domingo, dezembro 30, 2007

FELIZ ANO NOVO
Por mais que seja irresístivel tentar fugir ao lugar comum, cá estou eu desejando um Bom Ano Novo aos meus familiares e amigos.
Interrogo-me pensando no que desejaria eu para 2008. Julgo que a facilidade com que nos ocorrem os votos para um ano novo, são directamente proporcionais ao sentimento de insegurança e de pavor que sentimos perante o desconhecido que nos aguarda irremediavelmente.
2008 é mais o covil de Kafka que a Montanha Mágica de Thomas Mann. Percebo a frustação e a impotência. Percebo a actualidade dos “Maias” do Eça. Sou então um idiota entre tantos outros a arranjar desculpas para a minha vacuidade.
Gosto de gostar. Gosto de estar aqui. Onde estou agora e onde estarei se alguém ler o que acabo de escrever. Desejo então para mim e para os de quem gosto, a vontade de se sentirem bem. Em 2008 espero poder continuar a interessar-me por Peniche, ainda que seja só para saber até que ponto resistirá a tanto assalto à mão armada. E não estou a falar daqueles assaltantes que são julgados nos tribunais. Em 2008 espero que não se faça nada de importante em Peniche. Tenho tantas saudades do tempo em que a minha rua era um sítio que ninguém invejava. E em que se demorava tanto tempo para cá chegar. E em que era uma aventura ir aos Remédios. Não destes fenómenos em si mesmos. Mas do que eles representavam. Desejo que 2008 seja 2008.

sábado, dezembro 29, 2007

FIM DE ANO
Este final de ano está a ser do melhor que há. Morre no Paquistão uma candidata a 1º Ministro e logo o “Rei” dos EUA vem lamentar o que aconteceu, esquecendo como é óbvio o que tem acontecido no país dele, com o assassinato de presidentes, sem que num caso bem presente se tenha chegado à conclusão de quem efectivamente foi o assassino e a mando de quem.
Aqui na terra dos “portugas” ministros e oposição, gente do dinheiro e economistas, teem-se desunhado em volta da “caldeirada” em que o Millennium/BCP se tornou. Para que nenhum de nós tenha dúvidas absolutamente nenhumas PS e PSD dividem entre si as iguarias dos ricos. É um cozinhado entre eles, sem que Presidente da República, Procurador ou Provedor se insurjam contra tanta obscenidade.
Depois havemos nós os luso-provincianos de nos admirar quando os “politicozecos” que proliferam aí por essas terrinhas, até jornais pagam, para atingir o poleiro do poder.
O ano está a encerrar como começou, porco e mau. 2008 não augura nada de bom. Teremos ao menos saúde?

quinta-feira, dezembro 27, 2007

MANHÃ DE NATAL
Por uma questão de sensibilidade ou de velhice, ou as duas coisas juntas, não me canso de falar do Natal. Afinal de contas é prefeível do que falar do Sócrates ou do “pantomineiro” do Menezes.
Este ano acordei cedo como em quase todas as manhãs de Natal de que me lembro. Tomei banho e em seguida sentámo-nos à mesa para tomar o pequeno almoço. A minha mulher fez do pequeno almoço das manhãs de Natal um ritual. Café e sonhos feitos pela minha sogra. Acabado o repasto e depois de ajudar a Anita na preparação do almoço, saímos para a rua à procura dum sítio que estivesse aberto para beber uma bica.
Este é o ritual de sempre. Eu a Anita e a Maria em busca dum café. Percorremos várias ruas em busca do tal sítio.Lá encontrámos o “Café dos Pescadores” aberto. Fomos buscar a minha sogra e a minha cunhada. O almoço de 25 de Dezembro tem que ser com todos nós. Foi então que descobri uma coisa que me encheu de angústia: -Não havia meninas na rua com bonecas, ou a empurrar carrinhos com bonecas. Não havia rapazes com carrinhos. Ou com bolas novas. Não se viam crianças na rua com ar de quem está todo contente com a visita do Pai Natal, ou com os milagres do Menino Jesus, vestindo aquelas roupas novas que as avós sempre pôem nos sapatinhos.
E foi disso que me queixei à minha família. Não vejo crianças na manhã de Natal. A minha filha mais arguta e com uma perspectiva mais contemporânea que a minha retorquiu: - Pai! As prendas de ntal agora são Computadoras e PSPs.
E foi assim que a tecnologia matou mais uma tradição…

quarta-feira, dezembro 26, 2007

PRENDAS DE NATAL
Vou contar das minhas prendas de Natal. Não de quem as deu. Nem de todas. Recibi muitas. Não falo das roupas. Nem dos acessórios para o escritório ou para o reforço da minha beleza indiscutível.
Vou falar-vos dos livros. Sou um afortunado. Ofereceram-me “MOCIDADE PORTUGUESA FEMININA” da Irene Flunsher Pimentel. A Mesma autora de “a história da PIDE”.
Depois ofereceram-me “HISTÓRIA DO FEIO” e “HISTÓRIA DA BELEZA” dois livros com a Direcção de Umberto Eco.
O “D. AFONSO HENRIQUES” de José Matoso foi outra das grandes surpresas do Natal de 2007.
De um amigo que muito prezo e que conheci na minha passagem política pela CMP, recebi “O PORTUGUÊS QUE NOS PARIU” de Angela Dutra de Menezes. Boa escolha meu bom amigo.
Recebi o 1º Volume dos “PEANUTS 1950-1952”. Vai ficar-me muito cara esta oferta.
“O FAZEDOR DE UTUPIAS – Uma Biografia de Amílcar Cabral” de António Tomás foi outra das ofertas. Vou recordar a minha passagem como cooperante pela República da Guiné-Bissau onde conheci a maior parte das figuras históricas a que este livro se refere.
“O AZULEJO nas Caldas da Rainha” foi oferta muito querida de alguém que me toca profundamente.
E por último o sempre presente “POEMÁRIO – 2008”.
Digam lá que não sou um sortudo…

segunda-feira, dezembro 24, 2007

UM BOM, FELIZ E SANTO NATAL
Aos que me leiem. Aos que eu gostaria que me lessem. Recordo muito particularmente os que já não vou poder juntar à minha mesa.
Os meus Pais. O meu irmão.
Recordo com ternura aqueles a quem já não vou poder dar as boas festas. O Manel Gordo. O Zé Luciano. O Mário do Josué. O Carlos Laranjeira. O Fabó. O Serrinha. O Honório. E tantos outros...
Recordo com muito Amor aqueles com quem já não posso contar, por mais que eu os invoque. Falo de vocês Álvaro e Vitor. Sinto por vós a mesma alegria com que sempre vos abracei. Nada no mundo me faria voltar atrás ao recordar-vos.
É para todos vós o meu Natal deste ano. Vou partilhá-lo convosco e com a minha família com todo o carinho que sou capaz de sentir no meu coração.

sábado, dezembro 22, 2007

CALA-TE BOCA!
Nem nesta altura do ano és capaz de estar sossegado? Não olhes. Não vejas. Não sintas e não digas. Tudo isto é verdade. Ou deveria ser.
Mas é superior a mim.
Há mais de um mês que o placard electrónico da Praça Jacob está avariado. Resultado disto é que nesta época festiva em que todos gostaríamos de ver informações sucintas sobre o que de mais importante vai acontecer, estamos cegos.
No que respeita à instalação sonoro que costuma dar-nos música nestes períodos festivos, calou-se. Estamos mudos.
Cegos e mudos mas sensíveis à quadra festiva. Gostaríamos que nos dessem música e de ver escrito branco no preto o que nos desejam. Acredito que gostem de nós.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

UM LIVRO PARA OFERECER NO NATAL
Não vou ser maçador. Não vos vou propor grandes épicos. Ou coisas que só de começar a ler se tornam complicadas.
Todos temos amigos e amigas que nos seduzem pelo seu estar. A quem estimamos muito. E que temos uma dificuldade grande em saber o que lhes oferecer. É isso que vos proponho. A propósito dos 100 anos de nascimento de Beatriz Costa, essa extraordinária mulher e atriz que atingiu os píncaros da fama, o JN e o DN publicaram um volume de capa dura, que saíu hoje com esses jornais, com um livro profusamente ilustrado da actriz, “SEM PAPAS NA LÍNGUA”, e que vem acompanhado com 2 CDs.
O 1º é com “Canções Populares e de Teatro de Revista” e o 2º com “Banda Sonora do Filme Canção de Lisboa , Fados e Marchas Populares”.
Trata-se de uma oferta que permite dar a conhecer alguém que já faz parte da Cultupra Portuguesa e que é ao mesmo tempo, uma mulher inteira e maravilhosa. E o preço é bastante acessível para os tempos que correm: 9,95€. Deixo-vos com esta proposta e com a menina da franja.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

