sexta-feira, abril 30, 2010

OBRAS CLANDESTINAS…
A CARGO DA CÂMARA MUNICIPAL DE PENICHE
Passei no Jardim Público e vi o que restava do antigo Posto de turismo e da Escola de Rendas de Bilros.
Procurei informação sobre o que ali ia ser feito para além da demolição em curso. Dei a volta ao recinto. Não vi informação nenhuma a não ser um simpático pedido de desculpas para o incómodo, e uma seta a dizer que, para além, estava a funcionar o que anteriormente era ali.
A obra está a cargo da Câmara Municipal
.





De que obra se trata?
Que dimensão vai ocupar?
Qual o Projecto?
Quem o fez?
Em que reunião de Câmara foi aprovado?
Teve parecer do IPPAR?
Custo da obra?
Quem suporta esse valor?
São muitas perguntas e todas elas desnecessárias se quem governa, respeitasse quem é governado.
Mas não se ponham os que não governam aos saltinhos de contentes com esta critica feroz. No tempo em que foram poder ainda faziam pior. E nem desculpas pediam por nos incomodarem

quinta-feira, abril 29, 2010

LAMENTO PROFUNDAMENTE
…que seja pelas piores razões que retomo o tema da educação. De facto é um tema que me é caro. Foi a minha actividade profissional durante mais de 30 anos. E o que lá fiz ou não, fala por mim. Não tenho que pedir desculpas pelo que penso nesta matéria. Tenho que sentir orgulho e tenho o direito e o dever de emitir a minha opinião.
Mas de vez em quando surgem coisas a que os Jornais dão destaque que me põem fora do sério. A última vem no DN e diz assim:
“Mário Nogueira, reeleito Secretário-Geral da Fenprof, defende a necessidade de um interlocutor na Educação que não precise de telefonar ao 1º Ministro para tomar uma decisão”
Eu pasmo. Este cavalheiro não precisa de telefonar a ninguém para tomar decisões. E os professores de forma perfeitamente carneiristica têm que se submeter à sua vontade. Todos sabemos como são tomadas as decisões colectivas da classe mais dividida do País. (Mais de 12 sindicatos). Haja quem mande.
Mas por outro lado a formação cívica e política do Sr. Nogueira é outra. Nunca por nunca ser ele toma decisões que não sejam aprovadas pelo comité central. Alguém duvida que ele só defende as posições do PCP?
“Não bate a bota com a perdigota”. E eu é que sou o mau nesta fita? Vamos para a greve se e quando assim o decidir o nosso Secretário-Geral. Mas qual Secretário-Geral? O da Fenprof ou o Outro? Não me façam rir…

terça-feira, abril 27, 2010

LIBERDADE
…é eu estar aqui sentado a escrever sobre o que penso independentemente do que pensam sobre mim por mim eu pensar assim.
…é eu exercer sobre mim certos limites no exercício do que escrevo por isso poder afectar qualquer pessoa em particular.
Liberdade é eu opinar sobre o que entendo deste modo e não de outro modo qualquer só porque isso poderá ser agradável para os que lerem o que escrevo e com isso poder obter qualquer benefício para mim próprio.
Liberdade é eu poder recusar qualquer espécie de corporativismo só porque isso irá afectar opiniões desfavoráveis que possam tecer sobre mim.
Liberdade é eu ser assim e poder ir por aqui. Mesmo que isso seja doloroso. Mesmo que isso seja mais difícil. Liberdade é eu poder escrever um poema sem o ter que esconder num cofre inviolável (seja lá isso o que for). Ou não escrever coisa nenhuma.
É eu ser amigo de ciganos e poder não gostar de um qualquer caucasiano.
É eu acreditar que o meu pai foi o maior Mestre do Mundo e que passados quase 24 anos sobre a sua morte, continuo a sentir a falta dele como se tivesse desaparecido hoje mesmo.
É eu estar aqui a beberricar um copo com o Vítor e o Álvaro e a discutirmos sobre o que nos separa mesmo quando sabemos que importante é o que nos aproxima.
Liberdade é acreditar que o que escrevo vale a pena e que vale a pena expor-me porque vocês mesmo quando não concordam comigo têm a capacidade de me aceitar como sou sem me querer modificar.

