulher e atriz que atingiu os píncaros da fama, o JN e o DN publicaram um volume de capa dura, que saíu hoje com esses jornais, com um livro profusamente ilustrado da actriz, “SEM PAPAS NA LÍNGUA”, e que vem acompanhado com 2 CDs.
O 1º é com “Canções Populares e de Teatro de Revista” e o 2º com “Banda Sonora do Filme Canção de Lisboa , Fados e Marchas Populares”.
Trata-se de uma oferta que permite dar a conhecer alguém que já faz parte da Cultupra Portuguesa e que é ao mesmo tempo, uma mulher inteira e maravilhosa. E o preço é bastante acessível para os tempos que correm: 9,95€. Deixo-vos com esta proposta e com a menina da franja.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

COMPRAS DE NATAL
O encanto das compras de Natal não está só em entrar numa loja e comprar o que se quer. Está no antes. No movimento de pessoas nas ruas e nas lojas. Está em descobrir o que se quer comprar exactamente para aquela pessoa.
Este conjunto de acções: saír de casa, percorrer montras, entrar em lojas, vasculhar, até se poder soltar o EUREKA, é o verdadeiro encanto. Digam o que disserem eu maravilho-me em Lisboa. Já não é só o que descrevi. É o ambiente esfusiante da cidade. As decorações das montras. A cidade em si com os seus monumentos edificados e humanos.
Para mim particularmente que faço do livro e do disco, o objecto prioritário das minhas escolhas, ir pelo Rossio, subir ao Chiado e entrar nas inúmeras livrarias que por ali se vão sucedendo, é motivo para me sentir no melhor dos mundos. A Portugal, a Bertrand, a Sá da Costa e agora também a Fnac, são um atentado ao meu pudoão um atentado ao meu pudor.
Lisboa torna-se então o que não posso encontrar em mais algum lugar. Depois, no fim, comer um pastel de bacalhau e um copo de vinho branco, numa daquelas tascas que a ASAE persegue, torna-se o corolário de um dia em plenitude. E quando subo a rua Augusta para apanhar o Metro, encontro na vendedeira de flores a minha cúmplice. Os outros não existem. Escondo-os de mim mesmo. Sou eu, a cidade, as minhas compras e a mulher em que me fixei. Um Bom Feliz e Santo Natal.

terça-feira, dezembro 18, 2007

REGRESSO A LISBOA
Resolvido o problema do modem aqui volto à blogosfera com histórias canalhas que vou vivendo.
O fim de ano é altura das revisões. Ainda há poucos dias fui ao cardiologista. Agora retomei os caminhos da capital para me deslocar ao Hospital Pulido Valente, onde fui operado ao cancro do pulmão. Ao que parece está tudo bem e o caranguejo estúpido foi mesmo extirpado.
Depois de receber a sentença de que só lá teria que voltar em Maio do próximo ano, eu e a Anita metemos pés ao camino para fazer mais umas compras de Natal. Optámos pela Baixa/Chiado. Descemos no Martim Moniz e afundámo-nos nas lojas de chineses e indianos. Engraçado como tudo se modificou naquela zona. Somos de facto um país de acolhimento. As raças que naquela zona se cruzam dão para fazer uma caderneta das “Raças Humanas” à moda antiga.
Enquanto a Anita percorria aquele mundo multicor eu entrei na capela da Senhora da Saúde. Fui conhecer a igreja e a imagem que só tinha visto na TV. E agradecer à santa de todos os lisboetas (minha também, porque andei por lá uma dúzia de anos), as boas notícias que tinha tido umas horas antes. Estava eu a apresentar-me junto ao altar quando me lembrei de tirar uma foto para registar o momento. Saquei da máquina e faço um clik com o zelo prévio de ter eliminado o flash. Assustei-me. Vindo não sei de onde surge um curador da capela que em altos gritos me repreendia veementemente. Dizia ele que não se podia tirar fotos. Quem estava a rezar deixou de rezar. Quem não me conhecia ficou a conhecer. Senti-me pertencente à máfia da noite Lisboeta. Fugi da Capela com um pedido de desculpas à Senhora da Saúde e vim para a rua, encher-me de Paz depois de ter cometido o maior crime que a Mouraria ultimamente tinha assistido. Fiz as pazes comigo mesmo quando cheguei a casa pondo-me a ouvir o Marceneiro.
A Maria Cavaco Silva “está feita ao bife” se convocar a imprensa quando for vestir a santinha mais popular de Lisboa.
Aqui vai a prova documental do meu crime malandro, na Mouraria.