COMPRAS DE NATAL
O encanto das compras de Natal não está só em entrar numa loja e comprar o que se quer. Está no antes. No movimento de pessoas nas ruas e nas lojas. Está em descobrir o que se quer comprar exactamente para aquela pessoa.
Este conjunto de acções: saír de casa, percorrer montras, entrar em lojas, vasculhar, até se poder soltar o EUREKA, é o verdadeiro encanto. Digam o que disserem eu maravilho-me em Lisboa. Já não é só o que descrevi. É o ambiente esfusiante da cidade. As decorações das montras. A cidade em si com os seus monumentos edificados e humanos.
Para mim particularmente que faço do livro e do disco, o objecto prioritário das minhas escolhas, ir pelo Rossio, subir ao Chiado e entrar nas inúmeras livrarias que por ali se vão sucedendo, é motivo para me sentir no melhor dos mundos. A Portugal, a Bertrand, a Sá da Costa e agora também a Fnac, são um atentado ao meu pudoão um atentado ao meu pudor.
Lisboa torna-se então o que não posso encontrar em mais algum lugar. Depois, no fim, comer um pastel de bacalhau e um copo de vinho branco, numa daquelas tascas que a ASAE persegue, torna-se o corolário de um dia em plenitude. E quando subo a rua Augusta para apanhar o Metro, encontro na vendedeira de flores a minha cúmplice. Os outros não existem. Escondo-os de mim mesmo. Sou eu, a cidade, as minhas compras e a mulher em que me fixei. Um Bom Feliz e Santo Natal.

terça-feira, dezembro 18, 2007

REGRESSO A LISBOA
Resolvido o problema do modem aqui volto à blogosfera com histórias canalhas que vou vivendo.
O fim de ano é altura das revisões. Ainda há poucos dias fui ao cardiologista. Agora retomei os caminhos da capital para me deslocar ao Hospital Pulido Valente, onde fui operado ao cancro do pulmão. Ao que parece está tudo bem e o caranguejo estúpido foi mesmo extirpado.
Depois de receber a sentença de que só lá teria que voltar em Maio do próximo ano, eu e a Anita metemos pés ao camino para fazer mais umas compras de Natal. Optámos pela Baixa/Chiado. Descemos no Martim Moniz e afundámo-nos nas lojas de chineses e indianos. Engraçado como tudo se modificou naquela zona. Somos de facto um país de acolhimento. As raças que naquela zona se cruzam dão para fazer uma caderneta das “Raças Humanas” à moda antiga.
Enquanto a Anita percorria aquele mundo multicor eu entrei na capela da Senhora da Saúde. Fui conhecer a igreja e a imagem que só tinha visto na TV. E agradecer à santa de todos os lisboetas (minha também, porque andei por lá uma dúzia de anos), as boas notícias que tinha tido umas horas antes. Estava eu a apresentar-me junto ao altar quando me lembrei de tirar uma foto para registar o momento. Saquei da máquina e faço um clik com o zelo prévio de ter eliminado o flash. Assustei-me. Vindo não sei de onde surge um curador da capela que em altos gritos me repreendia veementemente. Dizia ele que não se podia tirar fotos. Quem estava a rezar deixou de rezar. Quem não me conhecia ficou a conhecer. Senti-me pertencente à máfia da noite Lisboeta. Fugi da Capela com um pedido de desculpas à Senhora da Saúde e vim para a rua, encher-me de Paz depois de ter cometido o maior crime que a Mouraria ultimamente tinha assistido. Fiz as pazes comigo mesmo quando cheguei a casa pondo-me a ouvir o Marceneiro.
A Maria Cavaco Silva “está feita ao bife” se convocar a imprensa quando for vestir a santinha mais popular de Lisboa.
Aqui vai a prova documental do meu crime malandro, na Mouraria.

sábado, dezembro 15, 2007

IMPONDERÁVEIS
Por razões que têm que ver com dificuldades de acesso à Net ( o modem da Cabovisão de vez em quando presta-me destas partidas), vou estar impossibilitado de visitar e actualizar o meu blog durante os próximos 2/3 dias.
Aos que me acompanham habitualmente, deixo o meu mais cordial pedido de desculpas.
Foto H. Blayer

sexta-feira, dezembro 14, 2007

GRANDES OPÇÕES DO PLANOHoje estive a rever a “Canção de Lisboa”. É que perfazem 100 anos do nascimento da Beatriz Costa, e um pouco de revivalismo nunca fez mal a ninguém. Talvez por isso ao começar a ler as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2008, tantas memórias soltas me tivessem vindo à memória.
É mais difícil ler este documento do que os “Versículos Satânicos”. Eu que nunca fui muito dado a números gosto de ler as intenções. E depois tentar perceber o que se prevê que venham a ser as actividades mais relevantes. Mas o que vejo é um desfilar de tanta coisa, para quem diz ter tão pouco dinheiro, que desisti. Adoptei o critério de ficar vivo para ver. Os políticos estão a ficar refinados no que dizem uns aos outros.
Nas alturas eleitorais fazem uns panfletos onde descrevem o que pensam fazer, de maneira que toda a gente os perceba. Anos após ano, vão tornando-se cada vez mais elaborados, até que ninguém os perceba.
Dessa habilidade discursiva do actual Presidente já lhe conhecíamos a capacidade. Mas está a fazer dela uma fórmula mágica de actuação. Desisto. Masd não sem antes vos revelar o que li na Carta de intenções das GOP para 2008:
Orientações Estratégicas/autarquia no bom caminho/parceria/evolução nominal/Peniche-Cidade Criativa/Eixos (mais que muitos-contei 10 de repente)/ruralidade moderna/emergência/promoção integrada/oestino/sustentabilidade… e por aí fora.
Se isto fosse no tempo do Chefe Reis eu diria que demorou umas semanas até encontrar todas estas palavras e expressões. Mas já lá vai o tempo em que íamos à esquadra sem percebermos porque íamos. Mas entrava no léxico comum tudo o que lá ouviamos.
Vai virar moda ler as GOP. Que sejam muito felizes. Eu prefiro ler o Lobo Antunes ou ver a Beatriz Costa.

De qualquer forma o provérbio chinês fica em lista de espera: "O que se diz, ouve-se. O que se escreve, lê-se. O que se faz, vê-se".

quinta-feira, dezembro 13, 2007

FUI ÀS CALDAS
Não quero fazer comparações e acho que elas são injustas. As Caldas não são comparáveis a Peniche. Nem são melhores ou piores. São diferentes. É uma outra realidade.
Fui com a minha mulher e a mãe ao técnico de surdez. Eu aproveitei mais uma vez para percorrer as livrarias. Quando saí de uma e ía para outra deparei com um espectáculo inesquecível.Centenas de crianças dos Jardins de Infância, creches e do Ensino Especial, todos vestidos de PAI NATAL. Percorriam assim as ruas e dirigiam-se para a Praça da Fruta para fazerem uma largada de balões.
Não sei quem promoveu a iniciativa. Se a Associação de Comércio Local, se os Agrupamentos de Escolas. Nem isso é importante. Mas senti o meu coração encher-se de ternura. E fiquei a gostar de ter ido hoje às Caldas.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

A MINHA RUA Hoje quando acordei o aspecto da minha rua era um misto de coisa lavada e luto pelo seu velhinho aspecto que parece ter-se ido de uma vez por todas.
A minha rua estava muito maltratada há muito tempo. Nunca reclamei por reparações. Apesar de tudo existem situações mais graves em Peniche. É verdade que é uma rua habitada por gente muito velha. Com problemas de locomoção. Mas essa questão nunca foi problema para nenhum executivo camarário. De tal maneira que para me sentir bem comigo mesmo, costumava dizer que os Presidentes de Câmara, para se vingarem de mim que lhes fazia a vida negra, deixavam a rua cheia de buracos para verem se eu me espalhava definitivamente.Mas agora estamos todos contentes. Para o ano que vem, quando a Srª da Conceição tornar a passar aqui já vê um tapete lindo e gradável por onde lhe dará muito prazer deslocar-se.
A “rua-lá-de-trás” também foi arranjada. O Idinho, o Júlio e o ZéZé. O Fanana, o Jacinto e o Silvino. O Zé Jardineiro, a Maria da Boa Viagem e o Roncolho. Todos eles mais o Marciano e o Necas, podem preparar novas aventuras para mais um dia daqueles em cheio.
Acordei com esta vontade de voltar à minha rua. Agora que ela é de novo uma rua onde dá gosto estar.

terça-feira, dezembro 11, 2007

RECORDAÇÕES COM SORRISO AMARELO
Ao ler neste sábado a coluna do Zé Manel na Actual (caderno do Expresso), que ele intitulou “HH” veio-me à memória uma das minhas incursões a Lisboa, numa das minhas idas ao médico.
Aproveitei dessa vez para ir fazer uma visita às livrarias da Baixa/Chiado. Terá sido uma visita de saudade. Foi numa delas que me abriguei em 1961, quando uma carga policial da polícia de choque se abatia sobre quem passasse na rua, como consequência da crise estudantil que nessa altura me deu a conhecer o estudante de Direito Jorge Sampaio.
Numa em que entrei na altura foi a Bertrand. A Bertrand já tinha um ar diferente do que eu lhe tinha conhecido. Parecia mais um supermercado de Livros que uma Livraria. Mas enfim. Era o preço da modernidade pensei eu. Na altura eu procurava os dois volumes da “Poesia toda”. Tantas vezes os emprestei que acabei por lhes perder o rasto. E queria-os muito de novo. Dirigi-me ao Balcão e fui atendido por uma menina lindíssima com um aspecto de manequim saído de uma qualquer revista de modas.
Disse à menina ao que ía. Ela voltou-se para o computador e com aquele sorriso daqueles que aquece um homem mesmo que estejam 0 graus, perguntou-me como quem me lambe todo: “- Herberto escreve-se com ou sem H?”
Eu saí porta fora com receio do que me podesse acontecer a mim e à pudica menina.
E como que reza, dirigi um olhar ao Pessoa que ao longe tomava a sua bica, e pedi-lhe perdão por continuarmos a ser tão estupidamente ignorantes.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

A CARTA QUE EU NÃO ESCREVI

Meu caro João Paulo Teófilo:

