sábado, março 31, 2012

NA CAMA É NO QUE DÁ

Uma noite, depois de alguns anos de casados, o casal está na cama quando a mulher sente que o seu marido começa a acariciá-la como não fazia há muito tempo. Ele começou no pescoço, desceu pelo dorso até às nádegas; voltou ao pescoço, aos ombros, aos seios e parou na barriga;
colocou a mão na parte interna do braço esquerdo, passou no seio, na nádega, na perna esquerda até o pé, subiu na parte interna da coxa e parou bem em cima da perna.
Fez a mesma coisa na parte direita e, de repente, vira-se de costas e não fala uma palavra.
A esposa, diz-lhe carinhosamente:
- Querido, estava maravilhoso, porque paraste?
Ele resmungando:
- Já encontrei o comando.

sexta-feira, março 30, 2012

PORTUGUEZICES


Nós portugueses não somos contra as “cunhas”. Somos contra as “cunhas” que favorecem os outros.

quarta-feira, março 28, 2012

TURISMO
RELATÓRIO DA GERÊNCIA MUNICIPAL DE 1970
São sobejamente conhecidas as carências da zona de Turismo no que respeita a rendimentos e portanto a sua influência na dinamização deste sector tão necessitado de impulso adequado ao aproveitamento do seu potencial.
É por isso que a Câmara chama a si a execução de algumas obras que poderiam ser enquadradas no orçamento da mesma zona.
Estão neste caso as obras de ampliação do restaurante da Ilha das Berlengas, a montagem de um pavilhão para o estacionamento de veículos na Praia do Molhe Leste e outras obras de valorização de alguns recantos pitorescos da área abrangida pela circunscrição turística.
E ainda a obra que teria início no decorrer do ano em curso, de ampliação do restaurante e casa de chá «Nau dos Corvos», cujo projeto se encontra a ser definitivamente elaborado, depois de ter obtido aprovação das entidades intervenientes.
Não obstante as motivações apontadas, decorreu com certo brilho a realização de mais um festival de verão, cujas atividades foram entregues a algumas coletividades da sede do concelho.
Teve particular interesse a realização de mais uma Feira do Livro, cujo êxito muito nos anima no prosseguimento em anos futuros, não só por atrair os muitos turistas que no período do verão se encontram na zona mas também pela demonstração de vitalidade cultural que nos apraz registar.
Através da zona de turismo se efetuaram também, obras de acesso a pesqueiros da zona sul da península, tornando praticável a pesca desportiva em sítios inacessíveis até à sua realização.
O problema da propaganda da zona com a execução de desdobráveis está em vias de solução e por esse motivo se justifica a existência de um saldo em dinheiro de certo vulto.
O movimento financeiro da zona cifrou-se, em 1970, no seguinte:

Saldo do ano anterior                        86 566$30
Receita de 1970                               281 451$20     

                                                         368 017$50
Despesa de 1970                              282 988$30  

Saldo para 1971                                 85 029$20

Esta notícia, foi retirada de uma “Voz do Mar” de 1971. Um tempo curioso aquele em que sobravam dinheiros na área do Turismo de uns anos para os outros. Um tempo em que o que de relevante se realizou no ano anterior, terá sido um festival de verão (?) e pasme-se, a realização de uma feira do livro.
Naquele tempo em que os legionários e os seus filhos se preocupavam consigo próprios, sem a preocupação de criarem mais valias para o futuro, o “salão de chá” era obra da Câmara Municipal, tal como a ampliação do restaurante da ilha e a criação de um parque coberto para as viaturas automóveis na praia do Molhe Leste (a única que na altura era frequentada pelas pessoas de bem de Peniche).
Quando vejo as preocupações de certas pessoas hoje em relação a Peniche, sai do mais fundo de mim uma imensa gargalhada. Apetece dizer que chegaram tarde mas não se calam.

terça-feira, março 27, 2012

A BARBEARIA
Desde que me conheço, com algumas dispersas excepções, sempre frequentei a mesma barbearia. A do Largo 5 de Outubro em frente ao hospital. Primeiro com o Sr. António Bolas, depois com o meu amigo e antigo vizinho Luís, e agora com o seu filho Fernando, o filho deste e o meu bom amigo Zé. São já 4 gerações de barbeiros que ali conheço. Recordo ter feito umas incursões pelo Jacinto “Lota”, que aqui recordo com muita simpatia, e pelo Orlando em dias em que me apetece o lúdico pelo lúdico.
A minha Barbearia não tem nome. Isto é, tem tido o nome dos seus proprietários. Isso diz tudo. Identifico-a com o espírito e a personalidade de quem lá trabalha.
Também por isso a minha escola de Barbearia é definitivamente aquela. Nem sempre é fácil entrar a porta. Em dias de sol aglomeram-se ali clientes e amigos em amena cavaqueira, num estar de fazer parar o tempo, como se de um porto de abrigo se tratasse.
Nem sempre é fácil saber qual o nosso lugar na fila de espera. Amigos entram por ali dentro, sentam-se, conversam e é preciso perguntar para sabermos o tempo de espera. Eu, que não tenho grandes preocupações com o corte de cabelo (e agora muito menos), basta-me esperar que o primeiro de entre os dois esteja liberto para me sentar numa qualquer cadeira.
O tempo de espera e o tempo em que me libertam dos pelos “cabeçais” é uma escola da vida e do pulsar da nossa terra. Entre eles dois e os amigos, ou com os clientes entre si, estabelecem-se os mais diversos diálogos entre risos e dichotes, entre “sacanagens” amigas e discussões acaloradas sobre pescas, mar e barcos e angústias para quem vive um presente sombrio e um futuro pouco risonho,
Benfiquistas, Sportinguistas, Portistas e por vezes um outro adepto do Belenenses, envolvem-se em amigáveis disputas sobre os méritos de cada um dos seus clubes de preferência. E, se um outro por vezes sai porta fora com o rabo entre as pernas, é certo e sabido que no dia seguinte ali regressa na esperança de se poderem desforrar.
O Fernando com um ar intelectual e um saber de muito ler, com um humor corrosivo, vai demolindo os argumentos que mais lhe apetecem de momento, deitando achas na fogueira, sem se preocupar muito se há um bombeiro por perto.
Na minha barbearia apercebo-me da “voz popular” que circula em cada momento. O que as pessoas gostam ou não, ou do que as deixam indiferentes. Na minha barbearia eu estou em minha casa e aprendo a calar-me e a ouvir. A minha barbearia é frequentada por gente de todas as classes sociais, mas ali somos todos iguais porque só aos barbeiros é conferido o direito de nos porem uma navalha ao pescoço.
De vez em quando a minha barbearia renova-se interiormente. Mas sem exageros. Ninguém pretende mais do que aquilo que nos é oferecido. Um lugar de convívio e de fraternidade. Um “Centro de Dia” para todas as idades.
Há quem lá vá só para dar a salvação. Há quem ali vá para vender as suas tecas de peixe. Contam-se ali histórias de caçadores e de pescadores. As revistas vão-se renovando, mas importante é conversar.
Faz bem à saúde cortar o cabelo na minha barbearia. Sai mais barato que ir ao médico e sai-se de lá de alma lavada. Ao Fernando e ao Zé e a todos quantos os antecederam, o meu obrigado muito sincero pelo espírito de tertúlia que têm defendido na velha barbearia do Largo do Hospital. Uma terra vive dos espaços que preservam a sua identidade. Vocês já são cidadãos de mérito de Peniche.

