domingo, junho 28, 2020


AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ…
A minha filha e a sua família mais próxima, optaram este fim-de-semana por fazer um passeio pelo centro do país. Hoje de manhã com os seus votos de bons dias enviaram-me duas fotos que me fizeram recuar 60 anos nas minhas memórias.
E dei por mim a pensar: O que faz com que passados tantos anos,eu e a minha filha nos tenhamos sentido atraídos por marcas indeléveis que a alma lusa trouxe à ribalta?
No meu caso quando fui estudar para Lisboa para a Escola Machado de Castro, vi que estava aberto pela “Mocidade Portuguesa” um curso de “Formação Ultramarina” em regime pós aulas no Palácio da Independência. Inscrevi-me. No final fiz provas de aproveitamento e coube-me um honroso 3º lugar com a oferta de uma viagem de 3 semanas a São Tomé e Príncipe tendo ficado instalado na Roça de Monte Café. Num dos passeios que demos, deslocámo-nos num barco de guerra português ao Ilhéu das Rolas. Nesse ilhéu por estudos desenvolvidos pelo almirante Gago Coutinho, verifica-se passar a linha do Equador. Para nós jovens lusos foi uma festa ter uma perna no hemisfério Norte e outra no hemisfério Sul. Registei em foto com uma máquina do passado esse marco mandado colocar ali pelo nosso Almirante e herói.
Muitos anos depois o marco geodésico que atraiu a minha filha que fica agora registado e que no une por um ADN indesmentível.


sábado, junho 27, 2020

PARA DESCONFINAR A ALMA…








domingo, junho 21, 2020

UM DOMINGO FELIZ, APESAR DA ANORMALIDADE
Só quando eles disseram que era um assalto é que a malta sossegou.

2.  Amor, estou no supermercado, queres alguma coisa?
– Levaste a máscara?
– Sim.
– Traz a caixa registadora.

3.  Amiga, acabo de ver o teu marido aqui, no Lidl, com uma gorda.

 Vou segui-los. Já te conto.
– Cabra de merda. Sou eu.

4. Só me fazem disto. Disseram que para ir às compras bastava levar luvas e máscara.

 Mentirosos! 
Os outros iam todos vestidos.

5. Mamã, porque é que o pai é tão feio?
– Foi assim, filha. Conhecemo-nos numa fila do supermercado, tínhamos uma máscara e  estávamos a dois metros de distância. As coisas, na altura, eram muito complicadas para os míopes.


6. Sabe aquela parte da Cinderela em que entram os passarinhos e ajudam a arrumar a casa? 

Então, alguém tem o contacto dos passarinhos?

7. Quem ainda não tem o Covid-19, já não vale a pena [ter]. Em setembro já vai sair o Covid-20, 
com muito mais funcionalidades.

8. Provérbios adaptados: ‘Março, marçagão, de manhã pijama, à tarde roupão’ ; "Em Abril, Covids mil".

9. Nem nos meus sonhos mais loucos imaginei entrar num banco com máscara para levantar dinheiro.

10. Quando isto tudo terminar vou tirar uns dias de descanso.

11. Aviso: Quando isto acabar vou fazer uma quarentena ao contrário – 20 dias sem ir a casa.

12. Sabem-me dizer quando podemos receber novamente pessoas em casa? 
A minha mulher está há dois dias a bater à porta.

13. Esse vírus só pode ter sido criado por uma mulher. Conseguiu cancelar o futebol, fechar os bares 
e manter os maridos em casa.

14. Fiquem tranquilos. Com 15 dias de escolas fechadas, as mães vão desenvolver a vacina.

15. Nunca vi uma merda ‘Made in China’ durar tanto!!!

16. Se este é o vírus chinês imaginem o original.

17. Última hora: as estatísticas de infidelidade baixaram 80%. Um êxito.

18. Não se pode tocar, beijar e tem de se manter distância… Possa! Isto não é um vírus; é uma casa de strip.

19. Uma conclusão é certa: ter coronavírus é igual a ter um par de cornos. 
Uns já têm; outros vão ter; e muitos nunca vão saber que tiveram.

