sexta-feira, setembro 30, 2011

FOTO
H. Blayer

Apeteceu-me hoje dizer pouco. Deixar este "Regresso a casa" e que ele fale por si. A serenidade. O saber da experiência feito. Uma terra num país que não tem a haver definitivamente com o que nos pretendem inpor. Eu sou daqui e vejo isto. Eu posso e tenho o direito de poder porque páro para olhar. Eu sou filho da minha terra e sou irmão dos que a bordo, partiram mas decidiram que iriam regressar.
O que me dizem é pouco sempre que olho para este mar e para este poente. É aqui que sou "pessoano". É aqui que me redescubro e sinto que valeu a pena.

quinta-feira, setembro 29, 2011

QUEM DÁ E TIRA…
Grandes expectativas depositaram todos os que pensaram que depois do anterior governo, tudo quanto viesse só podia ser melhor. Depositaram os inadaptados e os do “reviralho”, entre outros, as maiores esperanças no novo Ministro da Educação. Esperanças defraudadas. Subiu o desemprego entre os candidatos a professores, fecharam mais escolas do que o que estava previsto. Sem que se fizesse uma avaliação medianamente coerente sobre “As Novas Oportunidades” colocaram-nas num caixão e quanto ao Magalhães, vamos assistir aos alunos com computadores e a alunos sem computadores, por decisão do senhor Ministro da treta.
Já conheci ao longo do tempo vários ministros como estes. Quando falta dinheiro no país, manda-se um artista que não se importe de tirar aos pobres para o cargo e são os putos das escolas quem sofre os amargos de boca. Quem não se recorda da tia Manuela Leite?
Mas a gota de água que me virou do avesso com este prior do Crato de meia-tijela, foi a 13 de Setembro do corrente anos ter feito um despacho acabando com os prémios pecuniários aos melhores alunos das escolas que tinha sido instituído pelo governo anterior.
Que o cabotino fizesse isto para o futuro, eu não teria nada a opor. É uma decisão, fruto de uma concepção política e ideológica que só responsabiliza quem a toma. Mas fazê-lo com efeitos retroactivos é-me verdadeiramente insuportável. Os alunos trabalharam um ano inteiro e uma das vertentes do seu trabalho consignava aquele prémio. É vergonhoso e cobarde, fazer com que algo que já estava concedido e firmado fosse posto em causa. Repito, se a decisão fosse válida para o ano lectivo 2011/2012 e seguintes tudo bem. Mas o que já estava concedido? A partir de Setembro inicia-se um novo ano lectivo. Tomem decisões a partir daí. O que já está, já está. O que se fez foi um ROUBO. E o que é mais lamentável é que é o Ministro que deveria ser o garante da Educação cívica dos nossos alunos que o comete. É o ministro da má-educação que vem dizer que o Estado Português não deve honrar os seus compromissos.
Lamentavelmente, mas compreensível é o facto de os Sindicatos dos Professores não se pronunciarem sobre isto. Como se o que afecta os alunos não lhes dissesse respeito. Estão bem estes sindicatos para este Ministro.

quarta-feira, setembro 28, 2011

ESCLAREÇAM-ME UMAS QUANTAS DÚVIDAS…
Quem foi responsável pelo desencadear da I Guerra Mundial?
Quem foi responsável pela II Guerra Mundial?
Quem foram os beneficiados do Plano Marshall e quem prestou esse auxílio?
Quem é que nunca assumiu de facto a responsabilidade pela destruição da Europa durante o séc. XX?
Quem beneficiou sempre da solidariedade internacional, em apoios significativos quer financeiros, quer políticos, até poder ver reunificado o seu país e completamente liberto da tutela opressora que o dividia, sem que alguma vez lhe tenham pedido qualquer tipo de reembolso?
Quem tem dominado o 3º Mundo com ensaios clínicos e outros utilizando mão de obra barata e pessoas como cobaias para poder fazer crescer o seu poderio económico?

terça-feira, setembro 27, 2011

ENTENDER O ÓBVIO
A foto foi scanizada da revista “Domingo” do Correio da Manhã e refere-se à recuperação de um Mosteiro da Ordem de Cister no Norte do País, mais concretamente em Tarouca. Na foto pode ver-se um Higrómetro colocado na sacristia do Convento, onde estão em exposição algumas peças dos séculos XVII e XVIII, a fim de poder manter o grau de humidade em valores aceitáveis para aquele património.
Isto faz-me lembrar qualquer coisa na minha terra. Honni soit qui mal y pense. Refiro-me aos retábulos e talhas douradas das Igrejas da Ajuda e Conceição. Ao Património do estudioso Pedro António Monteiro. Ao Museu (?) de Rendas de Bilros. E mais não digo.