segunda-feira, abril 26, 2010

BODAS DE PRATA
Hoje dei descanso a mim e a vós. Faço hoje 25 anos de casado e celebrei-os com encanto e alegria. Meteu flores, bolo de aniversário e muito carinho de parte a parte. A todos os meus amigos ofereço hoje este video para que sintam tanto o sonho como eu.

domingo, abril 25, 2010

HISTÓRIAS DE CROCODILOS...





sábado, abril 24, 2010

TEMPO DE CRISE
Um pai tem 3 filhos

O mais velho pediu-lhe:
- Oh pai, eu preciso de 1 carro! Na faculdade só eu não tenho!
- Só quando eu pagar o tractor.
Vem o do meio e diz-lhe:
- Oh pai, quero uma moto!
- Só quando eu pagar o tractor.
A seguir vem o mais novo.- Pai, quero uma bicicleta!
- Só quando eu pagar o tractor.

O miúdo vai pró quintal amuado, vê o galo em cima da galinha, dá-lhe um pontapé e diz:
- Nesta casa enquanto o pai não pagar o tractor anda tudo a pé!!!

sexta-feira, abril 23, 2010

ATÉ À PRÓXIMA 25 DE ABRIL
Li e reli o Programa das “ditas” comemorações do 25 de Abril. Com um tão vasto leque de actividades é verdadeiramente espantoso (logo digno de destaque) que não se veja uma só participação de Escolas do Concelho. Não há pura e simplesmente “nadica de nada”. E não se diga que é por aquela data se verificar a um domingo. Vejo múltiplas actividades entre 1 e 30 de Abril, logo podia ser perfeitamente num dia de semana. Se calhar a História Contemporânea não faz parte dos Programas Pedagógicos. Mas Peniche e o seu Concelho por razões que lhe são alheias (a existência de uma prisão política), faz inevitavelmente parte desse Património Histórico.
Ou os professores chegaram à conclusão que recordar não vale a pena. Que não existe nada no 25 de Abril (nem no que está a montante ou a jusante) que mereça a pena o tempo que se iria gastar com isso.
Ou que o 25 de Abril, tal como o 5 de Outubro são passado sem interesse e sem glória. Porque é que as coisas são assim? Porque é que o 25 de Abril se vai varrer da memória dos portugueses, tal como já aconteceu com outras datas da nossa História? Este é um prenúncio claro dessa razão. As crianças não são motivadas, logo não se interessam. E as crianças são os futuros adolescentes, jovens depois e Homens do futuro.
Espera-nos um país sem memórias. E se isso é bom para os políticos que aspiram ao poder, a breve trecho vai tornar-se um pesadelo.
O que resta hoje da Utopia? Uma Justiça desacreditada. Professores cowboys na rua aos gritos e vituperando os órgãos de soberania como se fossem marginais, o Desporto é uma selva, os negócios são objecto de tráfico de influências que atingem tudo e todos, o Jornalismo tornou-se uma prostituta devassa ao sabor dos chulos que o dominam.
O que há pois para recordar?
Continuo e pensar que mereceu a pena 1383. E que merece a pena ler o Fernando Pessoa e ouvir a Amália.
Para quem acredita que este país tem futuro e que esse Futuro limpo de gente esquisita, será mesmo para todos (embora mais para uns que para outros), deixo um link que merece a pena:
http://www.youtube.com/watch?v=oWUphuQzmrI

quinta-feira, abril 22, 2010

PORTUGAL BATE NO FUNDO
O Presidente da República Portuguesa deslocou-se na passada semana à República Checa. Durante a sua estadia e no decorrer de dois eventos o Presidente da República Checa ofendeu gravemente a República Portuguesa, sem que o Presidente Cavaco tivesse a coragem ou a capacidade intelectual de lhe responder à letra.
Em Portugal Jornais e TVs assobiaram para o lado fingindo que não souberam de nada, ocupados que estavam em tentar afundar o 1º Ministro que (em meu entender legitimamente) achou que o Jornal de sexta da TVI de uma pseudo jornalista era um nojo. Ou que este incentivou a compra da TVI pela PT.
Que eu saiba, só um Jornalista em Portugal pegou nas palavras do Presidente Checo, para defender a Pátria Lusa. Refiro-me a um dos poucos Jornalistas que ainda pensa pela sua cabeça e borrifando-se para as audiências. Falo de Batista-Bastos que no DN, veio colocar este assunto na ordem do dia.
É bom recordar que tudo indica que Cavaco se vai recandidatar não sei bem para quê.
Levamos porrada cá dentro e lá fora. Somos ofendidos e nem nos defendemos. Já não queria que replicássemos. Mas no mínimo que saísse uma nota do Governo Português verberando as palavras do idiota que os checos escolheram como Presidente. Assim ficamos em que nos merecemos todos uns aos outros.

