DIA DOS
IRMÃOS
Tinha um
irmão e morreu. Extemporaneamente foi levado com 62 anos apenas. E já lá vão 13
anos. O tempo é demolidor.
Portanto
teria ficado sem irmãos para festejar o dia de hoje, se não tivesse tido a
felicidade de fazer crescer a minha amizade com algumas das pessoas que se
cruzaram comigo ao longo da vida, de uma forma tal que os meus sentimentos por
essas pessoas se terem confundido desde sempre com a relação que tinha com o
meu irmão de sangue.
Aliás,
penso que ser o mesmo sangue (?) que nos corre nas veias nunca determinou em
mim maior proximidade.
A minha
relação com o Victor Mamede e com o Álvaro Carolino nunca precisou de sangue
para ser do tamanho das nossas vidas. Amei-os com a mesma singularidade com que
amei o outro filho dos meus pais. Falo-vos de mais 2 que partiram na voragem
dos tempos.
Resta-me o
Tonha e o Calhas. Sobram estes dois para eu sentir que o meu porto de abrigo
continua a ter amarras a que posso recorrer. No dia dos irmãos celebro os que
já não posso ver mais (senão no meu coração) e os 2 que estão sempre prontos
para mim.
Para estes
vai neste dia o abraço físico que ainda posso dar. Para todos uma lágrima de
alegria por ter sempre podido contar com eles.