terça-feira, junho 29, 2010

TENS UM EMPREGO LIXADO???
Para a minha filha com amor







segunda-feira, junho 28, 2010

DEUS E SARAMAGO
“Muitos não o perceberam: a grande acusação que José Saramago faz a Deus é Ele não existir, a não ser criado pelos homens”.
José Manuel dos Santos in “Memorial/Actual/Expresso de 26/06/2010

Vem esta citação que me tocou profundamente, a propósito da Morte do “Jinho” que não posso dizer que me tenha surpreendido, mas que deixou muito abalado.
Já aqui o disse: “Só de pensar que vou morrer, já sinto saudades de mim”. Adoro viver. Adoro ver coisas e pessoas. Adoro comer caracóis. Gosto das sardinhas que este ano ainda não provei. Gosto de ir ao Baleal ao Domingo tomar a bica da manhã com a minha mulher.
Morrer é acabar. É não haver mais nada. Penso como Saramago que é uma pena Deus não existir. Era bom um Deus que fosse o último acto de Justiça para com os seres humanos. Tal como a greve é a “última arma dos trabalhadores”, a existência de Deus seria a derradeira esperança para que tem fome e sede de Justiça.
O que me escandaliza é a atitude dos que afirmando a existência de Deus, a utilizam para o pôr ao seu serviço e ao serviço dos seus desígnios inconfessáveis. Sabem que as suas afirmações de crença lhes abrem as portas para os seus apetites insaciáveis. E que nunca sofrerão as consequências do seu despudor. Por isso afirmo aqui e agora que lamento profundamente que Deus não exista.
Há pois que ser feliz enquanto formos vivos. E que tirar partido das pequenas-grandes vitórias do dia-a-dia. Ontem, quando falava com a minha filha no Skype, a certa altura, ela parou a conversa profundamente carregada de saudades que estava a ter comigo e com a mãe para dizer: “Que linda está a Lua. Grande. Redonda. Alaranjada. Ilumina tudo dando uma grande beleza às coisas”. São os pequenos nadas que nos fazem ser felizes enquanto estamos vivos e que acabam definitivamente com a morte, por mais beleza que saibamos colocar na sua celebração.
Não mais ouvirei a voz do Jinho. Resta-me preservar as suas recordações. Até que um dia também eu faça finito na minha vida. Com uma grande pena minha.

domingo, junho 27, 2010

O BÊBADO E A DAMA DE PRETO
Começou a música e um bêbado levantou-se cambaleando e dirigiu-se a uma senhora de preto e pediu:
- Hic... Madame, me dá o prazer dessa dança?
E ouviu a seguinte resposta:
- Não, por quatro motivos:
Primeiro, o senhor está bêbado!
Segundo, isto é um velório!
Terceiro, não se dança o Pai Nosso!
E quarto porque "Madame" é a puta que o pariu! Eu sou o padre!

sábado, junho 26, 2010

A RAÇA DO ALENTEJANO Como é um alentejano?
É, assim, a modos que atravessado.
Nem é bem branco, nem preto, nem castanho, nem amarelo, nem vermelho....
E também não é bem judeu, nem bem cigano.
Como é que hei-de explicar?
É uma mistura disto tudo com uma pinga de azeite e uma côdea de pão.

Dos amarelos, herdámos a filosofia oriental, a paciência de chinês e aquela paz interior do tipo "não há nada que me chateie";
dos pretos, o gosto pela savana, por não fazer nada e pelos prazeres da vida;
dos judeus, o humor cáustico e refinado e as anedotas curtas e autobiográficas;
dos árabes, a pele curtida pelo sol do deserto e esse jeito especial de nos escarrancharmos nos camelos;
dos ciganos, a esperteza de enganar os outros, convencendo-os de que são eles que nos estão a enganar a nós;
dos brancos, o olhar intelectual de carneiro mal morto;
e dos vermelhos, essa grande maluqueira de sermos todos iguais.

