segunda-feira, março 31, 2008

O ANJO ANCORADO
1ª Edição – Editora Ulisseia, Lisboa, 1958, Capa Sebastião RodriguesFaz agora 50 anos (Junho) que José Cardoso Pires publicou “O Anjo Ancorado”. Romance que relata o encontro de gente ansiosa por um Portugal mais moderno e mais cosmopolita, mas que se sente bem no país real, com gente simples e sem as subtilezas das grandes metrópoles.
Local do romance a região de Peniche. Tenho para mim que a aldeia de S. Romão não é mais do que S. Bernardino. Paira no ar um certo ar de uma esquerda intelectualizada ou bem na vida. João, industrial e proprietário de terras com cerca de 40 anos, que vem de Talbot Lago carro potente a dar nas vistas com a sua última aventura, Guida Sampaio, professora do liceu de 23 anos.
Ele vem praticar caça submarina e recarregar baterias da vida agitada de Lisboa. Cruzam-se com o miúdo que vende rendas de bilros e com o velho que apanha pequenas aves nas falésias. Estes e os aldeões fazem-nos pensar se as suas verdades serão assim tão intactas como pensam.
Seria interessante retomar este romance onde Cardoso Pires o deixou. Fazer uma comemoração dos 50 anos da sua publicação e aproveitar para pensar no Peniche que éramos em 58 e no Peniche que hoje somos. Que gente fomos e em que gente nos tornámos. A comemoração dos 50 anos de publicação do “Anjo Ancorado” para a qual seria interessante convidar alguns escritores e críticos literários, poderia dar à Câmara Municipal de Peniche uma visibilidade no mundo das letras que nem sempre é possível conquistar.José Cardoso Pires em Peniche escreve este seu Romance, (assim define ele próprio este seu livro), Ruy Bello escreve alguns dos seus mais belos poemas aqui. Amália canta Peniche.
Porque não nos interrogamos sobre a terra que fomos e onde é que intelectualmente podemos ainda chegar. Valerá a pena?

domingo, março 30, 2008

SEM PALAVRAS...

sábado, março 29, 2008

FREGUESIA DA AJUDA
Sabe bem olhar para o símbolo da Freguesia da Ajuda. O Farolim e o mar. Os dois elementos do património comum daquela freguesia que mais a identificam. Escolha acertada e feliz.

quinta-feira, março 27, 2008

DÍFICIL DE ENTENDER
Maltratar cidadãos portugueses quando se manifestam com polícia de choque, GNRs, PIDES e afins, isso é um atentado contra a liberdade de expressão que tem de ser condenado.
Maltratar tibetanos que lutam por um regime autonómico para a sua região, isso é combater as forças reaccionárias que tentam dificultar o desenvolvimento da China e não deve ser condenado.
Prender e torturar pessoas em Guantánamo é repressão condenável. Prender e torturar pessoas em Gulag é a defesa das conquistas do socialismo.
Encarcerar pessoas em Peniche e Caxias é um atentado à democracia. Manter pessoas presas em Cuba ou na China é defender as Lutas da Revolução.
Concluo que a tortura e a prisão por delito de opinião são legítimas ou não, em função de quem determina a sua execução e não pelos seus efeitos contra a dignidade dos seres humanos que são a elas submtidos.

quarta-feira, março 26, 2008

ANIMAIS QUE RECORDAMOS
Os animais em nossa casa foram sempre parte da família. Sem excessos. Com conta peso e medida. Mas por isso mesmo convivemos sempre com eles de forma mais ou menos pacífica. É claro que houve alguns que nos "tocaram" mais. A Vickie e o Mr. Tom foram isso mesmo. Dois casos à parte. A Vickie foi uma cadelinha que me ofereceram quando eu era professor na Lourinhã. Era uma uma ternura e assistiu como parte activa ao desabrochar da nossa filha. O Mr. Tom era um gatarrão persa que se perdeu de amores pela minha Anita. Aquilo era uma paixão que só visto. Estes dois fazem parte ainda hoje das nossas memórias com um carinho muito especial. Resta dizer que eles se adoravam entre si.

