terça-feira, dezembro 20, 2016

BOAS FESTAS
Neste blog, vamos fazer uma pausa neste período de festas que desejamos ser de Paz e harmonia nos lares de todos os nossos leitores e amigos. Deixo-vos com 2 presentes que vos entrego do fundo do meu coração:
Uma foto do Presépio da Igreja de S. Leonardo da Atouguia da Baleia e um dos poemas mais belos de Natal que já me foi dado ler da autoria de David Mourão Ferreira.
Que usufruam tanto deles como eu próprio.
LADAINHA DOS PÓSTUMOS NATAIS
David Mourão-Ferreira, in 'Cancioneiro de Natal'

Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio


Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido


Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo


Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido


Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro


Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo


Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido


Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito

segunda-feira, dezembro 19, 2016


APROXIMA-SE O ANO DE 2017. ANO DE ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS

Coisas importantes de saber...

        Em ano de eleições autárquicas (a que damos particular importância), não podemos deixar de apresentar alguns aspectos importantes, para o desempenho com êxito de funções políticas/públicas.

        São coisas óbvias quando vistas uma a uma. O importante é conseguir o pleno. Esperamos que com estes conselhos o nosso contributo possa ser útil aos menos avisados.

1º - Aplaudir sempre o chefe. Mesmo que não ouçamos ou não percebamos o que ele diz. Ou mesmo quando ele não diz nada. Dizer que sim com a cabeça, (muitas vezes), alguém há-de reparar nisso. Aplaudir sempre.

2º - Discordar com os que se opõem ao chefe. Dizer que não com a cabeça, torcer os olhos, fazer esgares com a boca. Proibido aplaudir. Mesmo que o opositor tenha razão. Ninguém tem razão quando discorda do chefe. Vade retro Satanás.

3º - Só dar confiança política e pessoal aos ajudantes. Sejam eles nomeados, destacados ou requisitados. Se se portarem mal, podem ser despedidos com “uma perna às costas”. Os eleitos e os que ocupam cargos por concurso público são SEMPRE um perigo porque se julgam independentes da obediência ao chefe.

4º - NUNCA, mas mesmo nunca, dizer tudo o que se sabe. Quem não souber não pode fazer ondas. Quem souber o minimamente indispensável estará sempre de acordo. E assim também se poderá dizer que não se mentiu. Há coisas que é melhor os subordinados não saberem. Saber muita coisa poderia perturbar o seu raciocínio e retirar-lhes capacidades para o que verdadeiramente devem fazer: - Servir. 

5º - Usar fato e gravata. De preferência diferentes todos os dias. Para ser um pouco mais barato, podem trocar-se as calças de um fato, com o casaco de outro. Muitas gravatas ajudam a que não se perceba que o fato é o mesmo. Em dias em que haja só público para atender, pode usar-se blusão. Em mangas de camisa também dá um certo ar. Mas só quando não houver pares e iguais e NUNCA usar peúgas brancas. É piroso e as pessoas reparam. 

6º - Fazer esperar sempre as pessoas. E ter muitos papéis sempre à volta. E atender ao mesmo tempo os telefones fixos e móvel. Um ar atarefado dá sempre a ideia que se é imprescindível. As pessoas gostam de ver que quem exerce funções trabalha muito. Ao telefone quando se fala com um superior dizer, “sim senhor fulano de tal”. Se é um igual dizer, “olá meu caro”. Se é um inferior dizer, “agora não posso atender, estou em reunião”.

7º - Quando se chega a qualquer lado, cumprimentar toda a gente com um aperto de mão. Com um ar apressado. Por um lado parecemos afáveis e por outro lado evita ter que se dizer o que quer que seja. É popular, mas evita contactos mais íntimos. Social sim senhor, mas qb.

8º - Nunca dizer que não. FUNDAMENTAL. Mesmo que se saiba que não pode ser. Adia-se o não final até ao limite. Quanto mais tempo melhor. E se possível um ajudante que o diga, com o pretexto de que se está ocupado. E também nunca dizer que SIM. Convém que os outros não saibam que o que pedem é fácil de conseguir. Sempre valoriza a decisão final. E sempre dá aos outros a ideia de que se foi dedicado e interessado pela sua causa. Dá um certo ar de que muito se lutou para conseguir o pretendido. E na altura do Natal rende.