quarta-feira, abril 21, 2010

AGORA ACREDITO EM TUDO
É lugar comum quando se acredita em tudo, completar esta afirmação dizendo que depois de ter visto um porco a andar de bicicleta, já tudo é possível.
Mais uma vez um amigo fez-me chegar com a sua colaboração, a prova provada que o que acima se afiram é mesmo assim.
Vejam, espantem-se e admirem-se:
http://www.familytiez.com/video/gin.htm

terça-feira, abril 20, 2010

AS COISAS QUE A GENTE IMAGINA…
Já aqui por duas ou três vezes deixei clara a minha desconfiança sobre o jornal “Público” e os seus propósitos. Para mim tornou-se por demais evidente a sua sanha persecutória em relação aos Governos Sócrates no período em que José Manuel Fernandes desempenhou as funções de Director.
Não me incomoda nada que um jornal tenha afinidades com uma determinada corrente ideológica, ou com um qualquer Partido político. Acho até muito bem. Quem quer compra e lê. Quem não quer que ponha à parte. Eu próprio sou abertamente a favor de uma imprensa comprometida. Mas que não se esconda atrás de uma pretensa independência com o rabo de fora.
JMF foi alvo a certa altura de uma denúncia de comprometimento com o PSD (logo desmentida pelo próprio) na altura da última campanha eleitoral. Mas o que foi desmentido na altura começa agora a tomar forma de realidade. No último fim-de-semana Pacheco Pereira, Paula Teixeira da Cruz, José Manuel Fernandes e Adelino Maltez, foram convidados e participaram numa mesa redonda pela JSD de Leiria. Tudo certo. Convida-se quem quer, aceita quem está de acordo. Mas ligando agora os factos com as parangonas do Público, a gente faz contas e é obrigado a repensar a independência tão apregoada daquele Jornal. Não sou só eu a imaginar coisas como consequência de negócios falhados da Sonae.
As coisas com o tempo acabam por se tornar mais evidentes.
A Bola favorece o Benfica, o Record favorece o Sporting e o Jogo apoia o FCP. Toda a gente sabe. Ao menos no futebol é tudo feito às claras. Como o Diário da Manhã enaltece o Salazar e o Diário de Lisboa e a República são os megafones da oposição ao regime do Estado Novo.
36 anos depois do 25 de Abril não podemos festejar a transparência. Tudo passa pelos grupos económicos e nós na maioria das vezes (distraídos como andamos com as consequências da crise) nem damos por nada. Somos uns parvos.

segunda-feira, abril 19, 2010

SINDICATOS
Engeles, Marx e Lenin ficariam por certo admirados como a existência (leia-se proliferação) de sindicatos iria conduzi-los à sua ineficácia e perda de influência. Há sindicatos para todos os gostos. Dos gordos, dos magros, dos professores-de-olhos-azuis, dos gestores-que-ganham-acima-de-um-milhão-de-euros anuais. Para tudo e para todos.
Aqui há dias num jornal diário lia-se: “Doze sindicatos de professores e três versões da mesma agenda”.
Hoje vai haver mais uma manifestação de professores contra mais uma “porra” qualquer. E deve ser tão medíocre a coisa, que nem um único jornal de referência o noticia na primeira página. Nem mesmo aqueles que apostaram em fazer cair o Governo do PS.
Os sindicatos já se instalaram na GNR, na PSP, falta nas Forças Armadas mas já não será por muito tempo.
De órgãos de soberania. já temos os Juízes e Magistrados do Ministério Público. Falta o Sindicato dos Membros e ex-membros de Governo. E como cereja no topo do bolo, estes que a terra há-de comer irão ver por certo o Sindicato dos Ex-Presidentes de República.
Quando o saudoso Pinheiro de Azevedo mandava à merda os trabalhadores que tinham sequestrado o Governo, mal sabia o que iria acontecer. Se os Juízes que são um órgão de soberania formam sindicatos, porque é que os patrões não os podem formar contra os trabalhadores?
Está subvertido o manifesto do Partido Comunista. È tudo tão soft que acho que uma nova ordem mundial está em vias de se estabelecer. E eu a julgar que já tinha visto tudo.

