sábado, junho 30, 2012

O NOVO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE
TRRIIIMM. TRRIIIMM... TRRIIIMM...

Responde o atendedor de chamadas:

"Obrigado por ter ligado para o (Hospital) Júlio de Matos, a companhia mais adequada aos seus momentos de maior loucura."

* Se é obsessivo-compulsivo, marque repetidamente o 1;

* Se é codependente, peça a alguém que marque o 2 por si;

* Se tem múltipla personalidade, marque o 3, 4, 5 e 6;

* Se é paranóico, nós sabemos quem é você, o que você faz e o que quer. Aguarde em linha enquanto localizamos a sua chamada;

* Se sofre de alucinações, marque o 7 nesse telefone colorido gigante que você, e só você, vê à sua direita;

* Se é esquizofrénico, oiça com atenção, e uma voz interior indicará o número a marcar;

* Se é depressivo, não interessa que número marque. Nada o vai tirar dessa sua lamentável situação;

* Se você votou PASSOS, não há solução, desligue e espere até 2014, Aqui atendemos LOUCOS e não INGÉNUOS!
Obrigado!

sexta-feira, junho 29, 2012

COMUNICADO DE IMPRENSA

No dia 30 de Julho de 2012, o Movimento Sem Emprego chama a primeira manifestação de desempregados em Portugal.

Já não era sem tempo. Estamos pelos cabelos. Fartos de sermos tomados por preguiçosos que só não são ricos e perfumados como os nossos governantes porque lhes falta espírito empreendedor. Que se ao menos nos levantássemos do sofá e fossemos vender pastéis de nata, o futuro de Portugal estava assegurado.

Isto são mentiras. Mentiras comprovadas pelo valor real de 1 milhão e 300.000 desempregados, com 800 novos a surgir todos os dias. Mentiras comprovadas por centros de emprego que todos os dias se enchem – não para oferecer empregos, mas para tratar os desempregados como criminosos que precisam de ser controlados.

Mentiras de bancos que engoliram e continuam a engolir milhares de milhões dos nossos impostos mas que depois não se dignam a dar crédito às empresas nem pensam duas vezes antes de meter famílias no olho da rua porque não há trabalho com que pagar o empréstimo imobiliário. Mentiras de governantes que endividaram os trabalhadores, os seus filhos e os seus netos para construírem estradas que ninguém usa para poderem passear por Paris e Bruxelas, de bolsos cheios.

Com números destes, o que quer que saia da boca de Passos Coelho, Vítor Gaspar ou do Ministro do Coiso sobre o desemprego, não tem outro nome senão histórias da carochinha. Este desemprego não é um acidente nem é culpa dos portugueses. É uma política. É a política de quem serve os bancos, de quem beija a mão das grandes fortunas, de quem faz vénias aos desmandos das Merkels deste mundo.

Porque ama esta gente o desemprego?

Porque o desemprego é a ferramenta que o sistema neoliberal usa para destruir o emprego com direitos e salários dignos. São a ameaça que pesa sobre a cabeça daqueles que ainda têm um emprego, para os obrigar a aceitar mais um corte, mais uma hora de trabalho, mais uma indignidade, mais um abuso de poder.

E nisto tudo os portugueses aprenderam a sofrer em silêncio. Sofreram a injustiça, sofreram as mentiras, sofreram o medo do amanhã sem saber como dar de comer aos filhos e a quem amam. Sofreram uma vida de pesadas responsabilidades e magros direitos – e agora até esses poucos nos querem arrancar – “Apesar de tudo o que trabalhas e sofres por este país, se adoeceres não trataremos de ti. Se envelheceres, morrerás à fome. Se tiveres filhos, não os poderás visitar quando tiveres saudades porque eles terão partido para uma terra distante”.

E neste sofrimento, os portugueses ganharam uma força que desconhecem. Enquanto governantes e gananciosos se engordaram à nossa conta, nós aprendemos a fazer o impossível com uma mão cheia de coisa nenhuma. E este sofrimento que carregamos ao peito, está na hora de sair como um grito que diz BASTA! Um grito que diz que somos muitos, que não temos medo porque já não temos nada a perder, que somos um milhão e 300.000 com o apoio de muitos mais. Um grito de promessa aos governos do desemprego: vão arrepender-se do dia em que fizeram do emprego, exploração.

Campanha de financiamento do MSE
Porque somos independentes de qualquer estrutura sindical ou partidária e vivemos sobretudo do dinheiro que conseguimos reunir nos plenários, escolhemos o auto-financiamento como forma de angariação de fundos, que usaremos para as actividades do MSE, nomeadamente na produção de panfletos que ajudem à divulgação dos plenários e acções de luta que se venham a desenvolver.
Por isso mesmo abrimos uma conta, da qual prestaremos contas a cada três meses, para a mailing list do MSE. Lá constará todas as entradas, oriundas dos plenários e de eventuais doações, bem como o destino das verbas recolhidas.
Assim, convidamos todas as pessoas, na proporção das suas possibilidades, a ajudar a financiar o MSE.
NIB: 0035 0817 0000 3990 5004 2
Cada euro será aplicado na luta contra o desemprego!

Assina o nosso Manifesto em
http://www.movimentosememprego.info/content/manifesto-do-movimento-sem-emprego

Unidos pelo Direito ao Trabalho e à Dignidade!

Site: http://www.movimentosememprego.info/

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quinta-feira, junho 28, 2012

