sábado, setembro 29, 2012

UM ACIDENTE PREVISIVEL...
...tal qual o buraco em que o país está metido









quarta-feira, setembro 26, 2012

AS FUNDAÇÕES
O que o Governo decidiu ao fim de um ano de trabalho, no que respeita às Fundações com o intuito de emagrecer os prejuízos do Estado, é incoerente, estúpido e atinge e ultrapassa as raias do vandalismo e terrorismo político.
Faz pensar no velho adágio popular de “atrás de mim virá, quem de mim bom fará”, recordando as decisões da dupla Cavaco-Sousa Lara. Nessa altura pensámos que nada pior podia acontecer.
Recordem-se algumas decisões tomadas por este Governo, onde pontifica um Secretário de Estado da Cultura que não se manifesta de forma alguma:

Extinção
– Fundação Casa do Douro

Fim de ajudas públicas
- Fundação Casa de Mateus
- Fundação Oriente (que já não recebia qualquer apoio público)

Menos 20% de apoios
- Fundação Centro Cultural de Belém

Menos 30% de apoios
- Fundação Arpad Szénes-Vieira da Silva
- Fundação Casa da Música
- Fundação de Serralves
- Fundação do Gil
- Fundação INATEL
- Fundação Ensino e Cultura Fernando Pessoa

Proposta de Extinção a Câmaras Municipais onde estão sediadas
- Fundação Paula Rêgo
- Bienal de Arte de Cerveira

Chega de disfarçar. Os casos mais paradigmáticos são o da Casa de Mateus em que o apoio concedido era de 7500€ valor do Prémio literário que este ano foi atribuído a Maria Teresa Horta e que esta recusou receber das mãos do 1º Ministro. Se não é uma vingança mesquinha e torpe de um “jótinha” mal formado, bem que parece. Depois o ataque a instituições de carácter cultural que alteraram a face do país em que vivemos.
Curiosamente (ou talvez não) a revista “GQ” de Julho/Agosto traz a indicação dos 10 pintores portugueses com valores de quadros seus vendidos em Galerias internacionais. 2 são de Vieira da Silva em valores superiores a 1 Milhão de Euros. 5 são de Paula Rego cuja Casa da Fundação se situa em Cascais em edifício do Arquitecto Souto moura e que já figura entre um dos mais belos edifícios da Modernidade universal. Mas como o Capucho tem tomado posições desassombradas contra os rapazecos do Governo, leia-se esta proposta como mais uma vingançazinha das mentes pequeninas a quem entregámos o governo deste país. Ao Estado caberia pagar a manutenção daquele edifício, como assegura os Jerónimos, para que os vindouros possam dele usufruir como nós. E dar mais dinheiro para podermos ter em permanência telas daquela que já é uma das grandes da pintura portuguesa.
Mas o coelhinho e o seu ordenança um tal de viegas acham que é assim que um pais se liberta. Que pena eu tenho de já não ter tempo para sair deste país e pedir nem que fosse a nacionalidade guatemalteca.
Solemnia Verba


Disse ao meu coração: Olha por quantos
Caminhos vãos andámos! Considera
Agora, desta altura, fria e austera,
Os ermos que regaram nossos prantos...

Pó e cinzas, onde houve flor e encantos!
E a noite, onde foi luz a Primavera!
Olha a teus pés o mundo e desespera,
Semeador de sombras e quebrantos!

Porém o coração, feito valente
Na escola da tortura repetida,
E no uso do pensar tornado crente,

Respondeu: Desta altura vejo o Amor!
Viver não foi em vão, se isto é vida,
Nem foi demais o desengano e a dor.

Antero de Quental, in "Sonetos"

segunda-feira, setembro 24, 2012

Ser pequeno é menos que ser maior.


Ser pequenino é não ter altura para poder abraçar coisas grandes.

Ser invisível é não ser visto. É ser mudo aos olhos. É não deixar rasto. Não é um drama para ninguém porque ninguém sabe o que passou.

domingo, setembro 23, 2012

1º Estranha-se, depois...














sexta-feira, setembro 21, 2012

Peniche: Empresários do surf querem regras de uso das praias no futuro plano de ordenamento


Peniche, Portugal 21/09/2012 13:49 (LUSA)
Temas: empresas, Ambiente, Surf

Torres Vedras, 21 set (Lusa) - Os empresários ligados ao surf em Peniche alertaram hoje para a necessidade de o futuro Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Alcobaça-Mafra vir a ter regras que impeçam a sobrelotação das praias por escolas de aprendizagem da modalidade.

“Temos muitas escolas de surf, de Peniche e de fora, que usam as praias do concelho para dar aulas e há casos de sobrelotação de praias, para os quais queremos que o novo POOC venha a criar regras que hoje não existem”, afirmou à agência Lusa o presidente da Associação de Escolas e Surf Camps de Peniche, Ricardo Leopoldo.