9º - Nunca faltar a um almoço ou a um jantar. E comer bem em todos eles. Mesmo que se tenha que ir a dois almoços e a três jantares. Primeiro porque é importante que as pessoas pensem que se gosta muito, mesmo que a comida seja intragável. Depois porque torna a pessoa popular ou importante. Ambas as coisas são necessárias.

10º - Nunca delegar nada em ninguém. Quem exerce funções deve ser o único a saber tudo, a dizer o que aprouver, e a escutar o que é necessário. EU, EU, e EU, sempre. O melhor conselheiro de quem manda é ele próprio. Não confiar em ninguém. Há sempre alguém a querer ocupar o lugar. Fechar portas. Colocar password para entrar no PC pessoal.

 

        De propósito não falamos das coisas óbvias. Das obras e inaugurações em ano de eleições. Dos alcatroamentos. Dos arruamentos que se alteram mesmo que seja para pior. E sempre em zonas centrais da sede de concelho. Para serem bem visíveis. Dos subsídios. Da participação em eventos e manifestações desportivas, culturais e outras. Dos aparecimentos ainda que fugazes nas TVs. No ser notícia em jornais e rádios. Estas são as coisas que todos sabem.

Ser CHEFE é ser chefe.

domingo, dezembro 18, 2016

É PRECISO É TER SORTE...
O Zé e o Manel encontram-se e o Zé, ao ver o outro todo ferido,
pergunta-lhe:

Zé - A que se deve essa ferida na cara?
Manel - Foi um leão.
Zé - E porque é que tens as calças todas rotas?
Manel - Foi um tigre
Zé - E porque é que tens o braço ao peito?
Manel - Foi um elefante.
Zé - E porque é que estas a cochear?
Manel - Foi uma zebra.
Zé - Olha que mesmo assim tiveste muita sorte...

Manel - É verdade, se o tipo não parasse o carrocel tão depressa eu
podia até ter morrido.


sábado, dezembro 17, 2016


ADVOGADOS 

Esta história aconteceu em Charlotte, na Carolina do Norte.
Um advogado comprou uma caixa de 24 charutos muito raros e caros, e segurou-os contra todos os riscos, incluindo... INCÊNDIO!
Passado um mês, e depois de ter fumado todo o stock dos tais maravilhosos charutos, o advogado apresentou à companhia de seguros um pedido de indemnização, alegando que os seus charutos tinham sido "destruídos numa série de pequenos incêndios".
A companhia de seguros recusou-se a pagar, alegando a razão óbvia que o senhor tinha consumido os charutos pela forma habitual e a que eles se destinam.

O advogado instaurou um processo contra a companhia de seguros, e GANHOU! Na sentença, o juiz concordou com a alegação de "falta de seriedade da queixa" aduzida pela companhia de seguros; mas apesar disso considerou que o advogado era titular de uma apólice, na qual se garantia que os charutos eram seguráveis, e também se garantia que ficava seguro contra incêndios - sem definir o que razoavelmente deva ser considerado como tal (como seria o caso de os charutos serem fumados), e condenou a companhia a pagar a indemnização pedida.
Em vez de perder tempo e dinheiro com recursos caros, a companhia de seguros decidiu aceitar a sentença, e pagou ao advogado 15.000 dólares, a título de prejuízo sofrido pela perda dos seus charutos "numa série de pequenos incêndios".

AGORA VEM O MELHOR...
Depois de o advogado ter recebido o dinheiro, a companhia de seguros fê-lo prender preventivamente por acusação de 24 FOGOS POSTOS!
Com base na prova constante da alegação do próprio advogado e coligida no processo por ele intentado, o advogado foi considerado culpado de ter intencionalmente incendiado a propriedade segura - e condenado a 24 meses de prisão, e multa de 24.000 dólares!
No ano seguinte, esta história, que é real, ganhou o primeiro prémio no "Concurso de Advocacia Criminal"

 

quinta-feira, dezembro 15, 2016


A FÁBRICA DA RAMIRA

Era assim que lhe chamávamos. Hoje é mais uns escombros fantasmas que se vão deteriorando sem honra nem glória. Ao passarmos por ali, sentimos o declínio da vida industrial da cidade de Peniche.

Não mais as mulheres a cheirarem a peixe que passavam em frente à Nau com quem mimoseávamos com piropos pouco elegantes e que da parte delas recebiam o troco devido.