segunda-feira, março 24, 2008

A OFENSA
O membro da Assembleia Municipal, José Leitão, suspendeu o seu mandato como forma de desagravo por ofensa que lhe foi dirigida pelo actual Presidente da Câmara.
Leio e fico perplexo. Então a maneira de ultrapassar isto é deixar de dar o seu estimável contributo àquele Órgão Autárquico e a Peniche?
Quem vai rejubilar com esta atitude é o Sr. Presidente da Câmara que, pelo menos durante 3 meses não tem que enfrentar o seu opositor.
Antigamente estes assuntos resolviam-se com uma luva, escolha de padrinhos e um duelo. Agora passou-se a uma nova fase da discussão política. Se no hemiciclo de S. Bento cada vez que alguém chama mentiroso a um adversário, o eventual mentiroso suspendesse o mandato, lá tínhamos as bancadas completamente renovadas.
Recordo o tempo em que o PSD tinha ganho a Câmara e que com as alianças com a CDU conseguiu a presidência da Assembleia Municipal. Meu Deus! O que eu e os meus camaradas do PS nessa altura sofremos às mãos da autocracia do PSD e da CDU…
E todos aguentámos estoicamente sem nunca suspendermos o mandato com acusações de “lana-caprina”. Passados 12 anos tudo é diferente. Os vencedores de ontem são os acusados de hoje. E emerge nisto tudo uma nova liderança que tendo estudado na escola dos “Leitões” se tornou a sua própria tortura. É a revolta contra o “pai”. Cá se fazem, cá se pagam. A mim tudo isto me dá um certo gozo. Ainda bem que se trata só de política.

domingo, março 23, 2008

PENICHE…
“…um dos focos irradiadores da prática dos círios em Portugal, entre os séculos 11 e 12
Assim noticia o pasquim que se vai publicando cá pelo burgo. (sublinhado meu)

sábado, março 22, 2008

A MINHA OPINIÃO
Nestes últimos dois dias temos sido bombardeados, nos Jornais, nas TVs, nas rádios, com um filme feito por alunos de uma turma de uma escola do Porto, sobre uma luta dentro de uma sala de aula entre uma professora (?) e uma aluna, que disputavam um telemóvel.
O filme que dura uns quantos minutos, é o relato de uma cena eventualmente chocante para a maioria dos cidadãos, que têm passado o tempo o assobiar para o lado como se o que se passasse nas escolas, só muito transversalmente lhes dissesse respeito.
Começo por afirmar que a atitude da aluna é merecedora de uma sanção exemplar. Em seguida penso que os restantes alunos da turma envolvidos num desejo mais ou menos macabro de entrarem para as galerias dos cinemas, terão de ser igualmente punidos por serem co-responsáveis. Em graduações diferenciadas, mas de forma a aprenderem para o resto das suas vidas o que quer dizer SOLIDARIEDADE e RESPONSABILIDADE.
Mas, ao contrário do que tenho visto afirmado por aí, há uma pessoa que não pode ficar impune nesta situação. È a pessoa que dizem ser a professora.
Que pessoa é aquela que depois de tudo aquilo ter acontecido, não sente nem vontade nem necessidade, de relatar por escrito aos seus superiores hierárquicos um acontecimento daquela natureza?
Que pessoa é aquela que tem por missão ser um pedagogo que não sabe controlar os seus alunos?
Que pessoa é aquela que não sabe ver quando os limites do razoável são excedidos, que já não é solução desenvolver uma batalha campal com um jovem que por não ter valores não percebe o que se está a passar, mas antes ser ele a deixar o campo ao jovem para recomeçar do zero até o fazer assumir a natureza da sua culpa.
Que formação tem esta pessoa que não sabe comportar-se com a cabeça fria perante um facto que a arrastar-se, só pode ter consequências dolosas para todos?
Se os alunos têm de ser culpabilizados perante os seus erros, os professores têm de ser confrontados com as consequências da sua incompetência, pedagógico-didáctica. E no entanto não vi ninguém referir que todas as pessoas que participaram naquele filme, merecem nota negativa pelo seu desempenho.
- Se ainda não perceberam muito bem, é por estas e por outras QUE OS PROFESSORES NÃO QUEREM SER AVALIADOS. Quando eu fiz estágio se tivesse tido um desempenho destes, nunca teria chegado a professor. Como irá ser avaliada esta pessoa que vimos neste filme?
PS: - O que os políticos disserem sobre esta matéria, é irrelevante. È só para fazer chicana. Não é com o objectivo de ver para além da árvore.