Li algures, que tinhas sido nomeado(?) Presidente da Comissão Política Concelhia do PS local. Presumo que isso se deve ao facto do anterior presidente ter tido que se demitir. Não é um cargo para que tenhas sido eleito directamente. Se o fosses, eu tinha sido convocado para essas eleições.
Portanto o meu raciocínio é cartesiano. Não que se houvesse eleições e fosse convocado comparecesse. Mas esse é um problema meu. Eu se voto ou não é um assunto que só a mim diz respeito. Mas adiante…
Presumo também que vais ser um Presidente da Comissão Concelhia por encomenda. Até às eleições que irão decidir quem é o próximo candidato do PS à CMP. Nos intervalos entre eleições autárquicas, qualquer um serve para o cargo. Por isso lamento que sejas tu quem segue na lista.
Quando na década de 80 fiz a minha aproximação ao PS foi quando te conheci. Disse então a muitas pessoas que a minha (re)aproximação à vida política só por te conhecer já tinha valido a pena. Foste das grandes surpresas que a política me trouxe. Um indivíduo de Peniche, com uma inteligência notável, um arguto sentido político e uma capacidade de entrega às tarefas partidárias como poucas vezes vi. Tornei-me teu amigo e muitas vezes me serviste de apoio quando eu me sentia mais fragilizado pelo dia a dia das questões autárquicas.
Sempre esperei que tu fosses cada vez mais o futuro do candidato do PS à Autarquia. Mas muita coisa se passou desde que eu me afastei do PS local. Se calhar tu já és outro, e eu é que continuo cheio de ilusões. O teu desempenho nesse cargo agora, não augura nada de bom para quem como eu conhece o funcionamento por dentro dessa máquina de fabricar apoios sempre no mesmo sentido. Espero bem estar enganado. E que rápidamente constituas de novo, um capital de esperança para o Concelho de Peniche.
teu
Zé Maria

domingo, dezembro 09, 2007

SEM PALAVRAS...

sexta-feira, dezembro 07, 2007

O homem que sabia de mais...
O meu pai era um homem de muitas histórias. Desde logo as suas próprias histórias. Histórias construídas numa vida de trabalho e de estudo. Histórias de uma época em que contar histórias era construir um saber de experiências feitas, contadas de boca em boca, de pais para filhos e de avós para netos. Por vezes as histórias eram tantas vezes contadas, que quem contava já não sabia onde a realidade se confundia com a fantasia, na velha dicotomia de que, “quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto).
Depois também havia as histórias de quem ia até à cerca do Zé Gago, à oficina do Mestre Horácio, para ali meter dois dedos de conversa. Juntavam-se no Verão emigrantes saudosos e aqueles que nunca daqui saíram, para os reencontros amigos todos os anos repetidos. O Joaquim Pinto, mais o Jaquim Gordo seu secretário e pau para toda a obra. O Snr. Acelino, para quem havia uma cadeira de braços, estrategicamente colocada no centro da Oficina, ou não fosse ele o decano dos conversadores, e por vezes o Henrique Coutinho em épocas de retocar o velho Renault. O António Serafim e o João Cândido. Dos que vinham de fora, eram presenças de sempre o Lio, até a morte o levar num estúpido acidente contra uma árvore que já não existe. Depois o Rui Gonçalves, o Renato, O Daniel e tantos e tantos outros que da oficina fizeram “consulado de Verão”.
Quantas vezes a oficina ficava entregue aos amigos que conversavam, enquanto o meu ia experimentar um carro ou comprar uns parafusos ao Joaquim Santos ou aos Mamedes.
A tertúlia continuava até à hora de almoço, estendia-se pelo Café Aviz e continuava tarde fora. Dia após dia até a morte os ir separando e tornando a juntar uns e outros onde quer que eles estejam.
Recordo muitas histórias contadas, que me comoviam umas e faziam rir outras. De entre muitas delas recordo uma cena passada com um turista que aqui veio e que levou para a sua terra alguma coisa que contar.
Era um senhor dos seus quarenta e tais anos, que tinha um problema qualquer no carro. Alguém lhe indicou a oficina do meu pai. Ele lá foi e perguntou quem era o snr. Horácio Costa. O meu pai apresentou-se e o homem lá contou a avaria. Aberto capot e pondo o carro a trabalhar, o meu pai foi ouvindo o motor tentando pressentir o que de errado haveria. Enquanto isso, o homem não se calava, repetindo sem cessar: -Não será disto, ou daquilo, ou daqueloutro...
E se for... e não será...
A certa altura, prevendo a tempestade começaram a calar-se as vozes dos conversadores daquele dia. Conhecendo o meu pai como conheciam sabiam que só podia avizinhar-se mau tempo. Fez-se um silêncio de morte só interrompido pela voz do fala-barato que continuava a dar os seus palpites.
Até que o meu pai parou com o que estava a fazer, desligou o motor do carro, fechou o capot e perante a perplexidade do “chico esperto” apontou-lhe o interior da oficina e disse: - Olhe! Sabendo tanta coisa sobre avarias como sabe, tem aí dentro a oficina mais apetrechada de ferramentas que existe em Peniche. Arranje você o carro!
E assim se construiu mais uma história de Verão, na oficina do Mestre Horácio.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

O MEU MENINO É D’OIRO
O André é o nosso menino d’oiro. É o puto da Maria. É nosso. Por isso estes dias de Natal que estamos a viver são mais difíceis. Estamos longe dele. Gostávamos de o poder “estrafugar”. É “o menino mais lindo do mundo” da Anita.
Para além das prendas que lhe vamos mandar pouco mais podemos fazer. Telefonamos. Ouvimos a voz dele e agora temos a Net. Por tudo isto vou enviar-lhe fotos da árvore de Natal. Sei que isto vai trazer mais uma guerra com a Ivone. Mas ela que se aguente à “bronca”. A minha árvore de Natal tem lâmpadas coloridas. Quem esteve cá a fazer a árvore de Natal foi a Natália. Mas eu gosto delas assim... Que é que hei-de fazer? Eu sou muito saloio e gosto delas assim. Já se vêem lá algumas prendas. Agora e até ao dia de Natal é sempre a crescer. André!!!!! Um abraço meu menino.

terça-feira, dezembro 04, 2007

AO DEUS DARÁ
Numa circunferência de 50 metros (mais coisa menos coisa), da zona onde vivo em Peniche/Cidade, encontram-se três tipos de Placas toponímicas. Mesmo na minha rua, há pouco mais de uma semana a Junta de freguesia, substituiu a que lá estava e que mal se lia, por uma outra, tipo lápide de cemitério que tem a grande virtude de se perceber o nome da rua.Não se percebe qual a ideia do município. Aliás, em muito poucas coisas se percebem ideias. O que acontece é casuístico e não obedecendo a um critério de prioridades, ou a um planeamento visando uma acção de desenvolvimento estruturado.As placas toponímicas não são que mais do mesmo. Quando apetecer fazer, faz-se. Sem que hajam grandes preocupações com o que se faz e como se faz. Vai saindo ao Deus dará.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

NOTÍCIAS QUE “CHATEIAM”
A 1ª Página do “Público” foi hoje elaborada, para dar a entender aos leitores que o “ditador Chavez” tinha ganho o referendo, por força das manobras que foram desenvolvidas pelas instituições governamentais para que isso acontecesse.
Azar do Director do Jornal! O Não venceu. Mais uma vez o Público que por vezes não percebe nada do que se passa por esse mundo fora, dá “barraca”. Num país civilizado o director já tinha sido mandado às malvas. Aqui vai continuar a “botar” discurso como se o que dissesse tivesse alguma importância. E o “Publico” que por vir de quem vem (seu accionista principal) era para todos uma referência, pode se não tiver cuidado tornar-se um motivo de riso. Não fico nada com isso.

domingo, dezembro 02, 2007

FALTA DE PUDOR
É a expressão que me ocorre quando leio “certas coisas” paridas por “certa gente” em alguns “lugares” de informação social ou políticos locais.
Há pessoas que podem enganar muita gente durante algum tempo… mas não conseguem enganar toda a gente durante todo o tempo. E mesmo assim falam…falam…falam…
A gente nem sequer vota a favor de outros. Vota contra eles. Eles são corridos e mesmo assim continuam a falar. Que me perdoe o ão corridos e mesmo assim continuam a falar. Que me perdoe o Rei por lhe roubar a frase:
“- PORQUE NÃO TE CALAS?”

sábado, dezembro 01, 2007

PRESÉPIOQuereria ter tido hoje mais tempo para conversar convosco. Mas foi de todo impossivel. Dediquei o meu dia a armar o Presépio em minha casa. É um presépio tradicional, com figuras de porcelana e vestidas a rigor, com musgo como quando eu era pequeno. Dedico-lhe todo o meu amor. Depois, sei que a minha filha gosta de ser surpreendida. E aproveitei a minha Anita ter ido às compras a Lisboa. Almocei sozinho o que me permitiu rentabilizar o tempo e as sinergias necessárias para chegar a bom termo.Já está pronto e gostei do que fiz. Está muito bonito. Inicia-se assim em minha casa um período lindissimo: - O Natal!
A árvore festiva é armada amanhã. Artificial em defesa do qmbiente. Já tem uns bons 5 anos e está sempre verdinha. Já tenho presentes para lá pôr. Adoro ver os presentes a juntarem-se à volta da àrvore.