MAIS NOTÍCIAS DA LUSA
SAÚDE/OESTE: CALDAS DA RAINHA, TORRES VEDRAS E PENICHE PREPARAM MARCHA EM DEFESA DOS HOSPITAIS

«Caldas da Rainha, Portugal 27/06/2012 11:40 (LUSA)
Temas: Saúde, Hospitais, Iniciativa popular
Caldas da Rainha, 27 jun (Lusa) – As populações de Torres Vedras, Peniche e Caldas da Rainha vão unir-se, no dia 07 de julho, numa marcha simultânea nas três cidades em defesa dos respetivos hospitais, numa iniciativa da Plataforma Oestina das Comissões de Utentes da Saúde.
“Queremos mobilizar o maior número de pessoas, porque existe uma preocupação comum a todo o Oeste de que a reorganização e da fusão [dos hospitais] não resulte em diminuição do acesso aos cuidados de saúde”, disse à agência Lusa António Curado, da comissão de utentes das Caldas da Rainha e da Plataforma Oestina das Comissões de Utentes de Saúde.
A iniciativa, agendada para as 21:00 de 07 de julho, sábado, vai decorrer em simultâneo nas três cidades cujos hospitais a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) pretende fundir num centro hospitalar único para todo o Oeste.
A fusão tem sido contestada pelas populações e movimentos cívicos, que se opõem ao encerramento de valências nos respetivos hospitais.
Num folheto que está a ser distribuído aos habitantes, a Plataforma considera que “a situação que se vive na região Oeste é alarmante” e que é necessário “parar imediatamente com o esvaziamento de condições de funcionamento a que têm sido sujeitas as diferentes unidades hospitalares”.
As preocupações da Plataforma aumentaram depois de a ARSLVT ter revelado, no dia 12 de junho, que remeteu ao Ministério da Saúde a proposta definitiva da reforma hospitalar da região Oeste, datada de maio deste ano, “sem que tenham sido ouvidas as comissões ou as autarquias”, disse António Curado.
O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, assegurou, em março, que nenhuma decisão seria tomada sem ouvir os municípios.
“Não queremos particularizar as questões de um ou outro concelho, porque se trata de um problema transversal, e pretendemos ser ouvidos na procura de uma solução global”, explicou António Curado.
Segundo a ARSLVT, a proposta aponta para a concentração do serviço de cirurgia no hospital de Torres Vedras, devendo Torres Vedras e Caldas da Rainha assegurar a cirurgia de ambulatório.
A pediatria deverá manter-se em Torres Vedras e Caldas da Rainha, enquanto a maternidade e a urgência médico-cirúrgica funcionará nesta última cidade. A decisão de encerrar a urgência básica de Peniche é remetida para a futura administração hospitalar.»
DYA/(FYC).

quarta-feira, junho 27, 2012

NOTÍCIAS LUSA
PENICHE: ENGENHEIROS CONCLUEM TECNOLOGIA ÚNICA NO MUNDO PARA PRODUZIR ENERGIA A PARTIR DAS ONDAS

«Lisboa, Portugal 26/06/2012 16:43 (LUSA)
Temas: Economia, Negócios e Finanças, energias alternativas, Ciência e tecnologia, Engenharia
Peniche, 26 jun (Lusa)- A montagem do primeiro protótipo mundial de produção de energia das ondas está hoje a ser concluída nos Estaleiros Navais de Peniche, com a colocação de pás gigantes para começar a fabricar eletricidade ao largo da praia da Almagreira.
Jorma Savolainen, responsável técnico da empresa finlandesa (AW Energy) que concebeu a tecnologia, afirmou à agência Lusa que na primeira semana de julho a plataforma metálica de 40 metros, composta por três pás verticais gigantes, vai ser fundeada a 20 metros de profundidade e a 500 milhas da praia da Almagreira, ao largo de Peniche.
Trata-se de um protótipo de produção de eletricidade a partir do movimento das ondas, único no mundo, com pás que oscilam debaixo de água com o movimento das ondas e que conseguem produzir por hora até 100 killowatts (kw) cada uma, o que vai permitir abastecer entre 40 a 60 habitações.
O responsável adiantou que, dentro de três anos, a empresa estima partir para a fase pré-comercial do projeto, com a instalação de mais 500 kw, o equivalente a mais cinco pás.
Entre hoje e quarta-feira, os engenheiros portugueses e finlandeses deverão concluir a montagem das três pás na plataforma metálica que, durante quinze dias, vai ser fundeada no mar junto aos estaleiros navais e ser sujeita a ensaios.
Bryan Curto, engenheiro dos Estaleiros Navais de Peniche, explicou à agência Lusa que, desde março de 2011, começou a construir a estrutura, os tanques de água que, quando estão cheios, permitem submergi-la, e as pás metálicas. A última fase dos trabalhos, que está a decorrer, consiste na montagem da tecnologia concebida pelos finlandeses, que permite fazer movimentar as gigantes pás metálicas.
Desde 2009 que os parceiros tecnológicos têm vindo a trabalhar no projeto-piloto, para o qual estão envolvidos cinco milhões de euros, três dos quais financiados pela Comissão Europeia, após a aprovação de uma candidatura ao sétimo Programa Quadro de Investigação e Desenvolvimento.
A tecnologia ‘Wave Roller’ vai produzir resultados que, caso sejam favoráveis, vão permitir avançar para uma fase comercial de produção de energia e foi testada pela primeira vez a nível mundial na praia da Almagreira em 2007.
O objetivo dos promotores passa por criar na praia da Almagreira um grande parque mundial de energia das ondas e entrar numa fase de exploração comercial do projeto com uma potência instalada entre os 50 e os 100 megawatts (MW), para os quais necessitam de investidores.
A avançar para a fase comercial, o investimento ascenderá a 100 milhões de euros e colocará Portugal na linha da frente no segmento da produção mundial de energia a partir do movimento das ondas, estimam os promotores.»
FYC

terça-feira, junho 26, 2012

O QUE SOMOS É CONSEQUÊNCIA DO QUE FOMOS
Uns amigos luso-americanos enviaram-me um conjunto de fotos de figuras públicas, que para a generalidade dos mais novos já dirá muito pouco ou mesmo absolutamente nada. Numa de revivalismo trago-vos essas fotos. A todos e a cada um de nós para quem estas fotos representam alguma coisa, os meus votos de que as recordações que vos trazem sejam um reavivar de boas memórias.
Propositadamente não identifico as personagens em qualquer foto. Elas dirão ou não o que quer que seja a alguém. As que nada disserem é porque são irrelevantes.
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segunda-feira, junho 25, 2012

2 PESOS 2 MEDIDAS

Uma noticia quase em rodapé na 1ª página de ontem do DN, informava os leitores de que um bebé de 2 aninhos, teria falecido num acidente numa piscina privada em casa de família. O meu primeiro pensamento vai para aquela vida que se perdeu. Depois para a família em geral que estará sofrendo de forma inimaginável e muito particularmente os seus pais. Posto isto vamos ao que me trouxe a esta notícia:
Fui ver o “Correio da Manhã”, o jornal das desgraças, misérias, mexericos e podres da vida alheia, e não vi na 1ª página nenhuma notícia sobre esse assunto. Foi então que comecei a pensar sobre qual seria a 1ª página desse pasquim se este menino tivesse ido a uma piscina no âmbito de uma actividade de período de lazer, promovido por um Jardim de Infância ou de uma creche e como consequência disso um acidente mortal tivesse ocorrido, por mais Educadores de Infância e de Auxiliares que tivessem sido mobilizados para dar apoio a essas crianças.
Ninguém põe em causa o amor daquela família pela infeliz criança, tal como ninguém deveria colocar em causa o empenho e profissionalismo dos trabalhadores do ensino que por vezes são envolvidos em acidentes com crianças. Mas são os primeiros a serem julgados e condenados pelos ‘opinion makers’ e por quem os ouve e lê ou vê. E todos os pais sabem que basta olhar para o lado por qualquer razão, para um menino ou uma menina de 2 anitos nos “passar a perna” e acontecer um qualquer problema.
O que trago à reflexão é que merece a pena analisar as coisas e verificando-se que houve negligência de quem tem crianças a seu cuidado, seja penalizado. Mas só nessa altura e como resultado de uma análise justa dos factos.