A preocupação vai ser comunicada no sábado a vários responsáveis de organismos, como a Agência Portuguesa do Ambiente, responsável pela elaboração do futuro POOC Alcobaça-Mafra, durante o ‘workshop’ ‘O surf e o turismo: a sua importância para a zona Oeste’.

O responsável alertou que a sobrelotação das praias, para as quais ainda não existem leis de utilização e gestão do espaço, é causa de acidentes entre surfistas e banhistas e faz com que os operadores “prestem um mau serviço” aos mais de cinco mil turistas que, por ano, procuram Peniche para ter aulas de surf.

Outros problemas prendem-se com a falta de acessibilidades, duches, casas de banho e passadeiras nas praias e o “caravanismo selvagem” nos parques de estacionamento existentes nas praias do concelho.

“Temos alertado a câmara e a GNR porque toda a gente pernoita junto às praias, acaba por deixar lixo na praia e ocupa os estacionamentos. Depois as pessoas querem estacionar e não têm lugares disponíveis”, disse.

A associação possui 13 associados, dos quais oito são ‘surf camps’ (alojamentos para surfistas) e cinco são escolas de surf, mas em Peniche existem 30 no total, alguns dos quais não estão legalizados.

A iniciativa é organizada pela Representação da Comissão Europeia em Portugal, que promove também nesse dia a praia do Baleal, que acolhe em outubro a única etapa do mundial de surf realizada em Portugal, uma ação de limpeza, para a qual são esperados mais de 30 voluntários.

A representação da Comissão Europeia em Portugal tem vindo a promover ações pelo país enquadradas na iniciativa ‘Perto dos Cidadãos para um Crescimento Económico Sustentável’.

FYC.

quinta-feira, setembro 20, 2012

Só nos perturba o que não entendemos

quarta-feira, setembro 19, 2012

AS TENTAÇÕES DE JESUS NO DESERTO
Em lugar de destaque em minha casa está um livro que gosto de ler e reler. Independentemente das minhas opiniões pessoais sobre Fé, Deus e os Deuses em geral, os profetas e alguns dos teólogos que marcaram a civilização à qual pertenço, sabe-me bem a leitura de Parábolas, Salmos e Tratados filosóficos que releio com o mesmo apetite intelectual de sempre. Nessa prateleira mesmo junto ao PC estão várias Biblias, católica, Luterana, Anglicana, Mórmom, o Alcorão, Lao Tse, S. Tomás, S. Agostinho, Teillard de Chardin, João Paulo II.
Ontem a propósito de assunto que não vem “à baila”, reli S. Mateus e as tentações que Jesus sofreu antes de se apresentar perante os que o iriam ouvir. Resumem-se as tentações em três que passo a citar:

- "Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães" (4:3)
- "Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus"(4:4)

- "Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se és filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra" (4:5-6)
- "Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus" (4:7)

- "Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou- lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares" (4:8-9)
- "Retira-te Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto"(4:10)

Ao reler esta magnifica história sobre o que pode levar um Homem a ceder na sua dignidade perante o que lhe é oferecido, veio-me de repente este princípio que quero guardar para mim:
- Todo aquele que procura Deus rapidamente, pode vir a encontrar-se com o Diabo.

terça-feira, setembro 18, 2012

DO DISCURSO DO MÉTODO (DESCARTES)
«…considerei o que é necessário a uma proposição para ser verdadeira e correta; pois, já que encontrara uma que eu sabia ser exatamente assim, pensei que devia saber também em que consiste essa certeza. E, ao perceber que nada há no eu penso, logo existo, que me dê a certeza de que digo a verdade, salvo que vejo muito claramente que, para pensar, é preciso existir, concluí que poderia tomar por regra geral que as coisas que concebemos muito clara e distintamente são todas verdadeiras, havendo somente alguma dificuldade em notar bem quais são as que concebemos distintamente.

Depois, havendo refletido a respeito daquilo que eu duvidava, e que, por conseguinte, meu ser não era totalmente perfeito, pois via claramente que o conhecer é perfeição maior do que o duvidar, decidi procurar de onde aprendera a pensar em algo mais perfeito do que eu era; e descobri, com evidência, que devia ser de alguma natureza que fosse realmente mais perfeita. No que se refere aos pensamentos que eu formulava sobre muitas outras coisas fora de mim, como a respeito do céu, da Terra, da luz, do calor e de mil outras, não me era tão difícil saber de onde vinham, porque, não notando neles nada que me parecesse torná-los superiores a mim, podia julgar que, se fossem verdadeiros, seriam dependências de minha natureza, na medida em que esta possuía alguma perfeição; e se não o eram, que eu os formulava a partir do nada, ou seja, que existiam em mim pelo que eu possuía de falho. Mas não podia ocorrer o mesmo com a idéia de um ser mais perfeito do que o meu; pois fazê-la sair do nada era evidentemente impossível; e, visto que não é menos repulsiva a idéia de que o mais perfeito seja uma conseqüência e uma dependência do menos perfeito do que a de admitir que do nada se origina alguma coisa, eu não podia tirá-la tampouco de mim próprio.