segunda-feira, março 26, 2012

O BENFICA E A MATEMÁTICA
Sabendo do gosto das crianças pelo Benfica, a sua Fundação desenvolve jogos de Matemática há alguns anos. Aproveitando esse amor ao Benfica procura-se que as Escolas desenvolvam as capacidades dos seus alunos em áreas normalmente vistas pelas crianças como mais difíceis de trabalhar. O principal objetivo da Fundação é o de promover melhores índices de escolaridade principalmente entre as escolas mais problemáticas e entre os alunos com mais dificuldades na aprendizagem. Nobre intuito este, num momento em que o atual Ministro da Educação parece mais interessado em promover atividades de política partidária do que atividades que promovam o sucesso escolar.
Aliás “este mete nojo” que são as dúvidas sobre o Parque Escolar só alimenta os que consideram ser mais importante promover a chicana política do que observar até que ponto uma escola com condições nobres, pode ser um motivo de incentivo para melhorar o nosso ensino. Os políticos podem estar desejosos de mexer na “coisa”. Pais e Encarregados de Educação, professores, alunos e funcionários sentem-se felizes por finalmente serem cidadãos de 1ª.
O aluno que aliás venceu este ano o Campeonato Nacional de Matemática é de uma escola problemática da zona de Setúbal. Isto é, é uma Escola dita problemática. Os alunos são iguais aos dos melhores colégios ingleses. Só precisam de ter a possibilidade de o poderem provar. E de terem condições para o poderem fazer.

sábado, março 24, 2012

ANIMAIS PARA OFERECER












Desenvolvo uma campanha para oferecer animais carentes. Aqui vão as fotos deles em habitat natural. Não são uns queridos?

sexta-feira, março 23, 2012

FADO PENICHE
Num dos Natais passadosl foi editada 40 anos depois uma versão em CD, de um disco de Amália que ficou conhecido como “O Busto” pela reprodução na capa dum busto da fadista esculpido por Joaquim Valente.
Este disco tem a particularidade de numa faixa Amália cantar um poema de David Mourão-Ferreira (Abandono) que ficou conhecido para a posteridade como o “Fado Peniche” e que a seguir transcrevo:

Por teu livre pensamento
foram-te longe encerrar.
Tão longe que o meu lamento
não te consegue alcançar.
E apenas ouves o vento.
E apenas ouves o mar.

Levaram-te a meio da noite:
a treva tudo cobria.
Foi de noite, uma noite
de todas a mais sombria.
Foi de noite, foi de noite,
e nunca mais se fez dia.

Ai dessa noite o veneno
persiste em me envenenar.
Oiço apenas o silêncio
que ficou em teu lugar.
Ao menos ouves o vento!
Ao menos ouves o mar!

Para quem gosta de poesia e de fado, para quem é de Peniche, é particularmente grato que a Mulher que foi Amália tivesse cantado este Fado que tão bem descreve a dor dos que ficaram esperando os seus familiares e amigos, detidos em nome da tirania na Fortaleza de Peniche.
A minha terra durante muitos anos foi símbolo do que mais sinistro pode o poder político criar para se perpetuar. Ouvir este fado na voz de Amália faz-me recuar no tempo e pensar no amargo calvário que nos tornou conhecidos no mundo. E por mais que se tentem apagar os gemidos de dor e saudade que as nossas muralhas escutaram, ainda hoje os fantasmas desse tempo nos perseguem. Por tudo o que foi o tempo que vivemos, merecíamos agora mais e melhor. Mas o nosso fado ainda não acabou...

quinta-feira, março 22, 2012

MARIA DA BOA VIAGEM
De vez em quando revejo-a. À Maria da Boa Viagem, que me cumprimenta sempre com os olhos rasos de amizade e com aquela sua voz característica. Como é que eu a posso descrever para que me percebam. Vivia n` minha rua. A dois passos de mim. Morava numa casa com um quintal, onde também morava a mãe do Quinzico e ele próprio. A Maria da Boa Viagem era daquelas raparigas que enche uma rua. De alegria e de esperança. Jogava à “Banca”, mas também dava uma perninha no futebol. Ninguém que se metesse com ela ia sem troco. Fosse verbal ou ao estalo. E quando a mão falhava, havia sempre por perto uma pedra ou um bocado de pau.
A Maria da Boa Viagem é uma memória do nosso passado colectivo, quando a bola de trapos ou feita de bexiga de porco era rainha das ruas. E fugíamos como o “diabo da cruz” do Coelho e do Carocé (policiais dos velhos tempos).
Quando os médões eram cenário de jogos de capa e espada. E as ruas eram poucas para os jogos de polícias e ladrões. Quando os jogos eram no Alto da Vela na adivinhação na linha do horizonte, do barco que se aproximava, pela forma mais ou menos bojuda, pelo tipo do mastro ou até pela maneira como se fazia às ondas e as cortava.
A rua nesse tempo era uma escola de criatividade, onde o jogo do “virinhas” ou do “botão” eram uma preciosidade no desenvolvimento da “psicomotricidade fina”. Nome esquisito que os técnicos inventaram para distinguir os espertos e ladinos dos que perdiam sempre botões e “abafadores”. Como eu. Tempo das corridas com carros de cana e de rodas de cortiça. Tempo dos jogos de “Batos”, aqueles seixos redondos e lisos da praia do Porto de Areia que a Maria da Boa Vigem e as outras raparigas jogavam com maestria e com tal velocidade que nos punham os olhos tortos.
A rua nesse tempo era o império das crianças. Nela todos aprendemos melhor ou pior a defendermo-nos, a sermos inventivos e desenrascados. E protegidos. Havia sempre alguém por perto que nos conhecia e aos nossos Pais e sabíamos que os excessos chegariam sempre ao seu conhecimento. A rua era um tempo em que as palavras vizinho ou vizinha fazia sentido, porque era sinónimo de solidariedade e de sociabilização (palavrão de que só depois aprendemos o significado).
Na rua a Maria da Boa Viagem era rainha. Ou princesa dada a idade. Era uma líder. Era uma referência.
E hoje ao rever a Maria da Boa Viagem que não sei onde mora, todo esse tempo me veio à memória. Gritamos um para o outro a alegria de nos revermos. Dois beijos da velha amizade foram trocados. Ela e eu falámos das nossas idades. Do meu irmão que ela nunca mais chegou a ver. Falamos das varizes dela e da minha “barriga de mestre”. Despedimo-nos sem garantias de nos vermos nos próximos tempos. Mas com a certeza de que a nossa RUA mereceu a pena. Até lá, até sempre Maria da Boa Viagem. Nome de santa que não foste e de Festa que foste.
Menina e Mulher do meu tempo. E da minha rua. Que tem tanto para contar. Assim vá tendo eu memória e talento para poder recordar.