sábado, junho 23, 2012

BRINCAR COM COMIDA
Em 1977/78 quando fiz estágio para professor em Coimbra, fui ver a abertura de uma exposição de trabalhos de alunos numa Escola ali da periferia. Era o tempo em que se fazia um desenho a lápis numa folha de papel, em seguida aplicava-se cola na zona do desenho e despejava-se em cima arroz, feijão, grão, ou massinhas. Depois da cola secar, sacudia-se a folha e lá surgia a figura desenhada, agora com o releva do material alimentar aplicado.
Nós os estagiários fomos ver a exposição com o nosso orientador, que se entreteve a retirar os grãos de um trabalho e a mastigá-los. No fim reuni-nos e organizou um debate conosco sobre a sua atitude. Conseguimos chegar nesse debate às crianças da Etiópia que morriam à fome.
As fotos a seguir fizeram-me recordar esse incidente. Mas isso era no tempo em que para se ser profissional do Ensino era necessário pensar.
 

sexta-feira, junho 22, 2012

COISAS DE HOJE E DE ONTEM
Coisas de hoje é a notícia da Lusa que envolve Peniche, sardinhas e contestação:
«Pesca: Lisboa e Peniche com cordões humanos no fim de semana contra excessos
Lisboa, Portugal 21/06/2012 12:34 (LUSA)
Temas: pescas, Ambiente, Políticas ambientais, Recursos naturais


Lisboa, 21 jun (Lusa) – O Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, vai servir de cenário no sábado a um cordão humano em forma de peixe para protestar contra os excessos na pesca, numa iniciativa internacional à qual se juntam cinco organizações portuguesas.
No domingo, um cordão humano e uma sardinhada com o mesmo objetivo estão agendados para o recinto junto aos Bombeiros Voluntários de Peniche.
A organização geral é da OCEAN2012, que junta 160 organizações para “transformar a política europeia de pescas” e lançar o alerta de que “a sobrepesca está a esvaziar os mares de peixe”, lê-se num comunicado divulgado hoje pela organização.
“Acabar com a sobrepesca ou a pesca acabará”, resume a associação de organizações, que realiza no verão as Semanas Europeias do Peixe para apelar ao fim da pesca excessiva, das “práticas de pesca destrutivas e assegurar uma exploração justa e equitativa de stocks saudáveis”.
As cinco organizações portuguesas envolvidas são a Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação de Elasmobrânquios, o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), a Liga para a Protecção da Natureza, o Observatório do Mar dos Açores e a Sciaena - Associação de Ciências Marinhas e Cooperação.
Na página oficial da OCEAN2012, faz-se o convite às pessoas para organizarem o seu próprio evento ou participar nas atividades via internet, nas redes sociais.
PL.»

Aqui há mais de uns 50 anos atrás, andavam o Paulo Portas, o Passos Coelho e a Conceição Crista a fermentarem nos ovários das respectivas mãezinhas, Governava então este país um sacristão chamado Salazar que acolitava um tal de Cerejeira, a pesca abundante e variada dava a Portugal em geral e a Peniche em particular um ar de prosperidade no que a esta indústria diz respeito que nunca mais conheceu tempos desses.
Nos idos de 50 e 60 do século passado, os mais sabedores instituíram um período que de designava de defeso em que existia proibição total de pescar certas espécies. Como era um período de tempo alargado, já não me recordo se 3 ou 3 meses, e sem Segurança Social que lhes valesse, as famílias dos pescadores que viviam exclusivamente dessa arte, empenhavam os bens que adquiriam no “tempo das vacas gordas”, ou entregavam-se a tarefas de sobrevivência. Era um período em que não havia direito à Saúde e portanto morria-se mais, a instrução era para os filhos dos que mais tinham, porque os outros estavam condenados ao insucesso.
Ao que parece, em 60 anos as coisas não mudaram assim tanto.

quinta-feira, junho 21, 2012

OH TEMPO VOLTA PARA TRÁS

Já vi este filme. Antigamente era cinemateca portuguesa que passava em réprises. Agora com os “cacos” velhos e conservadores que tomaram conta do país, as coisas estão a retomar tempos em que a economia de sacristia fazia sentido. Não estou a falar do SNS, nem do encerramento de tribunais. Nem do fim dos subsídios aos trabalhadores do estado e pensionistas. Não estou a falar dos novos códigos de trabalho. Não falo de uma economia gerador de núros de desempregados só comparáveis ao que existia na idade média. Falo daquilo que permite aos ricos e poderosos dominarem o mercado de trabalho e gerarem novas multidões de escravos. Estou a falar de Educação. E curioso é quem tão exigente aparece agora com este sector, sejam aqueles que tiraram licenciaturas da treta em Universidades de pacotilha.
Mas como assim é, não quero deixar de dar o meu contributo trazendo aqui à coacção algumas páginas ilustrativas da tabuada escolar, publicada pela “Papelaria Fernandes, SA” que agora está em fim de vida, mas que com esta reedição, (quem sabe?) poderá regressar aos seus tempos de esplendor. Alguns exemplos vão-se seguir, se quiserem posso emprestar este livrinho para uma venda maciça nos nossos estabelecimentos de ensino. Sai mais barato que ensinar Rendas de Bilros.
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 E agora a cereja no topo do bolo. Os dez mandamentos do bom aluno que quanto a mim deverão ser incluídos por decreto do "Prior do Crato" e do "Abade Cavaco" no Regulamento Interno das Escolas. E já agora mudem o nome do Ministério. De Educação regressem ao nome da Instrução. Vejam o primor do último verso e digam lá que não tenho razão.