De maneira que restava somente que tivesse sido colocada em mim por uma natureza que fosse de fato perfeita do que a minha, e que possuísse todas as perfeições de que eu poderia ter alguma idéia, ou seja, para dizê-lo numa única palavra, que fosse Deus. A isso acrescentei que, admitido que conhecia algumas perfeições que eu não tinha, não era o único ser que existia (usarei aqui livremente, se vos aprouver, alguns termos da Escola); mas que devia necessariamente haver algum outro mais perfeito, do qual eu dependesse e de quem tivesse recebido tudo o que possuía. Pois, se eu fosse sozinho e independente de qualquer outro, de maneira que tivesse recebido, de mim próprio, todo esse pouco mediante o qual participava do Ser perfeito, poderia receber de mim, pelo mesmo motivo, todo o restante que sabia faltar-me, e ser assim eu próprio infinito, eterno, imutável, onisciente, todo-poderoso, e enfim ter todas as perfeições que podia perceber existirem em Deus. Pois, de acordo com os raciocínios que acabo de fazer, para conhecer a natureza de Deus, tanto quanto a minha o era capaz, era suficiente considerar, a respeito de todas as coisas de que encontrava em mim qualquer idéia, se era ou não perfeição possuí-las, e tinha certeza de que nenhuma das que eram marcadas por alguma imperfeição existia nele, mas que todas as outras existiam. Dessa forma, eu notava que a dúvida, a inconstância, a tristeza e coisas parecidas não podiam existir nele, porque eu mesmo apreciaria muito ser desprovido delas.»

segunda-feira, setembro 17, 2012

QUE FAZER?
Muitas centenas de milhares de pessoas por todo o país mostraram a sua indignação pelo futuro de miséria que os aguarda (ou que lhes querem fazer crer que é necessário) para poder tirar este país do lodaçal em que o colocaram.
À margem dos partidos políticos, embora alguns deles mais ou menos sabiamente se tivessem aproveitado da situação, os cidadãos choraram, gritaram, bateram tampas de tachos e de panelas, cantaram (o hino nacional), entoaram slogans, tudo isto porque lhes alimentaram a esperança e de repente disseram-lhes: “não há mais nada para os que sonharam que eram pessoas. O mundo é mesmo assim. De um lado os ricos (muitos), do outro os pobres (muitos)”. E se até os vários cleros se insurgem contra o estado de miserável pobreza a que chegámos, é porque já nem há pães, nem peixes para multiplicar.

Ganha a batalha dos “miseráveis” o que fazer com ela?

Os políticos (os mesmos de sempre) preparam-se para dar a volta ao texto e continuar a distribuir dividendos pelos seus fiéis seguidores. Os homens do dinheiro preparam-se para nos castigarem se não tivermos juízo. Alguns vão dizer 3 vezes que não estiveram na manifestação. Outros, os mais ingénuos imolar-se-ão de uma qualquer forma. E Portugal vai continuar a perder jogos atrás de jogos, sem que alguma vez possa pensar em chegar aos primeiros lugares do campeonato.

Mas vale a pena lutar? Claro que vale.
Vale a pena sonhar? Sim.
Um dia, as pessoas irão compreender que podem agarrar os seus destinos nas suas próprias mãos e a pontapé e estalo irão atirar para o caixote do lixo da histórea as figuras grotescas que agora nos condenam.

sábado, setembro 15, 2012


15 DE SETEMBRO DE 2012
Solidário na luta contra um Governo de trauliteiros ao serviço dos interesses económicos que nos empobrecem

sexta-feira, setembro 14, 2012

O QUADRO FORA DA PAREDE
Nos tempos em se jogava ao “chepe” aos sábados e domingos à tarde, juntavam-se ali o Zé Travassos, o Zé Ferreira, o Carriço, o Jabaja, o Júlio, o Dionizio Costa, o Arrazador, e muitos, muitos outros já desaparecidos na sua maior parte. Entre eles figurava um algarvio, o Zé Bernardino, que foi mestre de Fábrica de conservas e era senhor ao mesmo tempo de um mau feitio terrivel e de um sentido de humor completamente invulgar. A disputa do jogo em questão provocava cenas de zangas incontáveis durante uma tarde e algazarras completamente ensurdecedoras. O Zé Bernardino era certo e sabido fazia sempre parte das discussões mais acesas.
Num determinado dia em que a guerra de palavras já se estendia por algum tempo entre alguns dos que jogavam e o inevitável Zé Bernardino, em que um e outro já se tinham levantado da cadeira com ar ameaçado, o Algarvio a certa altura cala-se, olha para o seu interlocutor mais directo olhos nos olhos e diz-lhe de forma fulminante: “Ah seu home, você cale-se porque não passa dum quadro fora da parede!”.