segunda-feira, setembro 26, 2011

In memoriam CRISTINA SALVADOR
No final da semana passada desapareceu definitivamente do nosso convívio a Cristina. Em Peniche e fora de certos círculos era muito pouco conhecida. Filha do último Presidente da Câmara antes do 25 de Abril, neta de um dos grandes Armadores e Mestres de Peniche, Manuel Salvador, fez a sua formação em Arquitectura e radicou-se em Lisboa.
Muitos anos depois de ter saído daqui veio para Peniche chefiar um grupo técnico que haveria de concretizar o estudo urbanístico do Centro Histórico de Peniche durante o mandato do João Augusto barradas como Presidente da Câmara.
A verdade é que é graças à Cristina e à sua equipa que ficámos a dever aqui na Cidade, uma análise aprofundada dos equilíbrios urbanísticos no centro da Cidade e o daquilo que haveria a preservar ou o que não manifesta interesse, mas quais as características que devem nortear a edificação nessa zona.
A Cidade de Peniche tem de ficar grata para sempre à Arquitecta Cristina Salvador, pelo empenho, dedicação e saber que colocou nesse trabalho, dando assim possibilidades a concretizar de forma sustentada a recuperação e reabilitação do Centro Histórico de Peniche.
Infelizmente, os nossos políticos nunca tiveram capacidade intelectual nem grandeza suficiente para fazer aprovar de forma definitiva esse estudo, por receio de colocar em causa os interesses imobiliários de amigos e parceiros. Serve o estudo técnico do Centro Histórico de Peniche tão só como mero indicador, sem o compromisso de ter que ser respeitado.
Recordo aqui que a última vez que com ela percorri as ruas de Peniche, foi em busca das antigas tabernas tradicionais, que ela fotografou para preservar em memória, prevendo já o seu total desaparecimento.
Mulher do Mundo sendo particularmente evidentes as suas preocupações sociais e ambientais foi Prémio Fernando Pádua 2009, com um trabalho desenvolvido na base do estudo, "do encontro e trocas comerciais entre comerciantes e pastores", numa viagem ao deserto de Namibe entre Angola e Namíbia.
Seria bom e justo que Câmara e Assembleia Municipal se associassem numa justa homenagem à Arquitecta e filha de Peniche Cristina Salvador. Afinal não é tão comum assim fazer de forma elaborada a defesa do nosso Património.

domingo, setembro 25, 2011

MOVE-SE? É TRANSPORTE!













sábado, setembro 24, 2011

NOVO MODELO DE
CINTO DE SEGURANÇA

quinta-feira, setembro 22, 2011

O HOMEM QUE SABIA DEMAIS
O meu pai era um homem de muitas histórias. Desde logo as suas próprias histórias. Histórias construídas numa vida de trabalho e de estudo. Histórias de uma época em que contar histórias era construir um saber de experiências feitas, contadas de boca em boca, de pais para filhos e de avós para netos. Por vezes as histórias eram tantas vezes contadas, que quem contava já não sabia onde a realidade se confundia com a fantasia, na velha dicotomia de que, “quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto).
Depois também havia as histórias de quem ia até à cerca do Zé Gago, à oficina do Mestre Horácio, para ali meter dois dedos de conversa. Juntavam-se no Verão emigrantes saudosos e aqueles que nunca daqui saíram, para os reencontros amigos todos os anos repetidos. O Joaquim Pinto, mais o Jaquim Gordo seu secretário e pau para toda a obra. O Snr. Acelino, para quem havia uma cadeira de braços, estrategicamente colocada no centro da Oficina, ou não fosse ele o decano dos conversadores, e por vezes o Henrique Coutinho em épocas de retocar o velho Renault. O António Serafim e o João Cândido. Dos que vinham de fora, eram presenças de sempre o Lio, até a morte o levar num estúpido acidente contra uma árvore que já não existe. Depois o Rui Gonçalves, o Renato, O Daniel e tantos e tantos outros que da oficina fizeram “consulado de Verão”.
Quantas vezes a oficina ficava entregue aos amigos que conversavam, enquanto o meu ia experimentar um carro ou comprar uns parafusos ao Joaquim Santos ou aos Mamedes.
A tertúlia continuava até à hora de almoço, estendia-se pelo Café Aviz e continuava tarde fora. Dia após dia até a morte os ir separando e tornando a juntar uns e outros onde quer que eles estejam.
Recordo muitas histórias contadas, que me comoviam umas e faziam rir outras. De entre muitas delas recordo uma cena passada com um turista que aqui veio e que levou para a sua terra alguma coisa que contar.
Era um senhor dos seus quarenta e tais anos, que tinha um problema qualquer no carro. Alguém lhe indicou a oficina do meu pai. Ele lá foi e perguntou quem era o snr. Horácio Costa. O meu pai apresentou-se e o homem lá contou a avaria. Aberto capot e pondo o carro a trabalhar, o meu pai foi ouvindo o motor tentando pressentir o que de errado haveria. Enquanto isso, o homem não se calava, repetindo sem cessar: -Não será disto, ou daquilo, ou daqueloutro...
E se for... e não será...
A certa altura, prevendo a tempestade começaram a calar-se as vozes dos conversadores daquele dia. Conhecendo o meu pai como conheciam sabiam que só podia avizinhar-se mau tempo. Fez-se um silêncio de morte só interrompido pela voz do fala-barato que continuava a dar os seus palpites.
Até que o meu pai parou com o que estava a fazer, desligou o motor do carro, fechou o capot e perante a perplexidade do “chico esperto” apontou-lhe o interior da oficina e disse: - Olhe! Sabendo tanta coisa sobre avarias como sabe, tem aí dentro a oficina mais apetrechada de ferramentas que existe em Peniche. Arranje você o carro!
E assim se construiu mais uma história de Verão, na oficina do Mestre Horácio. Assim surgem os mitos urbanos.