quarta-feira, junho 20, 2012

AGÊNCIA FUNERÁRIA DE
BENJAMIM COSTA

Num dos últimos números de “A Voz do Mar”, o Fernando Engenheiro retracta o que foi ao longo dos tempos o “negócio da morte” em Peniche com estabelecimentos comerciais devidamente registados na CMP. O que pertenceu aos meus avós (tanto quanto se sabe o primeiro a existir devidamente licenciado para o efeito) ficou mais conhecido pela agência Funerária da Guilhermina “Baterremos” que o Fernando não referiu desta forma talvez por temer que a utilização da alcunha por que era conhecida, pudesse ferir susceptibilidades.
Não pretendo colocar em causa o que foi escrito, até por corresponder à verdade dos factos tanto quanto a conhecemos. Só volto a este assunto para reforçar o que o Fernando escreveu com algumas apresentações gráficas de documentos do acervo que o meu pai conservou e que eu vou mantendo religiosamente. Um exemplar de uma autorização camarária já dos últimos anos de funcionamento da Agência e catálogos de fabricantes de urnas dessa época, bem como um outro exemplar mais curioso. Serve de ilustração e de complementaridade ao que foi publicado.
 Preçário de Adelino Macedo

segunda-feira, junho 18, 2012

AS REDES SOCIAIS

Confesso o meu ódio antigo e permanente pelas redes sociais. Aderi a uma durante pouco mais de um mês, e quando me apercebi dos pedidos de amizade que me surgiam vindos de pessoas que se cruzavam comigo diariamente e que cara a cara nem à “merda” me mandavam fiquei estupefacto. Até gente que sempre me ignorou entrava por minha casa adentro tentando intrometer-se na minha vida pessoal como se, uma rede pública de mensagens pudesse corresponder e balizar as relações pessoais.
É claro que de imediato dei baixa da minha adesão e mantive a minha casa imune à presença de ETs. Depois fui lendo e vendo a que ponto chegava a exposição da vida pública das pessoas através das redes sociais. Estas “coisas” ocuparam o lugar do “Pátio das Cantigas” ou da “Ribeira Nova” ou mesmo dos cafés, pastelarias, barbeiros e afins, onde se cuida das vidas das pessoas. Com a grande diferença de que em vez de públicos restrictos, passam a ter uma vasta visibilidade.
Confunde-me depois que as redes sociais tenham passado a ser utilizadas como meio de comunicação. É o caso do Presidente da República Portuguesa que faz das redes sociais o seu veículo de comunicação, como se a generalidade do Povo Português tivesse computador, pagasse taxa de Internet ou gostasse de saber do que se passa por veículo de informação. Eu, sempre que me remetem para uma rede social para ver, ou tomar conhecimento, ou participar no que quer que seja recuso liminarmente esse acesso.
Poderia que ainda se me tornaram mais odientas as redes sociais por razões pessoais. É verdade. Mas não abdico de pensar que quem se expõe perante a opinião pública, arrisca o mercado de emprego, a sua identidade pessoal, o seu bem estar físico e intelectual. E não me venham com a velha história de que só adere quem quer. As crianças e jovens são facilmente aliciáveis, tal como os oportunistas e os criminosos.

sábado, junho 16, 2012

TERROR
Uma história arrepiante de amor e drama (Se algum amigo ou amiga não perceber, há as traduções no Porto Editora ou no Língua beícular do Porto - um clássico).

O TONHO tinha acabado de comprar o seu Fiat 600 e, entusiasmado com o 'bicho', desafia a Cláudia Vanessa - sua namorada – para ar uma volta.

- Banessa, tú bais ber como isto ánda!...
- Ai, amuore!!!....Que locu! Se isso ánda assinhe eu juro que me puonho toda nua e te salto p’ra cima! Até te faço um Toninhoooooo !!1
- Ó filha num me digas isso, carago, qu’eu desmáncho-me tuodo!
E o TONHO mete a primeira, segunda, terceira... e já ia a mais de 120!...A Claúdia Vanessa, doida com aquilo, começa a despir-se...Tira a roupinha toda e salta para cima do TONHO.
- Banessa!! Banessa!!... Num bejo nada, carago... Assim num cunsigo bere nada...!

O TONHO bem tenta controlar o seu Fiat: faz uns piões... umas derrapagens.. e... espeta-se contra uma árvore. Ele fica preso no carro enquanto que a Cláudia Vanessa é projectada.

- Banessa??? Tás beimnhe, amuore?
- Tôue!...E túe, TONHO?
- Tôe beimnhe, mas t’ou preaso, carago!
- Olha, bai buscáre ajuda! Tem aquelas boambas ali, ó primeiro onde passámos, tens d’ire lá!
- Mas ó amuoare, tôue toda nua!! E agoara?
- Tens d’ire, carago!! E depreissa! Uolha, pega aí na sapatilha e põe à frente da mijôna...

E a Cláudia Vanessa lá vai, com a sapatilha a tapar a 'bergonhosa', correndo à procura de ajuda. Chega à bomba e dirige-se a um senhor que estava a abastecer o carro...

- Ó sinhôre!!! Tenhe que m’ajudáre.

Ele olha para ela... toda nua com uma sapatilha à frente a tapar a ‘perseguida’...E, ela, insiste:

- Tenhe que m’ajudáre!!! O meu namorado ficou preaso!!!

- Ó MENINA, NUM SEI SE CONSIGO, CARAGO !!! O RAPAZ ESTÁ TUODO P’RA DENTRO! SÓ SE BÊ A SAPATILHA DE FUÓRA!...

sexta-feira, junho 15, 2012

No passado dia 13 foi enviada para os presidente do PE, CE, BCE e FMI a Carta Aberta "Na Grécia, o povo é quem mais ordena" e que no dia anterior uma delegação foi recebida pelo embaixador da Grécia, tendo-lhe sido entregue um exemplar documento, o mesmo com a presidente da Assembleia da República.

Carta aberta aos Presidentes do Parlamento Europeu, da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional


http://www.nagreciaopovoequemaisordena.com/

Nas eleições de 6 de Maio o povo grego exprimiu democraticamente a sua vontade, manifestando a sua oposição às condições impostas pelo programa de assistência financeira. Essas condições lançaram os gregos no desespero e na miséria. Pela sua brutalidade, as medidas do programa estão a dilacerar a sociedade grega, provocando rupturas incompatíveis com uma recuperação social e económica que salvaguardem padrões de vida aceitáveis para a dignidade de todo o povo.


Goradas as negociações para a constituição de um governo, os gregos vão regressar às urnas no próximo dia 17 de Junho. Trata-se de uma decisão enquadrada nas regras democráticas daquele país. Porém, está a assistir-se da parte dos mais altos representantes das instâncias internacionais a declarações que em nada facilitam uma solução ajustada à situação que se vive naquele país. Pelo contrário, as tomadas de posição já conhecidas vão no sentido de influenciar e condicionar a liberdade de escolha e decisão dos gregos, ao colocar na agenda política, ao arrepio dos tratados europeus, a sua saída da zona euro com todas as consequências daí decorrentes.


Por outro lado, no mesmo sentido da consulta eleitoral na Grécia, os resultados das consultas eleitorais realizadas recentemente em França, na Alemanha, em Itália e no Reino Unido deram um sinal inequívoco de que também naqueles países as populações estão a rejeitar as medidas de austeridade que lhes querem impor em nome de um ajustamento orçamental cujos exemplos já conhecidos em nada estão a contribuir para melhorar as economias, nem sequer se revelam úteis para atingir o apregoado objectivo de resolver o problema das suas dívidas públicas.