sábado, dezembro 15, 2007

IMPONDERÁVEIS
Por razões que têm que ver com dificuldades de acesso à Net ( o modem da Cabovisão de vez em quando presta-me destas partidas), vou estar impossibilitado de visitar e actualizar o meu blog durante os próximos 2/3 dias.
Aos que me acompanham habitualmente, deixo o meu mais cordial pedido de desculpas.
Foto H. Blayer

sexta-feira, dezembro 14, 2007

GRANDES OPÇÕES DO PLANOHoje estive a rever a “Canção de Lisboa”. É que perfazem 100 anos do nascimento da Beatriz Costa, e um pouco de revivalismo nunca fez mal a ninguém. Talvez por isso ao começar a ler as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2008, tantas memórias soltas me tivessem vindo à memória.
É mais difícil ler este documento do que os “Versículos Satânicos”. Eu que nunca fui muito dado a números gosto de ler as intenções. E depois tentar perceber o que se prevê que venham a ser as actividades mais relevantes. Mas o que vejo é um desfilar de tanta coisa, para quem diz ter tão pouco dinheiro, que desisti. Adoptei o critério de ficar vivo para ver. Os políticos estão a ficar refinados no que dizem uns aos outros.
Nas alturas eleitorais fazem uns panfletos onde descrevem o que pensam fazer, de maneira que toda a gente os perceba. Anos após ano, vão tornando-se cada vez mais elaborados, até que ninguém os perceba.
Dessa habilidade discursiva do actual Presidente já lhe conhecíamos a capacidade. Mas está a fazer dela uma fórmula mágica de actuação. Desisto. Masd não sem antes vos revelar o que li na Carta de intenções das GOP para 2008:
Orientações Estratégicas/autarquia no bom caminho/parceria/evolução nominal/Peniche-Cidade Criativa/Eixos (mais que muitos-contei 10 de repente)/ruralidade moderna/emergência/promoção integrada/oestino/sustentabilidade… e por aí fora.
Se isto fosse no tempo do Chefe Reis eu diria que demorou umas semanas até encontrar todas estas palavras e expressões. Mas já lá vai o tempo em que íamos à esquadra sem percebermos porque íamos. Mas entrava no léxico comum tudo o que lá ouviamos.
Vai virar moda ler as GOP. Que sejam muito felizes. Eu prefiro ler o Lobo Antunes ou ver a Beatriz Costa.

De qualquer forma o provérbio chinês fica em lista de espera: "O que se diz, ouve-se. O que se escreve, lê-se. O que se faz, vê-se".

quinta-feira, dezembro 13, 2007

FUI ÀS CALDAS
Não quero fazer comparações e acho que elas são injustas. As Caldas não são comparáveis a Peniche. Nem são melhores ou piores. São diferentes. É uma outra realidade.
Fui com a minha mulher e a mãe ao técnico de surdez. Eu aproveitei mais uma vez para percorrer as livrarias. Quando saí de uma e ía para outra deparei com um espectáculo inesquecível.Centenas de crianças dos Jardins de Infância, creches e do Ensino Especial, todos vestidos de PAI NATAL. Percorriam assim as ruas e dirigiam-se para a Praça da Fruta para fazerem uma largada de balões.
Não sei quem promoveu a iniciativa. Se a Associação de Comércio Local, se os Agrupamentos de Escolas. Nem isso é importante. Mas senti o meu coração encher-se de ternura. E fiquei a gostar de ter ido hoje às Caldas.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