sexta-feira, novembro 30, 2007

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIAS DO MAR
No passado dia 26 de Novembro foi inaugurado o novo edifício da ESTM de Peniche. Foi um processo que se arrastou por muitos anos. Teve êxito porque encontrou uma pessoa fortemente empenhada neste processo. O Dr. Luciano de Almeida, Presidente do IPL.
Algumas coisas recordo neste processo. As guerras PS/PSD porque os segundos constituíam a Escola no papel sem nunca lhe terem atribuído verbas para o seu funcionamento. As críticas ao primeiro porque nunca fez nada para activar a Escola eram constantes. Recordo uma tarde da década de 80 e num seminário no CENFIM/FORPESCAS, o então putativo director da Escola, declarava mesmo que iria responsabilizar o PS por nada ter feito para criar e por esta a funcionar. Até hoje ainda não vi esse professor reconhecer publicamente que estava enganado nos seus juízos.
Recordo a negociação para entrega à Escola para lá funcionar, das antigas instalações do Colégio Atlântico. Recordo as negociações com a Igreja para a troca de terrenos que permitissem a construção do edifício agora inaugurado. Recordo a entrega sem ambiguidades do Engº Luís de Almeida para que tudo se fizesse com a maior celeridade. Ele terá sido convidado para a inauguração? Fotos tiradas do site da ESTM
Lamento que o 1º Ministro, não viesse dar o seu aval a esta inauguração. Ele que se diz tão empenhado no desenvolvimento tecnológico do nosso país. Lamento que o Presidente da República não tenha participado neste evento. Ele que ainda há pouco tempo esteve no Algarve a apoiar e a incentivar o aproveitamento do nosso Mar. E ele foi aliás que deu o pontapé de saída para a Escola que agora celebra uma nova etapa no seu desenvolvimento.
O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Prof. Dr. Mariana Gago, foi quem teve a oportunidade de poder beneficiar da lufada de ar fresco que constitui esta Escola, localizada num sítio ímpar.
Muita coisa ficou pelo caminho. Muita gente ficou esquecida. Importante é o tempo que se segue. Espero que docentes e discentes, possam merecer o que agora com tanto esforço lhes é dado para trabalharem.

quinta-feira, novembro 29, 2007

CRIME
Pessoa amiga esteve a conversar comigo nos últimos dias. A propósito da morte veio à “baila” a Igreja de Nª Sr.ª da Conceição.
Conheço esta Igreja há 63 anos. Foi aqui que me baptizei ainda ela era a Igreja de S. Sebastião. Adoro lá entrar e olhar para o baptistério. E para aqueles azulejos. É um templo acolhedor do sec XVIII, onde me delicio entre as memórias do passado em que acompanhava a minha mãe e a minha avó à missa, e o presente onde me perturba o estado de degradação do altar e dos painéis do tecto. Bom. A propósito desta Igreja (ou deveria dizer, capela?) disseram-me algo que me deixou PERPLEXO E INDIGNADO.
A igreja teria sido encerrada porque um dos altares ameaçava ruína. Tanto quanto sei o de S. José. Mas isso é o menos importante.
O que é grave é que ao que parece uma das pessoas que gravita em torno da paróquia, terá arranjado alguém habilidoso que faça as reparações. Ah! E que a seguir pinte de dourado as talhas dos altares, porque o tempo e as velas de cera entretanto comeram a cor original.
È que é tão caro reparar em condições aqueles objectos de arte, que arranjando alguém “curioso” que o faça, é bom para todos. Esta é a desculpa para o que parece estar a acontecer.
Custa-me a crer que isto seja verdade. Mas conhecendo, como conheço, certo tipo de voluntarismos que andam por aí, não me admira que seja assim mesmo. O que me espanta é que pululando à volta da Paróquia tanto pretenso intelectual, não haja ninguém que chame a atenção de que estas coisas não se podem fazer, porque podem degradar o património edificado para todo o sempre. É preferível desmontar o altar, guardá-lo em lugar seguro, cobrir o local com um pano com dignidade e quando houver condições, mandar restaurar. Tudo menos cobrir com tintas e materiais contemporâneos, obras de arte do sec XVIII.
Que o Diabo leve para o Inferno quem proceder com tal incúria e maldade e todos os que lhes derem cobertura com o seu silêncio ou apoio tácito.

quarta-feira, novembro 28, 2007

IR PRÒ MANETA
Vasco Pulido Valente, publicou na ALETHEIA - Editores, o livro com cujo título publico a postagem de hoje. Refere-se às invasões francesas e à revolta lusa. Porque também celebramos agora os 200 anos destes acontecimentos, está na altura de ler alguma coisa sobre o que então se passou e que acabou por ter reflexos nos dias de hoje.A expressão que dá título ao livro tem que ver com um cabo de guerra ao serviço das invasões napoleónicas, que sem um braço, matava de forma sumária os que se lhe opunham na sua passagem no nosso país. De tal maneira que a expressão ficou ligada ao que acontece a tudo o que deixa de ter utilidade... "Ir pró maneta".
São 15,30€ de cultura que assentam bem como oferta nesta época natalícia. Sou insuspeito a recomendar este livro. O VPV é de direita e eu sou de esquerda. Mas é um investigador/historiador dos séculos XIX e XX, sério e atento. Que é importante ler. Para se poder ter uma outra visão mais correcta do que nos foi impingido durante muito tempo. E porque o saber não ocupa lugar. Recomendo a leitura.

terça-feira, novembro 27, 2007

NOVEMBRO FATÍDICO
Dia 1 de 1755
Terramoto de Lisboa

Dia 22 de 1963
Assassinato de John F. Kennedy

Dia 25 de 1967
Cheias da Grande Lisboa

Dia 25 de 1975
O Fim do PREC

Dia 23 de 1991
Morte de Freddie Mercury por SIDA

Dia 22 de 2007
Morte de Maurice Béjart

segunda-feira, novembro 26, 2007

NOTÍCIA DE HOJE DA LUSA
Mais de uma dezena de associações de armadores de todo o país reúne-se terça-feira em Peniche para analisar os problemas provocados pelo aumento dos combustíveis, admitindo agendar um protesto com as embarcações em terra.·
O presidente da Associação de Armadores de Peniche, Humberto Jorge, disse hoje à Lusa que o encontro vai reunir as organizações mais representativas da pesca portuguesa.·
"A situação chegou ao limite com o preço do petróleo a aumentar todas as semanas e a chegar a valores inimagináveis. Vamos analisar a situação e admitimos deixar os barcos em terra", afirmou Humberto Jorge.·
O responsável adiantou que do encontro deverá ainda sair um documento para ser entregue à tutela, alertando para o facto "das empresas estarem asfixiadas" e a pedir que o Governo "ao menos discuta o problema com as associações já que até agora ainda não o fez".·
Referindo que o sector "não pretende pedir dinheiro ao Governo", o dirigente defendeu que a tutela deve contribuir para uma solução com medidas como o aumento do IVA do peixe ou um plano de modernização da frota "à semelhança do que se passa noutros países da União Europeia".·
Segundo o dirigente e armador, os custos de exploração triplicaram nos últimos três anos e as receitas diminuíram.·
Os armadores sustentam que não têm forma de fazer repercutir nos consumidores o aumento dos custos de produção (combustível para as embarcações) que surge em consequência da escalada do preço do petróleo.·
"O peixe é vendido em regime de leilão e os preços da venda têm baixado enquanto os custos da exploração aumentam", sustentou.
LUSA

domingo, novembro 25, 2007

24 DE NOVEMBRO
Ramos Horta (Presidente de Timor-Leste) anuncia ir propôr Durão Barroso (Presidente da Comissão Europeia) para o Prémio Nobel da Paz. Sou eu que estou doido ou não percebi a notícia?

sábado, novembro 24, 2007

A Maria da Boa Viagem

Um destes dias tonei a vê-la. À Maria da Boa Viagem. Como é que eu a posso descrever para que me percebam. Vivia n` minha rua. A dois passos de mim. Morava numa casa com um quintal, onde também morava a mãe do Quinzico e ele próprio. A Maria da Boa Viagem era daquelas raparigas que enche uma rua. De alegria e de esperança. Jogava à “Banca”, mas também dava uma perninha no futebol. Ninguém que se metesse com ela ia sem troco. Fosse verbal ou ao estalo. E quando a mão falhava, havia sempre por perto uma pedra ou um bocado de pau.
A Maria da Boa Viagem é uma memória do nosso passado colectivo, quando a bola de trapos ou feita de bexiga de porco era rainha das ruas. E fugíamos como o “diabo da cruz” do Coelho e do Carocé (policiais dos velhos tempos).
Quando os médões eram cenário de jogos de capa e espada. E as ruas eram poucas para os jogos de polícias e ladrões. Quando os jogos eram no Alto da Vela na adivinhação na linha do horizonte, do barco que se aproximava, pela forma mais ou menos bojuda, pelo tipo do mastro ou até pela maneira como se fazia às ondas e as cortava.
A rua nesse tempo era uma escola de criatividade, onde o jogo do “virinhas” ou do “botão” eram uma preciosidade no desenvolvimento da “psicomotricidade fina”. Nome esquisito que os técnicos inventaram para distinguir os espertos e ladinos dos que perdiam sempre botões e “abafadores”. Como eu. Tempo das corridas com carros de cana e de rodas de cortiça. Tempo dos jogos de “Batos”, aqueles seixos redondos e lisos da praia do Porto de Areia que a Maria da Boa Vigem e as outras raparigas jogavam com maestria e com tal velocidade que nos punham os olhos tortos.
A rua nesse tempo era o império das crianças. Nela todos aprendemos melhor ou pior a defendermo-nos, a sermos inventivos e desenrascados. E protegidos. Havia sempre alguém por perto que nos conhecia e aos nossos Pais e sabíamos que os excessos chegariam sempre ao seu conhecimento. A rua era um tempo em que as palavras vizinho ou vizinha fazia sentido, porque era sinónimo de solidariedade e de sociabilização.
Na rua a Maria da Boa Viagem era rainha. Ou princesa dada a idade. Era uma líder. Era uma referência.
Eao rever a Maria da Boa Viagem que hoje não sei onde mora, todo esse tempo me veio à memória. Gritámos um para o outro a alegria de nos revermos. Dois beijos da velha amizade foram trocados. Ela e eu falámos das nossas idades. Do meu irmão que ela há anos que não vê. Falámos das varizes dela e da minha “barriga de mestre”. Despedimo-nos sem garantias de nos vermos nos próximos tempos. Mas com a certeza de que a nossa RUA mereceu a pena. Até lá, até sempre Maria da Boa Viagem. Nome de santa que não foste e de Festa que foste.
Menina e Mulher do meu tempo. E da minha rua. Que tem tanto para contar. Assim vá tendo eu memória e talento para poder recordar.
Crónica publicada no jornal local de 01/05/97

