quarta-feira, outubro 29, 2008

NOTÍCIAS QUE ME MAGOAM…
A notícia é a de que um grupo de professores numa acção de formação, decidiu fazer uma critica feroz à ideia de se distribuírem computadores a preços acessíveis a todos os alunos do 1º ciclo. Fizeram um vídeo e colocaram-no no YouTube.
Bom era o tempo em que só os professores tinham acesso a materiais didácticos.
Bom era o tempo em que os professores eram a única fonte de saber.
Bom era o tempo em que os professores passavam e só por serem professores ninguém os punha em causa.
O processo de avaliação é complexo e burocrático, mas têm tempo para se dedicarem à farsa.
O processo de avaliação não permite seriar os melhores entre pares e iguais, mas a comédia e a representação, sim.
A acção de formação não serviu para transmitir saberes entre escolas para potencializar conhecimentos, mas serviu para por em causa o que possa significar mudança e alteração a métodos tradicionais.
Ainda não vi uma crítica à iniciativa que dissesse, com estes métodos os alunos tornam-se mais incompetentes.

terça-feira, outubro 28, 2008

ÚLTIMA HORA
Sindicatos e Associações de Professores não se entendem quanto às datas das manifestações contra a sua Avaliação. Grande novidade…
Os professores começaram por nunca se entenderem quanto aos seus sindicatos. Resultado, existem quase tantos sindicatos quanto os professores. Não satisfeitos, começaram a tentar criar uma Ordem, no meio da Desordem reinante. Não satisfeitos agora começaram a formar associações. Via internet e via telemóvel. Como cada um tem um computador e como cada um tem pelo menos um telemóvel…imaginem o número de associações.
São estas pessoas que NÃO querem ser avaliadas e que tratam dos nossos filhos nas escolas.

domingo, outubro 26, 2008

LI E NÃO ACREDITEI…
O DN de hoje (25 de Outubro) publica uma afirmação do secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), que me deixou boquiaberto: “Centenas de escolas têm avaliação parada”. E isto é dito, deixa o jornal transparecer, com satisfação.
Isto assusta-me e enoja-me. Não pelas razões do senhor Mário Nogueira. Por outras mais singulares. Mas minhas.
Em primeiro lugar nunca vi nenhum sindicato interessado em avaliação nenhuma de professores. Os sindicatos partem do princípio que todos os professores são bons o que sabemos não corresponder à verdade, como todos os que passaram por escolas constataram.
Não vi os sindicatos nunca porem em causa a formação inicial de professores e no entanto sabemos como ela se tem vindo a degradar e as lacunas graves com que chegam às escolas, mercê da falta de um contexto real de prática lectiva apoiada que depois só têm quando se lhe deparam alunos sem que estejam preparados para isso.
Quantas vezes fui chamado à sala de aula porque o professor não conseguia controlar os seus alunos…Mas a formação inicial, facilitadora e sem qualidade e exigência no acesso ao ensino superior, essa é intocável. Digam num estudo sério quais as médias de classificação dos alunos que ingressaram no nas Escolas Superiores de Educação e quantos tiveram resultados superiores a 12 valores em Matemática e Português nos últimos 10 anos. Depois admiram-se…
E os professores que todos conhecemos que são incapazes de trabalharem com crianças? Que lhes fazemos? Alguma vez os sindicatos deram sugestões para esses casos?
Os sindicatos acham que a avaliação (?) de professores pode ser feita desde que estes participem com êxito ao longo da carreira em acções de formação, o que também sabemos não ter qualquer correspondência na melhoria da sua prática lectiva.
Os professores nunca tomaram medidas contra os sistemas de avaliação de alunos que ao longo dos últimos anos têm proliferado. E no entanto alguns deles continham lacunas ou erros colossais que tiveram como consequência os péssimos resultados que hoje podemos observar nos que passaram nas escolas e agora desenvolvem uma vida profissional. Os sindicatos, esses ficaram encolhidos no seu cantinho a ver passar os cavalos.
Afinal com esta barafunda a que vimos assistindo nos últimos dois anos nas escolas, acabamos percebendo que o que sempre esteve em causa foi a avaliação dos professores. Foi o fim do bem-bom que os “chateou”. Que raio. Tiveram tempo para apresentarem propostas alternativas. Que dessem a todos uma ideia clara de que não receiam ser avaliados.
Complexo o sistema do Ministério? Trabalhoso e burocrático? Acredito que seja. Mas cumpram-no e sugiram a correcção do que pode melhorar o sistema. Mas sem lhe fugirem. Começo a estar farto de tanta incompetência.