quarta-feira, março 21, 2012

SAUDADES DE PENICHE
Quando somos muito novos, Peniche é a praia e o que à volta do que gravita desta forma de turismo que temos. Gostamos de ir ao parque infantil (?) e a certos sítios a que os nossos pais acham que podemos ir.
Crescemos e a nossa terra começa a sufocar-nos. Achamos que Peniche é uma terra pequenina demais para o nosso tamanho. Uns quantos por quem os pais se sacrificam até ao limite, vão estudar para fora. Para as grandes cidades onde ninguém conhece ninguém. Outros têm de imigrar ou migrar para onde se situam respostas para o emprego de miséria que por aqui vai grassando.
Uns e outros vão percebendo a pouco e pouco que Peniche afinal não é tão pequena como isso. Em todo o lado há penicheiros. Eu já os encontrei nos “bidonvilles” de Paris, em parques de campismo na Suiça, nas esplanadas de Bissau, enfim um pouco por todo o lado.
Depois existem umas quantas coisas que nos perseguem sempre. O cheiro do mar daqui não há em lado mais nenhum do mundo. Quem já sentiu esse odor nas noites de Peniche de Cima, sabe que Peniche lhe vai faltar nas sete partidas do mundo que percorrer. Os passeios à Ribeira Velha nas noites de Verão perseguem-nos nos sonhos sempre.
A “Voz do Mar” esse jornal que todos criticamos quando vivemos em Peniche faz-nos uma falta dos diabos quando estamos longe de tudo e de todos. Quanto mais não seja para saber quem morreu. Em tempos também nos diziam quem tinha casado e nascido mas parece que isso já é menos importante. Outra coisa irresistível para quem está lá fora é saber o resultado do Peniche. Do GDP. Mesmo que não sejamos sócios. Mesmo que o Peniche seja só uma breve recordação. Mas quem vive longe ao saber o resultado do Sporting ou do Benfica, associa sempre o resultado do Peniche. E temos que saber o que aconteceu. Mesmo os que não vão ao futebol.
Alguns tinham a sorte de serem visitados anualmente pelo Padre Bastos (nunca me habituei a tratá-lo por Monsenhor). O senhor prior é nosso (mesmo dos que não são católicos ou crentes) e quando ele aparecia era um pouco de Peniche que vinha com ele. O Padre Bastos era a Igreja de S. Pedro e a Festa da Boa Viagem. Era o Lar de Santa Maria onde todos temos um familiar ou um amigo e o Pavilhão do Stella Maris.
Peniche e tudo o que representa e que nem sempre sabemos o que é vai tornando-se quase uma necessidade física à medida que o tempo vai passando. E quando regressamos e ou do Alto do Veríssimo ou da Serra d’ El-Rei vemos esta terra ao longe entrando pelo mar adentro e espraiando-se na península, cresce dentre de nós uma dor de alegria e de um sentimento de satisfação que só pode perceber quem já viveu esta emoção.
Sabemos então que é inevitável regressar a Peniche. Seja quando for e como for. Quem aqui nasceu sabe que aqui vai regressar sempre. Para o melhor e para o pior. Peniche é uma emoção. E sempre uma saudade.

terça-feira, março 20, 2012

LISBON REVISITED (1923)
Não: não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafisica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) ¬
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!

Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!

Ó céu azul ¬ o mesmo da minha infância ¬,
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflecte!

Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!

ÁLVARO DE CAMPOS

segunda-feira, março 19, 2012

CAMISA VERMELHA
Napoleão Bonaparte, durante suas batalhas usava sempre uma camisa de cor vermelha.
Para ele era importante porque, se fosse ferido, na sua camisa vermelha não se notaria o sangue e os seus soldados não se preocupariam e também não deixariam de lutar.
Toda uma prova de honra e valor.

Centenas de anos mais tarde, Cavaco Silva usa sempre calças castanhas… Porque será?

sábado, março 17, 2012

TEM COISAS...
Dois agricultores, um alentejano e um espanhol, estão na conversa:

- Qual és el tamanho de tu herdad? - pergunta o espanhol.
Responde o alentejano:
 - Para os padrões portugueses, o mê monti tem um tamanho razoável: trezentos hectaris. Atão e a sua herdadi?
Responde o espanhol:
 - Mira, yo saio de casa por la mañana, ligo el jipe e, al medio-dia, ni siquiera he percorrido la mitad de mi propriedad!...
- Eu sei o que isso éi! - diz o alentejano sem se descoser. Também já tive um jipe espanholi... São uma merda! Só dão chatices!...