Fiquei muito tempo a pensar naquela expressão. Sabendo que os quadros existem para serem pendurados, um que está fora da parede atingiu o fim da sua utilidade. Porque ninguém olha para ele. Porque utiliza uma técnica tão errada que não há nada que o torne agradável ou minimamente aceitável.
É uma expressão demolidora sem ser mal-educada. No entanto pesa mais no seu significado final do que se utilizasse formas de calão grosseiro. É mais mortífera que uma bala. E no entanto não conduz a que alguém menos atento se sinta tratado grosseiramente e possa conduzir a cenas de pugilato sempre indesejáveis, ou a processos judiciais sempre desagradáveis.

Ao recordar o Zé Bernardino, recordo a sua frase de peso e remeto-a direitinha para o actual governo e para os seus ministros. São uns autênticos “quadros fora da parede”. Estão esgotados. Mortos. Sem valor. Imprestáveis. Prontos para o lixo.
Obrigado Zé Bernardino por me teres ensinado a insultar estes pedaços de excremento, sem que me possam culpar de estar a ser injurioso.

quarta-feira, setembro 12, 2012

UMA CARTA ABERTA AO 1º MINISTRO
O AUTOR
Eugénio Lisboa - Escritor e ensaísta

O autor foi presidente da Comissão Nacional da UNESCO / conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal em Londres entre 1978-1995 / professor catedrático especial de Estudos Portugueses na Universidade de Nottingham / professor catedrático visitante da Universidade de Aveiro / e coordenador do ensino da língua portuguesa na Suécia. É Doutor Honoris Causa pelas universidades de Nottingham e Aveiro. A Câmara de Cascais outorgou-lhe a medalha de Mérito Cultural.
Em Moçambique foi sucessivamente administrador e director das petrolíferas SONAPMOC, SONAREP e TOTAL.

A CARTA
CARTA AO PRIMEIRO-MINISTRO DE PORTUGAL

Exmo. Senhor Primeiro Ministro

Hesitei muito em dirigir-lhe estas palavras, que mais não dão do que uma pálida ideia da onda de indignação que varre o país, de norte a sul, e de leste a oeste. Além do mais, não é meu costume nem vocação escrever coisas de cariz político, mais me inclinando para o pelouro cultural. Mas há momentos em que, mesmo que não vamos nós ao encontro da política, vem ela, irresistivelmente, ao nosso encontro. E, então, não há que fugir-lhe.

Para ser inteiramente franco, escrevo-lhe, não tanto por acreditar que vá ter em V. Exa. qualquer efeito — todo o vosso comportamento, neste primeiro ano de governo, traindo, inescrupulosamente, todas as promessas feitas em campanha eleitoral, não convida à esperança numa reviravolta! — mas, antes, para ficar de bem com a minha consciência. Tenho 82 anos e pouco me restará de vida, o que significa que, a mim, já pouco mal poderá infligir V. Exa. e o algum que me inflija será sempre de curta duração. É aquilo a que costumo chamar “as vantagens do túmulo” ou, se preferir, a coragem que dá a proximidade do túmulo. Tanto o que me dê como o que me tire será sempre de curta duração. Não será, pois, de mim que falo, mesmo quando use, na frase, o “odioso eu”, a que aludia Pascal.

Mas tenho, como disse, 82 anos e, portanto, uma alongada e bem vivida experiência da velhice — a minha e da dos meus amigos e familiares. A velhice é um pouco — ou é muito – a experiência de uma contínua e ininterrupta perda de poderes. “Desistir é a derradeira tragédia”, disse um escritor pouco conhecido. Desistir é aquilo que vão fazendo, sem cessar, os que envelhecem. Desistir, palavra horrível. Estamos no verão, no momento em que escrevo isto, e acorrem-me as palavras tremendas de um grande poeta inglês do século XX (Eliot): “Um velho, num mês de secura”... A velhice, encarquilhando-se, no meio da desolação e da secura. É para isto que servem os poetas: para encontrarem, em poucas palavras, a medalha eficaz e definitiva para uma situação, uma visão, uma emoção ou uma ideia.