20. Desconfio que as abreviaturas a.C. e d.C. vão ganhar um novo significado.

21 Bem-aventurados os que andam passeando à toa na rua, em breve eles verão o Senhor. 


Teimosos














quinta-feira, junho 18, 2020


O SAÚL PORQUÊ?
A notícia deixou-me de rastos. Tinha morrido o Saúl no Algarve onde se encontrava radicado há uns anos.

O Saul da Silva Batista que desde os tempos da Escola Primária tinha sido meu colega. Era mesmo exactamente da minha idade. A pessoa que eu conheci com mais intuição para o desenho, fosse ele artístico ou de aplicação aos ofícios de carácter mecânico ou de construção civil.

Um coração do tamanho do Mundo. Nunca mais o vi depois de termos sido finalistas em 1960/61 do Curso de Formação de Serralheiros na Escola Industrial e Comercial de Peniche. Mas falava dele com familiares e amigos como se tivesse estado com ele ontem.

A sua memória permanecerá indelével na minha até que eu também passe a ser também só um registo.

Já tínhamos perdido o Rafael, o Carlos Laranjeira o Cabé, e agora tu amigo. Vou publicar aqui as memórias fotográficas que tenho de ti. São a forma que tenho de que permaneças aqui junto de mim. Até já.
 O Luis Viola, O Saúl, o Jorge Machado e eu próprio, dando uma de jograis
O Saúl, eu prório e a Belmira Camarão, numa cena de uma peça sobre o nosso Camões


 

sábado, junho 13, 2020

quarta-feira, junho 10, 2020


A MINHA MÁSCARA

A minha máscara não é minha. Isto é, ela é minha mas não foi elaborada por mim. Foi feita por uma aluna do 6º ano de escolaridade, luso-africana, na Escola Dr. João das Regras da Lourinhã, com a supervisão da Profª Julieta.

Desde o início da sua execução que me deixei apaixonar por ela. Eu tinha estado há alguns anos como professor cooperante na República da Guiné-Bissau e esta máscara continha em si mesma o que de melhor eu lá tinha encontrado.

E era tão evidente o meu entusiasmo por aquele trabalho, que depois de pintada e cozida a peça a aluna (acredito que motivada pela professora), com muito carinho ma ofereceu.

Desde então nunca mais deixou de estar perto de mim esta maravilhosa máscara. Que veio a ganhar uma nova relevância com as últimas ocorrências.

Máscara é máscara e esta não foge à sua função: resguardar e esconder. Resguardar o que não pode ser exposto e esconder o que não se deseja que seja evidente. Assim somos nós. Só podemos sobreviver se nos resguardarmos do que nos pretende atingir e se escondermos o que de nós mais vulnerável é.

Mais uma vez para mim ser professor foi uma bênção que continuo a dever ao meu pai. Pelo que aprendi e pelo que guardei desse tempo dourado da minha vida.
Nota: Por lapso meu, não referi que a máscara de que vos falo foi feita pela aluna Gisela, do 6º E - ano lectivo 1988/89

segunda-feira, junho 08, 2020


QUE FAZER?

O título desta postagem foi “roubado” a um célebre livro de Vladimir Ilitch Ulianov, que aliás na sua génese teve para ter outro título (Por onde começar?). O meu livro foi adquirido logo após a sua impressão promovida pela Editorial Estampa em 1973. Claro que hoje o nome do autor já seria mais transparente (Lenine). Em 1973 era avisado ocultá-lo até para garantir a venda o mais ampla possível do manuscrito.

O assunto abordado seria o que fazer com a vitória dos trabalhadores na Rússia dos Czares. Como desenvolver a agitação política, as tarefas de organização e como alargá-la a todo o território nacional.

Tanto quanto acredito, à medida que avança o desconfinamento mais se aprofunda a necessidade de saber “o que fazer?” ou “por onde começar?”.

Que país é este que restou? Quem são estas pessoas com quem me cruzo? O que existe do que existia? O que me dá confiança? Que carinhos e afectos posso esperar? Ser velho é um anátema?

Estas e muitas outras perguntas confundem-me. Procuro a pouca serenidade que me vai sobrando para resistir. Entretanto ainda somos as mesmas pessoas com os mesmos vícios e os mesmos Valores, que se confrontam com um mundo novo por descobrir.