quarta-feira, setembro 21, 2011

MUDAM OS TEMPOS… OS MAUS FEITIOS CONTINUAM
Na década de 60, quando eu era um puto convencido de que sabia tudo, a minha pria era a do Molhe Leste. Foi aí que eu pela primeira vez vi praticar surf. Já os super tubos existiam só que a praia não dava por esse nome. Nesse tempo vinha jovens cabeludos, descalços e de T-shirts às tiras nas carrinhas WW, que ainda não davam pelo nome de pão de forma, acampavam durante 4/6 meses na zona do molhe leste, normalmente entre Setembro e Abril e durante o dia surfavam e à noite faziam grandes farras no cafezinho que lá havia, bebiam cerveja, comiam umas sandes e fumavam uns charros. Eram jovens australianos, ingleses e do Norte da Europa que aqui marcavam encontro dum ano para o outro.
A nós, penicheiros isolados num país fechado, tudo aquilo fazia confusão. Então não tinham escola? E não trabalhavam? De onde lhes vinha o dinheiro com que viviam durante tanto tempo aqui só a fazer praia e na farra? Esses jovens eram vistos pela sociedade conservadora e “beateira” como fonte de vícios perversos, turistas de pé-descalço, que nada traziam à nossa terra em termos económicos e de desenvolvimento. E no entanto, já nesse tempo nas revistas australianas e americanas da especialidade, Peniche, uma terrinha pouco conhecida num país chamado Portugal, Peniche era um destino fantástico para o surf com umas ondas que não ficavam muito atrás das melhores ondas do Havai.
Um dia destes estava eu a tomar o café da manhã numa pastelaria perto da minha casa, quando vi um jovem empresário da indústria dos chambres que mora ali na zona. Perguntei-lhe pelo negócio. Que estava fraco. O Verão já tinha acabado e não fora nada de especial. Para não terminar a conversa de forma tão deprimente sugeri-lhe que estaria próxima a etapa do mundial do surf e que haveria perspectivas de ainda melhorar qualquer coisa. A isto respondeu-me ele que não. Os surfistas querem é ir para os Hotéis. E eu fiquei a pensar naquilo.
Não há meio da minha terra acertar o passo com o surf. Há 50 anos era gente do pé-descalço. 50 anos depois só querem Hotéis. As nossas dificuldades de entender as coisas são inatas em nós mesmos. Um dia as coisas melhoram.

terça-feira, setembro 20, 2011

“FELIZMENTE HÁ LUAR”
Este é o título de uma peça de teatro de Luis de Sttau Monteiro, um drama de carácter épico publicada em 1961 e só levada à cena em Portugal em 1978. “retrata a trágica apoteose do movimento liberal oitocentista, em Portugal. Apresenta as condições da sociedade portuguesa do séc. XIX e a revolta dos mais esclarecidos, muitas vezes organizados em sociedades secretas. Segue a linha de Brecht e mostra o mundo e o homem em constante transformação; mostra a preocupação com o homem e o seu destino, a luta contra a miséria e a alienação e a denúncia da ausência de moral; alerta para a necessidade de uma sociedade solidária que permita a verdadeira realização do homem.”
Não é tão despropositado como se possa pensar retomar aqui mais de 37 anos depois alguns dos ícones que criaram um movimento solidário de oposição que permitiu a Portugal reerguer-se de novo como nação orgulhosa e capaz de feitos que não adivinhávamos.
Para além dos “buracos” e das penas a que nos condenaram uns e outros, para além da incompreensão com que ouvimos certos políticos que passam a ávida a falar em nome do povo e das classes trabalhadoras, a vergarem a espinha para não perderem tudo na luta política eleitoral, para além de tudo isto está o mal-estar que começa a germinar e a conduzir as atitudes das pessoas.
As épocas alteram-se e as formas de luta também. Mas a vontade de dizer não permanece inalterável. Todas as épocas comportam os seus Gomes Freire de Andrade e os seus Salgueiros Maia. Vai chegar o momento em que se tornará insuportável aceitar tanta indignidade e tanta hunilhação.

segunda-feira, setembro 19, 2011

O CIRCO*
*sem querer faltar ao respeito à actividade circense

Aqui há uns dias um palhaço sorridente, na arena mais nobre de Portugal, a AR, levou umas pastas e anunciou que descobriu (ah ah ah) centenas de facturas não lançadas no valor de 600 e tal mil euros, num Instituto público ligado ao Desporto. Anunciou isto como um crime doloso contra o Estado Português a merecer o repúdio dos portugueses e justificando este tipo de acontecimentos como responsáveis pela má governação anterior do país, que nos conduziu agora à situação de crise financeira que atravessamos.
Passados alguns dias (poucos) descobre-se que o palhaço mor do reino luso, tinha escondido dividas no valor de mais de milhar e meio de milhões de euros da contabilidade pública. O outro, o bonequinho sorridente não falou no assunto. Faz-se propaganda maliciosa e duvidosa contra quem não teve direito à defesa por não estar presente e em contrapartida um aldrabão e vigarista que reafirma que roubou o Estado, que contraiu dividas que eu agora, “cubano indefeso” tenho de pagar e o que é mais grave que se vangloria disso, fica impune sem que o ministro da propaganda do regime o critique ou condene.
A pouca-vergonha tem limites.

domingo, setembro 18, 2011

INCOMPREENSÕES
Uma loura está no carro com o namorado num namoro desenfreado.
Beijo puxa beijo e às tantas...
- Não queres ir para o banco de trás? (diz ele em visível sofreguidão)
- Para o banco de trás? Não.
Bom, o namoro lá continua, mais beijo, mais festa, mais aperto, mais amasso e...
- Não queres mesmo ir para o banco de trás? (diz ele ainda com mais vontade)
- Não, não quero.
O pobre rapaz já meio desnorteado, lá continua no beija-beija, esfrega-esfrega até que...
- Vá lá! Tens a certeza de que não queres ir para o banco de trás? (já desesperado).
- Mas que coisa! Já te disse que não! Claro que não!
- Então, mas porquê? (já desesperadíssimo)
- Porque prefiro ficar aqui ao pé de ti!