A velhice, Senhor Primeiro Ministro, é, com as dores que arrasta — as físicas, as emotivas e as morais — um período bem difícil de atravessar. Já alguém a definiu como o departamento dos doentes externos do Purgatório. E uma grande contista da Nova Zelândia, que dava pelo nome de Katherine Mansfield, com a afinada sensibilidade e sabedoria da vida, de que V. Exa. e o seu governo parecem ter défice, observou, num dos contos singulares do seu belíssimo livro intitulado The Garden Party: “O velho Sr. Neave achava-se demasiado velho para a primavera.” Ser velho é também isto: acharmos que a primavera já não é para nós, que não temos direito a ela, que estamos a mais, dentro dela... Já foi nossa, já, de certo modo, nos definiu. Hoje, não. Hoje, sentimos que já não interessamos, que, até, incomodamos. Todo o discurso político de V. Exas., os do governo, todas as vossas decisões apontam na mesma direcção: mandar-nos para o cimo da montanha, embrulhados em metade de uma velha manta, à espera de que o urso lendário (ou o frio) venha tomar conta de nós. Cortam-nos tudo, o conforto, o direito de nos sentirmos, não digo amados (seria muito), mas, de algum modo, utilizáveis: sempre temos umas pitadas de sabedoria caseira a propiciar aos mais estouvados e impulsivos da nova casta que nos assola. Mas não. Pessoas, como eu, estiveram, até depois dos 65 anos, sem gastar um tostão ao Estado, com a sua saúde ou com a falta dela. Sempre, no entanto, descontando uma fatia pesada do seu salário, para uma ADSE, que talvez nos fosse útil, num período de necessidade, que se foi desejando longínquo. Chegado, já sobre o tarde, o momento de alguma necessidade, tudo nos é retirado, sem uma atenção, pequena que fosse, ao contrato anteriormente firmado. É quando mais necessitamos, para lutar contra a doença, contra a dor e contra o isolamento gradativamente crescente, que nos constituímos em alvo favorito do tiroteio fiscal: subsídios (que não passavam de uma forma de disfarçar a incompetência salarial), comparticipações nos custos da saúde, actualizações salariais — tudo pela borda fora. Incluindo, também, esse papel embaraçoso que é a Constituição, particularmente odiada por estes novos fundibulários. O que é preciso é salvar os ricos, os bancos, que andaram a brincar à Dona Branca com o nosso dinheiro e as empresas de tubarões, que enriquecem sem arriscar um cabelo, em simbiose sinistra com um Estado que dá o que não é dele e paga o que diz não ter, para que eles enriqueçam mais, passando a fruir o que também não é deles, porque até é nosso.

Já alguém, aludindo à mesma falta de sensibilidade de que V. Exa. dá provas, em relação à velhice e aos seus poderes decrescentes e mal apoiados, sugeriu, com humor ferino, que se atirassem os velhos e os reformados para asilos desguarnecidos, situados, de preferência, em andares altos de prédios muito altos: de um 14º andar, explicava, a desolação que se comtempla até passa por paisagem. V. Exa. e os do seu governo exibem uma sensibilidade muito, mas mesmo muito, neste gosto. V. Exas. transformam a velhice num crime punível pela medida grande. As políticas radicais de V. Exa, e do seu robôtico Ministro das Finanças — sim, porque a Troika informou que as políticas são vossas e não deles... — têm levado a isto: a uma total anestesia das antenas sociais ou simplesmente humanas, que caracterizam aqueles grandes políticos e estadistas que a História não confina a míseras notas de pé de página.

Falei da velhice porque é o pelouro que, de momento, tenho mais à mão. Mas o sofrimento devastador, que o fundamentalismo ideológico de V. Exa. está desencadear pelo país fora, afecta muito mais do que a fatia dos velhos e reformados. Jovens sem emprego e sem futuro à vista, homens e mulheres de todas as idades e de todos os caminhos da vida — tudo é queimado no altar ideológico onde arde a chama de um dogma cego à fria realidade dos factos e dos resultados. Dizia Joan Ruddock não acreditar que radicalismo e bom senso fossem incompatíveis. V. Exa. e o seu governo provam que o são: não há forma de conviverem pacificamente. Nisto, estou muito de acordo com a sensatez do antigo ministro conservador inglês, Francis Pym, que teve a ousadia de avisar a Primeira Ministra Margaret Thatcher (uma expoente do extremismo neoliberal), nestes termos: “Extremismo e conservantismo são termos contraditórios”. Pym pagou, é claro, a factura: se a memória me não engana, foi o primeiro membro do primeiro governo de Thatcher a ser despedido, sem apelo nem agravo. A “conservadora” Margaret Thatcher — como o “conservador” Passos Coelho — quis misturar água com azeite, isto é, conservantismo e extremismo. Claro que não dá.

Alguém observava que os americanos ficavam muito admirados quando se sabiam odiados. É possível que, no governo e no partido a que V. Exa. preside, a maior parte dos seus constituintes não se aperceba bem (ou, apercebendo-se, não compreenda), de que lavra, no país, um grande incêndio de ressentimento e ódio. Darei a V. Exa. — e com isto termino — uma pista para um bom entendimento do que se está a passar. Atribuíram-se ao Papa Gregório VII estas palavras: “Eu amei a justiça e odiei a iniquidade: por isso, morro no exílio.” Uma grande parte da população portuguesa, hoje, sente-se exilada no seu próprio país, pelo delito de pedir mais justiça e mais equidade. Tanto uma como outra se fazem, cada dia, mais invisíveis. Há nisto, é claro, um perigo.