Não mais os carros a transportarem peixe passando na rua central de Peniche e os apitos das fábricas chamando as conserveiras para se apresentarem ao trabalho.

E as pessoas que viviam nas casas da fábrica. Tantos amigos e amigas de todos nós. Tudo se desmoronou.

É em nome de tudo isto que me atrevo a levantar aqui um repto ao executivo da Câmara Municipal de Peniche e aos (às) deputados (as) municipais.

Porque não concorrer a fundos comunitários que no actual Quadro tem cabimento e adquirir a Velha Fábrica Ramirez, transformando-a num museu industrial vivo do que foi durante muitos anos a actividade conserveira em Peniche. Já perdemos a Frigorifica. Já perdemos a Congelação. E outra e outra fábrica. Porque haveremos de perder este último exemplar de uma época que foi determinante no desenvolvimento de Peniche?

Porque é que os nossos representantes do PCP, PSD e PS não unem esforços conjuntos para atingir este objectivo?

Seria uma prenda para os nossos filhos e para os filhos dos nossos filhos de uma memória que de outra forma ficará irremediavelmente perdida.

Pensem nisto por favor.
PS:
Em 2003 num Jornal de que fui Director (Peniche-Directo) publiquei o seguinte que agora repesco:
DESERTO
Incúria Gravosa
“O progresso de Peniche é o testemunho do valor dos seus pescadores”
As fotos falam por si. No Bairro dos Pescadores, em Peniche Cima, mais uma unidade industrial que contribuiu para o progresso de Peniche, “Algarve Exportador”, foi demolida para dar lugar a uma nova urbanização. Que 99% dos habitantes de Peniche não sabe o que será. Quando o PS local era oposição, na Assembleia Municipal batia-se para que os editais de construção fossem elucidativos sobre os projectos aprovados. Agora qué é governo local, comporta-se com a mesma indiferença e a mesma arrogância perante os munícipes que aqueles que criticou.
Mas mais importante que tudo isto, é a face oculta que tudo isto esconde. Vejamos.
Que nos recordemos de repente, nos últomos anos desapareceram definitivamente, a “Benito Garcia” que sucedeu à “Exportadora” para dar lugar a uma grande superfície, a “Fábrica do Fialho” que se dividiu entre uma nova unidade industrial e um empreendimento imobiliário, a “Congelação” que já tem projecto imobiliário aprovado e agora a “Algarve Exportador” com um loteamento já em execução.
Isto significa que das “velhas” fábricas de conserva da 1ª metade do século XX, que tanto contribuíram para o crescimento de Peniche, que conduziram a correntes de migração de toda a costa portuguesa, do Minho ao Algarve, resta uma memória que aos poucos se vai acabando. E, no entanto, todos hoje somos consequência desse património que se perdeu. Não podemos esquecer aqui uma outra unidade desaparecida, mas que até agora tem sido poupada aos apetites vorazes do cimento armado, referimo-nos à Central eléctrica.
Falamos do progresso de Peniche como resultado do valor dos seus pescadores. Mas para além de uma frase o que fazemos ou fizemos? Porque é que 27 anos de poder local democrático, nunca se preocuparam em preservar para o futuro, pelo menos  parte do equipamento dessas fábricas de forma a constituir para o Futuro um Museu Industrial? Que vai restar para as gerações futuras do passado de Peniche?
Daqui a uns anos quem vai saber o que era um autoclave ou um gerador eléctrico do sec.XX? Quem pôde ver estas unidades em laboração com os seus tubos e condutas em cobre e aço, com as suas câmaras de frio e de cozedura, com as bancadas de estripamento, com as máquinas de soldar, não pode deixar de sentir um calafrio por essa escola estar irremediavelmente perdida.
O Museu Industrial de Peniche, com peças-maquinarias que contribuiram decisivamente para o nosso progresso e desenvolvimento não mais será possível, por incúria ignominiosa de sucessivos executivos municipais.  
        A História da nossa terra os julgará.

terça-feira, dezembro 13, 2016


Senhor Cardeal–Patriarca de Lisboa

D. Manuel Clemente

Excelência:

Dizem-me que V. Exª é um seguidor entusiasta da humildade e do humanismo, duas vertentes mais em evidência nas atitudes e ensinamentos do Papa Francisco.

Eu não sou ninguém, senão uma pessoa que procura estar atenta aos sinais que vão surgindo em busca da humanidade nas relações com os outros.