sexta-feira, março 21, 2008

DIA DA POESIA – 21 DE MARÇO
Uma poeta e dois poemas neste dia, sem outra palavras que não sejam: - VIVA A POESIA!
Deixo-vos com Natália Correia
A defesa do poeta

Senhores jurados sou um poeta
um multipétalo uivo um defeito
e ando com uma camisa de vento
ao contrário do esqueleto

Sou um vestíbulo do impossível um lápis
de armazenado espanto e por fim
com a paciência dos versos
espero viver dentro de mim

Sou em código o azul de todos
(curtido couro de cicatrizes)
uma avaria cantante
na maquineta dos felizes

Senhores banqueiros sois a cidade
o vosso enfarte serei
não há cidade sem o parque
do sono que vos roubei

Senhores professores que pusestes
a prémio minha rara edição
de raptar-me em criança que salvo
do incêndio da vossa lição

Senhores tiranos que do baralho
de em pó volverdes sois os reis
sou um poeta jogo-me aos dados
ganho as paisagens que não vereis

Senhores heróis até aos dentes
puro exercício de ninguém
minha cobardia é esperar-vos
umas estrofes mais além

Senhores três quatro cinco e Sete
que medo vos pôs por ordem?
que pavor fechou o leque
da vossa diferença enquanto homem?

Senhores juízes que não molhais
a pena na tinta da natureza
não apedrejeis meu pássaro
sem que ele cante minha defesa

Sou uma impudência a mesa posta
de um verso onde o possa escrever
ó subalimentados do sonho!
a poesia é para comer.

Queixa das almas jovens censuradas

Dão-nos um lírio e um canivete
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola

Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade

Dão-nos a honra de manequim
para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prêmio de ser assim
sem pecado e sem inocência

Dão-nos um barco e um chapéu
para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
levado à cena num teatro

Penteiam-nos os crânios ermos
com as cabeleiras das avós
para jamais nos parecermos
conosco quando estamos sós

Dão-nos um bolo que é a história
da nossa historia sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo

Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro

Dão-nos a capa do evangelho
e um pacote de tabaco
dão-nos um pente e um espelho
pra pentearmos um macaco

Dão-nos um cravo preso à cabeça
e uma cabeça presa à cintura
para que o corpo não pareça
a forma da alma que o procura

Dão-nos um esquife feito de ferro
com embutidos de diamante
para organizar já o enterro
do nosso corpo mais adiante

Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino

Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte
por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte
~

in "O Nosso Amargo Cancioneiro"

quinta-feira, março 20, 2008

A MINHA SINCERA HOMENAGEM
Ao Padre Bastos
No dia em que se celebra mais um ano da vida que escolheu. Ao Homem. Ao cristão. Ao sacerdote. Quinta-feira Santa é o dia em que se celebra a instituição da Missa Cristã. A distribuição do Vinho e do Pão. É o dia do Sacerdócio.
O meu amigo, o meu padrinho, o meu professor.
Ao que parece encontra-se neste momento menos bem. A minha solidariedade para com ele. Os meus votos de umas rápidas melhoras. Não vou perguntar a ninguém por ele. É um sentimento que está expresso entre mim e ele. Mas estou desejoso de o rever e ouvir.

quarta-feira, março 19, 2008

19 de MARÇO
Dia de S. José - Meu Patrono
Dia do Pai - A minha mesma homenagem de sempreDia deste poema que vos ofereço

A PEDRA NEGRA (excerto)

E fico, absorto e triste, a ouvir o vento
Gritar os seus remorsos,
Nesta soturna casa onde nasci,
Onde fui dado à sombra, e não há luz,
Porque nascer, meu Deus, é já morrer,
O berço é já sepulcro.