sexta-feira, março 16, 2012

...SER “PUTO” HOJE...
Ser miúdo hoje (ou miúda) é uma maravilha. Desde logo quando se nasce começa-se por grandes passeios em “altos” carrinhos, alguns com grande capotas, com sistemas e acessórios só comparáveis aos automóveis topo de gama.
Depois os brinquedos. Alguns tão avançados tecnicamente que em muitos casos são os pais que acabam por brincar com eles. Depois as roupas e os sapatinhos de marca. O Jardim Escola com os seus cantinhos de brincar. As festas do Dia da Criança, do Carnaval, do Natal, do dia do Pescador. Do final de ano lectivo. As festas de finalistas que hoje percorrem toda a Escola, desde o Pré Escolar, até ao Secundário. Educadoras e Professores devidamente habilitados. permitem o acesso ao saber e à experimentação, tornando possível que as nossas crianças possam vir a ser homens e mulheres mais sábios e mais lúcidos.
Mas há coisas que as crianças de hoje nunca saberão e que conduziram à formação de muito homem e mulher desta terra.
Nunca saberão por exemplo o que é jogar à bola com uma bexiga de porco conseguida no matadouro à custa de muitos pedidos e de muito apelo ao bom coração de quem lá trabalhava. E depois ir para o campo do Zé Seco, ou para o juncal hoje apelidado de Prageira.
Não saberão o que é fazer corridas com carrinhos de cana e rodas de bóias de cortiça enfeitadas com caricas, quais bólides de fórmula 1. Não saberão o que era fazer corridas com traineiras feitas de madeira e lata no fosso das muralhas, quando o fosso não era ainda um foco de contaminação.
E jogar ao “botão” (com as vaidosas a valerem 5 ou mais botões dos outros e a minha mãe a ralhar comigo porque eu roubava os aviamentos das freguesas da costura) e jogar ao “virinhas” com os bonecos dos jogadores da “bola” embrulhados em rebuçados a 1 tostão cada um.
E jogar aos polícias e ladrões ma hora de escurecer. E fazer jogos de capa e espada com canas nos medões de Peniche de Baixo.
E as meninas com bonecas de trapo autênticas maravilhas de arte e amor. E elas a jogarem ao “prego” e aos “Batos”, pedras redondas apanhadas no Quebrado ou na praia do Porto d’ Areia. O jogo da Banca.
Quase todos estes jogos e brincadeiras tinham a sua época e tempo próprios, o tempo da Escola determinava uns. As estações do ano ou as festas religiosas determinavam outros.
Não me esqueço do “pré-escolar” (?) do meu tempo. Uma casa de habitação mais ou menos solarenga.
Uns banquinhos de madeira. Por vezes umas almofadas para as rendas de bilros. Uma “pedra” e uma “pena”. E era todo o equipamento pedagógico-didáctico. Entre 6 a uma dúzia de meninos e meninas num compartimento de 4 por 4 metros e às vezes nem tanto. Aprendia-se a rezar, a cantar o Hino Nacional, mais umas quantas cantigas, uns desenhos e, era tudo.
Surgiu assim a escola da D. Conceição, mulher do Sr. Pacífico sacristão das igrejas de Peniche, na Rua Salvador Franco, numa casa típica de Peniche que deu hoje lugar a mais um bloco de cimento armado sem graça nem maneira. A escola da “surda” no largo Bispo Mariana e irmã de uma das primeiras cabeleireiras de Peniche. A escola da Maria “Mechas” na R. De S. Vicente em Peniche de Cima, que nestas coisas não convinha misturar pessoal de Peniche de Cima com Peniche de Baixo pois a mistura podia ser explosiva.
E no Largo de S. Paulo as duas irmãs ( a Angélica e a Maria Trapoilas) que ao mesmo tempo que mantinham a sua “Escola” iam desenvolvendo a aprendizagem das rendas de Bilros. A escola da Joaninha Melo talvez das mais famosas nesse tempo sem TV e em que os rádios não abundavam. Um tempo em que os adultos e as crianças se aborreciam de tédio uns aos outros e onde tinha naturalmente de florescer a criatividade e o engenho das crianças para brincarem e se desenvolverem.
Tempos em que andar de bicicleta sem luz era crime e em que jogar à bola na rua dava lugar a fugas sem fim pelas ruas e ruelas à frente do Sr. Frontim, do Sr. Coelho (polícias da altura), para não ficar sem a bola ou levar um tabefe.
Se recordo os tempos de há 50/60 anos atrás em oposição aos de hoje, é só porque quero que esses tempos não se percam na memória dos homens e mulheres da minha terra, e sobretudo porque quero que as crianças se apercebam dos bens que hoje desfrutam para que os possam apreciar melhor.
Dar qualidade à vida e aos dons que ela nos concede é o melhor tributo que podemos prestar à nossa existência.

quinta-feira, março 15, 2012

UMA NO CRAVO, OUTRA NA DITADURAEste título foi nome de revista pós o 25 de Abril. Era uma revista crítica aos tempos do Estado Novo, e ao mesmo tempo a acontecimentos próximos do período “revolucionário”. 25 anos depois, algumas dessas mordazes criticas revisteiras vieram a verificar-se correctas, e outras, manifestamente estúpidas.
Vem isto a propósito das “modas”. Não falo das modas do vestir e do calçar. Nem das modas dos cabelos ou do falar. Falo das modas sobre o que é socialmente correcto ou não. Para isso, e para que melhor percebam onde quero chegar, vou conversar um pouco convosco sobre os meus idos dos anos 50.
Nesses tempos o meu avô Benjamim, radiotelegrafista reformado por doença e funileiro, deu a alma ao criador. A minha avó, Guilhermina “Baterremos”, cangalheira, ia vendendo os seus caixões. O meu pai, mecânico de automóveis trabalhava sem horário, e a minha mãe costurava para fora e ensinava o corte e costura a raparigas de Peniche, Ferrel e Atouguia da Baleia.
O meu avô, filantropo por sua natureza, desenvolveu alguns negócios que correram mal e às tantas tínhamos todos os nossos bens penhorados a um agiota desse tempo. Foi a altura de inventar maneiras de em conjunto salvarmos tudo o que pudesse ser salvo.
Um dos processos encontrados foi produzir “chumbicas”. As chumbicas eram uns rolos de chumbo que se colocavam entre as bóias de cortiça, nas redes de pesca, para poder permitir a pesca do cerco. O meu avô instalou no quintal uma fornalha, com uma caldeira por cima onde se derretia o chumbo. Havia um molde para onde se derramava o chumbo em fusão, esperava-se um pouco, abria-se o molde e lá apareciam as chumbicas que se tiravam com uma tenaz para um tabuleiro. Depois, quando arrefeciam, cortavam-se as rebarbas e limavam-se arrestas para que estas não cortassem as redes. Depois de tudo pronto, vendiam-se aos armadores directamente ou às casas de Aprestos Marítimos existentes na altura.
Como o meu avô estava impossibilitado de trabalhar, e a minha avó fazia rendas de bilros e forrava os caixões, o fabrico das chumbicas estava reservado para mim e para o meu irmão, miúdos de pouco mais de 10 anos, sem muito gosto e mesmo com algum azedume. Isto tudo depois das aulas, aos fins de semana e nas férias.
Passados alguns anos, (já não sei quantos), a minha avó começou a criar uma galinha na capoeira do quintal. É que se aproximava o pagamento das últimas prestações da penhora.
E no dia em que se cortaram as goelas à galinha e ela foi para o forno, foi dia de festa no nº 46 da Rua Joaquim António de Aguiar. Nunca mais comi nenhuma galinha que me soubesse tão bem como aquela.
Passado algum tempo acabaram-se as chumbicas, para grande alegria minha e do meu irmão.