Conheci V. Exª quando fui professor em Torres Vedras. Fiquei contente por ter sido escolhido para Bispo da Diocese em que se inclui a cidade de onde sou natural, Peniche.

A minha terra foi bafejada com a sorte de ter tido durante largos anos como Pároco um dos homens mais maravilhosos que conheci ao longo dos meus já muitos anos de vida. Foi também esta terra escolhida durante largos períodos de tempo para refúgio de férias de um seu antecessor D. António Ribeiro, intelectual que sempre escutei atentamente. E agora também um Homem do Oeste de onde sou nado e criado é nomeado Bispo e Cardeal-Patriarca.

Isso aproxima-nos e a sua função liberta-me para me poder dirigir a si com o à-vontade com que aqui me apresento.

Gosto da sua iniciativa de pensar as comunidades como lugar por excelência para aproximar a Humanidade. Não falo da sua aproximação a Deus, porque sendo agnóstico julgo que se o Homem tiver Fé e agir com Amor e Alegria inevitavelmente atingirá os objectivos que a sua Fé determinar.

Se lhe escrevo é porque penso que seria bom V/ Eminência ficar atento aos sinais que demoram a tornarem-se evidentes na sua diocese e muito particularmente na terra que me viu nascer.

Dirá: “- Mas tu és agnóstico, em que é que isso te preocupa?” E eu respondo-lhe que quando a maioria de um povo que professa uma religião, em palavras e obras se manifesta solidário com a comunidade em que se insere, é um bom sinal para relacionamentos em que todos temos a ganhar.

Não falo do intervalo de tempo entre a morte espiritual do Padre Bastos e os dias de hoje.

Falo do que aqui vai acontecendo agora.

Falo do património da paróquia a ser vendido sem que ao menos através do seu Jornal sejam explicadas as razões de tal facto. O Padre Bastos foi a formiga, vem alguém que não conhecemos de qualquer lado e armado em cigarra vende bens acumulados que gerações de penicheiros ajudaram a preservar se isto em qualquer explicação pública.

E não se diga que eu não posso colocar isto em causa por não ser católico praticante e me assumir como agnóstico. Eu também contribui para a preservação do património da paróquia. Recuso-me a aduzir outras razões de que aqui poderia falar, porque definitivamente não quero que a minha mão esquerda saiba do que a mão direita pode privilegiar. E isto ao mesmo tempo em que o pároco local se pavoneia nas procissões com vestes que simulam uma ostentação de riqueza, que nos dias que correm só pode ser encarado como uma provocação.« Que digam de ti quando vais a passar, ali vai um cristão».

Falo da atitude de desprezo com que muitos são tratados por recusa do pároco em encomendar os corpos dos seus paroquianos na Casa Mortuária Municipal, que foi construída porque a que estava em utilização estava imprópria e agora, um investimento de muitos milhares é deixado em desuso porque o padre não quer perder os 45 euros do aluguer de um espaço da igreja com piores condições. Também Judas Escariotes se vendeu por um punhado de moedas e acabou como objecto de escárnio e de desprezo dos que em Cristo acreditavam. Mas isso já são outros contos e ao que parece caiu em desuso citar trechos bíblicos do Novo Testamento.

Não quero tornar muito mais extensa esta minha carta para V. Reverª. O que lhe deixo já lhe dará matéria para pensar se se quiser preocupar. E deve. Alguém ao decidir sobre determinadas matérias só o deverá fazer se não suscitar escândalo ou revoltas públicas. E isso só se consegue fazendo uma explicação metódica e detalhada sobre o que a todos envolve. Outra atitude é prepotência.

“A Caridade Divina em S. Tomás de Aquino” só me dirá alguma coisa se ela se reflectir nos outros permanentemente como uma imagem de marca de quem nela acredita. «Que não ganhes o respeito de uns quantos se perderes todos os que juraste defender».

E mais não digo.

segunda-feira, dezembro 12, 2016


LISBOA

Todos os que tiveram a felicidade de ver Lisboa do ar.

Todos os que foram surpreendidos com Lisboa subindo o Tejo de barco.

Todos os que se deliciaram atravessando o rio por qualquer das pontes e viram a margem por onde se estende Lisboa.

Todos esses (nos quais me incluo) são seres privilegiados pois é-lhes dado a conhecer uma das maravilhas naturais que tornam o nosso país impar.