sábado, abril 17, 2010

RAZÃO PORQUE O INGLÊS É TÃO DÍFICIL…
1. MODULO BÁSICO
Em Português
Tres bruxas olham três relogios Swatch. Qual bruxa olha qual relogio?
Em Inglês:
Three witches watch three Swatch watches. Which witch watch which Swatch watch?

2. MODULO AVANÇADO
Em Português
Tres bruxas "travestis" olham os botões de três relogios Swatch. Qual bruxa travesti olha os botões de qual relogio Swatch?
Em Inglês:
Three switched witches watch three Swatch watch switches. Which switched witch watch which Swatch watch switch?

3. PARA MESTRES
Em Português
Tres bruxas suecas transexuais olham os botões de tres relogios Swatch suiços. Qual bruxa sueca transexual olha qual botão de qual relogio Swatch suiço?
Em Inglês:
Three Swedish switched witches watch three Swiss Swatch watch switches. Which Swedish switched witch watch which Swiss Swatch watch switch?

E HÁ QUEM DIGA QUE O INGLES É FÁCIL!!!

sexta-feira, abril 16, 2010

O VULCÃO
E de repente um fenómeno natural trouxe-nos de novo a verdadeira dimensão do ser humano.
Quando Obama declara que quer americanos em Marte em 2030. Quando a Net altera hábitos e revoluciona mentalidades. Quando ser cidadão do Mundo se tornou mais acessível que conhecer os nossos vizinhos. Quando o HIV está prestes a ser dominado e o cancro passou a ser encarado olhos nos olhos.
Um Vulcão faz paralisar a movimentação humana e os comboios e automóveis tornaram-se por alguns dias a solução para a Europa Central e Norte.
Nada nos impede de pensar que um vírus ou um spam monumental nos levará de novo à bicicleta e ao cavalo.
As coisas deverão ser lidas com a humildade suficiente para nos dimensionarmos no espaço-tempo a que pertencemos. Somos vulneráveis. E ainda mais vulneráveis quando a mãe natureza decide intervir. E pode intervir de forma insignificante como tornando-nos pasto infinitamente pequeno de um cancro, ou parte de um fenómeno maior como um Tsunami, um sismo ou um Vulcão. De qualquer das formas, somos um infinitamente pequeno quando se trata de colocar lado a lado as nossas capacidades tecnológicas e as embirrações naturais.
Toma lá que é para aprenderes.

quinta-feira, abril 15, 2010

O FOSSO DAS MURALHAS
Naquele tempo, Jesus foi levado à presença de Pilatos…
Assim é com o fosso das muralhas. Tem andado de Herodes para Pilatos aguardando entre crises uma réstia de esperança. Dizem-me agora que esta semana o Projecto a realizar recebeu o Visto do Tribunal de Contas. Em linguagem de gente significa (?) que as obras podem iniciar-se.
Eu recordo o tempo em que íamos assistir aos jogos do Peniche passando pela Ponte velha e andando ao longo do fosso em direcção ao campo. Em dias de inverno chegávamos a cãs todos lamacentos e ouvíamos as vozes mais ou menos aborrecidas dos nossos pais pelo estado em que trazíamos as roupas e o calçado.
O que quer que vá ali surgir não apaga as memórias do Juncal. A propósito sendo uma obra com alguma dimensão para o nosso meio e que vai interferir com o nosso quotidiano no futuro, talvez não fosse má ideia, publicar uns folhetos com as características da obra, custos e data prevista para a conclusão e uma foto da maqueta, ou não havendo maqueta, um esboço do que ali será executado ao longo de todo o fosso.
E prevenir os cidadãos sobre as interferências previstas no decurso da obra. Os que os Deuses protegerem dirão depois de sua justiça sobre os encantos de uma cidade renovada.