E fico absorto e triste. Vejo o lume
Que se extingue, por fim. As chamas débeis
Rastejam sobre o tronco requeimado,
Quais asas debatendo-se na morte…
Embranqueceram de frio as brasas rubras
Que o sopro dum fantasma ocultamente
Parece reavivar…
… … …
Que multidão no espaço do meu lar!
Que multidão enorme e que deserto!
Ó sempiterna ausência de meu pai!
Que frio e que tristeza, neste grande
Enegrecido lar desconfortável,
Como esta velha casa de abandono,
Sempre aberta ao luar das horas mortas,
Ao silêncio da noite, aos ermos ventos,
E às sombras outonais… Ó minha casa
Sepultada num lívido crepúsculo
Que são vagos fantasmas confundidos
Na mesma nódoa escura… E nele pairam
Ermas vozes que eu ouço e ninguém ouve,
Aparições que eu vejo e mais ninguém,
Visões que só meus olhos incendeiam
E neles deixam rastos espectrais
E lágrimas de dor…

Teixeira de Pascoais

terça-feira, março 18, 2008

TEMPESTADE NO MAR
Que temos tido um início de ano muito invernoso todos os que vivemos em Peniche demos por isso. Acautelando a ignorância dos forasteiros nessa matéria, o barco colocado à entrada de Peniche, junto à Rotunda do campo de futebol dá sinais disso mesmo.
Foto do barco no dia da partida rumo ao mar

Situação actual, ameaçando eminente naufrágio. As velas caídas. Coitados dos que embarcaram naquela aventura.

Veja-se o tamanho dos “parafusinhos” que fixavam aquela estrutura. O tamanho do suporte (vê-se no chão) que segurava um dos mastros não é mais que uma hipótese de fixação.
O engenheiro que estudou a colocação desta embarcação (estou a rimar de propósito) não sabe os efeitos do vento aqui na região. Coitado. Vê-se à légua que tirou a licenciatura em engenharia na Universidade Independente.

O Naufrágio deu-se há meses. Mas ninguém repõe a situação anterior. Graças a Deus. Pindérica escultura que o tempo destruiu, esperamos a bem de Peniche que não volte a ser reposta. Não há uma alma caridosa que com uma chave de porcas faça tombar os 3 pint... sobrantes?

segunda-feira, março 17, 2008

30 ANOS DEPOIS
Portugal (ou os portugueses) é um país carregado de idiossincrasias. Somos territorialmente muito pequeninos. Não temos propriamente regiões assim tão díspares. O mais que em termos de dialectos nos podemos orgulhar é do mirandês. Nazareno e algarvio e alentejano são mais formas de expressão atávicas.
Temos apesar de tudo um conjunto de acontecimentos que para todos nós são difíceis de compreender quando pensamos em assuntos que ultrapassam a nossa zona geográfica de viver.
Como compreender que todo um povo de uma região vá consolidando a sua fé profunda em alguém, ao longo de 30 anos, com as características de Alberto João Jardim? O homem ofende toda a gente. Políticos e não políticos. Figuras institucionais. O Rei da Madeira por vontade dele, do povo daquele arquipélago e de alguma entidade divina, faz o que quer, diz o que quer, ofende quem quer, desde que se oponham àquilo que ele próprio designou como a autonomia a que ele próprio tem direito.
O mais estranho de tudo é que depois de tanta “merda” que diz, não há quem o ponha no lugar. Perceber isto é difícil.
Entretanto o PS ganha as eleições a nível nacional porque não há alternativa, A CDU ganha em Peniche pelas mesmas razões. E todos nos sentimos cada vez mais sem esperança em dias melhores.

sábado, março 15, 2008

FILINTO ELÍSIO (1734/1819)
Qualquer semelhança entre o que se passava há 200 anos e agora…é pura e acidental coincidência.

Soneto

Nasci – logo a meus pais custou dinheiro
o baptismo, que Deus nos dá de graça.
Tive uso da razão – perdi a graça –
dei-me ao rol – chegou a Páscoa – dei dinheiro.