sexta-feira, novembro 23, 2007

TEXTOS DOS OUTROS...
Ou por isto, ou por aquilo, ou por nada, apeteceu-me ir buscar um texto que não me pertence e publicá-lo hoje aqui. Trata-se de um texto compulsivo desse grande profissional da Rádio e da Fotografia, infelizmente tão mal tratado em Peniche. Refiro-me ao Hélder Blayer. Publico este seu texto em oposição a tanta "macaquice" que se vê por aí.

Somos todos muit’a bons, trá lá lá.
You just don’t get it, do you?
Ou
Some men see things as they are and ask why,
I dream of things that never were and say why not.
(Robert Kennedy)

“It’s all the same fucking day, men!”
(Janis Joplin’s)

Pruridos

Tive em tempos a certeza e a glória de meter na cabeça que não sabia escrever informaticamente falando, quando se tratava de expor ideias e não histórias, peças jornalísticas e reportagens inquietantes. No computador, só trabalho, só transcrições, notícias e afins.

Infelizmente só há pouco tempo decidi que estava estupidamente enganado, somando a todas as outras “estupidezes” cometidas. Holly Shit!

“Try just a little bit harder”
(Joplin’s ,quem mais)

Diz-se que está tudo escrito. É mentira. Diz-se que tudo está pensado. Verdade. Ou consequência, vá-se lá saber.
Ponham no papel. Força, se são capazes.
“Maior justiça social, mais para os que têm menos, etc., etc., etc.”.
Boa.
“Palavras, leva-as o vento”. Leva nada. O vento, a única coisa que consegue levar é o nosso mau cheiro, para mais longe. Até cheirarmos mal em tudo quanto é canto.
“Vamos ser sérios!”, “você não está a ser sério!”, “seja sério!”, “não falo com gente que não consegue ser séria!”.
Palavras, come-as quem quer. “De intenções, está o inferno cheio”.
E a terra, não? E nós, também não? Mas ainda há alguém à face da terra que não esteja farto e cheio e farto e redondamente obeso de intenções? Quantos são? Venham eles, que eu não tenho medo!
Calem-se as bestas, a partir de hoje é proibido ter somente intenções, apenas ideias.
Força, é preciso é força, é preciso, tal como já dizia o célebre outro, “arregaçar as mangas” e fazer alguma coisa pela vida. Mas fazer a sério. Da boca para fora, estamos todos saciados, aliás, só nos apetece é vomitar. Não há pança que aguente mais.
Mas há alguém que trabalhe única e exclusivamente em prol dos outros? Pois, só dá é vontade de rir. E sabem porquê? Porque são tão poucos que só nos parecem é anormais. Anormalóides, broncos, interesseiros (ora bem) e por aí além.
Como somos todos muito espertos e temos a mania que, a nós, ninguém nos leva! (nem cala), desconfiamos de todos quantos não nos querem mesmo levar, pelo menos à descarada.
Porque afinal, não há mal nenhum em ser levado, se ao menos soubermos que o estamos a ser. Sim, porque eu sou levado, mas ninguém pense que não estou farto de saber que sou! Ouviram? Não? Tanto faz.
As praias só devem ser limpas se eu tiver oportunidade de dizer que fui eu que as limpei. Senão não interessa. As coisas só devem estar mal se for eu o primeiro a dizer que está tudo mal. Senão, também não interessa.
Só posso ignorar tudo o que até agora se passou, se for eu a dizer que, a partir de amanhã, vou fazer melhor do que alguma vez existiu.
Mandem o partido à fava (ou à pevide, tanto faz) e façam algum pela vida. Pela vida de todos, se todos quiserem. Se não quiserem, pois sim, façam-no à mesma. E vão ver que em vez de terem tanto que falar, vão ter muito mais com que se orgulhar.
Vivam os computadores.

quarta-feira, novembro 21, 2007

(IN)CONFIDÊNCIAS

Na sequência de outros bons conselhos que tenho dado para ganhar as próximas eleições ao PCP, ando cá com uma ideia maluca.
Para ganhar as eleições é preciso votos (ganhar votos). Ora quem vota são as pessoas. Então tenho de convencer as pessoas a mudarem o seu sentido de voto. Estou a referir-me aquele grupo de umas quantas centenas que ora vota aqui, ora vota ali, ora vota acolá, consoante se vão alterando as suas ideias sobre os grupos concorrentes e acima de tudo sobre os candidatos a Presidente de Câmara.
Feito o estudo sociológico deste grupo, trata-se de uma faixa etária bem definida. São pessoas com um grau de escolaridade entre o 2º Ciclo e o Ensino Secundário. Interessam-se por futebol e frequentam cafés, Associações de Bairro ou locais um pouco mais sofisticados. Até gostam de discutir política. E têm opinião sobre quase tudo.
Perguntam-me como foi possível eu chegar a estes resultados. É simples. Consultei os últimos três cadernos eleitorais onde tinha descarregado os votantes. São mais ou menos sempre os mesmos. É claro que não descarreguei para os meus dados alguns dos que votam sempre NO SEU PARTIDO, haja o que houver. Esses não me interessaram para o estudo.
Depois pensei, o que hei-de fazer para atingir esta gente de forma a fazê-los detestar em primeiro lugar o PCP, e depois levá-los a votar em mim? EUREKA!!!
Arranjo um novo Jornal na terrinha. Um nome insinuante para o cidadão comum. Um jornalista que ninguém conheça cá na terra e que se preste a fazer de proprietário do Jornal e depois é avançar.
É claro que os parvos dos habitantes do Concelho de Peniche não vão perceber nada de nada. Se houver umas discussões no Jornal, melhor ainda. As pessoas gostam é de má-língua. Uns dissidentes vêm sempre a calhar. São geradores de polémica.
Não são precisos jornalistas. Os artigos não precisam de ser assinados. E assim ninguém percebe quem escreveu o quê.
Exploradas as quezílias de quem tem o poder, é a altura de começar a insinuar devagarinho de quem pode ser o SALVADOR DA PÁTRIA. E como o cidadão comum tem memória de galinha, é fácil conseguir que mude o seu voto. E assim perdem as eleições os que lá estão e ganham as eleições os que já lá estiveram.
É claro que tudo isto é um mundo de fantasia construído por mim e qualquer semelhança com alguma coisa que esteja a acontecer em Peniche, é pura coincidência.

terça-feira, novembro 20, 2007

REFLEXÕES

Um homem deve morrer orgulhosamente quando já não lhe é possível viver orgulhosamente. A morte que sobrevém em circunstâncias desprezíveis, a morte que não é livre, a morte que ocorre quando não deve ocorrer, é a morte dum cobarde. Não temos o poder de evitar o nosso nascimento; este erro, porém, pois às vezes é um erro, pode ser rectificado se o desejarmos. O homem que se elimina realiza um dos actos mais notáveis. Quase merece viver por tê-lo praticado.

Nietzsche

segunda-feira, novembro 19, 2007

Amor:


Em todo o homem existe a imensidade e a pequenez... A pequenez é isto, a terra, a casa, a cama fofa, a mulher quente, horários e deveres, o filho com que tu sonhas. E o dinheiro, a posse das coisas. Os homens julgam-se donos delas, mas são prisioneiros: das coisas, do amor, dos hábitos. Só é pobre quem quer ter mais, ser rico... O mundo é todo meu, se o desejo como imensidade, sem termos nem fronteiras. E a mulher é parte disto, um património, um contrato, uma prisão. A estabilidade, a vida regular. Tu queres que eu fique, que eu renuncie à liberdade, para um afundar no teu dia-a-dia...

Mas ser homem é dominar os desejos e ambições, romper as cadeias! Eu não tenho nada, ninguém, pior que tu, mas a mim nada me pode prender: pertenço à imensidade, o céu é meu mesmo através das grades, anda comigo, está-me no sangue. Nem a fome, nem o frio, nem o chão duro, nem a noite, nem a polícia, nem as navalhas mo podem tirar. Livre. O que me sufoca e me destrói é sentir-me retido, possuído...
O amor prende. E que mulher se sujeita ao que eu passo, ao preço que eu pago? Tu irias comigo, e não tardaria que quisesses parar, ter uma janela com cortinas, flores, um berço...
Não eras capaz de resistir. De passar sem isto. Farias tudo para me reter e punir, acabavas por ser pior que um tropeço: uma inimiga! Ou era eu que acabava por te odiar. O homem tem de encontrar sozinho o seu caminho, a liberdade ou a morte... Perdoa-me! Talvez eu volte um dia – serás tu a mesma?