A MINHA RUA Hoje quando acordei o aspecto da minha rua era um misto de coisa lavada e luto pelo seu velhinho aspecto que parece ter-se ido de uma vez por todas.
A minha rua estava muito maltratada há muito tempo. Nunca reclamei por reparações. Apesar de tudo existem situações mais graves em Peniche. É verdade que é uma rua habitada por gente muito velha. Com problemas de locomoção. Mas essa questão nunca foi problema para nenhum executivo camarário. De tal maneira que para me sentir bem comigo mesmo, costumava dizer que os Presidentes de Câmara, para se vingarem de mim que lhes fazia a vida negra, deixavam a rua cheia de buracos para verem se eu me espalhava definitivamente.Mas agora estamos todos contentes. Para o ano que vem, quando a Srª da Conceição tornar a passar aqui já vê um tapete lindo e gradável por onde lhe dará muito prazer deslocar-se.
A “rua-lá-de-trás” também foi arranjada. O Idinho, o Júlio e o ZéZé. O Fanana, o Jacinto e o Silvino. O Zé Jardineiro, a Maria da Boa Viagem e o Roncolho. Todos eles mais o Marciano e o Necas, podem preparar novas aventuras para mais um dia daqueles em cheio.
Acordei com esta vontade de voltar à minha rua. Agora que ela é de novo uma rua onde dá gosto estar.

terça-feira, dezembro 11, 2007

RECORDAÇÕES COM SORRISO AMARELO
Ao ler neste sábado a coluna do Zé Manel na Actual (caderno do Expresso), que ele intitulou “HH” veio-me à memória uma das minhas incursões a Lisboa, numa das minhas idas ao médico.
Aproveitei dessa vez para ir fazer uma visita às livrarias da Baixa/Chiado. Terá sido uma visita de saudade. Foi numa delas que me abriguei em 1961, quando uma carga policial da polícia de choque se abatia sobre quem passasse na rua, como consequência da crise estudantil que nessa altura me deu a conhecer o estudante de Direito Jorge Sampaio.
Numa em que entrei na altura foi a Bertrand. A Bertrand já tinha um ar diferente do que eu lhe tinha conhecido. Parecia mais um supermercado de Livros que uma Livraria. Mas enfim. Era o preço da modernidade pensei eu. Na altura eu procurava os dois volumes da “Poesia toda”. Tantas vezes os emprestei que acabei por lhes perder o rasto. E queria-os muito de novo. Dirigi-me ao Balcão e fui atendido por uma menina lindíssima com um aspecto de manequim saído de uma qualquer revista de modas.
Disse à menina ao que ía. Ela voltou-se para o computador e com aquele sorriso daqueles que aquece um homem mesmo que estejam 0 graus, perguntou-me como quem me lambe todo: “- Herberto escreve-se com ou sem H?”
Eu saí porta fora com receio do que me podesse acontecer a mim e à pudica menina.
E como que reza, dirigi um olhar ao Pessoa que ao longe tomava a sua bica, e pedi-lhe perdão por continuarmos a ser tão estupidamente ignorantes.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

A CARTA QUE EU NÃO ESCREVI

Meu caro João Paulo Teófilo:

Li algures, que tinhas sido nomeado(?) Presidente da Comissão Política Concelhia do PS local. Presumo que isso se deve ao facto do anterior presidente ter tido que se demitir. Não é um cargo para que tenhas sido eleito directamente. Se o fosses, eu tinha sido convocado para essas eleições.
Portanto o meu raciocínio é cartesiano. Não que se houvesse eleições e fosse convocado comparecesse. Mas esse é um problema meu. Eu se voto ou não é um assunto que só a mim diz respeito. Mas adiante…
Presumo também que vais ser um Presidente da Comissão Concelhia por encomenda. Até às eleições que irão decidir quem é o próximo candidato do PS à CMP. Nos intervalos entre eleições autárquicas, qualquer um serve para o cargo. Por isso lamento que sejas tu quem segue na lista.
Quando na década de 80 fiz a minha aproximação ao PS foi quando te conheci. Disse então a muitas pessoas que a minha (re)aproximação à vida política só por te conhecer já tinha valido a pena. Foste das grandes surpresas que a política me trouxe. Um indivíduo de Peniche, com uma inteligência notável, um arguto sentido político e uma capacidade de entrega às tarefas partidárias como poucas vezes vi. Tornei-me teu amigo e muitas vezes me serviste de apoio quando eu me sentia mais fragilizado pelo dia a dia das questões autárquicas.
Sempre esperei que tu fosses cada vez mais o futuro do candidato do PS à Autarquia. Mas muita coisa se passou desde que eu me afastei do PS local. Se calhar tu já és outro, e eu é que continuo cheio de ilusões. O teu desempenho nesse cargo agora, não augura nada de bom para quem como eu conhece o funcionamento por dentro dessa máquina de fabricar apoios sempre no mesmo sentido. Espero bem estar enganado. E que rápidamente constituas de novo, um capital de esperança para o Concelho de Peniche.
teu
Zé Maria