Nos idos 50 não era moda falar de trabalho infantil. E era bom comer galinha que era criada com sêmeas e milho. Fruto do trabalho de todos.

quarta-feira, março 14, 2012

LIVRO DOS REIS
SENTENÇA DE SALOMÃO
16 Vieram duas prostitutas apresentar-se ao rei.
17 Uma delas disse: Ouve, meu senhor: Esta mulher e eu habitamos na mesma casa, e eu dei à luz junto dela no mesmo aposento.
18 Três dias depois, deu também ela à luz. Ora, nós vivemos juntas, e não havia nenhum estranho conosco nessa casa, pois somente nós duas estávamos ali.
19 Durante a noite morreu o filho dessa mulher, porque o abafou enquanto dormia.
20 Levantou-se ela então, no meio da noite, e enquanto a tua serva dormia, tomou o meu filho que estava junto de mim e o deitou em seu seio, deixando no meu o seu filho morto.
21 Quando me levantei pela manhã para amamentar o meu filho, encontrei-o morto; mas, examinando-o atentamente à luz, verifiquei que não era o filho que eu dera à luz.
22 É mentira!, replicou a outra mulher, o que está vivo é meu filho; o teu é que morreu. A primeira contestou: Não é assim; o teu filho é o que morreu, o que está vivo é o meu. E assim disputavam diante do rei.
23 O rei disse então: Tu dizes: é o meu filho que está vivo, e o teu é o que morreu; e tu replicas: não é assim; é o teu filho que morreu, e o meu é o que está vivo.
24 Vejamos, continuou o rei; trazei-me uma espada. Trouxeram ao rei uma espada.
25 Cortai pelo meio o menino vivo, disse ele, e dai metade a uma e metade à outra.
26 Mas a mulher, mãe do filho vivo, sentiu suas entranhas enternecerem-se e disse ao rei: Rogo-te, meu senhor, que dês a ela o menino vivo; não o mateis; a outra, porém, dizia: Ele não será nem teu, nem meu; seja dividido!
27 Então o rei pronunciou o seu julgamento: Dai, disse ele, o menino vivo a essa mulher; não o mateis, pois é ela a sua mãe.
28 Todo o Israel, ouvindo o julgamento pronunciado pelo rei, encheu-se de respeito por ele, pois via-se que o inspirava a sabedoria divina para fazer justiça.

terça-feira, março 13, 2012

OESTE: TRIBUNAIS DA REGIÃO PERDEM COMPETÊNCIAS COM PROPOSTA DA REORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
«Torres Vedras, 12 mar (Lusa)- Os tribunais de círculo de Caldas da Rainha e Torres Vedras vão perder competências, obrigando os cidadãos a deslocarem-se a Leiria ou Sintra quando for um homicídio ou uma insolvência, de acordo com a reforma judiciária proposta pelo Governo.
Na nova reforma, os atuais tribunais de círculo deixam de existir e passam a ter como equivalentes instâncias centrais especializadas nas áreas cível e criminal, trabalho, família e menores, execuções, instrução criminal e comércio, explicou à Lusa o presidente da Associação Sindical dos Juízes, António Martins.
Contudo, o Ensaio para a Reorganização da Estrutura Judiciária propõe que os tribunais de Caldas da Rainha e Torres Vedras passem a ser instâncias locais de competência genérica só para julgar processos mais pequenos, sem coletivo de juízes, à semelhança do que acontece com Vila Franca de Xira, tribunal de círculo do qual dependem Alenquer e Azambuja.
Um caso de homicídio julgado por um coletivo de juízes, como o julgamento de ‘rei Ghob' que decorre em Torres Vedras, passará a ser julgado em Sintra.
Um cidadão do Bombarral, de Peniche ou das Caldas da Rainha vai ter de se deslocar a Leiria sempre que for presente a um juiz de instrução criminal, o mesmo acontece com um de Alenquer ou de Vila Franca de Xira que passa a ir a Lisboa.
Se tiver um processo de insolvência ou uma execução tem de se dirigir ao tribunal de Alcobaça ou, se for de Alenquer ou Azambuja, a Lisboa.
Um cidadão do Cadaval, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, concelhos atualmente dependentes do círculo judicial de Torres Vedras, passa a ir para Sintra quando se tratar de uma insolvência ou uma execução.
A proposta "vai obrigar a uma maior deslocação das pessoas. As testemunhas podem ser ouvidas por videoconferência, mas os advogados e os arguidos não", disse.
Até agora, Caldas da Rainha e Torres Vedras tinham competências para tratar casos nas áreas cível, criminal, penal, família e menores, trabalho (também existentes em Vila Franca) e comércio.
Com a reorganização judiciária proposta em janeiro pela Direção-Geral da Administração da Justiça, Caldas da Rainha e Vila Franca passam a ser instâncias centrais especializadas apenas nas áreas do trabalho e família e menores, enquanto Torres Vedras permanece o trabalho, a família e menores e instrução criminal.
"Até agora, um juiz tanto julgava um homicídio como um processo de insolvência, ou seja, dava-se uma resposta de clínica geral para um problema de cardiologia e, com a nova proposta, pretende-se especializar os tribunais", explicou António Martins, que espera com esta especialização uma maior celeridade dos processos.
A maioria dos tribunais, que o Ministério da Justiça tenciona manter abertos, vai reduzir o número de juízes e de magistrados, segundo a proposta, não havendo contudo um reforço de meios humanos nos tribunais que passam a ter competências especializadas.»
Com Cavaco Silva como 1º Ministro
1º Foi-se a Pesca
2º Foi-se a Indústria Conserveira
Com Passos Coelho como 1º Ministro e Cavaco como PR
3º Vai-se o Hospital
4º Vai-se o Tribunal
O Senhor que se segue
5º A Universidade
6º Portagens no IP6