Quis casar com uma moça – mais dinheiro.
Brinquei com ela – não brinquei de graça:
que aos nove meses me custou a graça
para o Mergulhador capa e dinheiro.

Morreu minha mulher – não lhe achei graça
e menos graça no arbitral dinheiro
da oferta; que o prior não vai de graça.

Se o ser cristão requer sempre dinheiro,
como cumprem com dar graças de graça
os que as graças nos vendem por dinheiro?

sexta-feira, março 14, 2008

A “CAGANÇA”
Com a camisa de fora das calças e óculos de sol na cabeça eles, de mini-saia ou top elas, uns e outros a viverem uma juventude há muito perdida.
Adeptos de “rolinhas”, bares de alterne, do Tóni Carreira ou da revista que mais fale da vida alheia. Eles e elas têm um prazer em comum, o baile das viúvas.
O supra sumo para elas é juntarem-se em magotes e fazerem jantaradas de mulheres nas alturas próprias, dizendo em voz alta: - É o nosso dia! Maridos e filhos que se safem sozinhos.
Eles adoram os lanches ajantarados, jogar ao “shépe”, agarrar no carro para ir à Nazaré ou ver o Sporting. O Peniche já não é moda.
Poucos se recordam de ter vivido no Carreiro ou nas casas da Macedónia. Algumas vezes porque a terra é pequena e não se pode esconder tudo, afirmam que nasceram e foram criadas num “condomínio fechado”, como se o Bairro do Fialho tivesse culpa do que lhe querem chamar.
Usaram boina branca no tempo da “tinha” e frequentaram a Escola do Filtro por causa da Tracoma. Hoje recusam recordar-se e alguns e algumas, porque é moda, terminam por vezes as conversas afirmando: - O Salazar é que faz falta!
Mas lá “cagança” têm os novos-ricos. Ou os que tal se julgam. E estes últimos ainda são os piores. Enchem as Pastelarias, comem pão com linguiça, fazem caminhadas e, com isto tudo, borrifam-se para a comunidade desde que não sejam incomodados nos seus “pequeninos privilégios”.

quinta-feira, março 13, 2008

PARABÉNS A VOCÊ
O Hélder Blayer faz hoje anos. 35. Está velho como um porra. Faz também hoje 10 anos que começou a trabalhar em Peniche, embora que a sua estadia tenha sido breve.
Tenho o privilégio de ser seu amigo. E que a minha família toda sem excepção tenha adoptado a sua família. Existe aqui uma identidade que vai para além da relação física. O André, a Ivone e o Ziri, fazem também parte do nosso Natal.
O Hélder depois de regressar aos Açores agarrou-se com unhas e dentes à “sua” TSF e hoje conquistou já o seu lugar no panorama radiofónico e jornalístico açoriano. Tenho acompanhado a sua actividade na cobertura do Parlamento Regional com grande interesse. Também o seu programa Plenário Extra está a merecer os maiores elogios das diferentes forças políticas da Região dos Açores.
Deixo-vos em jeito de homenagem pública ao Hélder, no dia dos seus anos, dois exemplos de actividades em que ele é mestre. A morada do seu blog que revela nesta campo uma excelência a todos os título notável.
http://www.zirigunfo.variavel.com/
E para que todos possam usufruir da imagem, aqui vai uma foto dele que espero que vos agrade tanto, como me agradou a mim.

quarta-feira, março 12, 2008

O QUE FAZER?
“Podemos enganar muita gente durante muito tempo, não podemos enganar toda a gente durante todo o tempo” Sir Winston Churchill

Quem ler a 1ª página e a página de opinião de um jornal apócrifo que nos últimos meses tem surgido a circular em Peniche, pensa que em definitivo a Câmara local atingiu a ruptura financeira total.
Em primeiro lugar é importante referir que isto não é importante para ninguém. Nem para os próprios que nunca serão imputados judicialmente se levarem a câmara à falência. Em segundo lugar até parece que aquilo que a CDU faz não é exactamente igual ao que fizeram o PS e o PSD.
Seria interessante que este jornal (?) para ser isento, publicasse os valores em divida da Câmara quando o PS e o PSD dirigiram os seus destinos, no mesmo período de tempo. Seria interessante também publicar qual o valor da divida contraído pelo PSD e transmitido ao PS e, qual o valor que o PS transmitiu à CDU.
O que esta coisa que se auto-intitula de jornal faz, é prestar um mau serviço à Democracia e à informação dos eleitores. Mas ele também não existe para isso. Foi só criado para fazer derrubar a CDU de uma posição que era por direito natural (?) do PSD e do PS. Pelo menos é assim que os dirigentes locais desses partidos pensam. Que lhes faça bom proveito.
Não mudem de atitude e depois digam que são os que votam que são burros.