O alentejano, como se vê, mais do que uma raça pura, é uma raça apurada.

Ou melhor, uma caldeirada feita com os melhores ingredientes de cada uma das raças.
Não é fácil fazer um alentejano.
Por isso, há tão poucos.

É certo que os judeus são o povo eleito de Deus.
Mas os alentejanos têm uma enorme vantagem sobre os judeus:
nunca foram eleitos por ninguém, o que é o melhor certificado da sua qualidade.

Conhecem, por acaso, alguém que preste que já tenha sido eleito para alguma coisa?Até o próprio Milton Friedman reconhece isso quando afirma que «as qualidades necessárias para ser eleito são quase sempre o contrário das que se exigem para bem governar».
E já imaginaram o que seria o mundo governado por um alentejano?

Era um descanso...

sexta-feira, junho 25, 2010

E NÃO HÁ QUEM OS CALE
A última (?) campanha a que venho a assistir contra o ME, é sobre a situação de alunos que com o 8º Ano, poderem prestar provas de conhecimentos sobre o 3º Ciclo de escolaridade.
Com 66 anos de idade e quase 40 de serviço em actividades educativas, quer como professor, quer como cidadão, sinto uma revolta imensa por ver e ouvir imbecis perorarem sobre o assunto, como se alguma vez se tivessem preocupado em saber para além do que dizem e em que nos fazem crer que acreditam.
Desde que me conheço sempre existiram provas de exames de fim de ciclo para os alunos que anulavam matrículas ou que se candidatavam na qualidade de auto propostos. O que agora se passa, com uma ou outra nuance não contém qualquer novidade.
Sempre existiram candidatos a prestarem este tipo de provas e sempre me recordo de quase todos ou mesmo todos acabavam por faltar às provas a que se candidatavam. Se pedirem às escolas os números destas candidaturas e quantos a elas se submeteram nos últimos 40 anos, os iluminados que agora falam, teriam que engolir no seu próprio vómito as afirmações que agora fazem.
Recordo algumas que o fizeram aqui na Escola Secundária de Peniche quando aqui fui professor e que não deixaram de ser pessoas de bem por terem tido essa atitude. E recordo um em partícula que em dois anos consecutivos fez o 2º Ciclo e o 3º Ciclo e que hoje é um ilustre licenciado da nossa praça, conceituado e respeitado por todos nós.
Insisto, nem que seja por uma única pessoa. Se deixarmos a porta aberta a que alguém possa prestar provas dos seus saberes mesmo sem ter frequentado de forma regular a escola, estaremos a permitir que surjam portugueses e portuguesas em que merece a pena apostar. Nem que seja só por um.
Nadir Afonso, o conceituado pintor e arquitecto português dizia ontem numa entrevista ao “i” dizia que na escola era um cábula. “Fui um anormalzinho nas disciplinas todas, não entendia nada, não memorizava nada”. A Geometria e a Matemática era “Um craque! No resto sou um analfabeto. Não percebo nada de nada”.
José Saramago que era aluno do Curso de Formação de Serralheiros da Escola Industrial Afonso Domingues, nunca teve uma nota superior a 11 em Português.
São conhecidas as dificuldades de Albert Einstein no ensino regular.
Isto para dizer o quê? Que apostar nas pessoas é o primeiro passo para acreditar num país. Que o saber tem de ser eleito como o 1º objectivo de uma escola é um facto. Mas sem nunca esquecer o 2º objectivo que tem de andar a par deste e que é o primórdio dos valores e da solidariedade.
Mas com isto não se preocupam os imbecis que nos vão paulatinamente destruindo.

quinta-feira, junho 24, 2010

OS NOSSOS DIAS

“Não há nada pior que um imbecil culto e realizado”
Juan Antonio Coderch de Sentmenat (Arquitecto, 1913/1984)