Por estas razões, os signatários desta carta aberta entendem que nas actuais circunstâncias se deve expressar todo o apoio e solidariedade ao povo grego, exigindo o cancelamento das medidas de austeridade que lhe foram impostas. Entendem também que os governos europeus não devem poupar esforços junto da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu para serem encontradas soluções que aliviem a tensão vivida em toda a Europa. Exigem, finalmente, que sejam respeitados os resultados das eleições de 17 de Junho enquanto escolha democrática do povo grego.


Lisboa, 23 de Maio de 2012

quinta-feira, junho 14, 2012

PENSÃO ALIANÇA

Quantos dos que irão ler o que se segue se recordarão da Pensão Aliança? Ficava no Largo D. Pedro V, no local onde hoje no rés-do-chão funciona mais uma loja de chineses, mesmo em frente ao antigo e inicial quartel dos Bombeiros Voluntários.
Ao mexer nos papéis do meu pai fui encontrar um convite de casamento de um primo dele e meu padrinho, que em tempos idos foi presidente da Direcção do GDP.
Para que se possa ver o requinte com que se realizavam casamentos em Peniche na década de 40 do sec. XX, quando se tratava de famílias da classe média alta, aqui vai a Ementa do acontecimento.

quarta-feira, junho 13, 2012

(DES)RECORDAÇÕES

Ía para a Escola a pensar no pinhal. E nos Remédios e no Cabo Carvoeiro. Quem nos segurava aos rapazes e raparigas? Todos levavam já qualquer coisa para comer durante a tarde e os que não levavam nada, pensavam no almoço dos atouguieiros e dos ferreleijos que seriam roubados para servirem de festim. A bagunça era tanta, e os pedidos para ir para os passeios eram tantos, que os professores intercediam por nós e a velha Directora acabava a contragosto de ceder e decretava feriado para festejarmos a 5ª feira de Ascensão. A pouco e pouco foi diluindo-se essa comemoração e agora só os mais velhos vão às floristas comprar um raminho de espigas, papoilas e malmequeres que antigamente apanhávamos à medida que caminhávamos e que todos contentes levávamos para casa para oferecer às nossas mães e avós.

No início do mês de Junho as raparigas do meu tempo começavam a cortar bandeiras de muitas cores em papel de seda. Os pais traziam bocados de cabo das “cabanas” que iram servir para atravessar as ruas. Pais e mães, avôs e avós iam trazendo para os pátios bocadas de madeira das caixas velhas e restos da serração do Jaquim Vital ou dos estaleiros do Manel Malheiros. 3 ou 4 dias antes já nós sabíamos onde se iriam fazer as fogueiras de Stº António, S. João e S. Pedro. E depois destes (tanto quanto me lembro) ainda aparecia um tal santo S. Marçal de seu nome. Da parte da tarde dos festejos íamos apanhar alcachofras lá para os caminhos do Forte da Luz, ou nos caminhos velhos do Lapadusso. Os mais afortunados punham um rádio à janela para termos música e se algum por razões de destino tinha um gira discos era assim que o arraial colorido se desenvolvia. Nós, rapazes e raparigas corríamos as ruas de Peniche de Baixo e de Peniche de Cima para saltarmos de fogueira em fogueira, e os mais afortunados tinham nesse dia alguma liberdade para trocar uns beijos com as namoradas que nesses dias estavam de rédea solta. Também são agora as floristas que vão vendendo uns manjericos a preços proibitivos se pensarmos no valor do euro convertido em antigo dinheiro penicheiro.

Os santos populares são hoje festa em Lisboa, Porto e em mais algumas cidades que escolheram como seus patronos esses santinhos populares. Amanhã, ninguém se recordará que alguma vez prestamos vassalagem aos reis de Espanha ou que alguma vez existiu aqui uma monarquia. Também com a república das bananas que somos que importância tem isso?

O meu voto é para que Portugal ganhe à Dinamarca em dia de Sº António e de Fernando Pessoa. Eu já acendi uma velinha ao Santinho que herdei do património da minha avó.

VIVA PORTUGAL

segunda-feira, junho 11, 2012

DIVERSOS

1. O valor da divida
Aqui há mais de uma dezena de anos, em conversa com um autarca de quem sou amigo ainda hoje, pese embora o facto de nos colocarmos em lados opostos nas barricadas políticas, dizia-me numa conversa em que discutíamos o endividamento da CMP, que não o assustava legar dividas para o futuro se em contrapartida ficasse obra feita.
Passado pouco tempo um outro autarca meu afim politicamente na altura, dizia-me que o seu propósito não seria nunca eliminar no todo ou em parte as dividas que tinha recebido em herança. Deixaria exactamente as mesmas. É claro que não só não foram as mesmas, como em desespero de causa aumentaram para maiores montantes com o receio de perder as eleições o que de facto se veio a concretizar. O mesmo se passa com os actuais residentes. Vão ampliando os “calotes” para deixar obra que lhes garanta o poder mais algum tempo, visto que é inevitável acabarem por perder e o ciclo irá repetir-se até à exaustão dos cofres. Mesmo que o que fique sejam paredes a corroerem-se como as da futura Biblioteca, ou do edifício António Bento e tantos, tantos outros sejam eles de bairros sociais ou outros. Até que um dia o futuro se perca irremediavelmente porque não vai haver dinheiro nem para pedir uns acordes à Fanfarra dos Voluntários. Lá nos encontraremos todos e quando em Peniche se ouvir uma grande gargalhada, serei eu lá do túmulo, a rir e a dizer que bem avisados foram todos vós.

2. Festa de Nª Srª da Boa Viagem
Recebi um destes dias um pedido de informação do amigo Raul que me acompanha de Espanha querendo saber a data da Festa da Boa Viagem que ele sempre que pode acompanha. Como não me enviou o mail a única possibilidade de resposta que me resta é esta, embora vá contra os princípios orientadores do Blog. Mas como as regras são para serem quebradas pela excepção, aqui vai a informação: Este ano realizam-se de 4 a 7 de Agosto. São sempre no 1º sábado de Agosto e estendem-se até à 3ª feira seguinte.