Faltava-me a visão de Lisboa da margem sul de um local em que pudesse vê-la estendendo-se em plenitude. Quem já visitou o Cristo-Rei conseguiu essa vista de forma lena. Eu só agora consegui esse efeito. E embora o dia tenha acordado sobre um manto de nevoeiro, deu para perceber o todo o imenso sentimento de esperança que podemos sonhar para nós e para o nosso país.
 E faltava-me essa perspectiva à noite. Somos pequeninos perante o mar de luzes que se esbate à nossa frente. Lisboa torna-se um Presépio para os nossos corações. Compreendemos aqui melhor o desejo de ir mais longe que levou os portugueses às cinco partidas do mundo. Compreendemos também aqui o Fado, canção que refleste em plenitude a alma do povo português.  



domingo, dezembro 11, 2016

Casamento à moda antiga no Alentejo!

Fui ontem a Beja. Encontrei o Manel Jaquim, amigalhaço de há muitos anos e
que vive perto de Beja.
Eis o diálogo, que transcrevo com bastante rigor: -Então Manel Jaquim,
onde tens andado?...

-Ó amigo Zé, olha, por aí...
-Andei à tua procura para te dizer que casei...
-Casei à moda antiga, vê bem...
-À moda antiga?
-Então foste naquelas carroças que havia antigamente, levaste um banho de
arroz...
-Qual quê Zé, casei à moda antiga, pôrra...
-CASEI COM UMA MULHER !

sábado, dezembro 10, 2016


NOVAS MÁQUINAS TIPO MULTIBANCO

Recapitalizamos, pagamos taxas, taxinhas, cartões uni e multibanco. Despesas de para ter contas, e as que pagamos para acabar com elas.

Quando é que acaba o saque!

É fartar vilanagem!!!!

Caixas Multibanco

Não fui eu que tive a experiência relatada, mas reencaminho para que estejamos todos bem informados…

Deve ser o primeiro 'ensaio' dos bancos para aplicarem a taxa há tanto tempo proposta (principalmente pelo BCP) e que não tem conseguido 'passar'...

Porém, em tempo de crise... Atenção a estes símbolos somos roubados de forma autorizada muito cuidado!!! Atenção às caixas Multibanco com estes símbolos:

ROUBALHEIRA NetPay! Tenham CUIDADO Atenção – caixas Multibanco NetPay Uma forma dissimulada de sacar os nossos € - No mês passado efectuei um levantamento numa máquina ATM que me parecia perfeitamente normal. Então ao receber o extracto da minha conta verifiquei que me tinham sido cobrados 3,30€ de comissões associadas a um levantamento de 50,00€. Contactei o meu banco e fui informado que tinha utilizado uma máquina ATM de uma nova rede chamada NetPay. Ao que fui informado todos os levantamentos são efectuados a crédito sendo cobrada uma taxa fixa de 1,5€ mais os juros respectivos.

Ao que parece estas máquinas estão identificadas como pertencendo à rede NetPay pelo que antes de efectuarem levantamentos não se esqueçam de verificar a rede em que o vão fazer.

 

sexta-feira, dezembro 09, 2016


(RE)PUBLICO aqui a OPINIÃO de FRANCISCO SENA SANTOS in "SAPO24"
que julgo deveria merecer a melhor atenção de todos nós. Para além de ser importante pensar nestas coisas num tempo em que tudo está a ser cada vez mais superficial.
A CRISE EXISTENCIAL
A promessa tinha sido de bem-estar e liberdade mas o que passou a sentir-se crescer nas sociedades ocidentais foi um mal-estar que também põe em causa algumas das liberdades. Os cidadãos fartaram-se de se sentirem negligenciados e estão a usar toda a forma de votação ao seu alcance para fazerem afastar quem entendem que representa o sistema político que anda a dar cabo da confiança prometida.Parte superior do formulário

É assim que nos últimos sete meses já foram mandados para casa dirigentes políticos como Dilma, Cameron, Hillary, Hollande, Sarkozy, Juppé e agora Renzi. Os eleitores arriscaram, em alguns dos casos, escolhas de alternativas que até podem parecer menos racionais para o bem comum. Talvez votem mais com as tripas do que com a cabeça. Estão a querer castigar quem aparece como responsável imediato pela frustração. O modelo das sociedades ocidentais está em crise existencial.