Ao ler um artigo do “El País” deparei com esta citação. E parei a pensar de mim para mim como o que é evidente se torna por vezes tão surpreendente. Milagres do “ovo de Colombo”.
De facto é pacífico um ser humano culto e realizado. Torna-se pavorosamente insuportável se a estas condições somarmos a imbecilidade. E no entanto convivemos diariamente com estes caricatos e deprimentes seres. Na política, na religião, no social, no Jornalismo, no desporto.
Conviver com estes co-autores com os sucessos do Outro é duro e fastidiante. Os imbecis são bons para o desenvolvimento sustentado do ser humano. A gente aprende como não quer ser. Com os cultos e realizados encontramos as motivações para sermos melhores. Juntando as duas condições é o desastre.

quarta-feira, junho 23, 2010

O ACORDO ORTOGRÁFICO À MODA DE PENICHE
ANDA NO AR...

terça-feira, junho 22, 2010

QUEM NÃO QUER SER LOBO…
…NÃO LHE VESTE A PELE

Quando passei por funções autárquicas, salvo num caso ou noutro, detestei os convites sucessivos para estar presente em almoçaradas e jantaradas. O Verão era pródigo em almoços, lanches, cocktails e jantares tudo no mesmo dia, a que se seguia um ou dois espectáculos organizados localmente em localidades dispersas do Concelho.
Ser autarca representa ser acusado de só aparecer nas campanhas autárquicas à caça de votos. Uma vez eleito há que aparecer porque senão parece mal e se perdem votos. Se aparecemos estamos gordos à custa do povo. Se não aprecemos é porque já não nos lembramos de quem nos deu o poder.
Eu julgava que importante era criar as condições para que as actividades se concretizassem ou para que as pessoas pudessem atingir os seus objectivos. Mas aprendi que não é assim. “A política é a arte do faz de conta”. A gente tem que ouvir e fingir que não ouviu. Nunca dizer que sim e jamais utilizar a palavra não. O que é evidente que se vai apoiar deve ser mastigado, mastigado, mastigado, até as pessoas pensarem que só é concedido porque se trata delas próprias. Trata-se de uma concessão pessoal apesar do muito esforço que se tem de desenvolver e das barreiras e más vontades que é necessário vencer. O autarca surge então como um herói e vai ter de ser convidado e não pode faltar e vai ter de jantar e assistir a tudo aquilo que os promotores das iniciativas têm em mente.
Estou a falar de autarcas. Multiplica-se por 100 quando se trata de governantes e por mil quando se trata da Presidência da República. Este é o preço a pagar e quem ocupa os cargos têm obrigação de saber isto e se não sabe por ser parvo ou ingénuo, tem de aprender depressa ou passa por um idiota que está a mais no cargo que ocupa.
Vem isto a propósito da ausência do PR nos funerais de José Saramago. Não tivesse sido declarado Luto Nacional e o senhor teria até o direito para marcar um almoço para comemorar o desaparecimento de figura tão incómoda. A partir do momento em que o Luto foi declarado e que as bandeiras nacionais foram colocadas a meia-haste, o Zé Saramago que até é detentor da Ordem de Santiago e Espada, tem de ser respeitado e não pode ter um funeral ignorado pela figura máxima da nação.
Quem quis ser Presidente da República foi o Professor Universitário Aníbal Cavaco Silva. Então que pague o preço e cumpra com as suas obrigações de Chefe de Estado.

