GESTÃO
AUTÁRQUICA EM PENICHE:
- UMA
LUFADA DE AR FRESCO
Provocou
agitação nas hostes autárquicas (e não só) em Peniche a medida anunciada da
alternância da Vice-Presidência da Câmara Municipal entre os dois vereadores
eleitos pela lista dos cidadãos independentes (Árvore).
Só os menos
atentos e mais apegados a honrarias de meia-tigela podem ficar surpreendidos
com esta medida. Entendamo-nos. A Vice-Presidência da Câmara é um cargo de
delegação do Presidente e que só será
exercido na ausência e impedimentos deste. Isto é, só se é Vice-Presidente
na ausência do Presidente por períodos de tempo pré-fixados ou indeterminados. Por
exemplo em caso de doença. Isto porque existem assuntos que carecem da
assinatura do responsável máximo da edilidade e na ausência de um a assinatura
do outro validará a decisão.
Que fique
muito claro. Sempre que o Presidente está no exercício pleno das suas funções o
cargo de Vice-Presidente não existe. Por outro lado o Presidente delega
competências, mas não delega responsabilidades. Para ser mais claro, quando o
Vice-Presidente assina qualquer documento ou toma qualquer medida por delegação
de competências o Presidente não fica isento. Ele será sempre o responsável por
essa assinatura ou por essa medida. O Presidente tem responsabilidades próprias
que não pode delegar, tal como os Vereadores que também têm as suas que não
serão declináveis.
É uma falsa
questão o exercício e a importância do cargo. Que só passou a ter alguma
relevância porque ao longo dos anos em cada mandato foi exercido sempre pela
mesma pessoa e porque normalmente essa delegação era entendida como um cargo de
confiança particular do Presidente em um dos vereadores. E ainda, porque
normalmente os Partidos políticos tradicionais escolhem para futuras candidatos
ao exercício do mandato de Presidente, aquele ou aquela que foram ao longo do
tempo os Vice-Presidentes. Ora isto não tem qualquer conteúdo nem representa
nenhum assumir de opção inicial.
O que o
actual Presidente faz e bem é dar alternância ao cargo sublinhando com isso:
- Que tem
igual confiança política nos Vereadores que o acompanham
- Que é bom
que um e outro sinta a responsabilidade do exercício dessa função quando
necessário, para poderem ter a consciência do peso da responsabilidade que isso
representa.
A
alternância do exercício do cargo faz com que quem o exerce tenha a consciência
exacta da factualidade do seu desempenho.
Bem-haja o
Henrique Bertino por ter tido esta iniciativa. É mais uma lição que dá aos
políticos de meia-tigela que pululam por aí.
Quem não
estiver habituado a esta forma honesta de trabalhar, só tem que tratar da azia
que isto lhe provoca.
Existe um
provérbio antigo em Portugal que grosso modo se aplica a este espírito
conservador e espúrio que os partidos políticos foram desenvolvendo ao longo
dos nossos anos de aprendizagem de viver em Democracia: “Não peças a quem pediu, nem sirvas a quem serviu”
PS: - Para quem for lerdo na compreensão eu aclaro certinho e direitinho. Assim funciona uma equipa na gestão autárquica.
PS: - Para quem for lerdo na compreensão eu aclaro certinho e direitinho. Assim funciona uma equipa na gestão autárquica.