Os tremendos banhos de sangue da primeira metade do século XX já parecem uma coisa demasiado distante, fora da memória que magoa. Tinha sido a aspiração de evitar de vez esses infernos das grandes guerras o que levou uma mão cheia de estadistas a procurarem políticas geradoras de boa convivência, de progresso e de esperança. Assim avançou a União Europeia ao longo das últimas três gerações. Mas, na viragem para este século XXI, tornou-se evidente que a política começava a perder a mão da liderança, o mando passava para o mundo da finança. Deixou de se sentir a visão de líderes como os que tinham merecido o estatuto de estadistas. É assim que a Europa começou a renunciar à ambição generosa que tinha sido alimentada. A crise dos refugiados é um exemplo dessa derrota europeia: ao negar-lhes a solidariedade a Europa renuncia aos seus valores fundadores. É a tal crise existencial mas que não é crise de participação dos cidadãos.

Em Itália, no último domingo, num referendo que até nem parecia colocar em escolha questões com implicações imediatas na vida das pessoas, votou quase 70% do eleitorado, mais de 33 milhões de cidadãos. Renzi tinha chegado ao poder em fevereiro de 2014 e, tal como os antecessores, através de arranjos políticos, sem passar por eleições gerais. Conduziu políticas generosas, designadamente face aos refugiados, conseguiu introduzir alguma eficiência na gestão do tradicional caos italiano e ousou uma reforma profunda, mas pouco concertada, do armadilhado sistema político do país. Deslumbrou-se e arriscou o que não precisava de fazer: jogar a sua liderança política no referendo assim transformado em plebiscito. Mostrou falta de escrúpulo ao tentar uma jogada para consolidar o seu poder. Caiu no mesmo erro de cálculo que levou à queda de Cameron no referendo Brexit há sete meses no Reino Unido: Renzi, como Cameron, pensou que poderia usar o referendo para reforçar e ampliar o poder da sua liderança. Os votantes castigaram-lhes o impulso arrogante.

Por todo o mundo ocidental, nestes tempos de cólera, cresce a vontade de afastar as castas políticas. Parece que estamos num tempo medíocre de pós-política, em que a política com raízes, com substância culta é desprezada e o voto tem orientação anti-política.

É facto que no caso italiano não se vê no horizonte alguma solução que prometa vida melhor. Renzi não tem um rival. Para já, a oportunidade é para as forças políticas que querem agitar e desagregar mais a Europa, o neofascista Matteo Salvini (Liga Norte) e o populista Beppe Grillo (M5E). São eles quem mais está a celebrar, embora quase todos à direita e à esquerda estejam a festejar a derrota de Renzi. As candidatas do M5E ganharam em maio as municipais em Roma e em Turim. Seis meses depois, a gestão é reconhecida como continuação do desastre. Mas as sondagens continuam a favorecer o M5E, um movimento que é difícil situar em qualquer dos hemisférios políticos, tem escolhas radicais de esquerda e outras de direita, trata sobretudo de dizer o que agrada aos eleitores. Quando houver eleições é possível que fique na frente. Para governar com quem? Se chegar à liderança política, Grillo vai levar por diante a ideia de referendar a participação da Itália na moeda única europeia? Seja como for, não se pode ver no resultado deste referendo qualquer desapego italiano em relação à União Europeia de que os italianos são fundadores com idealismo que faz de locomotiva. No referendo levantou-se sobretudo um voto de protesto contra um primeiro-ministro que não só não gerou o bem-estar que prometia como queria demasiado poder. Mas a Itália política, que já conta 41 chefes de governo em 70 anos, habituou-nos a que tudo ali é possível.

Houve alguma dramatização em volta deste referendo italiano. As inquietações parecem exageradas. Nada que se compare com o efeito do Brexit que fez a libra cair 10% logo no dia seguinte, e ainda não recuperou. Com a Itália todos os indicadores seguem sem drama maior. Há o problema sério da estabilização da banca italiana – o Monte dei Paschi, já com cinco séculos, precisa de cinco mil milhões – mas também já se viu que Mario Draghi vai continuar a colocar o BCE a garantir o que for preciso para evitar colapsos.