sábado, junho 19, 2010

JOSÉ SARAMAGO
(1922-2010) O lugar é o mesmo, mas o presente mudou. Caim tem diante dos olhos a cidade de Jericó, onde, por razões de segurança militar, não lhe haviam permitido que entrasse. Espera-se a todo o momento o assalto do exército de Josué e, por mais que Caim tivesse jurado que não era israelita, negaram-lhe o acesso, sobretudo porque não teve nenhuma resposta satisfatória para dar quando lhe perguntaram, Que és então se não és israelita. No nascimento de Caim, israelitas era coisa que ainda não havia e, quando, muito mais tarde, passaram a existir, com as desastrosas consequências já por demais conhecidas, os recenseamentos celebrados deixaram de fora a família de Adão. Caim não era israelita, mas tão pouco era hitita, ou pereceu, ou jebeu, ou jesubeu.. Veio a salvá-lo desta indefinição identitária um alveitar do exército de Josué que se tomou de amores pelo jumento de Caim. Boa peça tens aí, disse, Anda comigo desde que deixei a terra de nod e nunca me falhou, Pois se assim é, se estás de acordo, contrato-te como meu ajudante pela comida, com a condição de me deixares montar o teu burro de vez em quando. A Caim pareceu-lhe razoável o negócio, mas ainda objectou, E depois, Depois quê, perguntou o outro, Quando Jericó cair, Homem, Jericó é só o princípio, o que vem aí é uma longa guerra de conquista em que os alveitares não serão menos necessários que os soldados.
In “Caim” – Ed. Caminho (Págs 115 e 116)

Novembro de 2008, Dia 18
Intento ser, à minha maneira, um estóico prático, mas a indiferença como condição de felicidade nunca teve lugar na minha vida, e se é certoque procuro obstinadamente o sossego do espírito, certo é também que não me libertei nem pretendo libertar-me das paixões. Trato de habituar-me sem excessivo dramatismo à ideia de que o corpo não é só finível como de certo modo é já, em cada momento, finito. Que importância tem isso, porém, se cada gesto, cada palavra, cada emoção são capazes de negar, também em cada momento, essa finitude? Em verdade, sinto-me vivo, vivíssimo, quando, por uma razão ou por outra, tenho de falar da morte…
Textos escritos para o Blog

sexta-feira, junho 18, 2010

...FAZ O QUE EU DIGO, NÃO O QUE FAÇOO proprietário deste imóvel por cada dia que passa está perdendo toda a autoridade moral que poderia ter para exigir a conservação dos imóveis pelos seus munícipes. Se fosse uma qualquer peça imobiliária o problema era fácil de resolver. Mas trata-se de um edíficio classificado. O que torna tudo mais complicado.Não sei quanto poderão custar as obras de recuperação deste edificio. Mas sei que custa muito dinhaeiro o aluguer das instalações no andar superior à antiga PSP. O investimento valerá a pena?


quinta-feira, junho 17, 2010

ISTO ESTÁ TUDO MUDADO
Já não sei para que lado me virar. Os Jornais entre a crise e o futebol anunciam derrotas e desgraças sem esperança de melhores dias.
A sardinha tarda em tornar-se comestível. Dizia-se que “ano de chuva, ano de sardinha gorda”, mas também isso foi chão que deu uvas.
Os figos atrasaram-se e nem as peras de Stº António dão o ar da sua graça.
Começaram ao menos as obras de drenagem do Fosso das Muralhas, promessa de mais de 2 décadas.
Entretanto aqui pelo burgo, passar na Rua D. Luís de Ataíde já não será o mesmo. E também a R. 1º de Dezembro já é outra com o desaparecimento das “cabacinhas” e do Sr. Humberto de saudosa memória.
Começam a aparecer os primeiros sinais de miséria visível. Os telemóveis estão a deixar de ser carregados e a Cabovisão vê crescer os créditos mal parados.
Quem se recorda da crise económica em Portugal de 1983 diz que esta é mais violenta e abrangente. Cada vez acredito menos que não me metam a mão ao bolso e que o meu 13º mês passe impune.
Os católicos estão danados com o Cavaco e até pensam em apresentar um candidato próprio às presidenciais por não perdoarem ao Ti Tóino ter promulgado a lei do casamento gay sem qualquer veto presidencial.
Com isto tudo o vento impõe a sua lei fazendo tardar o Verão que traz os Turistas e o aluguer de chambres que ou fazem preços de saldos ou tornar-se-ão tão frequentados como os hotéis de 5 estrelas.
Está a tornar-se difícil fingir que as coisas correm bem. Tenho de passar a prestar mais atenção ao Zé Sócrates para saber fazer aquela cara de Oásis que ele afivela tão bem.