QUEREM APOSTAR?

segunda-feira, março 12, 2012

TIRO AO SÓCRATES
De repente tudo o que está errado se deve à governação do Sócrates. Não bastava o PSD, o CDS, o BE e o PCP. Logo se juntaram o PR, a SIC eo média em geral. Ele é o Freeport, ele é o curso de Engenharia, ele é a corrupção e os magistrados que libertam para que os criminosos possam criar um clima de insegurança que permita fazer do Governo uma fantochada.
A última novidade é o Parque Escolar que gastou milhões para reconstruir escolas, com derrapagens nos custos gigantescas.
Como se as escolas não precisassem de ser recuperadas. Como se ter salas de Secundárias com espaços onde as novas tecnologias permitam criar a diferença não fosse um bem inestimável. Como se ter um piso com madeiras de boa qualidade fosse um luxo asiático. Como se ter ar condicionado não fosse uma mais valia para os alunos se sentirem confortáveis enquanto aprendem.
O que me admira é que o Ministro da Educação que era um Matemático reputado (no provinciano círculo português) se tenha convertido num sabujo ao serviço da política mais indexável.
Já se esqueceram dos desvios aberrantes dos estádios para o Euro 2004? O que é feito do Estádio do Bessa? E do Estádio do Algarve? E do Estádio de Leiria? Centenas de milhares de alunos frequentam agora todos os anos escolas em que dá gosto ter aulas. E esses estádios servem para quê? Para chamar “filhos da puta” aos árbitros?
Já se esqueceram das derrapagens na construção do CCB? E das derrapagens na construção da Casa da Música do Porto?
Falarem do Parque Escolar nos termos em que o fazem deveria ser motivo para uma demanda criminal. Se as Escolas ficaram com grande qualidade tanto melhor. Se alguém se abotoou com dinheiro à conta disso que seja preso e condenado. São duas coisas distintas.
Quando fui trabalhar para a Escola Augusto César Pires de Lima no Porto, a Escola situava-se na Rua D. João IV na zona da Batalha. Dois edifícios de um lado da rua e dois outros do outro lado. Os alunos para irem de uma aula para a outra, tinham que atravessar a Rua que na altura já era movimentadíssima. Não me recordo de na altura um único Órgão de Comunicação Social ter vindo em defesa dos alunos que corriam diariamente perigos enormes para poderem ter uma aula de Português e a seguir deslocarem-se para a aula de Matemática. Eu sei que eram miúdos da zona da Ribeira do Porto. Mas que diabo! Eram crianças. Onde estava na altura (em 1978/80) o Ministro Crato?
Já não falo da minha velhinha Escola Industrial na Fábrica do Alemão, com as salas de aula separadas por caixas de peixe.
Que bom seria que os portugueses tivessem memória. Calem-se com o Parque Escolar. Prendam os corruptos e deixem em paz as escolas.

sábado, março 10, 2012

Romantismo na 3ª Idade
UM CASAL DE VELHINHOS ESTÁ DEITADO NA CAMA. A ESPOSA NÃO ESTÁ SATISFEITA COM A DISTÂNCIA QUE HÁ ENTRE ELES.
ELA LEMBRA:
- QUANDO ÉRAMOS JOVENS, VOCÊ COSTUMAVA SEGURAR A MINHA MÃO NA CAMA.
ELE HESITA E, DEPOIS DE UM BREVE MOMENTO, ESTICA O BRAÇO E SEGURA A MÃO DELA.
ELA NÃO SE DÁ POR SATISFEITA:
- QUANDO ÉRAMOS JOVENS, VOCÊ COSTUMAVA FICAR BEM PERTINHO DE MIM.
UMA HESITAÇÃO MAIS PROLONGADA AGORA E, FINALMENTE, RESMUNGANDO UM POUCO, ELE VIRA O CORPO COM DIFICULDADE E SE ACONCHEGA PERTO DELA DA MELHOR MANEIRA POSSÍVEL.
ELA AINDA INSATISFEITA:
- QUANDO ÉRAMOS JOVENS, VOCÊ COSTUMAVA MORDER MINHA ORELHA....
ELE DÁ UM LONGO SUSPIRO, JOGA A COBERTA DE LADO E SAI DA CAMA.
ELA SE SENTE OFENDIDA E GRITA:
- AONDE VOCÊ VAI?
- BUSCAR A DENTADURA, sua VELHA CHATA!!!

sexta-feira, março 09, 2012

O TEMPO É O GRANDE MESTRE
Tem momentos em que pensamos: “- Se pudesse voltar atrás não faria isto.” Ou então, faria o mesmo mas de outra maneira. Ou ainda, repetiria tudo, não me arrependo de todo.
Estas questões surgiram-me quando ouvi hoje de manhã as notícias em que Cavaco Silva, lança um ataque demolidor ao defunto José Sócrates. Nunca votei Cavaco, e hoje ao ouvir o que ele escreveu fiquei ainda mais feliz por o não ter feito.
Aquelas palavras parecem-me de uma pessoa ressabiada, completamente desorientada com traumas antigos que não lhe dão sossego. Quem tem que escrever e analisar a História de um país (aprendi isto há muito, tinha para aí uns 15 anos) são os especialistas devidamente afastados no tempo para poderem pensar com isenção. Não são os próprios protagonistas da História, quem diz o que está ou não está a comportar-se com dimensão patriótica.
O Cavaco que atingiu índices de impopularidade que nunca aconteceram com outros Presidentes da República em Democracia, tenta fazer ajustes de contas com quem se afastou e não parece muito preocupado para já em defender-se. Quando somos rapazecos é aquilo que na gíria se designa por “bater em mortos”. Que pena Cavaco perder a oportunidade de acabar o seu mandato com dignidade. Com birras e vingançazitas da treta não vai deixar saudades. E eu evito arrepender-me de nunca ter votado nele.