3. Portugal no Euro
Aconteça o que acontecer à equipa das quinas, já cumprimos os objectivos a que nos candidatámos. Participar. Não seremos nunca melhores nem piores que os outros. Seremos nós mesmos, com as nossas capacidades, com os nossos sonhos e ilusões, com os nossos desaires e os nossos velhos (de séculos) hábitos de tudo ser um motivo para festa. O que francamente não suporto é ver alguns frustrados que não são capazes de fazer nada de meritório, colocarem-se em bicos de pés para denegrirem o trabalho e o esforço dos que deveriam merecer o respeito de todos: os Artistas. Os que assim procedem merecem o meu escárnio e o meu vómito.

sábado, junho 09, 2012

NOTICIAS
Peniche: Câmara contesta nova proposta de encerramento da urgência hospitalar e pede reunião ao ministro

Torres Vedras, Portugal 05/06/2012 20:43 (LUSA)
Temas: Saúde, Política, governo, Autoridades locais
Peniche, 05 jun (Lusa)- A Câmara de Peniche decidiu hoje pedir uma audiência ao ministro da Saúde, a quem vai expor vários argumentos contra o encerramento da urgência básica do hospital local, previsto na nova Carta Hospitalar, disse à Lusa fonte o presidente da edilidade.
O encerramento da urgência de Peniche consta de um estudo para a concretização de uma Carta Hospitalar, solicitada à Entidade Reguladora da Saúde pelo ministro da tutela, a qual está em consulta pública.
O presidente da câmara, António José Correia (CDU), afirmou à agência Lusa que a autarquia aprovou, por unanimidade, uma proposta, na qual pede uma audiência ao ministro da saúde, "repudiando a proposta de encerramento da urgência médica e do serviço de medicina interna" no hospital de Peniche, proposta na proposta da nova Carta Hospitalar.
Na proposta, a autarquia "Lamenta o desrespeito do Governo pelo poder local", uma vez que a câmara não foi informada desta proposta, tal como tinha sido prometido pelo secretário de Estado da Saúde aos autarcas do Oeste, no âmbito da discussão das propostas da reestruturação dos serviços hospitalares na região.
O aumento populacional do concelho nos Censos de 2011 reforça, segundo o autarca, os argumentos que a câmara tem vindo a apresentar desde 2008.
António José Correia recordou também que o concelho tem vindo a aumentar a sua atratividade turística, graças em parte à realização no concelho da única prova do campeonato mundial de surf.
Além disso, os riscos associados à atividade da pesca em Peniche, onde existe um dos principais portos de pesca do país, a existência de fábricas de produção de conservas de peixe, com centenas de trabalhadores, e da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, com 1300 alunos, deverão ser fatores tidos em conta pela na decisão da tutela.
FYC.

Peniche: Mulher de 64 anos condenada a 17 anos e seis meses de prisão por ter matado vizinho

Peniche, Portugal 08/06/2012 18:02 (LUSA)
Temas: Crime, homicídio, Punição / sentença, Julgamentos, Tribunal
Peniche, 08 jun (Lusa – O Tribunal de Peniche condenou hoje uma mulher de 64 anos, a 17 anos e seis meses prisão, pelo crime de homicídio qualificado sobre um vizinho, contra o qual disparou mortalmente.
O Tribunal deu como provado o crime ocorrido a 27 de maio de 2011, em Peniche, quando a arguida, Laura Santos, disparou dois tiros sobre um vizinho, com o qual mantinha uma relação de conflito devido a alegados barulhos causados por uma churrasqueira.
O diferendo prolongava-se há sete anos, desde a abertura da churrasqueira, em frente à casa do casal de idosos, na localidade de Ferrel, no concelho de Peniche.
No dia do crime, o casal deslocou-se à cidade de Peniche, levando consigo uma arma de fogo. Depois de uma discussão com o proprietário da churrasqueira, este “virou costas” e a mulher disparou sobre ele.
Laura Santos disparou ainda uma segunda vez, sem acertar na vítima e, segundo o tribunal, teria disparado uma terceira bala, o que só não aconteceu porque a pistola encravou.
Laura Santos e o marido, também arguido no processo, “sempre manifestaram animosidade e oposição à atividade da churrasqueira”, afirmou o presidente do coletivo de juízes, Arlindo Crua, recordando que os arguidos fizeram, num ano e quatro meses, “357 chamadas telefónicas para a GNR, queixando-se de ruídos”.
De acordo com o juiz, as inspeções realizadas não provaram a existência de ruídos “incómodos” para os vizinhos, levando o tribunal a considerar ter existido “manifesta desproporcionalidade” na atuação da mulher que demonstrou “desprezo pela vida humana” ao matar o vizinho, de 42 anos, por um motivo fútil.
A mulher foi absolvida do crime de detenção de arma proibida, mas condenada ao pagamento, em cúmulo jurídico, de coimas no valor de 1900 euros, por contra-ordenações relacionadas com o uso de uma arma de defesa pessoal fora de casa.
O marido, José Santos, de 69 anos, foi condenado a seis meses de prisão, suspensos por um ano, pelo crime de omissão de auxílio à vítima, que o casal abandonou ferido no passeio.
A mulher foi ainda condenada ao pagamento de 75 mil euros à família da vítima, ao pagamento das despesas do funeral (3425 euros) e a uma indemnização de 30 mil euros à viúva e a cada um dos dois filhos.
Os advogados dos arguidos e da família da vítima vão ainda analisar o acórdão e decidir se haverá lugar a recurso.
O advogado que representa a viúva da vítima, Moisés Baptista, lamentou, em declarações aos jornalistas, “a falta de coordenação entre as polícias e o Ministério Público”, considerando que “a situação poderia ter sido evitada porque já se sabia da existência da arma, pelo menos desde janeiro de 2010, e esta nunca foi retirada à agressora”.
DYA
Lusa/Fim

sexta-feira, junho 08, 2012

SER (ESTAR) PRÓXIMO

Ontem passei uma parte importante da minha tarde a fazer arrumações nos armários do meu local de “trabalho”. Nessa tarefa foi inevitável abrir as caixas da correspondência. Estão lá centenas de cartas, postais, telegramas e aerogramas que registam para sempre o percurso da minha vida.
São dos meus tempos de viver em Peniche. De quando era estudante em Lisboa. Do meu percurso como professor de norte a sul do País e dos meus tempos da Guiné-Bissau. Aquela correspondência daria para criar livros pois no seu conjunto são histórias de vidas, de lutas, de desafios, de preparação de movimentos que despertariam Peniche da sua longa letargia. É a história da ocupação colonial vista por quem passou por ela como o Álvaro Zé e o Colaço. É a preparação das iniciativas juvenis com os esquemas de acção traçados ao longo das viagens por esses portos europeus, com a letra metódica e miudinha do Carlos Mota. São as cartas vindas de Peniche e que me chegavam a Bissau com o relato dos 2 primeiros anos pós 11 de Novembro.
São as cartas das mulheres que me amaram enquanto durou o meu deambular. São os postais de aniversário que me endereçaram ao longo de toda a minha vida. Toda essa correspondência veio a ser interrompida com o advento dos computadores e dos telemóveis. De tal forma interrompida que se tornaram documentos quase históricos para mim. Deles não me vou desfazer haja o que houver. Nem do postal de parabéns que a Silvina “caracoleira” me enviou, nem do ofício da PIDE/DGS que me interditou o regresso ao concelho de Alcobaça para lá tornar a leccionar. Quando tiver netos, quero que eles saibam como era o mundo na década de 40, 50, 60 e 70 do séc XX. Como os “cotas” comunicavam entre si antes de haver sms e tablets. E a gente entendia-se. Porque tínhamos tempo para pensar no que nos diziam e no que deveríamos responder. Éramos senhores do tempo. E o tempo não se apagou das nossas memárias. As minhas e as dos meus amigos estão arquivadas em caixotes nos meus armários. Todas elas. Coisas boas e más. Cartas de amor e cartas de ódio. Documentos que me tornaram gente grande e as reprimendas do meu pai que me chamavam a atenção para as asneiras que eu ia cometendo. Hoje limpam-se as memórias dos telemóveis e dos PCs e o que resta? Daqui a 50 anos quantos de nós terão espólio que dê aos seus filhos e netos uma ideia ainda que aproximada dos que os antecederam?