PS:Um dia, já não sei onde, encontrei este texto maravilhoso. Guardei-o, tendo cometido um dos grandes erros que se podem cometer nestas circusnstâncias, sem ter o nome do autor. O Texto é tão lindo que não resisto a publicá-lo, com a reserva já referida. Não fui eu que o escrevi e não sei quem foi... Tenho pena de não saber escrever assim.

domingo, novembro 18, 2007

Liberdade
Nos meus cadernos da escola,
Na minha carteira, nas árvores,
Sobre a areia e sobre a neve,
Escrevo o teu nome.

Em todas as páginas lidas,
Em todas as páginas em branco,
Pedra, sangue, papel ou cinza,
Escrevo o teu nome.

Na selva e no deserto,
Nos ninhos e nas giestas,
Na memória da minha infância,
Escrevo o teu nome.

Em cada raio da aurora,
Sobre o mar e sobre os barcos,
Na montanha enlouquecida,
Escrevo o teu nome.

Na saúde recuperada,
No perigo desaparecido,
Na esperança sem lembranças,
Escrevo o teu nome.

E pelo poder de uma palavra,
A minha vida recomeça,
Eu renasci para reconhecer-te,
Para dizer o teu nome:

Liberdade.

Paul Éluard

sábado, novembro 17, 2007

Espera
Horas, horas sem fim,
Pesadas, fundas,
Esperarei por ti
Até que todas as coisas sejam mudas.

Até que uma pedra irrompa
E floresça.
Até que um pássaro me saia da garganta
E no silêncio desapareça.
Eugénio de Andrade

sexta-feira, novembro 16, 2007

SOMOS MESMO DO PIORIO…
A obra é no cruzamento da R. dos Hermínios com a Marechal Gomes Freire de Andrade. O Prédio em construção é “altinho”. Os quatro operários são todos jovens. Alguns foram alunos da escola da Atouguia quando eu lá estava.
Estão a trabalhar no telhado. Nem um tem capacete. Não existem redes protectoras para eventuais quedas.
Não sei quem é o Engº Responsável pela obra, porque há muito que o cartaz que deveria informar estas coisas desapareceu da vista dos munícipes. A senhora Câmara, estupidamente insiste em ignorar as evidências. PSD/PS/PCP, todos dizem curtir as populações, mas estão-se borrifando para o que lhes pode acontecer. E não querem “chatices” nem serem incomodados. A fiscalização nunca está quando é precisa.
Arre “porra” que é demais.

quinta-feira, novembro 15, 2007

DOIS PESOS DUAS MEDIDAS
Li com atenção a apreciação crítica do PS a dois anos de mandato do PCP. Independentemente de se tratar de um documento de cariz político, em que a base da apreciação nunca é a honestidade intelectual, mas o bota-abaixo habitual, dois aspectos me parecem extremamente curiosos.
Um dos assinantes é um vereador substituto que não participou activamente nas actividades autárquicas durante estes dois últimos anos. Falta de solidariedade para com a análise elaborada pelo ex-presidente-a-quem-não-passa-pela-goela-ter-perdido-as-eleições?
Outra coisa que me deixou perplexo foi quando a certa altura do documento se diz: “Por outro lado, a sua actuação tem-se pautado pela realização de “ Festa “ e “ romaria “, algumas de duvidosa qualidade e de outras com encargos financeiros extremamente elevados” É espantoso como uma pessoa que promoveu uma festa de arromba para celebrar o “Big Brother” consegue afirmar o que atrás se refere. Alguém que celebra o BB, fica sem autoridade moral para criticar quem quer que seja que venha a seguir e pague para se ver e ouvir o Zé Cabra. Ou então, ou eu endoideci. O que vale a estas pessoas é que somos uma população de ideias curtinhas e de memória fraquinha. Se não fosse isso…

quarta-feira, novembro 14, 2007

INCOMPREENSÍVEL
Duas notícias de ontem deixaram-me mais parvo do que já sou habitualmente. A primeira abriu os Telejornais de todas as televisões e foi manchete de alguns jornais: O piloto do helicóptero que teria caiu no combate aos incêndios recentes, não teria experiência no desempenho de tal actividade.
Nem sequer me vou dar ao trabalho de discutir o conteúdo da notícia. O que para mim é de loucura é que isto seja a notícia mais importante do dia. Com tantos problemas graves que o país atravessa, esta é a que importa sublinhar. Se assim é este país vai realmente bem e o Sócrates tem razão em tudo o que diz e faz.
A outra notícia que ouvi foi a da atribuição do Prémio Anual de Professores que ontem teve lugar. O presidente do Júri é o Dr. Daniel Sampaio que afirmou a certa altura: “Só quem não percorre as Escolas não vê o desânimo que se instalou. A falta de motivação, o medo.”
Há dois ou três dias dissemos isto mesmo aqui neste blog. Daniel Sampaio não é propriamente um agente da oposição a denegrir o esforço desenvolvido pelo Governo. É uma pessoa séria e intelectualmente honesta. O 1º Ministro e a Ministra da Educação fizeram orelhas moucas a este alerta. Fizeram mal. Estão a destruir o capital de confiança que muitos portugueses neles depositaram. É pena quando se perde por falta de honra e de capacidade de corrigir o que de errado se está fazendo.
Mas que importa isto? Importante mesmo é a falta de treino dos pilotos.

segunda-feira, novembro 12, 2007

GUILHERMINA “BATERREMOS”
Perfazem hoje 46 anos que morreu a minha avó. Figura dominante da minha família paterna. Sempre me habituei a ver o meu avô como uma pessoa bonacheirona. Recordo-o a ouvir na rádio as histórias do “Zequinha e da Lélé” com o Vasco Santana e a Elvira Velez, rindo a bandeiras despregadas, agarrado à barriga, todo ele estremecendo sempre que soltava uma gargalhada do fundo de si mesmo.
A minha avó não. Era uma figura sisuda. Pequenina. Com as pernas muito arqueadas. Sempre a trabalhar e a ganhar dinheiro. Quando mais tarde na Escola ouvi falar do matriarcado, era a minha avó que eu imaginava. O meu pai venerava-a para além de tudo o que era razoável e os dois estabeleceram desde sempre uma relação cúmplice de que a minha mãe foi a grande vítima.
O meu irmão com 3 anos de idade passou para a tutela da minha avó, tendo sido criado por ela até à sua morte. Eu era escorraçado lá de casa à vassourada, como indesejável, até o meu avô morrer. A partir daí passei a poder ter entrada em casa dela e quando o meu irmão foi estudar para Tomar, eu era quem ia dormir a casa dela para lhe fazer companhia. Até que também eu próprio fui estudar para Lisboa.
Um mês e 15 dias depois de ter saído de Peniche, numa manhã de Domingo, recebeu-se um telefonema na “Porcalhota” (antecessora da Amadora) a dizer que a minha avó tinha morrido. Eu tinha lá ido visitar os meus tios e a partir daí passei a associar a essa deslocação a morte dela.
A minha avó Guilhermina comeu castanhas no dia de S. Martinho e no dia seguinte um ataque cardíaco levou-a definitivamente.
Poucas pessoas se lembram da minha avó. Mas as que se lembram, recordam-na a forrar caixões na R. Latino Coelho ou a fazer renda de bilros à janela de casa na R. Joaquim António de Aguiar. A minha avó foi a “mulher dos caixões” durante muitos anos no século passado. Ela enterrou umas centenas largas de pessoas da terra e com isso supria as dificuldades dos fracos rendimentos familiares quando o meu avô foi preso após o 28 de Maio.Nunca gostei muito da minha avó, mas curiosamente recuperei a grande maioria das coisas que se encontravam em casa dela e decorei a minha casa com elas. Posso não gostar dela, mas ainda hoje a sinto como uma presença dominante e dominadora. E afinal vivo hoje na casa que era dela. Estou hoje a beneficiar de cada vassourada que levei quando era miúdo. As voltas que o mundo dá…

domingo, novembro 11, 2007

EDUCAÇÃO: FACTOR DE DESÂNIMO?
Lembro-me como se fosse hoje: quando li o seu livro, fiquei a respirar melhor.
José Manuel dos Santos

Um destes dias encontrei um amigo meu, que foi meu aluno nos meus primeiros anos de professor em Peniche e que se veio a tornar professor ele próprio. Sempre que estou com ele discutimos. Métodos e atitudes. Ele é ideologicamente próximo das teses da FENPROF, eu sou um crítico das atitudes egocêntricas dos Sindicatos em geral e dos Sindicatos dos Professores em particular. Isto é o suficiente para discutirmos, a nossa amizade repõe no fim todas as feridas abertas.
Mas desta vez fiquei perturbado. O meu amigo era uma pessoa revoltada. Revoltado e sem motivação e ambição para fazer melhor. Ao longo do tempo sempre o vi discordante. Mas no que dizia respeito a entusiasmo pelas actividades escolares, nunca o vi fraquejar a não ser agora.
Mas mais grave senti-o a acreditar no medo que dizem grassar aí por entre o funcionalismo público. Medo de ser acusado de não concordar com as alterações produzidas no Ministério da Educação. Medo de ser menos atento e venerador pelas chefias.
Eu não posso acreditar que isto seja verdade. Isto é, acredito que ele tenha medo porque o vi espelhado no rosto dele. Vi-o pedir-me para falar mais baixo. Mas não posso acreditar que depois de tudo o que já passámos neste país, que haja razão para ter medo.
Acredito que umas quantas alimárias tenham suscitado esse medo. Tenham gerado ondas de choque que atingiram a generalidade dos professores. Se assim é, com a maior urgência alguém deveria desmontar este clima. Que só pode servir os incompetentes e os que são incapazes de uma qualquer ideia para melhorar um sector que ao longo de mais de 50 anos tem sido tão maltratado.
Gostava de poder continuar a dizer: quando vejo uma escola, sinto meu coração rejubilar. Mas assim não dá.
Alguém anda a dar cabo dos poucos que ainda se interessavam pela causa da educação. Não basta dizer que queremos escola para toda a vida e para todos os portugueses. É preciso que possamos acreditar nisso.