O fim de semana político até foi estimulante para a cidadania europeia: os austríacos surpreenderam e derrotaram as sondagens e o candidato Hofer, formado em técnicas de comunicação, cujo perfil político é, sem rodeios, o de um neonazi, e entregaram a presidência a um respeitável professor de economia, cheio de fleuma e humor, Van der Bellen, um veterano líder ecologista que se assume filho de refugiados que fugiram do estalinismo, o pai aristocrata russo e a mãe báltica. Mas não deixa de intrigar que os tradicionais partidos centrais, o social-democrata e o popular, tenham ficado fora da presidencial austríaca. Dentro de ano e meio há legislativas na Áustria e a extrema-direita segue na frente. Será que então os eleitores austríacos vão ter outro sobressalto pelos valores democráticos da Áustria pró-europeia?

Por agora, ou bem que há algum bom sobressalto que faça avançar novas visões ou a ideia de Europa solidária naufraga nesta crise existencial. Será que Merkel, depois de ter sido a mal-amada, é a estadista que pode mudar as coisas? O discurso da chanceler, hoje, no congresso da CDU em Essen, pode dar pistas, a 10 meses de clarificadoras eleições gerais alemãs.

 

quinta-feira, dezembro 08, 2016


COMO FUNCIONAM AS COISAS

 

Eu disse ao meu sobrinho: "Você casaria com a "garota" que eu escolher ?"


Ele disse: "NÃO !"

 Então eu disse-lhe: "Olha que ela é filha do Bill Gates !"

 Então ele respondeu prontamente: "Nesse caso, claro que SIM !"

 Então eu liguei para o Bill Gates e disse-lhe: "Quero casar o meu sobrinho com a sua Filha !"

 O Bill Gates disse: "NÃO !"

 Então eu disse-lhe: "Olhe que ele é Director do Banco Mundial !"

 O Bill Gates respondeu prontamente: "Nesse caso, "SIM !"

 Então eu liguei para o Presidente do Banco Mundial e disse-lhe: "Quero que você nomeie o meu sobrinho, "Director do seu Banco !

 Ele disse: "NÃO ! "

 Então eu disse-lhe: "Olhe que ele é genro do Bill Gates !"

 Então o Presidente do Banco Mundial respondeu: "Ok, ok. Vou já arranjar-lhe um "gabinete" e ele toma posse no princípio da próxima semana !"

É EXACTAMENTE ASSIM QUE FUNCIONA A "POLÍTICA" ! ! !

quarta-feira, dezembro 07, 2016

ACADEMIA SUECA RETIRA O PRÉMIO A BOB DYLAN E ATRIBUI O NOBEL DA LITERATURA A...
JORGE JESUS!*
ACADEMIA SUECA RETIRA O PRÉMIO A BOB DYLAN E ATRIBUI O NOBEL DA LITERATURA A JORGE JESUS DEPOIS DA FRASE: "Não temos sido bocejados pela sorte"
A Academia Nobel ficou deliciada com o novo tesouro linguístico de Jorge Jesus após a partida com o Dortmund. O treinador do Sporting disse: "- Não temos sido bocejados pela sorte", tentando justificar a derrota que colocou o Sporting com um pé fora da Liga dos Campeões.
Um medíocre como o Bob Dylan teria dito: "Não temos sido bafejados pela sorte". Mas Jorge Jesus vai mais além. Ele criou uma cena nova. Poesia das canções já passou. Jesus é o artesão da palavra usada por engano. A palavra improvisada. A flash interview como performance artística. Uma pessoa que está triste porque a sorte não produz o sono que ele desejava. É bonito, é ingénuo, é puro, é infantil. O engano produz metáforas de grande beleza. A palavra errada como forma sublime de arte. "Nada é mais humano que isso", justificou a Academia Nobel.


Jorge Jesus, como génio inacessível que é, vai manter o mistério e criar burburinho e só vai atender o telefonema da Academia Nobel depois do jogo contra o Legia depois de 6 de Dezembro.
*Recolhido de email que recebi de fonte +/- anónima

terça-feira, dezembro 06, 2016


A DEUS O QUE É DE DEUS…

A JUNTA DE FREGUESIA DE PENICHE hoje, não tem nada a ver com a Freguesia de Santa Maria da Ajuda de Peniche criada em 1516. Até porque o sentido de Freguesia de hoje nada tem a ver com o sentido de Freguesia de antanho. Éramos fregueses da religião, era aí nas Igrejas que se considerava a existência dos cidadãos (o livro Sociedade e Governança de Ana Batalha é exemplarmente ilustrativo disso mesmo). Hoje é a Sociedade Civil quem é responsável social da vida dos cidadãos, limitando-se a Igreja ao assento religioso dos seus fiéis.
Se consigo perceber pois que a Paróquia de Peniche celebre esse facto, já não consigo perceber que se faça uma tentativa espúria de misturar as duas coisas da forma como é feito.