quinta-feira, março 08, 2012

EU SEI QUE NÃO HÁ DINHEIRO
Por isso levam-nos couro e cabelo. Tudo o que pensávamos ser significativo em termos de uma melhor qualidade de vida está a desaparecer. E nem sequer falo das mordomias como férias ou 2ªs habitações, ou mesmo de ir uma vez por semana ao restaurante, ou comprar uns livros ou uns CDs, ou mesmo ir ver um jogo de futebol da equipa favorita.
Falo dos entraves colocados a uma aprendizagem consistente com um desenvolvimento do pensamento que permita jovens com capacidade crítica, disponíveis para se tornarem pessoas mais capazes de promover um país melhor.
É verdade que fora dos quadros partidários não existem muitas perspectivas. Até aconselham os melhores de entre nós a desaparecerem para não “chatearem”. Mas o tempo desta gentalha está a acabar. Aliás, o seu fim será mais rápido do que o que se pensa. Quando não se encontra um Português em Portugal, com conhecimentos da nossa realidade para poder promover o desenvolvimento económico do país, já se está a confessar a impotência perante os desafios maiores que nos ocupam. Vir para aqui um “professorzito” habituado a impor-se pela rigidez aborígene num país rico, tratar da economia dos “pobrezinhos” é ridículo e caricato. Dessem ao homem um lugar de adjunto na Santa Casa da Misericórdia e fariam melhor figura.
Não há dinheiro arranjem usurários para governar o país. Gente diletante já cá temos aos molhos e borrifamo-nos para elas.

quarta-feira, março 07, 2012

FELISBELA LOPES
Aos sábados entre as 09 e as 10 horas da manhã, na RTP1 e após a apresentação do Jornal da Manhã, a pessoa que o faz pede os comentários da Imprensa à professora da Universidade do Minho, Felisbela Lopes.
Sorvo as suas palavras. Reflito sobre a análise que faz aos títulos da Imprensa e medito sobre os alertas que lança para as entrelinhas. As “fontes” como forma de dar notícias que raramente responsabilizam quem as dá e os títulos que só excecionalmente correspondem na sua importância ao corpo da notícia, são exemplos do muito com que Felisbela Lopes contribui para leituras saudáveis de Jornais e revistas.
Falta-lhe em corporativismo o que lhe sobeja em poder de análise, dignidade e honradez nas sínteses. Eu que sou velho e tive professores de português que na Machado de Castro levava para as aulas “A Bola” e “O Século” para aprendermos a ler jornais e sobretudo aprendermos para além do que lá se escrevia, quando se podia escrever muito pouco, sinto que Felisbela Lopes para além de Jornalista e de professora é uma mulher que ama a Língua Portuguesa. Bem haja por isso e pelo seu contributo para melhorar o que por cá se vai fazendo.

terça-feira, março 06, 2012

PENICHE: Igreja encerrada há mais de 20 anos transformada em centro interpretativo
Lisboa, Portugal 05/03/2012 18:54 (LUSA)
Temas: Artes, Cultura e Entretenimento, Monumentos, Autoridades locais

«Peniche, 05 mar (Lusa)- A Câmara de Peniche anunciou hoje investiu mais de meio milhão de euros na recuperação da Igreja de São José de Atouguia da Baleia, espaço encerrado há mais de 20 anos e agora transformado em centro interpretativo da freguesia.
O presidente da Câmara de Peniche, António José Correia (CDU), afirmou em conferência de imprensa que foram investidos 650 mil euros em obras de recuperação da igreja e de construção de um edifício anexo para albergar o centro interpretativo.
O pároco da freguesia Jean Franco explicou que “a igreja esteve muito anos fechada dada a impossibilidade de a paróquia em recuperá-la” e, segundo o presidente da junta de freguesia, António Salvador, “esteve mesmo em perigo de ruir” por estar tão degradada.
Além das obras, o trabalho incidiu ainda na recuperação do retábulo do altar-mor e, desde 2007, na recolha junto da população do património existente na freguesia e respetiva inventariação. Daí resultaram 600 peças, das quais 90 por cento estão inventariadas e 20 por cento conservadas.
O espólio engloba peças em arte sacra, esculturas de figuras religiosas, da cultura etnográfica e achados geológicos.
Além do património da igreja, os técnicos da autarquia efetuaram ainda o inventário e mapeamento de todos os locais ligados ao património da freguesia, desde fontes e lavadouros, lagares, moinhos e azenhas e até de festividades, saberes ou profissões antigas.
A igreja, datada do século XVII, vai ficar integrada na rede concelhia de museus e vai ficar aberta ao público com atividades já agendadas para este ano, tais como uma sessão de poesia, uma exposição sobre o associativismo e outra decorrente da iniciativa “Pintar Atouguia”.
O espaço vai abrir dia 17 como Centro Interpretativo de Atouguia da Baleia, com uma exposição alusiva ao projeto museológico.»

segunda-feira, março 05, 2012

EM DEFESA DE…
No final da semana passada foi distribuído nas caixas do correio (mesmo naquelas que solicitam estarem vedadas a publicidade) um panfleto de 4 páginas, alegadamente em defesa do NÃO encerramento do Hospital de São Pedro Gonçalves Telmo, nos moldes em que tem vindo a funcionar.
Os textos, extensos e monocórdicos tornam a repetir argumentos já utilizados anteriormente e são assinados pelo presidente da Câmara e pelo Presidente da Assembleia Municipal e espremidos dizem o mesmo.
Só uma pessoa não se espanta com o que lá está escrito: - O Manuel Joaquim Leonardo que há muitos anos o vem repetindo à exaustão sem que ninguém o ouça. De resto nada de novo acrescentam.
Por mim não me espanta o que parece ser a última decisão sobre o Hospital. Quando a CDU/PCP, o PSD e o CDS derrubaram o Governo PS para poderem disputar as migalhas que sobraram do Grande Banquete em que se tornou este país nos últimos 8 anos, é certo que haveria que sacudir a toalha para aproveitar as migalhas. O Hospital de Peniche faz parte dessas migalhas.
O que pode espantar nisto tudo? A ingenuidade? A falta de visão política? Nagar as evidências? O que me daria algum sinal de que qualquer coisa estaria a mudar com as novas gerações na política portuguesa, seria os jovens turcos que prestam serviço em cargos mais destacados da política nacional, darem o seu sinal de indignação demitindo-se todos eles por alegadamente os interesses politico-partidários se estarem a sobrepor aos interesses das populações. Mas nada disto vai acontecer. A formatação está feita e os jovens querem copiar os mais velhos para poderem ser como eles. Já alguém disse que este país não é para jovens. Eu diria que também não é para velhos nem para crianças. Os recém-nascidos tornaram-se nados-mortos. Já pouco interessa o que se defende.
Mais Hospital, menos Centro de Saúde. Mais valência, menos serviço. Tão bem que falava o homem das feiras antes de chegar ao Governo. São todos iguais.