sábado, novembro 10, 2007

PARA ADULTOS ALTAMENTE CONTEMPORÂNEOS(1)

Dizem que todos os dias temos que comer
uma maçã para o ferro
e uma banana para o potássio.
Também uma laranja,
para a vitamina C,
meio melão para melhorar a digestão e uma
chávena de chá verde sem açúcar
para prevenir a diabetes. Todos os dias temos que beber dois litros de
água
(sim, e logo a seguir mijá-los, que leva quase
o dobro do tempo que os levei a beber).

Todos os dias temos que tomar um Activia ou um iogurte
para ter 'L. Cassei Defensis', que ninguém sabe
exactamente que merda é que é
mas parece que se não ingeres
um milhão e meio todos os dias começas a ver toda a gente
com uma grande diarreia
ou presos dos intestinos.

Cada dia uma aspirina, para prevenir os enfartes
mais um copo de vinho tinto, para a mesma coisa.
E outro de vinho branco, para o sistema nervoso.
E um de cerveja, que já não me lembro para que era.
Se os tomares todos juntos
mesmo que te dê um derrame cerebral ali mesmo
não te preocupes
pois o mais certo é que nem te dês conta disso.

Todos os dias tens que comer fibras.
Muita, muitíssima fibra
até que sejas capaz de defecar uma camisolona bem grossa.

Tens que fazer quatro a seis refeições diárias
leves
sem te esqueceres de mastigar cem vezes cada garfada.

Ora, fazendo um pequeno cálculo
apenas a comer
vão-se assim de repente umas
cinco horitas. Ah, depois de cada refeição
deves escovar bem os dentes, ou seja:
depois do Activia e da fibra os dentes
depois da maçã os dentes
depois da banana os dentes
e assim, enquanto tiveres dentes
sem te esqueceres nunca de passar o fio dental
massajador das gengivas e bochechar com PLAX...
Melhor, amplifica a casa de banho e põe
a aparelhagem de música lá
porque entre a água, a fibra e os dentes
vais passar horas
quase metade do dia ali dentro. Equipa-o também de jornais e revistas
para te pores a par do que se passa
enquanto sentado na sanita.

Temos que dormir oito horas
e trabalhar outras oito
mais as cinco que usamos a comer, faz vinte e uma.
Restam três horas
sempre que não surja algum imprevisto.
Segundo as estatísticas, vemos três horas de televisão
diárias.
Bem, já não podes
porque todos os dias devemos caminhar pelo menos uma meia hora.

E há que cuidar das amizades
porque são como uma planta:
temos que as regar diariamente. E quando vais de férias, também, suponho
senão as plantas morrem nas férias.
Para além disso há que estar bem informado
e ler pelo menos um dos jornais diários e
outro de uma revista séria para comparar a informação.

Ah! E temos que ter sexo todos os dias
mas sem cair na rotina:
temos que ser inovadores, criativos,
renovar a sedução.
Isso leva o seu tempo.
E já nem estamos a falar do sexo tântrico!! (A respeito disso,
relembro: depois de cada
refeição temos que escovar os dentes!)

Também temos que arranjar tempo para
a maquilhagem, a depilação/fazer a barba,
varrer a casa, lavar a roupa, lavar os pratos e já nem digo, os que
têm gatos, cães
pássaros e uma catrefada de filhos...

No total, a mim dá-me umas 29 horas diárias
se nunca parares.
A única possibilidade que me ocorre
é fazer várias destas coisas ao mesmo tempo:
por exemplo, tomas duche com água fria e
com a boca aberta, e assim bebes logo
os dois litros de água de uma vez.
Enquanto sais do banho com
a escova de dentes na boca, vais fazendo o amor,
o sexo tântrico, parado, junto ao /à teu /tua mais que tudo,
que de passagem vê TV e te vai contando o que se passa,
enquanto varres a casa.
Sobrou-te uma mão livre? Telefona aos teus amigos
e aos teus pais!
Bebe o vinho (depois de telefonares aos teus pais
vai fazer-te falta!).
O iogurte com a maçã
pode dar-te o teu par
enquanto ele come a banana com a Activia. No dia seguinte troquem.
E menos mal que já crescemos,
porque senão tínhamos que engolir mais
umas cerelacs e um Danoninho Extra Cálcio todos os santos dias.
Úuuuf!
Mas se te restam 2 minutos, reenvia isto aos teus amigos (que temos
que regar como as plantas)
enquanto comes uma colherzinha de
Muesli ou Al-Bran, que faz muito bem...
E agora vou deixar-te
porque entre o iogurte, o meio melão
o primeiro litro de água e a terceira refeição do dia
já não faço a mínima ideia o que é que estou a fazer
porque preciso urgentemente de uma casa de banho.
Ah, vou aproveitar e levo comigo a escova de dentes...

(1) - De um amigo meu recebi um email com este título como assunto e quando o abri vi este poema-texto, que não resisti a publicar aqui. Independentemente de se gostar ou não do recorte literário que comporta, a oportunidade e a justeza da crítica à nossa forma de vida actual, é verdadeiramente notável. Não sei quem é o autor. Mas aplaudo-o.

quinta-feira, novembro 08, 2007

A VITÓRIA DO CIMENTO ARMADO
O PSD nacional propõe um pacto de regime ao PS por 10 anos, na área dos investimentos públicos, no qual seria incluído o novo Aeroporto e o TGV (comboio de alta velocidade).
Não é difícil perceber as implicações de tal aliança. O que for construção civil de milhões ou de milhares de milhões, passará com o branqueamento dos dois principais partidos portugueses. E as “luvas” oferecidas a um e outro terão como resposta não uma fiscalização efectiva, mas sim um encolher de ombros ou um fechar de olhos, porque se uma vez será para um, logo a seguir beneficiará o outro.
E quem se opuser a esta Santa e Trágica Aliança? Será cilindrado! O resto que sobrava de algum pudor está a esboroar-se e a cair.
Assim é que não me espantará se em Peniche no dia de amanhã, PSD e PS acertarem agulhas e decidam concorrer em listas conjuntas para a Autarquia. O PCP é um “corpo estranho” que se introduziu na alternância democrática entre a R. Alexandre Herculano e a Av. do Porto de Pesca.
Vejo como única dificuldade o PSD engolir o Jorge Gonçalves. Mas não é nada que meia dúzia de Kompensans não resolvam. E é perfeitamente possível estudar um conjunto de ofertas que tornem aliciante aceitar a aliança.
Eu sugeriria o 2º e o 4º lugar da lista para a Câmara a atribuir ao PSD, sendo que este partido teria a presidência da Assembleia Municipal. O PPD/PSD não pode estar com muitas exigências porque está em queda desde a saída do João Augusto.
E que diabo!!! O prazer de correr com o PCP logo a seguir ao 1º mandato, vale bem o frete. Diferenças ideológicas não existem. A generalidade dos militantes de um e outro partido sabem lá o que isso é. O prazer de voltar ao Poder ainda que seja um poder pequenino, vale bem a pena. E devem ter ficado alguns compromissos por cumprir para quem não estava à espera de ser derrotado.
Temos é que arranjar uma designação para a Lista Candidata. Sugiro: “Democratas por Peniche”. Dá a entender que os candidatos do PS e do PSD são democratas, logo os outros não são. Por Peniche, porque quem não estiver aqui incluído é contra Peniche.
Estou danadinho para que seja este o caminho que vão assumir. É preciso ter consciência de que outro qualquer não levará à queda do PCP.
A mim não têm de me pagar nada pela sugestão. É de graça.
ÚLTIMA HORA
TORNADO VARRE A RUA DE Nª SRª DA CONCEIÇÃO
Junto à Igreja do mesmo nome. Junto ao cruzamento com a 1º de Dezembro. Os sinais de trânsito tombaram como figos maduros. Há pelo menos dois dias que assim vão estando. Ganhando “caminha” no local.Estas coisas acontecerem não é culpa de ninguém, a não ser dos autores de tais actos de vandalismo. O que já não pode acontecer é as coisas acontecerem e dar o aspecto de que ninguém liga importância ao facto.
Sugiro que os empregados de limpeza da Câmara Municipal recebam instruções no sentido de informarem os serviços competentes, sempre que encontrarem situações deste tipo que careçam de intervenção. Sugiro mais. Que se não o fizerem sejam sancionados.
Recordo bem as “cunhas” que se fazem sentir sempre que existe a possibilidade de vir trabalhar para a Câmara. Mesmo que seja para os serviços de limpeza. Então depois de lá estar? Já ninguém quer saber de nada? Ou são incumpridores ou são mal instruídos. Uma coisa e outra tem solução.