quarta-feira, junho 06, 2012

SOU DE ESQUERDA
Não me sinto capaz de votar à direita do PS embora votar neste partido me cause calafrios, porque é o mesmo que entrgar o "ouro aos bandidos", e à esquerda do PS só veja urros contra tudo e contra todos, o que me afasta irremediavelmente dassas companhias. Por isso tenho optado nos últimos anos por votar em branco. Com esta situação que vamos vivendo ou definhando surgem novos grupos de pessoas que repensam à luz dos tempos modernos novas formas de se ser de esquerda. Um desses grupos lançou à pouco o seu manifesto e não me parece relevante dizer-vos quem já o subscreveu. Importante é ler os seus propósitos, verificar a sua acção e conferir-lhes ou não a nossa confiança e esperança. É isso que hoje vos transmito para que leiam, analisem e critiquem. Dos que existem nenhum merece o nosso esforço. O que vem aí, logo se verá.
Esta é uma iniciativa política de pessoas livres, unidas pelos ideais da esquerda e pela prática democrática. Aberta a todos os cidadãos, com ou sem partido. Acreditamos que apenas a expressão de uma forte vontade cívica, por parte de cada um de nós, poderá dar a resposta adequada aos problemas do nosso tempo.
Portugal afunda-se, a Europa divide-se e a Esquerda assiste, atónita.

As raízes desta crise estão no desprezo do que é público, no desperdício de recursos, no desfazer do contrato social, na desregulação dos mercados, na desorientação dos governos, na desunião europeia e na degradação da democracia.

Em Portugal e na Europa, a direita domina os governos, as instituições e boa parte do debate público. A direita concerta-se com facilidade, tem uma agenda ideológica e um programa para aplicar. A direita proclama que o estado social morreu e que os direitos, a que chamam adquiridos, são para abater.

Em Portugal e na Europa, a esquerda está dividida entre a moleza e a inconsequência. Esta esquerda, às vezes tão inflexível entre si, acaba por deixar aberto o caminho à ofensiva reacionária em que agora vivemos, e à qual resistimos como podemos. Resistir, contudo, não basta.

É necessário reconstruir uma República Portuguesa digna da palavra República e construir uma União Europeia digna da palavra União.

É preciso propor aos portugueses, como aos outros europeus, um horizonte mais humano de desenvolvimento, um novo caminho para a economia e um novo pacto de justiça social.

É possível fazê-lo. Uma esquerda corajosa deve apresentar alternativas concretas e decisivas para romper com a austeridade e sair da crise, debatidas de forma aberta e em plataformas inovadoras.

A democracia pode vencer a crise. Mas a democracia precisa de nós.

Apelamos a todos aqueles e aquelas que se cansaram de esperar – que não esperem mais.

É a nós todos que cabe construir:

UMA ESQUERDA MAIS LIVRE, com práticas democráticas efetivas, sem dogmas nem cedências sistemáticas à direita, liberta das suas rivalidades, do sectarismo e do feudalismo político que a paralisa. Uma esquerda de cidadãos dispostos a trabalhar em conjunto para que o país recupere a esperança de viver numa sociedade próspera e solidária.

UM PORTUGAL MAIS IGUAL, socialmente mais justo, que respeite o direito ao trabalho condigno e combata as injustiças e desigualdades que o tornam insustentável. Um país decidido a superar a crise com uma estratégia de desenvolvimento económico e social, com uma economia que respeite as pessoas e o ambiente, numa democracia mais representativa e mais participada, com um Estado liberto dos interesses particulares que o parasitam.

UMA EUROPA MAIS FRATERNA, à altura dos ideais que a fundaram, transformada pelos seus cidadãos numa verdadeira democracia. Uma Europa apoiada na solidariedade e na coesão dos países que a formam. Uma Europa que ambicione um alto nível de desenvolvimento económico, social e ambiental. Uma União que faça do pleno emprego um objetivo central da sua política económica, que dê um presente digno aos seus cidadãos e um futuro promissor às suas gerações jovens.

http://paraumaesquerdalivre.net/home/manifesto/

terça-feira, junho 05, 2012

SURREALISMOS

“Acredito na inocência de Miguel Relvas” – in entrevista ao DN
E eu acredito no Pai Natal. E acredito que desde que o “Jorge Gabriel” foi eleito presidente da Câmara de Peniche que este concelho tem tido outra visibilidade nos meios de comunicação social. E acredito que as gaivotas irão regressar às ilhas Berlengas. E acredito que a Biblioteca Municipal será concluída antes das paredes já existentes apodrecerem na totalidade. Acredito que o Museu das Rendas de Bilros será uma realidade e que as rendilheiras se constituirão em cooperativa, produzindo rendas que lhes serão pagas a preços justos, levando com isso jovens a pensarem nelas como uma profissão alternativa. Acredito que não mais serão permitidas pinturas feitas por pintores de construção civil em talha dourada das nossas igrejas e que serão recuperadas as pinturas dos tectos de algumas das nossas Igrejas. Acredito que a entrada em funcionamento da Pousada da Fortaleza será uma realidade antes das próximas eleições autárquicas e que o Forte de S. João Batista será recuperado por uma intervenção firme da CMP. Acredito que serão feitas escavações que permitirão enobrecer a zona do Murraçal, dando visibilidade sustentada aos vestígios romanos. Acredito que as próximas eleições autárquicas serão disputadas por gente em que todos os habitantes do Concelho de Peniche acreditam, embaraçando-os na opção que têm que fazer, permitindo finalmente aos cidadãos acreditarem que vale a pena votar em alguém, porque não nos mente, nem nos ilude e para quem mais importante que o sambódromo é a felicidade dos seus conterrâneos.

segunda-feira, junho 04, 2012

OS FOGUETES

Hoje de manhã (domingo), mal me tinha levantado, ouvi o som de uns quantos (poucos) foguetes. Perguntando aqui, ali e acolá, vim a saber que se tratava da comemoração do Dia do Pescador que se realiza no Domingo seguinte a 31 de Maio, quando esta data não coincide com aquele dia de semana.