quarta-feira, abril 14, 2010

BALTAZAR GARZON
O que está a acontecer em Espanha com a tentativa de calar o Juiz Baltazar Garzon, entristece e indigna a generalidade dos cidadãos dos países mundiais que não aceitam a tortura, a morte e a privação da Liberdade por delitos de opinião.
O Juiz espanhol ousou mexer no caldo de “merda” em que a Espanha assentou arrais para tentar construir um Estado (dito) Democrático. O Juiz confrontou o franquismo com os seus fantasmas.
O que o Juiz pretende(ia) é investigar os desaparecimentos da Guerra Civil e do franquismo, mandando desenterrar das valas comuns as vitimas. Um conjunto de organizações franquistas (nas quais habitam os responsáveis ou os seus filhos, por essas atrocidades) pretendem impugnar essa decisão e impedir o Juiz de voltar a exercer a sua profissão.
Lá como cá, as vítimas enterram-se e os algozes são protegidos. É a glorificação da barbárie. O quer que venha a acontecer dá-nos a dimensão da debilidade do Direito e da Justiça.

terça-feira, abril 13, 2010

RAÇAS HUMANAS
Era este o tema geral de uma caderneta de cromos, que saiu à mais de 50 anos. Eu ainda comprei uns quantos cromos e ficava maravilhado (ou surpreendido) ao ver como eram diversas as diferentes “raças humanas”. O cromo dizia muito pouco sobre a figura que aparecia na estampa. Vagamente donde era, e com uma caracterização extremamente xenófoba, reafirmando-se assim a superioridade da raça e cultura luso-cristã.
Na altura, neste pequenino e sufocado país, as cadernetas de cromos eram o nosso Google. E quando digo “nosso” estou a referir-me à pequena parcela da classe média baixa, que ainda podia dar aos filhos uns tostões (moeda primitiva usada pelas lusas gentes) para adquirir uns “bonecos” das “Raças Humanas” ou doutra qualquer colecção da Agência Portuguesa de Revistas.
Dessa colecção guardo ainda umas quantas estampas, tendo desaparecido pela voragem do tempo a sua maior parte e a caderneta onde eram coladas.
Estas são algumas das estampas que ainda guardo. Recebi agora há dias um conjunto de fotos de figuras do nosso tempo. Pertencem a esta raça humana que hoje se caracteriza sobretudo por ser diferente. Não são raças. São “tribos” como hoje se definem, que vivem com as suas idiossincrasias tão bem como quaisquer outras pessoas. Ao ver estas fotos recordei-me das minhas estampas antigas e amarelecidas pelo tempo. Sobre estas figuras não se diz que serão selvagens ou primitivas. Que estão atrasadoas civilizacionalmente ou que são indolentes e pouco trabalhadoras.

segunda-feira, abril 12, 2010

EM DEFESA DA LÍNGUA MATERNA
Uma das coisas que mais têm perturbado a Maria nas suas deambulações por Espanha, tem sido a defesa intransigente que é feita do Castelhano e/ou das línguas regionais.
Não se fala nem se ouve falar Inglês ou qualquer outra língua. E ninguém se esforça por entender quem na linguarejar no mínimo em Castelhano.
À noite, quando descansa em casa e pretende ver um pouco de TV não se ouve falar se não em castelhano. E digamos que ouvir o Dr. House ou o Leonardo di Caprio a falar espanhol, não é aquilo que mais se receite para uma boa digestão.
É o oposto do que se passa por cá. Alguns parecem mesmo ter vergonha da língua portuguesa. A não ser o Pinto da Costa e o Luís Filipe Vieira figuras de renome afastam-se da Língua Materna como se tivesse pulgas.
Nem um posição, nem outra colhem a minha simpatia. Apesar de tudo prefiro as legendas com os diálogos na língua de origem, do que a voz do Marco Paulo a substituir o Frank Sinatra num dos seus filmes.
Felizmente a Internet permite ouvir/sentir de maneira diferente. Valha-nos o S. Bill Gates.