terça-feira, março 11, 2008

2 IMAGENS
De um dia pouco agradável em Peniche.

Numa delas o Mar relembra-nos que não é domável.Na outra, a fragilidade das plantas que constituem o coberto vegetal do carreiro do cabo vai fazendo vingar a sua beleza, irrompendo como tufos de harmonia numa paisagem que os empreendedores imobiliários ainda não tocaram.

segunda-feira, março 10, 2008

BREVES
Este fim-de-semana foi uma fonte inesgotável de notícias.
Os professores abriram a caixa de Pandora.
O Zapatero ganhou as eleições em Espanha.
O Camacho deixou o Benfica.
O Sarkozy perde em toda a linha em França.
O Sporting caminha para o abismo.
Mariluz foi encontrada morta num rio.
A menina inglesa continua bem “enterrada”.
Peniche continua a pertencer ao Distrito de Leiria.
O GDP ganhou 8-1
Está tudo como “d’ antes…quartel general em Abrantes”

sábado, março 08, 2008

A CARTA
Junto ao corpo de um suicida a polícia encontrou a seguinte carta:

“A quem possa interessar:
Não culpem ninguém pela minha morte, Deixo esta vida hoje porque um dia mais e eu acabaria completamente doido. Tudo isso porque tendo enviuvado eu tornei a casar com uma viúva que também tinha uma filha. (Soubesse eu o que sei hoje e teria ficado viúvo até ao fim dos meus dias).
Meu pai, para minha maior desgraça, também era viúvo, enamorou-se, e casou com a filha da minha mulher. Resultou daqui que a minha mulher se tornou sogra do seu sogro, minha enteada ficou sendo minha mãe, meu pai era ao mesmo tempo meu genro.
E ao fim de algum tempo a minha filha trouxe ao mundo um menino, que veio a ser meu irmão.
Com o decorrer do tempo a minha mulher também deu à luz um menino que, como irmão da minha mãe, era cunhado de meu pai e tio do seu filho, passando a minha mulher a ser nora da sua própria filha.
Eu fiquei sendo pai da minha mãe, tornando-me irmão do meu pai. Minha mulher ficou sendo minha avó, já que é mãe da minha mãe e assim, acabei de ser avô de mim mesmo.”


João Manuel

sexta-feira, março 07, 2008

ESCOLA INDUSTRIAL E COMERCIAL DE PENICHE
3º ANO DO CURSO DE FORMAÇÃO DE SERRALHEIROS
ANO LECTIVO 1960/1961

Andava um “bichinho” cá dentro a roer-me. Não ter a certeza sobre quem era essa turma completa roía-me. O Presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária e os seus Serviços Administrativos procuraram-me esses dados e agora já os tenho a todos. Para meu sossego e para repor a verdade dos factos, aqui está a lista completa. Para que conste.
- Alberto Manuel Almeida Lourenço
- Carlos Alberto da Conceição Agostinho
- Carlos Manuel da Rocha Laranjeira
- João José Chicharro Remígio
- Jorge Alberto Boto Machado
- José Júlio Martins Rapaz
- José Maria dos Anjos Costa
- Manuel Maria Dias
- Manuel do Carmo Jesus Homem
- Rafael dos Santos Costa
- Saúl da Silva Baptista