Dei por mim a interrogar-me sobre o torpor que invadiu a minha terra. A 1ª vez que tal invento se realizou estava eu na Câmara Municipal como Vereador. Recordo como se fosse hoje as exigências do “partido dos trabalhadores” em relação à dignidade, pompa e circunstância com que tal efeméride haveria de se comemorar. Hoje, nem uma tarjeta ou um folheto se vê distribuída em Peniche sobre tal efeméride, o seu programa e conteúdo.

E no entanto o executivo camarário é formado pelos tais exigentes camaradas que se arrogavam ao direito de falar em nome dos Pescadores.
Hoje haveria todas as razões para fomentar um grande debate local, regional e nacional sobre o regresso ao Mar. Fonte de riqueza votada ao abandono. Um debate que dê frutos, que vivifique. Este retorno ao Mar é fundamental, pois tal como diz Medina Carreira, não se sai da crise que atravessamos sem reindustralizar o país. É preciso que este Porto de Peniche se torne de novo uma grande fonte de riqueza. Os responsáveis pelo abate dos barcos, pela cessação das indústrias conserveiras ainda aqui estão no país. Chamem os bois pelos nomes e tornem a desenhar um novo figurino para este concelho, onde têm lugar os desportos radicais, a produção da energia das ondas, o turismo e as indústrias da pesca.

O Dia do Pescador merece ser tratado como um projecto de que Peniche se possa vir a orgulhar. Quero o cheiro do peixe a invadir as nossas ruas. Quero o nosso porto de pesca com gente que se faz ao Mar, para a ele aportar com os convés plenos de riqueza. Celebre-se o Dia do Pescador como um advir e não como as solenes exéquias de uma actividade ferida de morte. Ou não se celebre mais.

domingo, junho 03, 2012

NOTICIÁRIO GERAL

«Peniche: Furto de metais obriga paróquia a retirar sino da igreja
Lisboa, Portugal 28/05/2012 09:33 (LUSA)
Temas: Bibliotecas e museus, Crime, lei e justiça, roubo, Polícia, Religião
Peniche, 28 mai (Lusa)- O furto de metais pode deixar aldeias sem ouvir tocar o sino da igreja. Em Peniche, a paróquia retirou um sino secular da torre da igreja, donde ia sendo furtado a 20 metros de altura, e colocou-o no museu.
“Uma vez que é um sino secular, achámos por bem expô-lo no centro interpretativo, em vez de o deixar na torre sujeito a outros perigos”, afirma Gianfranco Bianco, pároco na Atouguia da Baleia.
Neste caso, o sino de bronze, datado de 1891, há muito que tinha deixado de tocar a partir do alto da torre direita da Igreja da Nossa Senhora da Conceição, por estar rachado. Contudo, a necessidade de preservar o património levou a paróquia a colocá-lo a salvo.
O dinheiro que os duzentos quilos de bronze iriam render levou vários suspeitos a engendrar o seu furto, na madrugada de 11 de abril, subindo a cerca de 20 metros de altura à torre da igreja, por meio de uma escada rudimentar que construíram, depois da tentativa falhada de entrarem através de uma janela da igreja.
O sino acabou por cair dessa altura, provocando ao cair no chão um estrondo, acordando os vizinhos que, por sua vez, alertaram a GNR.
“Como o objetivo não era guardá-lo, mas antes derretê-lo, os duzentos quilos de bronze iriam render muitos milhares de euros”, refere o pároco que, apesar de admitir que o risco de furto existe em qualquer igreja, espera que “os sinos nunca deixem de tocar nas igrejas das aldeias por terem sido roubados” e pediu, por isso, o reforço da sustentação dos outros dois, ainda em uso.
“Os dois sinos não estão mecanizados e são tocados à mão e, quando há festa, tocam a repique. É uma tradição que espero que se mantenha”, sublinha.
O sino está agora em exposição no Centro Interpretativo de Atouguia da Baleia, fazendo parte do espólio histórico da freguesia.
FYC»
Peniche: Tecnologia vai ser instalada até final de junho para produção de energia das ondas
Peniche, 31 mai (Lusa) - A empresa finlandesa AW Energy deverá instalar até final de junho tecnologia no fundo do mar da praia da Almagreira, Peniche, para produção de energia a partir das ondas, disse hoje o presidente da câmara.
António José Correia afirmou à agência Lusa que, após três anos a trabalhar nos estaleiros navais de Peniche, a empresa já concluiu a construção de uma plataforma metálica de 40 metros que vai ser instalada no fundo do mar.
Nesta plataforma vão ser instaladas pás verticais que, ao movimentar-se, vão produzir energia.
"Duas pás já estão concluídas e estão a produzir a terceira. Há boias no mar a sinalizar o local", acrescentou o autarca, adiantando que a empresa "prevê até final de junho" implantar a estrutura no mar da Almagreira".
Desde 2009 que os parceiros tecnológicos têm vindo a trabalhar no projeto-piloto, correspondente à fase pré-comercial de produção de energia, para o qual estão envolvidos cinco milhões de euros, três dos quais financiados pela Comissão Europeia, após a aprovação de uma candidatura ao sétimo Programa Quadro de Investigação e Desenvolvimento.
A tecnologia ‘Wave Roller’ vai produzir resultados que, caso sejam favoráveis, vão permitir avançar para uma fase comercial de produção de energia.
Trata-se de um equipamento pioneiro, com pás que oscilam debaixo de água com o movimento das ondas e que foi testado pela primeira vez a nível mundial na praia da Almagreira em 2007.
Mais tarde, a única máquina Wave Roller, instalada a 20 metros de profundidade e a 500 milhas da praia, foi retirada da água por problemas técnicos, atrasando a concretização do projeto em cerca de três anos.
A inovação foi criada em 2007 pela AW Energy para ser comercializada e testada em Portugal pela empresa Eneólica, do Grupo Lena, durante a primeira fase de demonstração do projeto-piloto.
Através de pás flutuantes que acompanham o movimento das águas, a tecnologia é capaz de captar energia para depois ser transformada em eletricidade, como demonstrou o protótipo com uma potência de 15 quilowatts (KW).
O objetivo dos promotores passa por criar na praia da Almagreira um grande parque mundial de energia das ondas e entrar numa fase de exploração comercial do projeto com uma potência instalada entre os 50 e os 100 megawatts (MW).
A avançar para a fase comercial, o investimento ascenderá a 100 milhões de euros e colocará Portugal na linha da frente no segmento da produção mundial de energia a partir do movimento das ondas.

FYC





sábado, junho 02, 2012

ILUSÕES