sexta-feira, outubro 24, 2008

A GRANDE ILUSÃO
Quando um partido politico obtém maioria absoluta, a apresentação do Orçamento de Estado é um pró-forma vazio, redundante e sem sentido.
O partido com maioria abona em favor das suas propostas, os partidos da oposição dizem que está tudo errado. Este é o filme em que nas “remakes” só mudam os intérpretes, mantendo-se inalterável o guião.
O que o PCP, o Bloco de Esquerda e os Melancia dizem é igual desde a primeira hora. O PSD e o PS dizem o mesmo de sinal contrário, consoante um e o outro são oposição ou Governo.
E é comum aquilo que dizem na oposição, fazerem quando são Governo e por aí fora.
Por mim, podem ir todos à merda e nem 2 pauzinhos lhes dou. Apanhem-na com as mãos.
VIVA O COMANDO DA TV!

quinta-feira, outubro 23, 2008

PARA A MINHA SOBRINHA JOANA

quarta-feira, outubro 22, 2008

- PAI, O QUE HEI-DE FAZER PARA TER UMA CARREIRA POLÍTICA?
- Depende meu filho. Tudo depende de quão alto pretendes chegar. Se pretendes mesmo fazer uma carreira política a nível nacional, tens de tirar uma licenciatura. Uma formação em Direito é um dos melhores caminhos. Se não for essa, qualquer outra serve. Por vezes até um bacharelato dá. Só tens que escolher depois uma “daquelas” universidades, e fazer uma licenciatura seja no que for.
Enquanto estás na Secundária escolhes um partido. O PSD ou o PS, tanto faz. E logo a correr deves tornar-te membro activo de uma qualquer juventude partidária. Quando saíres de Peniche vais oferecer-te para trabalhar na sede nacional do partido. Depois é esperar a tua vez. Com facilidade compreenderás como te deves comportar. Nunca te oponhas a quem estiver no poder ou a quem estiver melhor colocado para quem o vai conquistar. Terás de te comprometer na tua terrinha a passar por uns órgãos autárquicos enquanto durar o teu percurso. Mas isso farás tu com uma perna às costas. De preferência na assembleia municipal. Onde podes perorar à vontade sem que isso deixe quaisquer marcas ou vestígios. É o local mais inócuo para uma subida meteórica nas boas graças das gentes do partido.
Agora se a carreira política que pretendes é mais modesta, assim, aqui na tua terra, é muito mais simples. E em boa verdade não tem muitas diferenças com o que já te disse. Só que a um nível mais modesto. Escolhes na mesma entre o PSD ou o PS. Vais para a juventude partidária respectiva. Fazes o 12º ano e tentas entrar num banco. Dá sempre bom aspecto andar de fato e gravata. Tens de ser católico praticante e enquanto jovem, se fores acólito ajuda. Eu vou para sócio do Clube Recreativo e depois, quando tiveres 18 anos, entras tu para o meu lugar. Frequentas os lugares “in” sabendo que à medida em que fores fazendo anos, tens de te preocupar noutras participações. Ser membro da Assembleia Municipal. Nunca emitires opiniões próprias. Tornares-te Rotário. Começas a escrever no jornal local do teu partido. Esperas pelos 40 anos de idade e tens todas as condições para fazeres uma carreira política autárquica sem dificuldades.
Agora meu filho, é contigo.