sábado, setembro 17, 2011

ULTRAPASSAGENS MAL MEDIDAS






quinta-feira, setembro 15, 2011

O QUE É BOM E O QUE NÃO PRESTA
No Momento em que o miserabilismo cai sobre todos nós, pobres, meio-pobres, remediados e quejandos, surgem sempre os salvadores da pátria. Aqueles que o grande público, mais conhecido por Zé Povinho não conhece, e a quem parece que estão cometidas as tarefas de salvação da Pátria. Nunca fui com salvadores da Pátria e com gente que surge numa manhã de nevoeiro.
O actual Ministro da Educação, cujo título mais correcto seria o de Ministro-adjunto das Finanças para o sector da Educação, veio dizer que a pretexto duma divida do Ministério de que é representante, são suspensas as reservas e entregas dos famigerados “Magalhães”.
Será interessante saber como os encarregados de educação irão explicar aos putos, que o colega tem um computador porque foi o malandro de sócras que lhe deu, e ele não tem porque o “certinho” Passos “pensa” que houve malandragem naquelas ofertas. E o que é curioso é que alguém se preste a colabora neste embuste. Se alguém prevaricou que seja castigado. Se houve trapacice que seja julgada. Mas que em última instância sejam os meninos e as meninas a serem “os mexilhões” desta trampa toda, com isso é que eu não ATINO.
O senhor Nuno Crato pode achar que é Ministro de qualquer coisa. Quanto a mim da Educação não é certamente. E sentido pedagógico para lidar com a população, não tem nenhum. Pode estar a conquistar um lugar ao sol. Mas nunca ficará como uma referência.

quarta-feira, setembro 14, 2011

O BAIRRO DO CALVÁRIO
Perdido no meio das postagens, recebi hoje um comentário de uma pessoa que escreve sobre o assunto em epígrafe. Independentemente de aspectos colaterais que possam eventualmente receber alguns ataques mordazes, o que releva é a substância do que lá está escrito. Porque receio que a generalidade das pessoas perca o sentimento que se encontra expresso naquele comentário, transmito-o aqui, fazendo dele o corpo da postagem de hoje.
Eu próprio já tive a oportunidade de fazer manifestar mais vezes a minha indignação pelo estado a que se está a permitir que seja condenado o Bairro do Calvário, talvez a única memória viva hoje, de um tempo de Peniche que era importante preservar.
Eu percebo que pessoas que aqui nunca viveram e daqui só tiraram usufrutos materiais possam destruir o Bairro do Calvário. Já não consigo compreender que o Vice-Presidente da Câmara de Peniche (filho de Peniche de Cima) aceite coniventemente participar nessa destruição. E qual a opinião do Presidente da Junta da Ajuda? Mas a este assunto hei-de voltar mais cedo do que todos pensamos.

"https://www.facebook.com/notes/salvar-o-bairro-do-sr-do-calvario/o-meu-bairro/160446790701208


Salvar o Bairro do Sr.Calvario

O Meu Bairro
Bairro Sr. do Calvàrio


Filha desta cidade “PENICHE” nascida no bairro do sr do Calvàrio hoje é com grande preocupação, tristeza e nostalgia que assisto a degradação e à morte do meu Bairro…
Venho hoje por este meio representar do melhor que posso a vida de 40 anos de um bairro em processo de “desaparecimento” e tentar sensibilisar todos que la moram ou que la moraram.
Muitas perguntas me vêm sem explicação, sem compreenção…Porque deixaram destruir tantas casas, porque continuam a retirar certas casas a familias para que fiquem fechadas e finalmente degradadas quem podera ter sido o responsavel deste horor !
Para mim tudo começou quando “Alguem” tentou socialisar certas familias de Peniche e decidiu de os alujar no bairro , logo ai se viu a diferença ...e comecei a ouvir chamar “Bairro Social” ao bairro do Calvario!
Lembro-me de um bairro onde as pessoas com os proprios meios (financeiros) se esforçavam de manter as casas corretamente limpas e presentaveis muitos fizeram grandes amelhorações sem ajuda da camara mas com a sua autorização ( cozinhas casas de banho...etc!)
Hoje so resta a saudade do passado ali vivido onde eramos todos uma grande familia ,onde os mais previligiados se preocupavam com os necessitados os problemas de uns eram as preocupações dos outros
Bairro no qual fomos criados com prencipios morais comuns,todos eram dignos de respeito e consideração reinava ali uma imensa Solidariedade
Aos que ainda la moram como os meus pais vivem o dia a dia na dignidade e na incerteza do que vai acontecer ao bairro ...daqui a amanhã!"

terça-feira, setembro 13, 2011

SOMOS FILHOS DE NINGUÉM
Quando deu um ataque de “cobardite” aguda ao senhor Barroso, tendo-se escapado rapidamente para Bruxelas e entregando o país ao Santana “das meiguices”, alguns bem avisados chamaram a atenção para o que essa fuga representaria. Um reconhecimento do estádio de hecatombe em que Portugal se encontrava.
Uma fuga para a frente alguns lhe chamaram. Passados uns quantos anos sobre estes acontecimentos, Portugal estende a mão à caridade e está à mercê de um espirro de um qualquer mercado financeiro.
De Barroso deixou de se ouvir falar. Parece que continua a desempenhar o papel de “cabeça de turco” dos Alemães e dos Franceses. Fala-se de crise, de desmembramento da União (?) Europeia, de colapso do Euro, mas o “cherne” está a salvo e com a velhice protegida.
Dois dos países que mais contributos deram para o desenvolvimento da civilização ocidental estão em vias de entrarem no clube dos indigentes. Da Grécia como berço da Democracia e de Portugal que possibilitou o planeta ser a todos acessível, só sobejam as pedras da Acrópole e a canela para o Arroz doce.