quinta-feira, março 06, 2008

SOMOS O QUE SOMOS E O CONTRÁRIO DISSO MESMO
Detestamos a insegurança do Gueterres e a firmeza do Sócrates. Clamamos contra os Governos com prazo avulso, mas não queremos os que tenham maioria absoluta. Bramamos contra o desperdício dos outros, mas o nosso é o direito à propriedade individual.
Alguns clamam pelo “tempo da outra senhora”, mas se um qualquer Governo assume uma atitude mais musculada na aplicação da lei, “aqui-del-rei” que a democracia está a ser posta em causa.
Elogiamos o asseio e a limpeza dos países europeus, mas se a ASAE encerra sanitariamente pocilgas que fazem de restaurantes (ou restaurantes que mais parecem pocilgas), lamentamos os “coitadinhos” dos proprietários e elogiamos a “tipicidade” do lugar.
Passamos a vida a dizer mal dos professores. Que são incompetentes. Que não conseguem ter mãos nos miúdos. Que são maus educadores. Que são péssimos pedagogos. Mas quando o Governo os pretende avaliar para distinguir o “trigo do joio”, lamentamos os coitadinhos e acenamos-lhes com simpatia.
Somos portugueses. Não temos emenda.

quarta-feira, março 05, 2008

OS MEUS BONS FANTASMAS
Os anos passam e a gente começa a poder olhar para trás. Neste pensar às “arrecuas”, fogem muitas coisas que na altura foram importantes, e sem saber como, começamos a recordar outras que estão guardadas no fundo de nós mesmos com amarras invisíveis que nunca mais nos largam.
De entre muitas coisas que não esquecemos, a Morte é uma delas. A morte de um pai ou de uma mãe. De um avô ou de uma avó. De um amigo ou amiga. De uma pessoa conhecida. Todos passámos por mortes que nos marcaram ao longo da vida. Também eu tenho mortes que me marcaram e que nunca consegui digerir. o Que ainda hoje recordo. Sobretudo porque foram mortes muito estúpidas. Mortes que nos colocam à prova por não fazerem sentido nenhum.

Eu ainda andava na escola primária. A minha mãe ou a minha avó mandaram-me comprar uma quarta de café ao Aníbal da Cooperativa. Quando cheguei à Rua Garrett, junto à antiga sapataria R. Costa, um grande movimento de pessoas indiciava que alguma coisa se tinha passado. Do alto do prédio de três pisos que ainda lá se encontra, tinha caído um vaso que caíu sobre a cabeça de uma criança da minha idade matando-a de imediato. A imagem dessa criança caída no chão, ainda hoje está na minha memória.

O filho mais novo do Chalica (o tal da célebre frase), trabalhava na oficina do meu pai. Eu tinha nessa altura uns 13/14 anos. Ele não teria mais anos que eu, e era um miúdo com uma vida extraordinária. Uma força da natureza. Um dia adoeceu com uma gripe ou com anginas, já não me recordo. O que é certo é que passado pouco tempo lhe descobriram uma leucemia. Passado pouco tempo morreu. Tenho gravada em mim essa morte fora de tempo.

Eu tinha uns 18 anos. Uma noite a brutal notícia chegou a Peniche. O Mário, o neto do Josué padeiro, tinha morrido num acidente de automóvel quando se dirigia para casa a passar o fim-de-semana. O Mário era um rapaz que nos tocava a todos com a sua boa disposição. Para todos os que o conheciam ele não podia estar naquela estrada àquela hora. A Morte ia encontrar-se com outra pessoa. Não vejo ainda hoje a mãe do Mário, sem me recordar dele. Não passo junto à porta da antiga padaria, sem pensar que ele a todo o momento pode sair por aquela porta.

Eu era professor na Escola Técnica de Alcobaça. Telefonaram-me para a Escola. O Carlos Laranjeira tinha morrido num acidente. O Carlos era uma referência para todos nós. Era o aluno mais brilhante que conheci até hoje a Matemática. Os professores davam-nos um problema para resolver e ainda nós não tínhamos começado, e já ele por puro cálculo mental o tinha resolvido. O Carlos Laranjeira optou por ir trabalhar com o pai em vez de continuar a estudar. A Igreja de S. Pedro foi pequena para acolher todos quantos o quiseram acompanhar. Ainda hoje me sinto revoltado com o seu desaparecimento.