terça-feira, outubro 21, 2008

20 DE OUTUBRO
Propositadamente refiro-me hoje ao dia de ontem. Há precisamente 399 anos Peniche era elevada à categoria de Vila. Alguém deu por alguma coisa que registasse esta efeméride?
Da política à cultura, o que lá vai, lá vai! Com grupos de defesa desta e daquela “porra” ninguém se lembra de nada. E depois andam a querer guardar memórias. Para quê?

segunda-feira, outubro 20, 2008

JUSTIÇA? A 1ª página de um jornal de que não gosto particularmente, o “24 Horas” , noticia hoje que uma freira foi presa por não pagar o bilhete de eléctrico.
Não está em causa a criatura ser freira. Isso não a torna à partida melhor pessoa. Não se trata de pertencendo a uma ordem religiosa, esta não ter arranjado um advogado que a tivesse libertado de cumprir a condenação. Não se trata de ser uma pessoa sem dinheiro.
Aqui o que está em causa é quando se aprovam na Assembleia da República 20 mil milhões de euros para cobrir a “merda” que os bancos fizeram, quando gente que vende azeite marado é mandada em liberdade, quando se assassinam pessoas à frente da PSP e são mandados em liberdade com “aquela coisa” de verificação de residência, quando “um tipo” é condenado por fraude e vai viver para Londres rindo-se de nós todos, a freira apanha pena de prisão por não ter pago o bilhete de eléctrico?
Valha-nos Deus. Então o “burro” do Juiz não podia ter aplicado uma pena de trabalho comunitário à criatura? Agora prisão? Está tudo doido. Mesmo que a freira tivesse feito um escândalo público seria caso para prisão? E a companhia que não recebeu o dinheiro do bilhete? Tem sido cumpridora com os seus trabalhadores? E quantos dos seus gestores que a lesaram com má gestão é que foram condenados?
Se isto é a Justiça em Portugal eu quero ir para a Coreia do Norte. Nenhum cidadão no seu juízo perfeito consegue compreender isto.

domingo, outubro 19, 2008

sábado, outubro 18, 2008

CONDENAÇÃO
Polícia de Segurança Pública. Guarda Nacional Republicana. Polícia Internacional de Defesa do Estado. Guarda-fiscal. Legião Portuguesa. Acção Nacional Popular. Informadores, mais que muitos. Todas estas instituições estiveram sediadas em Peniche até 25 de Abril de 1974. Para além disto, ou por causa disto, tínhamos uma Prisão Política situada na Fortaleza de Peniche.
Durante muitos anos alguns aspectos de desenvolvimento económico, nomeadamente no que ao Turismo diz respeito, foram condicionadas por aquela realidade.
Quase 35 anos depois, nós em Peniche que fomos condenados por sermos mais conhecidos como exemplo da repressão do Estado Novo, temos que continuar condenados pelo mesmo motivo.
A requalificação da Fortaleza em Pousada, mantendo o Museu da Resistência é um contributo que pode ser dado ao Povo da Cidade de Peniche pelo que já teve que suportar. Condenar esta gente a ter que ser um exemplo definitivo deste interregno de vergonha na história de Portugal, parece ser uma atitude violenta e sem sentido. Uma Associação que ninguém sabe de quantos elementos é composta e quais são de facto as acções que já promoveu em escolas e instituições culturais no Portugal real, inunda agora os média com protestos contra a criação de um local aprazível em Peniche, onde co-habite com uma parte da nossa História contemporânea.
Não retiro nenhum dos méritos a quem os possa ter. E já que conseguem influenciar a imprensa, trabalhem para que o que vier a ser feito respeite toda a história da Fortaleza e não só uma parcela ainda que importante da sua existência. E já agora expliquem às autoridades locais que aquele é o pior local possível para um Museu Municipal. E porquê.