O panfleto que serve de CONVITE ao dizer que se celebra os “500 ANOS DA FREGUESIA DE PENICHE”, está a colaborar numa mistificação para dar lugar à celebração politica pelas forças do poder executivo do Concelho.

Já custa ver autarcas em exercício a segurarem o chapéu-de-chuva dos padres que nos impõem nas procissões, quanto mais ver agora o Presidente da Junta em quem votei a servir de pau-de-cabeleira de cerimónias religiosas.




Quanto ao Presidente da Câmara já nada me espanta. Desde que seja qualquer coisa em que o seu ego se possa alimentar, é na boa.

Que os autarcas católicos praticantes celebrem os 500 anos da FREGUESIA DE SANTA MARIA DA AJUDA, não tenho nada a opor. Mas já não aceito de todo que convidem um nado e criado da Freguesia de S. Sebastião (eu próprio) para uma comemoração que em si mesma encerra aquilo que não é.

Para já não falar da separação da Religião do Estado, devidamente consagrada na Constituição da República Portuguesa. 

 

LEI DA LIBERDADE RELIGIOSA

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Lei n.o 16/2001 de 22 de Junho

Artigo 3.º - Princípio da separação

As igrejas e demais comunidades religiosas estão separadas do Estado e são livres na sua

organização e no exercício das suas funções e do culto.

Artigo 4.º - Princípio da não confessionalidade do Estado

1 — O Estado não adopta qualquer religião nem se pronuncia sobre questões religiosas.

2 — Nos actos oficiais e no protocolo de Estado será respeitado o princípio da não

confessionalidade.

3 — O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes

religiosas.

 

 

segunda-feira, dezembro 05, 2016


AINDA A MINHA RUA

Olho para a minha rua e revejo-me no tempo que passou. Resto eu e a D. Lelé Salvador desses tempos dos idos de 40 e 50 do século passado.

Volto a esses tempos pelas razões mais absurdas. Ou talvez não. Ainda ouço os sons das vozes da Maria da Boa Viagem e do Tóino Roncolho como nós o chamávamos pelo som característico da sua voz.
Ainda sinto o palpitar da rua lá de trás onde tinha mais amigos a juntar aos da minha porta. O Idinho e o Zezé faziam parte do grupo mais próximo. Quantas vezes fazíamos incursões ao Jardim para jogar ao berlinde.
Em minha casa ou na casa da minha avó, ouço os gritos estridentes da Maria Algarvio desaparecida no ano em que nasceu a minha filha. Abria a porta do quintal e chamava:

“- Menina Guilhermina? Posso tirar água?” Num tempo em que só muito poucos tinham água canalizada. A grande maioria das pessoas da minha rua ia à bica do largo de S. Paulo.
Na minha rua palpitavam os sons das mulheres que em casa tratavam das suas lides, as rendas de bilros, os almoços para os filhos e seus homens. Iam e vinham a caminho da loja do Zé Ferreira. Ou ao depósito do vinho.

Começava muito cedo o dia na minha rua. Viúvas e não só tinham a missa das almas às 6 da manhã.

Depois era o dia-a-dia das mulheres que trabalhavam na ribeira e dos seus maridos que iam para o mar. Os filhos ou iam para a Escola (os mais afortunados), ou iam para a Ribeira tentar arranjar uns peixes na “cadonga”.

Gosto da minha rua. E quando passo nela sinto todos esses sons que me trazem de volta os meus amigos de criança. O Chico Zé e o Fanana. O Tozé e o Rebordão. O Marciano, O Jacinto e o Alberto. O Xico Marques. Todos eles pertenciam à “companhia” do Zé Acúrsio. E era vê-los em lutas campais com o pessoal do Campo de Torre e os do campo do Zé Seco. Em épocas sazonais dedicavam-se a apanhar pássaros à palma com “chamarizes” que cuidavam com carinho apesar da sua brutalidade inata.    

Recordo o meu pai a vir da oficina e a minha mãe a chamar-me para o almoço. Recordo tantas raparigas que nesse tempo aprendiam a costura com a minha mãe e que colaboraram com os seus cuidados na minha educação.

A minha rua foi e é o meu porto seguro.