segunda-feira, setembro 12, 2011

UM PAÍS DE BRANDOS COSTUMES
Todos os que leiam este título sabem a que país me refiro. Há muito que os portugueses são carne para canhão. Comem no toutiço e ensaiam um esgar (entre o sorriso e a dor), que lhes permite encarar o momento seguinte com bonomia e até algum alento.
Foi assim no século XIX com a pelintrice a que os senhores nobres e o clero o submeteram, assim foi na maior parte do século XX durante o consulado do estado novo, como está sendo agora enquanto o espremem até não deitar mais.
Fazemos barulho quando estamos no meio da manada e não corremos o risco de levar nas orelhas. Mas quando somos o alvo directo da atenção dos que têm o poder, encolhemos os ombros, submetemo-nos e vamos à nossa vida com o rabo entre as pernas. Escondemo-nos atrás do anonimato, não assumimos os erros nem as responsabilidades e estamos sempre do lado de quem ganha. Mesmo que nos humilhe e nos espolie do pouco que nos resta.
Vem isto a propósito do momento que vivemos, das festas político-partidárias a que assistimos este fim-de-semana, e das lavagens ao cérebro a que somos submetidos diariamente para aceitarmos a inevitabilidade da miséria em que como povo nos afundamos.
Pedem-nos a nós que tudo aceitamos que não façamos muito barulho, que tenhamos cuidado com os tumultos que possamos promover, pois corremos o risco de ainda levarmos por cima um bom par de palmadas. Quer dizer, o sócras pode ouvir tudo o que lhe quisemos dizer, levou em cima com manifestações que impressionaram pela sua radicalização, mas o fino poder que ora nos atormenta, preciso de sossego para nos roubar.

Tudo isto me faz lembrar uma história deliciosa passada com o meu pai, que merece a pena recordar. Na oficina de Mestre Horácio reparações a amigos e que envolvessem só o bom-senso e as capacidades técnicas dele próprio, inevitavelmente eram gratuitas. Toda a gente sabia disto. Um dia um antigo chefe da PIDE que comandava o destacamento aqui em Peniche sediado, o Chefe Batista, foi à oficina do meu pai durante uma manhã, queixar-se de que os farolins traseiros não acendiam. O meu pai disse-lhe para deixar o carro e lá pelo fim da tarde passar por lá, pois o carro estaria pronto.
Assim aconteceu. O Chefe Batista apareceu por volta das 5 da tarde e perguntou ao meu pai se o carro estava pronto. O meu pai respondeu que sim e o Chefe Batista meteu-se no carro, pô-lo a trabalhar e quando se preparava para arrancar e se ir embora ouviu-se a voz sonora de meu pai, que o fez travar e sair para saber o que estava a acontecer. Foi então que o Mestre Horácio, firme e direito do alto de toda a sua dignidade lhe disse.
“- Então e o pagamento? É que sabe sr. Batista… eu por força das circunstâncias se o senhor ma mandar baixar as calças, eu baixo. Se me mandar tirar as cuecas eu tiro. Se me mandar agachar, eu agacho-me. Mas não lhe besunto o p… para que o sr. o enfie. São 20$00 que foi quanto me custaram as lâmpadas que pus a substituir as que estavam fundidas."
Por aqui ficam definidos os limites do que eu próprio estou disposto a aturar a quem nos governa. Mesmo que seja da PIDE.

domingo, setembro 11, 2011

10 ANOS DEPOIS
Já caíram as torres. Já morreu o promotor daquele horror. Milhares de outros têm tombado um pouco por todo o mundo. Proliferaram as pessoas detidas sem culpa formada. Presos humilhados por atentados cometidos contra a sua dignidade e acima de tudo contra a dignidade própria dos seus torcionários que se arvoram em arautos da Democracia e da Liberdade individual e colectiva .
Os países que mais se encarniçaram contra o horror do 11 de Setembro, vêem-se agora a braços com crises internas terríveis, promovidas por outro tipo de terrorismo, mais vil, mais traiçoeiro e mais difícil de combater porque se esconde com roupagens democráticas e dá vivas à liberdade económica.
10 anos depois do 11 de Setembro começamos todos a cair um pouco. O poderio bélico americano está a dar lugar a um novo poder económico que ninguém sabe onde se situa. Socialmente estamos a perder a nossa dignidade. Os velhos valores tradicionais deram lugar a um salve-se quem puder, sem pudor nem referências. Será que ainda nos conseguiremos erguer, ou pelo menos erguer um Memorial aos princípios que sempre nortearam as democracias ocidentais.