quinta-feira, outubro 16, 2008

NÃO HÁ BEM QUE SEMPRE DURE, NEM MAL QUE NUNCA ACABE
A Selecção Nacional de Futebol está de novo a cumprir com o que lhe é habitual
A crise económica mundial foi o euromilhões que calhou ao Governo Português
Por falta de alternativa o PCP está condenado a ganhar as próximas eleições autárquicas em Peniche
Por falta de alternativa o PS está condenado a ganhar as próximas eleições legislativas em Portugal
O José Sócrates está a um “cadinho assim” de nova maioria absoluta
O “Momento da Verdade” é o que a SIC tem de melhor na sua grelha para disputar a liderança de audiências com a TVI
A D. Dolores é a mãe do “jet set” nacional
Os professores continuam a avaliar alunos e a recusar serem eles próprios avaliados
O Iraque é finalmente um país "livre e democrático"e o petrólio ganhou preços neo-liberais
Os católicos de Peniche podem ir à missa.

terça-feira, outubro 14, 2008

ESCOLA, QUEM ÉS TU?
Em Agosto de 1993, sete pessoas meteram mãos à obra e no tempo recorde de um mês e sete dias, abriram as portas de uma escola que se veio a tornar em pouco tempo uma referência para a zona Oeste e para a Direcção Regional da Educação de Lisboa. O que foi o esforço titânico da Maria de Jesus, do Pacheco, da Maria José e do José Avelino, é algo que fica para a memória dos que se orgulham de ter participado naquele processo.
A certa altura o Ministério da Educação optou por nos escolher para referenciar o que a Autonomia e um Projecto Educativo nascido com a participação de todos, poderia ser o expoente máximo.
Os anos passaram e o apelo da política autárquica levou para outras actividades o autor destas linhas. No meu regresso à Escola não calei a minha participação, nem me acomodei a uma figura de retórica que espera o render da guarda. Calei quando me deveria calar. Reclamei quando devia reclamar. Fui incómodo e participativo porque é assim que leio o papel dum professor na Escola.
Até que chegou o momento de me reformar. No dia 1 de Junho de 2004, atingidos os 37 e tal anos de serviço e os 60 anos de idade fui libertado das minhas funções e passei a engrossar o grupo dos dispensáveis. No dia em que fui à Escola tratar dos últimos papéis para ratificar essa situação, recebi dois beijinhos da Chefe da Secretaria, votos de felicidades e um aperto de mão do Pacheco. Um até sempre do pessoal da Secretaria que me conhecia e saí da Escola que amei com o peso da solidão e da tristeza por não ter pelo menos ninguém responsável do Corpo Docente a dizer-me ao menos: “ Tudo bom para ti pá!”
Durante uns dias ainda esperei receber em casa algum ofício de despedida. Nada.
É que, queiram ou não, eu não fui um professor qualquer na Escola da Atouguia da Baleia. De facto não podem transmitir valores aqueles que os não têm, e assim passei à frente.
Passados mais de quatro anos sobre estes acontecimentos recebi em casa um envelope que me deixou perplexo e lá dentro vinha sem mais nada, um folheto impresso na tipografia.Eu não sou um professor qualquer, apesar de ter sido tratado de qualquer maneira. Se não perceberam ainda isto, então é porque não perceberam nada. Eu fui o professor que tornou possível o sonho mítico da Escola da Atouguia. Se não sabem honrar aqueles que mereceram passar por aquela Escola, então não os convidem. Não sei a que tipo de atitudes algumas pessoas estão habituadas. Para me poderem convidar, é necessário merecerem poder fazer esse convite. Não é por um “prato de lentilhas” que me fazem dobrar a coluna vertebral. Por muito mais, já outras pessoas tentaram e não conseguiram. Não me admira que as Escolas enfrentem problemas. Enquanto não se tornarem defensores de valores e de atitudes cívicas, não podem desejar ser respeitadas. Dizem à “boca-cheia” que o Ministério não respeita os professores. Pois se eles não se respeitam uns aos outros…
Como é obvio recuso o convite.