De V. Exa., atentamente,

Eugénio Lisboa

terça-feira, setembro 11, 2012

ZANGA
Depois do que ouvi o Coelho dizer o que espera aos cidadãos deste país, mesmo assim não me consigo zangar com ele. Com os arrivistas do poder que constituem o PSD/CDS de hoje não espero outra coisa que não sejam trafulhices e saques ao dinheiro dos outros para eles poderem viver “à grande e à francesa”. E aqui quero dizer que existem algumas figuras públicas ligadas a estes dois partidos que estimo, respeito e até admiro. Mas esses, estão todos à distância de um universo destes seres maléficos e torpes que nos governam e das “cliques” das Jotas que os acompanham.

Mas como eu dizia não é com esta gentinha que me sinto zangado. Estou furibundo é com o PCP, mais umas criaturas verdes que o acompanham e o uns tais de BE. Quando foi daquela coisa do PEC IV votaram contra fazendo cair o Governo PS. Nem eu, nem eles somos ingénuos. A “esquerdice de trazer por casa “ que temos no Parlamento com a experiência política que tem sabia bem o que viria a acontecer depois. Mesmo assim alinharam com a direita parlamentar.
Se hoje estamos como estamos, e a estes que devemos agradecer. A política de “terra queimada” que tem sido seguida pela oposição à esquerda do PS pode servir os intuitos de quem ainda se rege pela cartilha marxista-leninista, visando um povo miserável, logo mais vulnerável aos intentos da esquerda ortodoxa.

Mas isso nunca pegou em Portugal. Somos um povo muito específico. Temos idiossincrasias muito nossas. Em 1917 éramos o país mais atrasado da Europa. Em vez de descobrirmos Marx, encontrámos Nossa Senhora de Fátima. De facto O PCP e os seus irmãos naturais têm de compreender que chegar ao eleitorado em Democracia é algo que só está ao alcance de quem conseguir perceber sem raiva nem preconceitos o que vai na alma das pessoas.

Não é escondendo-se atrás de uma sigla que o PCP vai poder atingir o poder em Portugal. Nem com revanchismos. Nem dividindo a sociedade portuguesa entre os trabalhadores e os outros. Somos todos portugueses. Nem todos os patrões são questionáveis. Como existem muitos trabalhadores que o são.
Estou fulo porque esperava mais daqueles que podem e devem constituir uma réstia de esperança para Portugal. Tantas vezes gritaram “governo para a rua” que agora já só muito poucos os ouvem. Volta PEC IV! Estás perdoado.

segunda-feira, setembro 10, 2012

RECORDAR
No dia 23 de Janeiro do corrente ano, premonitoriamente eu escrevi aqui um Blog a que dei o nome de “SORRISOS”. Nessa altura ainda não se suspeitava do que viria a surgir. Estávamos todos em estado catatónico. Ter razão antes de tempo é terrível. É viver com o peso de quem se sente isolado. Tornar-se vítima das maiores ofensas vindas até de pessoas que julgávamos que nos amavam. Mas aprende-se a viver assim. O que é importante é ter coluna vertebral. E ser capaz de reconhecer que se errou. E dizê-lo.

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Ricardo Reis

domingo, setembro 09, 2012

POR QUE RAZÃO OS HOMENS RARAMENTE ESTÃO DEPRIMIDOS???

Não engravidam ...

Nunca precisam de procurar outro posto de gasolina para achar uma casa de banho limpa ...

As rugas são traços de carácter ...

A barriga é prosperidade...

Os cabelos brancos são charme...

Ninguém fica olhar para os peitos deles quando estão falando ...

Os sapatos não lhes magoam os pés ...

As conversas ao telefone duram apenas 30 segundos ...

Para férias de 5 dias, só precisam de uma mochila ...

Se na mesma festa aparecer outro usando uma roupa igual, não há problema ...

Cera quente não chega nem perto ...

Ficam a ver televisão com um amigo durante horas, em total silêncio, sem terem que pensar: "Deve estar cansado de mim" ...

Mesmo que um amigo se esqueça de os convidar para alguma festa, vão continuar a ser amigos ...

A roupa interior deles custa no máximo 20 euros (em pacote de 3)

Três pares de sapatos são mais que suficientes ... (o que, aliás, é a pura verdade)

São incapazes de perceber que a roupa está amarrotada ...

O modelo de corte de cabelo deles pode durar anos, aliás, décadas ...

Meia dúzia de cervejas e um jogo de futebol na televisão são suficientes para extrema felicidade ...

Os shoppings não lhes fazem a menor falta ...

Podem deixar crescer o bigode ...