sábado, setembro 10, 2011

ESTAR NO SÍTIO ERRADO À HORA ERRADA










sexta-feira, setembro 09, 2011

EMOÇÕES E AFECTOS
A gente vai a correr por aí fora, sem tempo sequer para olhar para o lado e de repente, alguém estende um pezinho e com essa “rasteira” inocente ficamos estendidos ao comprido sem perceber como nem porquê.
E é quando nos aproximamos do pó em que nos havemos de tornar que tudo se torna mais fácil de perceber. De profundis Valsa Lenta finalmente faz sentido. E o Drama de Jean Barois passa para a categoria da comédia.
A gente conhece novas emoções, e são os afectos que nos permitem encontrar beleza no mármore frio dos corredores. Passear estendido ao comprido, conduzido por um desconhecido é o que recomendamos vivamente aos que estão “convencidos” da sua importância.
No espaço de um mês vi agora desaparecerem pessoas profundamente ligadas ao meu quotidiano. Uma delas ao período em que somos crianças e tudo pode parecer grande e demorado. Outra já numa época diferente em que estamos certos que somos o centro do mundo. Uma e outra contribuíram com a sua bondade e alegria para que este pequeno pedaço do Universo se pudesse tornar melhor. Uma e outra foram agentes da paz e da concórdia. Embaixadoras da boa-vontade. Senhoras de um porte irrepreensível. Vocês conhecem por certo aquele tipo de pessoas que quando estamos junto delas nos sentimos sempre pequeninos e pouco educados. Elas eram assim.
Tenho uma enorme dificuldade em acreditar na vida depois da morte e num Deus Superiormente Bom. Se assim fosse porquê o sofrimento infligido às crianças e aos melhores de entre nós? Para nos por à prova? Para isso bastam os nossos governantes terrenos. Por isso temo pelo desaparecimento físico das pessoas de quem gosto e que de uma forma ou outra me marcaram. Receio que poucos se consigam libertar da lei da morte. E no entanto são exemplos de vida que mereceriam não cair no esquecimento. Que estas palavras gravadas aqui e transmitidas de forma global possam ser o meu contributo para lhes conferir um pouco mais de tempo entre nós.

quinta-feira, setembro 08, 2011

CÂMARA DE HORRORES
Já que se aproxima o Halloween o PS e o PSD parece que se entenderam ao ritmo da batuta da troika e finalmente (?) vão alterar a metodologia para a eleição e funcionamento dos órgãos autárquicos.
Ao que parece para as Autarquias passará a existir uma única lista. O cabeça de lista será o Presidente da Câmara. Este cooptará para a Câmara Municipal alguns dos elementos eleitos e a lista do executivo será submetida a sufrágio na Assembleia Municipal. Esta, (a AM) verá revista também a sua capacidade fiscalizadora e interventiva, tornando-a o palco por excelência das posições políticas municipais.
Este novo figurino terá as suas vantagens e inconvenientes. Ao correr da pena vejamos aspectos mais evidentes:
No actual modelo torna-se possível impedir que o executivo vencedor de eleições autárquicas ponha em marcha o programa com que se candidatou, sempre que aquelas não sejam conquistadas com maiorias absolutas. Ao invés, quando os executivos entram em acção com maiorias relativas ou em minoria em relação às oposições coligadas, são sempre humilhantes as negociações para fazer passar ideias ou projectos. Por vezes tendem a passar-se nas catacumbas do poder autárquico as trocas de favores ou “elegâncias” com que o poder mina a coesão das oposições.
Da mesma forma, a Assembleia Municipal actualmente não passa de uma coisa inevitável, uma excrescência do poder autárquico democrático, sem capacidade de intervenção ou de fiscalização. Devendo ser um órgão onde todos aqueles que já participaram na vida cívica comunitária deveriam ter assento, uma espécie de Senado em que os melhores de entre nós teriam o seu local de intervenção, tornou-se um órgão bafiento, pesado e incomodo sobretudo para os que nele participam, já que os restantes cidadãos nem se lembram da sua existência.
Sem pretender aprofundar muito as questões, encontram-se já aqui razões políticas e cívicas suficientes para reformular o quadro existente. Não sejamos optimistas em excesso. O actual modelo também tem algumas virtudes. Uma delas, que não é a menos importante, é o facto de os cidadãos saberem “a priori” as equipas que os partidos irão apresentar para nos governarem. É um facto que se olha para o cabeça de lista como elemento fundamental. Mas a “companha” de que se rodeia é um elemento esclarecedor sobre o que pretende atingir e de que forma. “Diz-me com quem andas e dir-te-ei…”
Por outro lado o Presidente de Câmara sabe que não foi eleito sozinho. Isto amarra-o aos compromissos que estabeleceu. Poder utilizar os vereadores a seu bel-prazer como “adjuntos descartáveis” torna-o definitivamente prepotente e dono de um poder absoluto a quem os que o servem ficarão submetidos a uma fidelidade canina. Se o não fizerem serão substituídos por outros fiéis mais submissos. Sempre tive a ideia de que os Presidentes de Câmara não gostam de Vereadores eleitos, preferem assessores bajuladores e sempre prontos para dizerem que sim com a cabeça. O novo modelo satisfaz finalmente esse desejo dos Senhores Presidentes.
Onde falha o novo modelo como já falhava o anterior é na impossibilidade de se poderem candidatar cidadãos fora do quadro dos Partidos Políticos. A eleição de cidadãos independentes, desde que apoiados por um certo número de apoiantes recolhidos de entre a comunidade, permitiria que os partidos fossem mais exigentes com as suas escolhas, fora dos jogos de interesses dos grupinhos locais e a aferição sobre a atitude dos cidadãos face às personalidades que se viessem a auto-candidatar.