segunda-feira, outubro 13, 2008

O SEU A SEU DONO...

domingo, outubro 12, 2008

DOMINGO DE INTEMPÉRIE
e de aventuras com maus resultados.

sábado, outubro 11, 2008

COM A DEVIDA VÉNIA
Transcrevo do “NOTÍCIAS DE VISEU” "Amizade e Liberdade “ em Lamego

Sexta, 10 Outubro 2008 16:09
Quarenta fotografias tiradas na década de 40 do século XX e peças de arte recentemente criadas, baseadas numa amizade sem paralelo que começou na Fortaleza de Peniche há mais de 60 anos, compõem a exposição que estará patente no Museu de Lamego a partir do dia 4 de Outubro e até 2 de Novembro, da autoria da holandesa Winy Smit-Vuijk.
A mostra retrata a história pessoal de uma menina, Winy, que vivia em Peniche nos anos 40, e a quem era permitido, por razões desconhecidas, visitar a prisão todas as quartas-feiras. Aqui travou amizade com Manuel da Silva Almeida, um prisioneiro político, que depois da Revolução de Abril de 1974 foi Governador Civil de Viseu e Presidente da Câmara de Lamego. Winy regressou à Holanda, cresceu, mas a amizade permaneceu.
Manuel da Silva Almeida, que faleceu em 1996, tratava a artista como o “segundo amor da sua vida”. Winy Smit-Vuijk reside actualmente em Inglaterra, mas já viveu, além de Portugal, no Brasil, Moçambique, Venezuela, Austrália e Áustria. A artista, especializada em materiais para tecer, centrando o seu trabalho em temas associados à maternidade, família e descendências, é também professora universitária na OPUS School of Textile Arts (Univ. of Middlesex, England)."

sexta-feira, outubro 10, 2008

COISAS DE QUE NÃO GOSTO
Se a Internet me veio possibilitar todo um mundo ao alcance de um botão, não é menos verdade que trouxe à exposição atitudes de má educação e de falta de civismo perfeitamente inaceitáveis. Não vou falar de possibilitar comportamentos menos próprios, que já foram considerados na maioria dos “Códigos Criminais” da quase totalidade dos países.
Falo daquelas coisas que passaram a ser comummente aceites sem serem questionadas e que no entanto são para mim tão condenáveis como as outras mais faladas.O anonimato. Com a possibilidade de inventar email’s gratuitos e que não correspondem a pessoas reais. A coberto desse anonimato são enviadas informações, inconfidências, fotografias, pretendendo por em causa a honra dos próprios ou de terceiros. É um exemplo claro de comportamentos cobardes que infelizmente na mairia das vezes passam impunes. E não se duvide, Quem é capaz disto, é capaz de coisas piores.
A exposição pública dos outros. Refiro-me a uma prática corrente que é o do reencaminhamento de mail’s, ou o seu envio para inúmeras pessoas, dando conhecimento público assim do correio que cada um recebe e de quem. Ficamos assim a conhecer pessoas pelo correio que recebem. Há quem ache piada a esta atitude. Eu acho de um mau gosto incrível e pouco próprio de gente civilizada. Pior. Normalmente quem usa este método são pessoas que passam a vida a criticar os outros pela sua incompetência ou pouca correcção de atitudes.
Para além de que quem usa uma lista de email’s para envio simultâneo de certos “mimos” a que acha piada ou interessantes, não se cuida em saber se na sua lista de correio, haverá pessoas que possam não achar piada nenhuma ao assunto. O que não deixa de não ser revelador da falta de sensibilidade de quem usa estes procedimentos.