terça-feira, novembro 06, 2007

A MINHA IDA AO MÉDICO
Ultimamente as minhas deslocações a Lisboa só têm a ver com as revisões que habitualmente faço às diversas “maleitas” que me têm assaltado. Hoje foi mais uma vez assim.
Por razões que não vêm ao caso apanhei o metro até aos Restauradores e depois subi a R. de S. José até ao Elevador da Lavra (do Lorvão). Eu e a Anita pagámos 1,30€ cada um e lá subimos até ao cimo.
A seguir fomos passear ao Jardim do Torel. Deslumbrámo-nos com as vistas magníficas de Lisboa que vimos no Miradouro do Jardim. Almoçamos ali mesmo num Restaurante Galego com esplanada estendendo-se indolente e prazenteira. E fiquei a pensar em tantos dos destinos que custam uma fortuna, tendo nós a Cidade de Lisboa toda por descobrir. Ouvi música. Senti a poesia de Cesário Verde naquelas árvores que se erguem nas colinas ensolaradas de Lisboa. Senti os trinados de uma guitarra e a voz de Amália. Acreditam que quando cheguei ao médico me sentia tão bem que até ele se admirou?

segunda-feira, novembro 05, 2007

BPI FUSÃO COM O BCP? – NEM EM SONHOSNa noite de Halloween alguém que foi embruxado de forma bem-sucedida, ficou com a carteira limpa de dinheiro. Por entre os vapores do álcool conseguiu descobrir uma caixa multibanco no Largo Bispo de Mariana, encostou-se a ela e entre teclas e álcool etílico, acabou por vomitar de forma derradeira tudo quanto o estômago retinha.
A Caixa de Multibanco do BPI ficou feita num mar de vomitado.6ª Feira de manhã era um nojo aproximar-nos daquele espaço. Sábado e Domingo mantiveram-se os resíduos tóxicos e 2ª Feira às 14:00 ainda não tinha havido tempo para limpar aquela nojeira. Ressequido o vomitado era impossível suportar tanta "trampa".
Eu que sou um dos principais accionistas do BCP/Millennium, recuso terminantemente dar o meu aval à fusão com o BPI. Então se eles não têm tempo para limpar de vomitado uma caixa multibanco, como é que se vão preocupar em limpar as coisas menos agradáveis que se têm dito e feito no Millennium?Não. Com aqueles não quero nada. Venha outro Banco nem que seja espanhol. Esses sim têm valorizado o que têm e conseguem sacar o que de melhor nós temos cá dentro. Nem que para isso contratem alguém que nos queira limpar as caixas multibanco.

domingo, novembro 04, 2007

O PÃO QUE O DIABO AMASSOU
Há cerca de 33 anos que o PCP ataca todos os Presidentes da Câmara eleitos em Peniche. Excepto quando lhe deram um Vereador a tempo inteiro ou a meio tempo no executivo camarário. Aí as suas atitudes foram mais soft e chegaram mesmo a tornar-se colagens descaradas (como foi no caso da aprovação do PDM) ao partido do poder.
Agora que lhe toca o exercício do poder, vai recebendo em dobro o veneno que durante tanto tempo destilou.
O “Correio Popular” traz a lume uma história de favorecimento num contrato de assessoria de tal modo grosseiro que teve de ser anulado. Isto revela uma grande dose ou de estupidez ou de ingenuidade.
Então o PCP local não percebeu ainda que qualquer ardil que utilize para atingir fins ínvios, quer o PS quer o PSD já os utilizou? Se querem fazer maroteira, façam-no de forma criativa. E que diabo, com tantos assessores ou similares a girarem à sua volta, sendo que alguns deles se consideram inteligentíssimos, podiam ter feito bem melhor.

sábado, novembro 03, 2007

QUENTES E BOAS...QUENTINHAS...
A minha homenagem ao homem das castanhas que doente, aguarda por dias melhores. Agora que o frio começa a surgir, o S. Martinho está perto e a Feira da Atouguia é já 3ª feira. A foto é do H. Blayer. Continuarei aqui sempre que puder a prestar-lhe a homenagem que lhe é devida como fotógrafo excepcional que é.

sexta-feira, novembro 02, 2007

A IMPRENSA NACIONAL E PENICHE
1. Da LUSA
Peniche/cocaína: Cabo da GNR condenado a oito anos e seis meses de prisão e soldado a sete anos
2. Do Açoreano Oriental
Peniche: Interdição das áreas de pesca na Berlenga desagrada pescadores Os profissionais da pesca que operam na Reserva Natural das Berlengas alegam que estão a ser mais prejudicados do que os da pesca desportiva, face às limitações ao exercício de actividade que o plano de ordenamento vem trazer.
Um abaixo-assinado reunindo 80 assinaturas foi entregue durante a fase de discussão pública do documento, que terminou a 17 de Outubro, dando conta do descontentamento dos pescadores que "não aceitam ter uma interdição nas áreas de pesca superior à da pesca marítimo-turística", revelou à agência Lusa o presidente da comissão mista responsável pela elaboração do plano e supervisor da Reserva, António Teixeira.
Esta é uma das críticas que sai da fase de discussão do próprio plano e que deverá ser tida em conta antes da sua entrada em vigor em 2008: os profissionais da pesca alegam que há pescadores desportivos que exploram excessivamente os recursos naturais da ilha e que acabam também por ter lucros provenientes da comercialização do pescado fora da lota.
As limitações à entrada de visitantes na ilha, quer face à lotação permitida por lei (350 visitantes por dia), quer pela restrição de acesso a zonas com estatuto de protecção elevado, geram também divisões: de um lado os ambientalistas, que defendem um controlo apertado do número de visitantes para salvaguardar o património natural; do outro os que procuram tirar partido das suas potencialidades naturais e turísticas.
Se por um lado a portaria que fixa a carga humana se mostra desactualizada, por outro lado a falta de consenso irá adiar a questão para daqui a dois anos, numa fase posterior à entrada em vigor do plano, com a revisão da portaria.
Nessa altura estarão concluídos os investimentos de vários parceiros tecnológicos, entre as quais a agência espacial norte-americana NASA, que estão empenhados em dotar a ilha de infra-estruturas de geração de energia, produção de água potável e tratamento das águas residuais, capazes de criar o equilíbrio entre a preservação do património natural e a ocupação humana. Uma vintena de painéis solares e vários sistemas de armazenamento de energia estão já em fase de instalação na ilha.
Entre a vintena de reclamações e sugestões, é exigido um estatuto especial de autonomia financeira para aquele que é o espaço do território marítimo nacional com maior número de visitantes.
A ideia passa por "adequar a utilização da ilha à capacidade de gerar receita", dotando-a de condições que lhe permitam continuar a receber visitantes, salvaguardando o património natural, e obrigando quem tira proveitos da ilha possa contribuir para haver uma gestão mais cuidada do espaço.
É o caso de quem possui actividades de restauração ou alojamento, dos proprietários das duas dezenas de habitações do bairro dos pescadores ou das empresas marítimo-turísticas que asseguram a travessia desde Peniche, que no futuro poderão vir a pagar um imposto adicional tendo em conta a especificidade da ilha enquanto área protegida.
O plano de ordenamento, que prevê um investimento de nove milhões de euros até 2013, vem estabelecer um conjunto de normas, como as limitações impostas ao exercício da pesca ou à deslocação de visitantes dentro da ilha, que em caso de infracção vão dar direito à aplicação de coimas.

quinta-feira, novembro 01, 2007

DIA DE TODOS OS SANTOS/DIA DE FINADOS
1 de Novembro parece ser o dia em que tudo e todos cabem. Começa por ser o dia em que celebrando todos os santos e mártires, não se comete o deslize de falhar algum. Em alguns lugares até se constroem capelas, igrejas ou catedrais dedicadas aos santinhos todos, ou aos mártires, desculpabilizando assim qualquer falta ou omissão.Depois é o dia do grande Terramoto de Lisboa de 1755. A capital do Reino tinha-se transformado num antro de vício e pecado com o Marquês de Pombal à cabeça. Foi enviada aquela hecatombe purificadora que varreu Lisboa, como antes já Sodoma e Gomorra tinham sido devastadas pela ira do que tudo vê e nada esquece.
Por último é o Dia do Pão-Por-Deus. As crianças descem às ruas e com sacos cada vez maiores vão pedindo de casa em casa, guloseimas, broas e bolos. Já nenhuma aceita pão, figos ou fruta. E se aceitar é para passados uns metros os deitarem fora com um gesto de asco. O Pão-Por-Deus tornou-se um requinte em que só se aceitam as preferências de cada um e não as necessidades que lhe deram origem. E os moradores sentem-se defraudados porque perdem uma das raras hipóteses que ainda lhes restavam de fazer caridade e assim poder entrar no reino dos céus.
Com um calendário litúrgico e de memória tão rico, era inevitável este dia tornar-se Feriado Nacional. O que lhe deu uma importância invulgar para os funcionários públicos e demais dependentes. Aproveita-se então o dia para visitar cemitérios que é o dia que se segue sem direito a Feriado. O comércio das Flores e afins agradece. Mais uma razão para manter este Feriado singular.
1 de Novembro é dia de celebração de TUDO-O-QUE-NÃO-É. Ou que já foi. Ou que há-de ser. É verdadeiramente o dia em que faz sentido a alma lusa nesta osmose perfeita com o D. Sebastião em que nos tornámos. Tornou-se por mérito próprio o DIA DE PORTUGAL.