quarta-feira, setembro 07, 2011

TRABALHAR COM AMOR
No meu ritual diário de reformado, começo por tomar a bica com a minha mulher e em seguida vou adquirir os Jornais diários com que me vou instruindo. Depois dou um passeio por aqui e por ali e neste deambular vou encontrando amigos com quem troco impressões futebolísticas ou outras.
Um dia destes encontrei alguém com quem falei de Trabalho. Não de emprego, mas de trabalho. O meu interlocutor sendo uma pessoa muito conhecida no Concelho de Peniche e que por razões diversas não vou dizer quem era.
Dizia o meu parceiro de conversa desse dia que gostava do que fazia. E que sentia a responsabilidade de o fazer bem feito. Dizia que era preguiçoso. E que fazia as coisas bem feitas, (ou procurava fazê-las), porque não as queria fazer duas vezes.
Dizia-me que fazia centenas de horas por ano gratuitamente. Mas sentia que o mérito do seu esforço não era reconhecido de forma palpável. Mas continuava a fazer as coisas assim porque achava que mais importante que os seus problemas, era conseguir que as coisas que dele dependiam corressem bem e que ninguém pudesse ser prejudicado só porque ele tinha problemas.
Eu sei que isto não é habitual. Eu sei que isto parece nos tempos de hoje demagogia. Mas se eu vos dissesse quem era, vocês acreditariam em mim, tal como eu acredito nele. Ele trabalhava com Amor à sua profissão.
Esta conversa fez-me recordar o meu pai. O Horácio Costa, o Mestre Horácio, nunca deixou de se levantar da cama para desempanar um carro. O Mestre Horácio, quando não tinha uma ferramenta, criava-a. O meu Pai foi professor de mestres do seu ofício. O meu pai nunca apertou um parafuso da cabeça do motor, sem ir ao livro do fabricante ver qual a potência do aperto. A oficina do meu pai era frequentada por iletrados e doutores. O meu Pai passou na sua profissão como um Senhor. Porque sempre a desempenhou com Amor.
Ao longo do que foi a minha actividade profissional acompanhei centenas de alunos. Alguns deles têm um grande sucesso porque os pais os condenaram a isso. Não estranhem a palavra foi isso mesmo que eu quis dizer. Os únicos que eu vi terem êxito, foram aqueles que por sua livre iniciativa Amaram a Escola. Se sentiam felizes por a frequentarem, E quando falo de sucesso não estou a dizer que tenham tirado quaisquer licenciaturas. Estou a falar daqueles que na sua vida profissional sem esquecerem os seus direitos, nunca omitiram os seus deveres.
Aqueles que não pisaram nunca ninguém para chegar aonde querem. Aqueles para quem os Outros são gente. Aqueles que apreciam as pessoas que os rodeiam porque gostam de si próprios. Que à noite dormem sem sobressaltos. E que, acima de tudo, sabem ser felizes porque estão em paz consigo próprios.
Estas pessoas são a minha referência e os meus heróis anónimos. São estes o futuro da minha terra e do meu País. Portugal não será sempre um País adiado. Portugal e a minha terra têm Futuro.

terça-feira, setembro 06, 2011

Peniche de Baixo/Peniche de Cima
Os meus avós e mais que eles o meu pai, sempre me contaram o que significava ser de Peniche de Baixo ou de Peniche de Cima. Com o tempo as diferenças foram-se esbatendo. Para que fique no entanto uma ideia, digamos que ser “penicheiro” era ser de Peniche de Cima. Ser de Peniche de Cima era viver dentro das muralhas e ser filho, neto e bisneto de gente Peniche.
Cá para Baixo também haviam “penicheiros”. Eram os que tendo dedicado a sua actividade à indústria da pesca, tinham comprado casa em zona do porto de pesca, ou no centro da comarca. Mas as suas raízes familiares encontravam-se “acima do Vilas”.
Também o comércio se veio a estabelecer mais próximo da Ribeira e do centro. Era ali que roupas e calçado, mercado e aprestos, materiais de construção e ferragens se podia encontrar. Onde Peniche se formou existia um pequeno comércio pouco significativo para os géneros de primeira necessidade e para as emergências.
Digamos que Peniche de Cima se tornou o parente pobre de um Peniche de Baixo desenvolvido e com forte pendor comercial e administrativo. De tal maneira isto se tornou verdade, que vir a Peniche de Baixo se tornou uma exigência de fato “quase” domingueiro, porque “parecia mal” não nos arranjarmos para ir tratar de assuntos “lá abaixo”.
Para os rapazes ser de um lado ou de outro poderia significar alguma dificuldade quando se dobrava o “Vilas” sem o apoio de uma claque com algum significado. Para as raparigas Peniche de Baixo significava um emprego no comércio fugindo à coluna dobrada das rendas de Bilros ou à condenação a serem para sempre donas de casa sem quaisquer ambições.
Não raro, raparigas de Peniche de Baixo casavam com rapazes de Peniche de Cima e vice-versa.
Como último esclarecimento para os que menos sabem desta dicotomia, digamos que Peniche de Cima não se confundia com a freguesia da Ajuda. Peniche de Cima era um núcleo que se estendia entre a parte de dentro da muralha e a zona periférica à igreja da Ajuda e ao Forte da Luz.
Hoje estas diferenças já não se manifestam. Existem outras menos subtis mas muito mais interessantes. Perdeu-se em tradição e em simpatia o que se ganhou noutras formas muito mais evidentes e evidentemente muito mais interessantes.
Em Peniche de Cima é onde ainda se cheira a Peniche. É onde se sente aquele cheiro forte a algas a iodo e a mar que torna Peniche uma terra única. Eu diria que fica a gostar de Peniche não quem bebeu “água da Fonte Boa” mas, quem sentiu já o cheiro que respiramos em Peniche de Cima e que se estende da praia do Quebrado até ao Bairro da Caixa.
Em Peniche de Cima as ruas são limpas sem papéis espalhados por tudo quanto é sítio. As donas de casa e os maridos em Peniche de cima colocam o seu lixo nos contentores, não o deixando às suas portas à mercê de cães e de gaivotas esfaimadas. Em Peniche de Cima não se vêem normalmente nem polícias, nem varredores. E no entanto cheira a limpo e a asseado e não se encontram os traços comuns de vandalismo que se podem observar cá por baixo. As casas velhas de Peniche de Cima não têm o ar de degradação que se vê cá por baixo. Excepto as do Bairro do Calvário, mas isso é por pertencerem à Câmara Municipal que tem os vícios comuns de quem pertence a Peniche de Baixo.