Se um amigo lhes chamar gordo, careca, etc., não abala em nada a amizade ... (aliás, é prova de grande amizade)

Conseguem comprar presentes de Natal para 25 pessoas, no dia 24 de Dezembro em 25 minutos (no máximo !!!) ...

sexta-feira, setembro 07, 2012

O CAFÉ DOS PESCADORES
Entrar hoje no “Café dos Pescadores” é já um hábito, um vício, ou uma tradição. De tal maneira que até aos domingos lá vou para ler o meu jornal na companhia da minha mulher e muitas vezes, da minha filha. Mas, entrar lá é saber que me vou encontrar com o Francisco António. O Bernardo para muitos. Entro, dirijo-me à mesa em que ele toma o pequeno-almoço e lê o jornal e começamos a conversar em conversas sem destino. Falamos do pai dele, da mãe dele, do meu pai. Do meu irmão. Dos eventos que passam na Av. do Mar e que ele e a mulher vêm em lugar privilegiado. Falamos dos nossos tempos de Bissau em que ambos lá trabalhámos em tempos de Paz e de Guerra. Falamos daquilo em que concordamos e daquilo que discordamos. Da ideia que ambos temos sobre o respeito que os amigos nos merecem e do passar à frente em relação àqueles que não merecem sequer que pensemos neles. Falamos dos sucessos dos filhos dele e de alguns trambolhões por que também já passaram apesar de serem novos. Falamos da minha filha e do seu espírito aventureiro. Falamos de Governos e dos Desgovernos em que vivemos. Falamos de tudo o que nos apetece insaciavelmente com medo de perder a oportunidade de conversarmos sobre o que nos alegra e o que nos entristece.
Falamos de Peniche de Cima. E do cheiro a algas. E dos dias em que as bandeiras são hasteadas na muralha.

Como não acredito na vida depois da Morte e penso que tudo termina ali, não posso recordar o Francisco António Bernardo senão assim. No presente do indicativo. Sei, sinto que quando tornar a entrar no Café dos Pescadores ele vai estar lá comigo. Nas recordações que tenho dele e com ele. E quando passar de carro em frente ao Parque do Baluarte vou revê-lo a passear o cão. O Francisco António não se vai apagar da minha memória porque sempre viveu no meu coração.

Um abraço, amigo.

quinta-feira, setembro 06, 2012

O QUE TEMOS E O QUE NÃO TEMOS
Não temos um Ministro da Cultura. Temos um Secretário de estado da Cultura. E temos uma sociedade civil que discute o seu património cultural representado pelas RTPs nas suas várias vertentes. Mas ainda não ouvimos uma palavra daquele oneroso “verbo-de-encher” que afirma ter a ver com coisas da cultura. Do sr. Viegas ainda não ouvimos uma palavra, como se nada fosse com ele. Não tem a tutela, não tem opinião. Como se a um homem da cultura fosse indiferente o que se está a passar com a RTP segundo as palavras do nefando Borges e do protolicenciado Relvas.
Por mim o viegas é mais nefasto ao não ter opinião do que se tivesse alguma, fosse ela qual fosse. O Cavakinho que enterrou em vida o Saramago com o apoio do Lara, importa-lhe pouco o que está a acontecer, desde que não escutem os seus estertores finais.

Recordo de um tempo em que estive toda a noite colado à RTP a ver o homem chegar à Lua. Ou quando foi o 25 de Abril em que a RTP com o a Rádio Comercial se tornaram os melhores meios de informação sobre os minutos que vivíamos. Tudo isto conduziu a sermos um povo com história.
Para quem pretender apoiar esta luta contra o desmantelamento da RTP deixo o sítio onde poderão subscrever um abaixo-assinado que fará de nós cidadãos intervenientes. Independentemente das nossas ideologias ou convicções. Para por um travão neste destempero com que este país está a ser tratado por determinação dos senhores do dinheiro e dos seus cães-de-fila. Contra o ódio marchar, marchar.

http://www.emdefesadoservicopublicoderadioedetelevisao.pt/index.php?page=PETONLINE

quarta-feira, setembro 05, 2012

A LEI ELEITORAL AUTÁRQUICA E A RTP

Julgo ser difícil para a maioria dos portugueses que se interessam por estas coisas, compreender o que se passa na cabeça dos dirigentes políticos actuais. Não são capazes de se entenderem para tornar mais transparente e coerente a governação autárquica e ao mesmo tempo numa sanha persecutória contra tudo o que é Estado tentam desmantelar a Televisão pública como se fosse um Lego que os pais lhe ofereceram, em que juntam e desmancham as peças a seu bel-prazer.