Recordo estes meus conhecidos e amigos que se foram desta vida descontentes. Porque tudo isto se passou há mais de 30 anos e ainda hoje todos permanecem vivos no meu espírito. O tempo não os apagou da minha memória, vá-se lá saber porquê. É claro que recordo muitos outros. Mas tenho sempre transportado estes comigo, com ternura e amizade. Aprendi a viver com eles. São os meus bons fantasmas.

terça-feira, março 04, 2008

O QUE OUTROS DIZEM
“ A oposição às reformas educativas é ‘sindicalismo em estado puro’ com pretensa ‘superioridade moral’. Mas o que parece uma força é, na verdade, uma fraqueza.”
António Correia de Campos – Diário Económico
“Os professores vão para a rua porque uma senhora com um saudável mau feitio (…) acabou com o Ministério dos Professores e tenta, há três anos, criar o Ministério da Educação.”
António Ribeiro Ferreira – Correio da Manhã
“…por mais legítima que seja a defesa de interesses profissionais dos professores (o que não está em causa), não existe nenhuma razão para crer, pelo contrário, que eles coincidem com os interesses das escolas e dos seus utentes, que cabe ao poder político prosseguir.”
Vital Moreira – Público

segunda-feira, março 03, 2008

O DRAMA DE QUERER TER RAZÃO…SOANDO A FALSO
Mal ou bem, participei em sistemas de avaliação de professores que continham alguma verdade. Quer como agente passivo, quer como agente activo.
Refiro-me às avaliações a que fui submetido enquanto estagiário em Coimbra na Escola Rainha Santa Isabel. Aí tínhamos uma grelha de avaliação a que éramos submetidos, e dois orientadores de estágio que nos avaliavam, onde tinha algum peso a auto-avaliação e a avaliação conjunta que os estagiários faziam do trabalho de todos os colegas. Era o chamado estágio clássico que foi extinto sem honra nem glória.
A seguir surgiu o chamado Modelo de Formação Global, em que durante dois anos os estagiários com a colaboração de um professor Delegado e de um Orientador, desenvolviam as suas actividades no domínio do ensino-aprendizagem, da Escola e do Sistema Educativo. A avaliação final era fruto de uma negociação directa entre todos os intervenientes e o Conselho Pedagógico. Também este sistema desapareceu sem rasto.
A seguir vem o vazio até agora. Os professores apareciam nas escolas hipoteticamente já formados, pese embora não terem tido qualquer experiência pedagógica.
Depois ao longo do tempo, frequentavam umas acções de formação sem qualquer utilidade e recebiam por isso uns créditos que lhes conferiam a necessária capacidade para serem promovidos na carreira. Aqueles que fizessem os mestrados, subiam na carreira sem mais nada.
E assim se foram passeando os professores nas escolas, até que agora de novo se pretende questionar tudo o que foi o seu desempenho. Como se quem paga os ordenados não tivesse o direito de o fazer. Como se os pais e encarregados de educação que pagam com os seus impostos os vencimentos dos Docentes não pudessem questionar a sua actuação.
As grelhas de avaliação têm lacunas? Algumas coisas são incorrectas? Aplique-se as grelhas e corrijam-se no que estiver errado. Agora nada que era o que existia, isso não. Nos últimos anos que desempenhei funções em Conselhos Directivos, limitava-me a tomar conhecimento do que os professores diziam ter sido a sua actuação. A lei e aquilo que o status determinava, era que não merecia a pena fazer ondas. Assim agi.
Não posso hoje estar mais de acordo com a senhora ministra. Quem não gosta de ser avaliado é porque alguma coisa tem atravessado na garganta.

domingo, março 02, 2008

POR FAVOR…

Levem-me a sério.
Sou homem de letras, engenheiro,
Sou doutor advogado.
Levem-me a sério.
Quem quiser saber escrever
Ou dizer
Ou fazer petições ou rotundas
Fale comigo.

Irra!!!
Levem-me a sério.
Sou um jovem licenciado cheio de talento.
Sou o futuro da nação de gente burra e inculta.
Eu é que sei. Sou licenciado. Sou engenheiro.

Levem-me a sério.