segunda-feira, setembro 05, 2011

AS SEITAS
No final do século XX e neste início do século XXI, os meios de comunicação social referem-se muitas vezes a “seitas”, sempre que falam de pequenos grupos religiosos ou políticos, mais ou menos fanáticos.
Pessoalmente estou pouco de acordo com este conceito geral sobre o que são seitas. Para mim seitas são grupos de pessoas que pela sua atitude misto de “conspiração” e de “segredinhos” se tornam diferentes dos outros, não sendo atractiva a sua companhia e mesmo constituindo-se como células que não são acessíveis ao comum dos mortais.
Existem “seitas” nas escolas entre os alunos e às vezes mesmo entre os professores. Todos conhecemos aqueles “grupinhos” (normalmente de meninas) que se juntam entre si soltando risinhos e palavras estereotipadas, calando-se sempre que alguém se aproxima. Ou quando somos adultos e nos tornamos professores, grupos de colegas que se juntam (normalmente sempre à mesma mesa) trocando conversas mais ou menos sussurradas, tornando impossível a sociabilização entre pares e iguais. Isto no caso das escolas.
Se formos para os partidos políticos ainda é pior. Normalmente grupinhos de 3 a 6 pessoas constituem um mundo à parte dentro do próprio partido mesmo para os seus próprios confrades. E quando se aproximam eleições dentro do partido ou a nível municipal ainda se torna tudo mais grave. Parecem conspiradores a tramar todos os que os rodeiam. Se bem que neste caso existe alguma razão para isso e ainda mais quando se trata de pequenos concelhos ou regiões. Quem pertencer aos grupos dirigentes locais tem grande probabilidade de poder alimentar-se das migalhas que se escaparem no banquete dos pequenos reizinhos locais. Prepara-se então tudo conspirativamente para que muito poucos saibam muito, um saiba tudo e muitos saibam nada. Se a história tiver que ver com situações regionais, aí o banquete ainda é mais apetecível pois as prebendas podem ser muito maiores. Desde logo a visibilidade que se ganha, depois a possibilidade de chegar a voos mais altos na partilha do poder o que é um manjar dos deuses.
Mas grave e incompreensível é quando se trata de seitas religiosas ou de grupos dentro de uma qualquer religião. Quem é que se sente atraído por grupos que mais parecem de corpos estranhos à sociedade que outra coisa? Se bem me lembro a proposta era “ide, e fazei discípulos de todos os povos...” Quem se sente atraído pelo oculto e pelo que não se percebe? Grupos religiosos fanáticos, fundamentalistas ou não, rodeiam-se de sinais de morte, de miséria e de fome e espalham o seu ódio pelos quatro cantos da terra. E o que é mais grave é que o fazem em nome do amor ao próximo e à liberdade.
Há minha volta vejo sinais de medo e de angústia. Vejo crianças que já não sabem onde encontrar as âncoras que as ajudem a tornarem-se adultos. Vejo jovens fechados em si mesmos em nome do que se deveriam soltar e libertar para os outros. Vejo adultos a atropelarem-se para chegar primeiro onde houver para dividir as sementes de esperança que restam
Gostaria de perceber que saímos de nós para os outros e que caminhamos de mãos dadas. Que não nos fechamos em casa, mesmo que essa seja a casa do Senhor da nossa Religião (ou de religião nenhuma) e que vimos para a rua transmitir o que temos de melhor, mais voluntarioso e solidário.
Angustia-me que aqueles de entre nós que deveriam ser o símbolo da tolerância e do não-julgamento, se deixem subjugar pela tentação dos julgamentos públicos sem que uma ponta de bondade se note nas suas palavras.
Muitos que esperam de mim outro tipo de “conversa” não irão gostar muito desta. Não me desculpo. Apeteceu-me escrever isto.

domingo, setembro 04, 2011

ENTREVISTA PARA EMPREGO DE UMA GRANDE EMPRESA.
1º Candidato - formado na Lusiada.

Diretor: - Qual e a coisa mais rápida do mundo?
Candidato: - Ora, é um pensamento.
Diretor: - Por que?
Candidato: - Porque um pensamento ocorre quase instantaneamente.
Diretor: - Muito bem, excelente resposta.

2º Candidato - formado na Católica

Diretor: - Qual e a coisa mais rápida do mundo?
Candidato: - Um piscar de olhos.
Diretor: - Por que?
Candidato: - Porque e tão rápido que as vezes nem vemos.
Diretor: - Ótimo.

3º Candidato - formado na Faculdade de Engenharia:

Diretor: - Qual e a coisa mais rápida do mundo?
Candidato: - A eletricidade.
Diretor: - Por que?
Candidat o: - Veja, ao ligarmos um interruptor, acendemos uma lâmpada a 5km de distância instantaneamente.
Diretor: - Excelente.

4º Candidato - fazendo curso em Novas Oportunidades:
Diretor: - Qual e a coisa mais rápida do mundo?
Candidato: - Uma diarreia...
Diretor: - Como assim? Esta brincando? Explique isso...
Candidato: - Isso mesmo. Ontem a noite eu tive uma diarréia tão forte, que antes que eu pudesse pensar, piscar os olhos ou acender a luz, já me tinha cagado todo...
Diretor: - O emprego é seu!

sábado, setembro 03, 2011