Ficam aqui dois exemplos de coisas que detesto e de que amiúde também sou depósito. Pode ser que o deixando aqui expresso, possa sentir-me livre destes pesadelos.

quarta-feira, outubro 08, 2008

UM ENIGMA EM PENICHE
Na passada 2ª Feira celebrou-se o “DIA MUNDIAL DA ARQUITECTURA” e 10 anos sobre a constituição da Ordem dos Arquitectos. Salvo alguns exemplos (poucos) que vão sobrando do passado da voracidade dos promotores imobiliários, são raros os casos em que em Peniche nos é dado observar a intervenção de arquitectos no que aqui se vai edificando.
E tanto faz falarmos de construções particulares como de imóveis públicos. O último caso de uma intervenção de qualidade num espaço considerável, é o do Lar de Santa Maria. Refiro-me a construções sem paralelo noutros pontos do país. E no entanto trabalham arquitectos na Câmara Municipal. E no entanto quase todas as construções dos últimos anos autorizadas pela Câmara Municipal são assinadas por arquitectos.
Mas qual é o fio condutor da construção em Peniche? É verdade que na Atouguia da Baleia podemos encontrar alguns casos de intervenções que podemos considerar brilhantes. Mas à medida que nos aproximamos da orla costeira, afastamo-nos da qualidade e aproximamo-nos do “pato bravismo”.E no entanto temos aqui qualidade paisagística que mereceria outra leitura. Que nos reservará o futuro?

terça-feira, outubro 07, 2008

“NÃO APAGUEM A MEMÓRIA”
fotos H. Blayer Tenho um enorme respeito por Irene Pimentel. Pela sua actividade de recuperar para a memória colectiva o que foi quase meio século do Regime do Estado Novo. E tenho um enorme respeito pela memória colectiva que representa para Peniche a sua Fortaleza.
Esta que começou a ser construída no séc XVI e concluída no séc. XVII, com o objectivo de constituir uma defesa para eventuais invasões por mar de Peniche.
Desde essa altura a Praça de Peniche constituiu um Baluarte de defesa do Reino, com um breve interregno no período das invasões napoleónicas. O Regimento de Peniche é uma das memórias que alguns guardam e que perdurou até hoje. Falar da Fortaleza de Peniche como uma Prisão é falar de uma parte da sua memória. Mais de 300 anos de História deste monumento, exigem que lhe seja prestada uma salvaguarda que não se compadece com saberes que ainda que importantes, são uma parte do todo. Afinal como prisão funcionou menos de 1/6 da sua vida.
É claro que advogo que uma parte deste monumento seja reservado para perpetuar o que ele nunca deveria ter sido. O meu avô, fez parte do pequeno grupo que a inaugurou como prisão política do Estado Novo, em 16 de Fevereiro de 1927. Não quereria que esta parte da memória se perdesse.Mas acredito que a Fortaleza pode ser Pousada de 1ª, mantendo a sua recordação de também prisão política. Confio na Câmara Municipal de Peniche para defesa deste princípio. Se o PCP não fosse capaz de o fazer, quem o faria?
É claro que gostaria que fosse apresentado à população e aos interessados em geral, uma maqueta do aproveitamento da Fortaleza e da compatibilização de espaços. Aquele espaço é de todos e não de uma autarquia em particular. Depois de apresentada publicamente a maqueta e de serem aceites sugestões, reclamações e recomendações, então os autarcas e quem está envolvido neste processo que o faça avançar. A Fortaleza e Peniche, não só precisam deste aproveitamento, como ele é essencial para o seu desenvolvimento turístico-cultural.