Bem avisado andou Jerónimo de Sousa ao recordar que o património da RTP é muito mais do que câmaras e estúdios. É constituído por um acervo de memórias dos últimos 55 anos, tão importante como as que se encontram depositadas nos Arquivos da Torre do Tombo. É que mais uma vez, o que está escrito lê-se, o que se diz ouve-se, mas a RTP guarda o que se fez e que pode ver-se.
Esta canalhada que vem das Juventudes partidárias e que aprendeu o pior da política com os mais velhos, não conservando na memória nenhum dos Valores que a Democracia foi consolidando ao longo dos séculos, dizia eu que esta gentinha que vivem de expedientes e do salve-se quem puder, querem rapidamente tirar a parte que acham que lhes pertence. E fazem favores ao neoliberalismo como se fosse aí que podem conseguir atingir os seus lugares de glória, nem que para isso destruam o seu país e o que de melhor ele conseguiu.

Os relvas, os coelhos e os marcelos dizem que o povo votou neles para esses actos de destruição. Quero aqui recordar que nas últimas eleições dos 9 milhões de portugueses inscritos para votarem, os votantes foram 5 milhões e 600 mil portugueses. E destes votaram no PSD e no CDS 2 milhões e 800 mil portugueses. Dizer que isto os autoriza a desmantelarem o país parece ser um grande atrevimento.

Mas esta gente faz o que quer perante a passividade dos portugueses. Até um dia.

segunda-feira, setembro 03, 2012

E AGORA SRS. PROFESSORES?

Vasculhando nas memórias deste blog, encontrei algumas posições que expressei face à guerra (que considerei manifestamente injustas) contra a Ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues e “à cause” à sua sucessora. Reconheço o excelente trabalho de casa mandado executar à FRENPROF pelo seu legítimo orientador pedagógico e como todos percebem na estou a referir-me ao secretário-geral daquela frente sindical, mas ao seu tutor ideológico.
Como é óbvio e porque interessava enfraquecer o governo PS, colaram-se às lutas fratricidas dos profs, forças ideológicas nas antípodas como os ideólogos sociais-democratas e liberais do PSD e os democrata-cristãos do CDS. Com esta salada conseguiu-se minar o terreno que permitiu o derrube do governo PS e a instalação das forças mais reacionárias e terroristas contra um sistema educativo que visava o aluno no seu contexto social como o eixo fundamental da escola.
Nem Salazar ao derrubar a 1ª república conseguiu ir tão longe no desmantelamento do sistema educativo que visava dar a todos e a cada um, segundo as suas faculdades e poder económico o acesso a uma vida de dignidade.
Como consequência de uma associação de malfeitores que só visava os seus interesses políticos pessoais a que se associaram “carneirinhos inocentes” que se deixam ir no conto do vigário sem fazerem funcionar a sua massa neurológica de análise e critica:

São despedidos milhares de professores

Cortam-se os passes aos alunos

Cortam-se os apoios sociais

Constituem-se turmas de 30 alunos em escolas que foram desenhadas para 24/26 alunos.

Acaba-se com aulas de apoio e com o trabalho manual e o desenvolvimento psicomotor como vertente da Formação global dos nossos alunos

Constituem-se turmas de alunos inteligentes e de alunos burros

Os que reprovarem neste contexto social de miserabilismo vão para cursos profissionais até ao 9º ano e os que por razões de nascimento são favorecidos, continuarão os seus estudos e serão os futuros Drs.

Ainda falta a “Mocidade Portuguesa” mas devagar devagarinho, D. Nuno Prior do Crato lá chegará.
Recordo amigos que se zangaram comigo por eu afirmar que se estavam a deixar enrolar. Recordo amigos que não se opunham ao pandemónio que se estava a desenvolver contra a escola pública, porque não queriam pagar o preço dos incómodos e que agora estão com horário 0 (zero)
Recordo amigos que foram dedicados à Escola e aos alunos e que agora enfrentam o desemprego.

Ter razão nestas circunstâncias (ou noutras semelhantes) não me satisfaz. Entristece-me. Sinto uma enorme angústia sobre o futuro do meu país. E sei que ninguém vai responder pelo mal que lhe causa.
Nesta como noutras causas não me incomoda ter razão e que não ma concedam.
Nesta como noutras causas não fico feliz por ter razão.
Posso nem sempre utilizar uma linguagem esteticamente correcta para dizer as coisas. Por feitio e ADN sou muito impulsivo e por vezes sou demasiado brusco e intempestivo. Isto não menoriza os valores que defendo. E sou o primeiro a reconhecê-lo. Na causa dos professores, apesar de ser um trovão a lidar com eles e muitas vezes mesmo a utilizar um tom de voz agressivo e mal educado, ninguém os defendeu com unhas e dentes mais do que eu no exercício das minhas funções. Por iniciativa minha nunca um professor foi punido e nunca permiti que se facilitassem os meios para que isso pudesse ocorrer. Ando de cabeça erguida. Mas sou feito de carne e sangue e espírito.

domingo, setembro 02, 2012

IR ÀS BERLENGAS DE AUTOMÓVEL (com portagens)