terça-feira, junho 15, 2010

"TADINHA" DA LÍNGUA PORTUGUESA
Olhamos para nós e vemos um gigante. Mas é a nossa pequenez que faz de nós uma espécie à beira da ruína.
Dir-me-ão que se trata só dum anúncio de uns bailaricos dos Santos Populares. Que ninguém se preocupa com isso. Até talvez seja verdade tudo isso. Mas se nos detivermos a olhar a àrvore para além da floresta, logo vemos que não é assim tão fácil.
Alguém escreveu. Alguém pagou para imprimir. Alguém compôs na Tipografia. Alguém reviu. Alguém imprimiu. Alguém empatocou os cartazes e os entregou ao cliente.
Em todas esta cadeia ninguém assumiu a responsabilidade por aquilo que não pode acontecer. Por honra da firma que executou o trabalho. Por orgulho profissional.
Receio que afinal as coisas não sejam tão simples como à partida parecia.

segunda-feira, junho 14, 2010

GRUPO DESPORTIVO DE PENICHE
Já passaram dois anos sobre o mandato cumprido. No dia 5 de Junho e pelas mesmas razões que então aqui enunciei, acabei por ser eleito para mais um biénio na Assembleia-geral do GDP.
No sábado passado foram empossados os novos Corpos Gerentes, com a participação de pescadores (dado relevante) na Direcção. Mais uma vez a Câmara Municipal de Peniche, na pessoa do seu Vice-Presidente, quis estar presente nesse acto de grande simbolismo para esta agremiação velhinha de setenta anos.
Faz bem para os que se dedicam a conferir dignidade a um clube que representa o nosso Concelho, sentir o apoio e o carinho das entidades que nos representam. Num tempo que se reconhece difícil é bom saber ver reconhecidos pelos poderes públicos os méritos dos que se dedicam por altruísmo a causas.
À Câmara Municipal de Peniche na pessoa do seu Vice-presidente, Jorge Amador, o obrigado dos Corpos Gerentes do GDP pelo seu apoio público.
Aos associados que em todas as situações estão solidários com o “seu” GDP, o nosso muito obrigado.
Ao comércio e indústrias locais que com esforço têm vindo a colaborar nas iniciativas do Peniche o reconhecimento de todos nós.
Para as camadas Jovens, esperança de um porvir de Alegria e de Saúde física e mental com a colaboração solidária do GDP, ao serviço de um Concelho mais feliz.

sábado, junho 12, 2010

MORREU O PADRE BASTOS
Nos próximos dias o meu Blog não dirá mais que isto. Deixo-vos com um concerto que pode servir como apoio à meditação que deve envolver o seu desaparecimento. As palavras são desnecessárias.

sexta-feira, junho 11, 2010

COERÊNCIAS
Por onde andei nestes dias de afastamento pátrio pude observar coisas que me deixaram surpreendido em relação a Portugal. Eu sei que a Espanha com as autonomias tem particularidades que não nos atingem. Mas acima de tudo reconheço uma consciência nacional em Espanha e um apego à sua cultura que aqui, temos vindo a deitar fora talvez pelo receio de sempre de sermos considerados pacóvios.
Pormenores significantes. Aqui uma ASAE nunca teria lugar. Quem é que os impede de porem de parte as suas características regionais em nome dos interesses de Bruxelas?
Isto não significa que não se sinta uma particular atenção com a saúde pública. Mas fossem lá lembrar-se de proibir a colher de pau e veriam a carga de porrada em que se iriam meter.
Não sinto em Espanha o peso de ser um país da Comunidade Europeia para além do que é essencial. No entanto existe uma preocupação (eu diria permanente) com os direitos de todas as pessoas. Não há rua nenhuma em que os passeios não estejam cortados para permitirem o acesso aos deficientes e às cadeiras de rodas.
Nos transportes públicos as cadernetas de passes permitem o acesso em contínuo de um destino ao outro pelo pagamento de uma única passagem, hajam os transbordos que houverem. A mobilização para utilização das bicicletas vai ao ponto de no metro de superfície reservar espaços para as bicicletas, facilitando desse modo esse meio de transporte.
Fiquei com a sensação de que podemos ser bons alunos na CE, mas somos pouco inteligentes e criativos. Existem formas de tornar os cidadãos mais felizes e mais orgulhosos da sua identidade. Basta copiar o que se faz por esse mundo fora.