segunda-feira, outubro 06, 2008

domingo, outubro 05, 2008

5 DE OUTUBRO
DIA MUNDIAL DO PROFESSOR

Não tenho nada a ver com as “fandanguices” com que certa gente celebra este dia. Não tenho nada a ver com "sindicalices atoleimadas".
O meu dia Mundial do Professor tem a ver com a Dr.ª Maria Fernanda minha professora de Português no Ciclo Preparatório. Tem a ver com o Prof. Adelino Mamede. Com a Eng.ª Maria Beatriz. Com o Dr. Carvalho de Lima.
Tem a ver com o Pintor Edgar Sardinha. Com a Dr.ª Frade Agulha. Tem a ver com as pessoas que na Escola a constroem em cada palavra. Em cada acto. São professores a Maria José e a Maria da Luz. São professores a Julieta e a Dr.ª Maria Beatriz. Foi meu professor o meu pai. Sem a Zinha e sem Margarida Patrício eu não teria sido a pessoa que fui.
O Fernandinho e o Tiago. O Carlos Rebelo e a Leonor ensinaram-me a ser professor. Se hoje ainda me sinto professor é porque fui feliz na Escola. Foi uma fonte de encontros e lutas. De alegrias e de tarefas.
Mereceu a pena ter sido aluno e ter sido professor. Mereceu a pena ser Encarregado de Educação e autarca. A Escola foi e é a minha vida. Todas as minhas memórias começam e acabam nela.

sexta-feira, outubro 03, 2008

PERPLEXIDADES
Tenho uma relação de amor-ódio com a TVI. Não suporto as doses massivas de telelixo com que nos brinda. Não suporto o Goucha, nem a Júlia Pinheiro. A miss Piggy faz parte das histórias de terror que pais maldosos contam às criancinhas quando as querem caladas. Resta muito pouco. Mas porque o comando não tem sentimentos de vez em quando lá passo pela TVI. Ontem foi uma dessas vezes.
Estava o Miguel Sousa Tavares a falar sobre a Justiça Portuguesa e mais especificamente de uma parte dos nossos juízes de direito.
Afirmou ele a certa altura que alguns desses senhores boicotam a legislação que os políticos vão elaborando na Assembleia da República. Nomeadamente não executando sentenças de prisão preventiva em situações de tal forma evidentes, que só uma atitude provocatória aos legisladores desses juízes é que pode justificar essa decisão. E deu como exemplo um tipo que entra numa esquadra e à frente das autoridades policiais mata a tiro uma pessoa, sendo que o juiz a que foi apresentado o manda em liberdade com termo de identidade e residência.
Ora isto, não é culpa do legislador. É exclusivamente do Juiz que assim decidiu. Para quê? Para pôr em causa o Estado Democrático a que deve obediência.
Não me consta que o Sindicato dos Magistrados tenha reprovado esta atitude, nem que este juiz tenha sido afastado de funções por incompetência, pelos seus responsáveis directos. Nem me consta que alguma vez tenha sido feita com Honra e Circunstância ao Povo Português, pelos responsáveis pela Magistratura Nacional, pelas dezenas de juízes que se prestaram a servir a Ditadura nos Tribunais Plenários, sem que alguma vez tivessem boicotado o seu funcionamento. Servir o Estado Novo, boicotar o Estado Democrático, aí estão duas atitudes que deverão ser muito bem explicadas pelos Magistrados Portugueses que têm orgulho e honra naquilo que fazem, separando definitivamente o trigo do joio.

quarta-feira, outubro 01, 2008

PORQUE…
não vou a vernissages, apresentações de livros, inaugurações, abertura de exposições e quejandos. Não por ter alguma coisa contra quem lança, ou apresenta, ou mostra, ou outra coisa qualquer. Mas por não ter tempo para dizer que gosto se não gostar. Por não querer gostar e soar a falso o que digo. Por não querer encontrar-me com alguns que dessas situações fazem modo de vida, sabe-se lá porquê.
Vou a meio do espaço de tempo da mostra se for caso disso. Antes de jantar ou logo a seguir ao almoço. Quando raramente alguém lá se encontra. É a altura ideal para fazer má cara ou em alternativa fruir do que vejo. Isto é uma posição de há muito assumida. Por isso, não me convidem. Não percam tempo comigo. Não gastem Convites que são tão caros.
Para além de que sendo “sénior” já acrescento pouco ao que o poder artístico melhor confere, um sentido de caos e anarquia. Por me conformar já demais para meu gosto, não sou propriamente “um modelo” desejável no que se quer explosivo.