domingo, dezembro 09, 2007

SEM PALAVRAS...

sexta-feira, dezembro 07, 2007

O homem que sabia de mais...
O meu pai era um homem de muitas histórias. Desde logo as suas próprias histórias. Histórias construídas numa vida de trabalho e de estudo. Histórias de uma época em que contar histórias era construir um saber de experiências feitas, contadas de boca em boca, de pais para filhos e de avós para netos. Por vezes as histórias eram tantas vezes contadas, que quem contava já não sabia onde a realidade se confundia com a fantasia, na velha dicotomia de que, “quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto).
Depois também havia as histórias de quem ia até à cerca do Zé Gago, à oficina do Mestre Horácio, para ali meter dois dedos de conversa. Juntavam-se no Verão emigrantes saudosos e aqueles que nunca daqui saíram, para os reencontros amigos todos os anos repetidos. O Joaquim Pinto, mais o Jaquim Gordo seu secretário e pau para toda a obra. O Snr. Acelino, para quem havia uma cadeira de braços, estrategicamente colocada no centro da Oficina, ou não fosse ele o decano dos conversadores, e por vezes o Henrique Coutinho em épocas de retocar o velho Renault. O António Serafim e o João Cândido. Dos que vinham de fora, eram presenças de sempre o Lio, até a morte o levar num estúpido acidente contra uma árvore que já não existe. Depois o Rui Gonçalves, o Renato, O Daniel e tantos e tantos outros que da oficina fizeram “consulado de Verão”.
Quantas vezes a oficina ficava entregue aos amigos que conversavam, enquanto o meu ia experimentar um carro ou comprar uns parafusos ao Joaquim Santos ou aos Mamedes.
A tertúlia continuava até à hora de almoço, estendia-se pelo Café Aviz e continuava tarde fora. Dia após dia até a morte os ir separando e tornando a juntar uns e outros onde quer que eles estejam.
Recordo muitas histórias contadas, que me comoviam umas e faziam rir outras. De entre muitas delas recordo uma cena passada com um turista que aqui veio e que levou para a sua terra alguma coisa que contar.
Era um senhor dos seus quarenta e tais anos, que tinha um problema qualquer no carro. Alguém lhe indicou a oficina do meu pai. Ele lá foi e perguntou quem era o snr. Horácio Costa. O meu pai apresentou-se e o homem lá contou a avaria. Aberto capot e pondo o carro a trabalhar, o meu pai foi ouvindo o motor tentando pressentir o que de errado haveria. Enquanto isso, o homem não se calava, repetindo sem cessar: -Não será disto, ou daquilo, ou daqueloutro...
E se for... e não será...
A certa altura, prevendo a tempestade começaram a calar-se as vozes dos conversadores daquele dia. Conhecendo o meu pai como conheciam sabiam que só podia avizinhar-se mau tempo. Fez-se um silêncio de morte só interrompido pela voz do fala-barato que continuava a dar os seus palpites.
Até que o meu pai parou com o que estava a fazer, desligou o motor do carro, fechou o capot e perante a perplexidade do “chico esperto” apontou-lhe o interior da oficina e disse: - Olhe! Sabendo tanta coisa sobre avarias como sabe, tem aí dentro a oficina mais apetrechada de ferramentas que existe em Peniche. Arranje você o carro!
E assim se construiu mais uma história de Verão, na oficina do Mestre Horácio.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