quinta-feira, junho 10, 2010

DIA DE PORTUGAL
Sei lá o que isso significa. Não é fácil para mim que vi uma filha emigrar por lhe faltar país, sentir o amor pátrio que um dia destes comportar. Nem a mim nem a milhões de portugueses que se sentem frustrados por tanto terem dado de si, sem que a mãe pátria se preocupasse com eles.
Não quero saber da política nem dos políticos. O Eduardo Lourenço diz que Mourinho representa uma minoria de Portugueses que sentem orgulho em serem como são e acreditam em si e na sua capacidade de vencer. Nós temos uma horrorosa vértebra de derrotados e uma construção óssea de “Velhos do Restelo”.
Mas importa pensar que temos futuro. Eu pelo menos acredito nisso. E a minha menina, pesem embora as lágrimas de saudade que por vezes lhe escorrem pela cara abaixo, também acredita nela no seu futuro e no seu país. Ou então tudo quanto o avô Benjamim e o avô Álvaro lhe legaram seria deitado ao mar.
No Dia de Portugal mereceu a pena ouvir o António Barreto falar de responsabilidade e de Dignidade. De Liberdade e de Dever. Foi isso que ele fez ao falar dos Combatentes. E eu que sou um Pacifista absoluto compreendi e aceito o que disse, porque ninguém pode exigir dos outros a sua entrega até ao limite da vida, se depois não o respeitar por isso: - SEJA EM QUE CIRCUNSTÂNCIAS FOR.

quarta-feira, junho 09, 2010

MEMÓRIAS DE VIAGEM
Durante 10 dias estive com a minha mulher a fazer companhia à Maria lá nas ilhas por onde ela vai desenvolvendo o seu labor. Fazer companhia tem vários sentidos. É o mesmo que dar mimos, preparar as pequenas grandes coisas que sempre a mãe lhe fez e que agora ela tem de fazer sozinha. Fazer pequenas reparações que tornam um pai indispensável em casa, e ouvir o que uma filha tem para dizer quando se sente emigrante sem um calor da Língua Portuguesa.
A minha menina tem saudades do Quebrado e de um café com os colegas do 9º A nos 3AS. Mas quanto a isso não posso fazer nada. E enquanto ela está a trabalhar eu vou vendo Televisão e a mãe vai fazendo comidinha para deixar congelada para os próximos dias. Também vou ao PC fingir que me ocupo do meu Blog, mas nestes dias passados foi tudo um pouco pela rama.
E enquanto vou vendo os canais generalistas de nuestros hermanos chego à triste conclusão que não saí de Portugal. As notícias são a crise, os da oposição dizem o pior possível do Governo, O Barca não suporta o Real. O Mourinho é todos os dias notícia. Depois é a violência de género. Os assaltos e os acidentes na estrada. São as festas populares e as telenovelas horrorosas. Afinal as nossas televisões num confronto directo não ficam a perder com o que vejo no Reino de Espanha. Depois é insuportável ver tudo dobrado. E as séries americanas com sotaque castelhano não são flor que se cheire.