sábado, março 03, 2012


NOTÍCIAS DA LUSA
Lisboa, 02 mar (Lusa) – O concelho de Peniche, sobretudo na cultura de batata, foi o mais afetado da região de Lisboa e Vale do Tejo devido às geadas registadas este inverno, segundo o 1.º relatório do grupo de acompanhamento e avaliação dos impactos da seca 2012.
A geada que caiu em fevereiro na localidade Ferrel, no concelho de Peniche, destruiu toda a plantação de batata da freguesia e levou os agricultores locais a pedir apoios ao Governo.
O relatório divulgado na quinta-feira à noite pelo Ministério da Agricultura diz respeito a 15 de fevereiro quando 70% do território do continente estava em seca severa e 5% em seca extrema em zonas do litoral norte e Douro.
O grupo referiu ter passado o risco, verificado em janeiro, de uma rebentação precoce e irregular das culturas arbóreas e arbustivas.
A chuva registada entre outubro e dezembro e as temperaturas acima do normal em janeiro “permitiram um crescimento normal das culturas de sequeiro nesta região”, mas atualmente é bastante fraco o desenvolvimento das forrageiras anuais e dos prados e pastagens.
Devido ao recurso a rações industriais e ao encarecer da produção, os produtores têm tentado vender mais cabeças de gado por parte, enquanto os compradores manifestam menor interesse na compra de animais e a oferecem a preços mais reduzidos.
As sementeiras mais recentes dos cereais de outono/inverno germinaram pior por causa da crosta superficial que se formou nos solos e os produtores, entretanto, desistiram de fazer as sementeiras.
No caso da aveia e do centeio estima-se uma manutenção da área em relação ao ano anterior e uma redução de 5 a 10% no trigo e de 10% no triticale. A quebra de produtividade da aveia deverá oscilar entre 30 e 40%.
A situação dos pomares de citrinos pode considerar-se normal, indica o documento.
Nesta região, a perda de água dos solos tem sido considerável, não havendo reposição e as reservas superficiais, poços, charcas e linhas de água estão já abaixo da sua capacidade máxima.
SOMOS OS 1ºS!!!!!!!!!!!!!

 

sexta-feira, março 02, 2012

COLAGENS SOBRE O ÓDIO
Quem se alimenta do ódio seca tudo o que o rodeia. Plantas, animais e pessoas serão vítimas sempre desse ódio. E serão essas pessoas vitimas infelizes desse definhar.

O ódio é um sentimento intenso de raiva. Traduz-se na forma de antipatia, aversão, desgosto, rancor, inimizade ou repulsa contra uma pessoa ou algo, assim como o desejo de evitar, limitar ou destruir o seu objetivo. (Wikipédia)

Meditação sobre o Ódio
Quando qualquer pessoa ou objecto cria descontentamento na nossa mente, a primeira reacção é de irritação ou de raiva e essa irritação ou raiva é convertida em ódio. A raiva ou a irritação pode ser momentânea, mas o ódio fica permanentemente na mente. Mesmo passados vários anos, o próprio nome da pessoa traz o ódio à mente e esse ódio perturba a mente.
Uma mente cheia de ódio nunca poderá ser relaxada ou pacífica. Ódio corrói a mente como o ácido. Quando odiamos os outros o nosso próprio coração queima. A nossa própria mente é ferida. Desta forma, o ódio é um castigo a nós mesmos por um erro de outra pessoa.
(Swami Paramarthananda - 26-05-2010)

"A ira gera o ódio, e do ódio nascem a dor e o medo."
( Santo Agostinho )

Como corolário a reunião de José Almada Negreiros com Mário Viegas, para texto e voz nos legarem o que melhor explica o que não deveria ser. Ponto final parágrafo.

Parte I
http://www.youtube.com/watch?v=bm0JxtLdZfk

Parte II
http://www.youtube.com/watch?v=VaC8UVHR5tI&feature=related

quinta-feira, março 01, 2012

OLHAR DE NOVO
Olho para os telejornais e vejo o PR falando como se estivesse estado em coma e só agora despertasse para o país a que pertence. Ouço falarem do Primeiro-ministro de visita a Itália a convite de alguém que não foi eleito e que lhe diz como agir contra a Kzarina alemã e o baixote francês. Um Nobel de economia diz que… e o nosso ministro das Finanças diz mas…
Importante parece ser a carta de Londres e não os 3783 tratados que os países da União Europeia já assinaram. Obama do lado de lá do Atlântico diz que sim mas também. Mas esse parece estar em ano eleitoral e tem de se lhe dar um desconto. A irlanda vai a votos sobre o pacto e nós aqui “carneiradamente” pactuamos. Entretanto um dos mais lúcidos políticos portugueses parece continuar a ser o Dr. Mário Soares que há 6 anos atrás parecia ser velho para o desempenho do cargo de PR.
No emio disto tudo onde anda um tal peixe chamado “cherne”? O que é feito do Durão Barroso? Quem lhe liga importância? Quem ouve o que ele diz ou aprova iniciativas suas? Ao desfrute que uma pessoa se dá para poder ocupar um cargo honorífico. Tão visível como o Papa mas menos importante, o “portuguesito” que foi encomendado para fazer aquela figura anda em bolandas de cá para lá sem que alguém lhe ligue importância.
Dos quatro sinistros conspiradores que levaram a morte e o desespero a milhões no Iraque (Busch, Aznar, Blair e Barroso), resta ele a representar o maior atentado à Paz cometido nos últimos 30 anos. De figura sinistra passou a figura etérea que as pessoas querem esquecer para poderem esquecer a sua vergonha.
Volto e está tudo como antes. Nada mudou.