O MEU MENINO É D’OIRO
O André é o nosso menino d’oiro. É o puto da Maria. É nosso. Por isso estes dias de Natal que estamos a viver são mais difíceis. Estamos longe dele. Gostávamos de o poder “estrafugar”. É “o menino mais lindo do mundo” da Anita.
Para além das prendas que lhe vamos mandar pouco mais podemos fazer. Telefonamos. Ouvimos a voz dele e agora temos a Net. Por tudo isto vou enviar-lhe fotos da árvore de Natal. Sei que isto vai trazer mais uma guerra com a Ivone. Mas ela que se aguente à “bronca”. A minha árvore de Natal tem lâmpadas coloridas. Quem esteve cá a fazer a árvore de Natal foi a Natália. Mas eu gosto delas assim... Que é que hei-de fazer? Eu sou muito saloio e gosto delas assim. Já se vêem lá algumas prendas. Agora e até ao dia de Natal é sempre a crescer. André!!!!! Um abraço meu menino.

terça-feira, dezembro 04, 2007

AO DEUS DARÁ
Numa circunferência de 50 metros (mais coisa menos coisa), da zona onde vivo em Peniche/Cidade, encontram-se três tipos de Placas toponímicas. Mesmo na minha rua, há pouco mais de uma semana a Junta de freguesia, substituiu a que lá estava e que mal se lia, por uma outra, tipo lápide de cemitério que tem a grande virtude de se perceber o nome da rua.Não se percebe qual a ideia do município. Aliás, em muito poucas coisas se percebem ideias. O que acontece é casuístico e não obedecendo a um critério de prioridades, ou a um planeamento visando uma acção de desenvolvimento estruturado.As placas toponímicas não são que mais do mesmo. Quando apetecer fazer, faz-se. Sem que hajam grandes preocupações com o que se faz e como se faz. Vai saindo ao Deus dará.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

NOTÍCIAS QUE “CHATEIAM”
A 1ª Página do “Público” foi hoje elaborada, para dar a entender aos leitores que o “ditador Chavez” tinha ganho o referendo, por força das manobras que foram desenvolvidas pelas instituições governamentais para que isso acontecesse.
Azar do Director do Jornal! O Não venceu. Mais uma vez o Público que por vezes não percebe nada do que se passa por esse mundo fora, dá “barraca”. Num país civilizado o director já tinha sido mandado às malvas. Aqui vai continuar a “botar” discurso como se o que dissesse tivesse alguma importância. E o “Publico” que por vir de quem vem (seu accionista principal) era para todos uma referência, pode se não tiver cuidado tornar-se um motivo de riso. Não fico nada com isso.

domingo, dezembro 02, 2007

FALTA DE PUDOR
É a expressão que me ocorre quando leio “certas coisas” paridas por “certa gente” em alguns “lugares” de informação social ou políticos locais.
Há pessoas que podem enganar muita gente durante algum tempo… mas não conseguem enganar toda a gente durante todo o tempo. E mesmo assim falam…falam…falam…
A gente nem sequer vota a favor de outros. Vota contra eles. Eles são corridos e mesmo assim continuam a falar. Que me perdoe o ão corridos e mesmo assim continuam a falar. Que me perdoe o Rei por lhe roubar a frase:
“- PORQUE NÃO TE CALAS?”

sábado, dezembro 01, 2007

PRESÉPIOQuereria ter tido hoje mais tempo para conversar convosco. Mas foi de todo impossivel. Dediquei o meu dia a armar o Presépio em minha casa. É um presépio tradicional, com figuras de porcelana e vestidas a rigor, com musgo como quando eu era pequeno. Dedico-lhe todo o meu amor. Depois, sei que a minha filha gosta de ser surpreendida. E aproveitei a minha Anita ter ido às compras a Lisboa. Almocei sozinho o que me permitiu rentabilizar o tempo e as sinergias necessárias para chegar a bom termo.Já está pronto e gostei do que fiz. Está muito bonito. Inicia-se assim em minha casa um período lindissimo: - O Natal!
A árvore festiva é armada amanhã. Artificial em defesa do qmbiente. Já tem uns bons 5 anos e está sempre verdinha. Já tenho presentes para lá pôr. Adoro ver os presentes a juntarem-se à volta da àrvore.