terça-feira, junho 08, 2010

DESCULPAS ACEITES
Não sou um adepto muito fervoroso do hábito judaico-cristão de justificação sistemática dos actos praticados. Vou a passar num sítio e piso alguém inadvertidamente claro que devo pedir desculpas e se for caso disso justificar-me-ei pela dor infringida a outrem.
Mas quando toca a uma atitude que se toma em função de determinados pressupostos que se têm por válidos, não acredito em pedidos de desculpas ou em justificações à posteriori.
Se errarmos nas nossas atitudes o tempo vai permitir que se produza a correcção. Os nossos amigos, aqueles que o são mesmo, não se ofenderão porque estão sempre ao nosso lado em todas as circunstâncias. E com toda a cordialidade que a amizade proporciona discutirão connosco o que não compreendem os aceitam. Se eu sou capaz de dizer “e julgava eu que ele é meu amigo” a propósito de uma qualquer atitude de alguém, é porque esse alguém de facto, nunca contou muito para mim. Se fosse amigo nunca qualquer atitude sua me teria atingido menos agradavelmente.
As justificações são uma atitude serôdia de quem diz e depois se arrepende do que disse. E tem de justificar o que disse ou o que fez porque receia as consequências dos seus actos. Para isto nada melhor que uma confissão bem feita. Limpa a alma, lava os pecados e permiti-nos seguir em frente como se nada tivesse acontecido. Não sou capaz de viver assim.
Gosto que as minhas atitudes tenham consequências. E gosto de as assumir.

sábado, junho 05, 2010

A NACIONALIDADE DE ADÃO E EVAUm alemão, um francês, um inglês e um português apreciam o quadro de Adão e Eva no Paraíso.

O alemao comenta:
- Olhem que perfeição de corpos:
Ela, esbelta e espigada;
Ele, com este corpo atlético, os músculos perfilados.
Devem ser alemães.

Imediatamente, o francês contesta :
- Não acredito. E evidente o erotismo que se desprende das figuras:
Ela, tão feminina,
Ele, tão masculino,
Sabem que em breve chegara a tentação.
Devem ser franceses.

Movendo negativamente a cabeça o inglês comenta :
- Que nada! Notem a serenidade dos seus rostos, a delicadeza da pose, a sobriedade do gesto.
So podem ser ingleses.

Depois de alguns segundos mais, de contemplação silenciosa,
o português declara :
- Nao concordo. Olhem bem:
não têm roupa,
não têm sapatos,
não têm casa,
tão na merda,
Só têm uma única maça para comer.
Mas não protestam ,
só pensam em sexo, e pior,
acreditam que estão no Paraíso .
So podem ser portugueses

sexta-feira, junho 04, 2010

SABORES A MAR
Num dia de Maio fui jantar ao restaurante "Nau dos Corvos". Não sendo um particular defensor da utilização daquele espaço por uma empresa de restauração privada, reconheço que já que existe é aquela, a forma ideal de o preservar. Tem qualidade, tem um excelente serviço e tem uma vista sobre a baía que faz esquecer qualquer pequeno pormenor menos consistente.
O "Bar do Quebrado" é um autêntico "ovo de colombo". Tem tudo o que uma pessoa que queira passar um bom bocado precisa. Conserva os cheiros de antanho e mantém a beleza paisagística que torna Peniche um caso à parte do Turismo nacional.
As temperaturas de Peniche são um espectáculo. Vendam os sabores do mar. Vendam as ondas de surfar. Vendam as rendas de bilros.
Mas não se esqueçam de comercializar as amenas e práticamente constantes temperaturas ambientes desta terra. Quem gostar de torrar ao sol não deve vir para Peniche (a não ser que conheço alguns truques que me dispenso de revelar). Quem quer temperaturas tépidas da água do mar, faz mal em procurar Peniche.
Quem quer sentir-se bem sem exageros climáticos venha para cá. Quem quer praias seguras escolha Peniche.
Quanto à nossa proverbial hospitalidade, temos os nossos dias. As caldeiradas de qualidade são um tesouro a descobrir. Sardinha assada, está bem e recomenda-se se a comprarmos e assarmos, não se vá correr o risco de as comermos congeladas.
Mas lá que há sabores a mar, isso não tenham dúvidas.

quinta-feira, junho 03, 2010

LONGEVIDADE ALENTEJANAO Ti Zé Xaparro, aproveitando uma viagem a Mértola foi ao médico fazer um "xécápi".
-Sr. José, o senhor está em muito boa forma para quem tem 40 anos, disse-lhe o médico.
-E eu disse que tinha 40 anos?
-Que idade tem então o senhor José?
-Fiz 57 em Março.
-Não me diga! E quantos anos tinha o senhor quando o seu pai morreu?
-E eu disse que o meu pai morreu?
-Oh! Desculpe. Quantos anos tem o seu pai?
- O velho tem 81.
-81??? Que bom! E o seu avô? Quantos anos tinha quando morreu?
- E eu disse que ele morreu?
-Sinto muito... E quantos anos ele tem?
-103. E ainda anda de bicicleta.
- Fico feliz em saber. E o seu bisavô? Que idade tinha quando morreu?
-E eu disse que ele tinha morrido? Ele está comn 124 e vai casar na semana que vem.
-Arre que isso já é demais. Porque raio de razão vai casar um homem com 124 anos?
-E eu disse que ele QUERIA casar? Não queria porra nenhuma. Mas ele engravidou a rapariga!!!

quarta-feira, junho 02, 2010

GOSTO DE ESTAR AQUI
...frente ao computador a conversar. Saber que a Rua Joaquim A de Aguiar continua no mesmo sítio. Ouvir as vozes minhas conhecidas clamando pela Esmeralda, seja noite ou seja dia, seja sábado, domingo, feriado ou dia de semana.
Descer a rua para ir à ooperativa, e depois passar junto à minha casa de tantos anos e ouvir ainda a voz do meu paireprovando isto ou aquilo que em mim lhe desagradavam.
Visitar o emu cunhado no mesmo sítiuo em que o Jacinto Lota tantas vezes me cortou o cabelo. Depois passar junto das recordações de "A Social" e do café do Luís de Almeida. Ir até à quinta do Zé Acúrsio mais o Chico Zé roubar umas romãs e uns figos. Ver o Prof. Ribeirinho e fugir dele como o Diabo da Cruz, não me vá ele pedir para comprar algum maço de tabaco, ou uma "Água das Pedras".
Ir até casa do António Baltazar ver os passarinhos e tentar encontrar o Idinho e o Zézé para jogar ao peão ou ao "virinhas". E Esperar até ouvir a voz da minha mãe a chamar-me para jantar.
É bom saber que tudo mudou e permanece na minha memória como se fosse agora. E que não há nada que possa impedir a felicidade que partilho com os meus e com os meus amigos.
De então para cá muito mudou. Mas quero ter as recordações de todos esses momentos que me permitiram ir sendo e estar a construir estes momentos com todos vós.
PS: Um abraço apertado para todos os que de uma forma ou outra, me me fizeram ontem saber que não esqueceram o Dia da Criança. Bem hajam.

terça-feira, junho 01, 2010

1 de Junho
Hoje mais uma vez, dizem, é o dia Mundial da Criança ao que parece como homenagem ao dia em que nasci. No final da II Guerra Mundial nasci, como um farol para o Mundo anunciando o termo de uma hecatombe em que a humanidade mergulhou.
Mas pronto. O meu nascimento trouxe uma réstia de esperança e cá estamos todos felizes.
A vida corre bem, os governantes protegem os governados até às últimas consequências. Os velhos e as crianças são os primeiros a beneficiarem de ajuda.
De entre estes os que têm deficiências ou são doentes e precisam de apoios são os que em primeiro lugar são socorridos e sem quaisquer custos quando a sua situação financeira é insuficiente.
Parabéns a todos nós por termos construído um futuro em que merece a pena viver.