sábado, abril 10, 2010

DIÁRIO DE UM MÉDICO
Um médico otorrinolaringologista do Porto, Carlos Barreira da Costa, publicou em livro toda uma série de situações linguísticas que passam pelo seu consultório e de colegas seus que amavelmente lhe fizeram chegar as inúmeras perplexidades de utilização da Língua Portuguesa com que se defrontam no dia a dia.
Um amigo enviou-me alguns destes mimos que nos enternecem e fazem sorrir:
Os aparelhos genital e urinário são objecto de queixas sui generis:
"Venho aqui mostrar a parreca".
"A minha pardalona está a mudar de cor".
"Às vezes prega-se-me umas comichões nas barbatanas".
"Tenho esta comichão na perseguida porque o meu marido tem uma infecção na ponta da natureza".
"Fazem aqui o Papa Micau ( Papanicolau )?"
"Quantos filhos teve?" - pergunta o médico. "Para a retrete foram quatro, senhor doutor, e à pia baptismal levei três".
"Apareceu-me uma ferida, não sei se de infecção se de uma f... mal dada".
"Tenho de ser operado ao stick . Já fui operado aos estículos".
"Quando estou de pau feito... a p... verga".
"O Médico mandou-me lavar a montadeira logo de manhã".
O diálogo com um paciente com patologia da boca, olhos, ouvidos, nariz e garganta é sempre um desafio para o clínico:
"Quando me assoo dou um traque pelo ouvido, e enquanto não puxar pelo corpo, suar, ou o ca..., o nariz não se destapa".
"Não sei se isto que tenho no ouvido é cera ou caruncho".
"Isto deu-me de ter metido a cabeça no frigorífico. Um mês depois fui ao Hospital e disseram-me que tinha bolhas de ar no ouvido".
"Ouço mal, vejo mal, tenho a mente descaída".
"Fui ao Ftalmologista, meteu-me uns parafusinhos nos olhos a ver se as lágrimas saiam".
"Tenho a língua cheia de Áfricas".
"Gostava que as papilas gustativas se manifestassem a meu favor".
"O dente arrecolhia pus e na altura em que arrecolhia às imidulas infeccionava-as".
"A garganta traqueia-me, dá-me aqueles estalinhos e depois fica melhor".
As perturbações da fala impacientam o doente:
"Na voz sinto aquilo tudo embuzinado".
"Não tenho dores, a voz é que está muito fosforenta".
"Tenho humidade gordurosa nas cordas vocais".
"O meu pai morreu de tísica na laringe".
Os "problemas da cabeça" são muito frequentes:
"Há dias fiz um exame ao capacete no Hospital de S. João".
"Andei num Neurologista que disse que parti o penedo, o rochedo ou lá o que é...".
"Fui a um desses médicos que não consultam a gente, só falam pra nós".
"Vem-me muitos palpites ruins, assim de baixo para cima...".
"A minha cabecinha começa assim a ferver e fico com ela húmida, assim aos tombos, a trabalhar".
"Ou caiu da burra ou foi um ataque cardeal".
As dores da coluna e do aparelho muscular e esquelético são difíceis de suportar:
"Metade das minhas doenças é desfalsificação dos ossos e intendência para a tensão alta".
"O pouco cálcio que tenho acumula-se na fractura".
"Já tenho os ossos desclassificados".
"Alem das itroses tenho classificação ossal".
"O meu reumatismo é climático".
"É uma dor insepulcrável".
"Tenho artroses remodeladas e de densidade forte".
"Estou desconfiado que tenho uma hérnia de escala".
O português bebe e fuma muito e desculpa-se com frequência:
"Tomo um vinho que não me assobe à cabeça".
"Eu abuso um pouco da água do Luso".
"Não era ébrio nato mas abusava um pouco do álcool"
"Fujo dos antibióticos por causa do estômago. Prefiro remédios caseiros, a aguardente queimada faz-me muito bem".
"Eu sou um fumador invertebrado".
O aparelho digestivo origina sempre muitas queixas:
"Fui operado ao panquecas".
"Tive três úlceras: uma macho, uma fêmea e uma de gastrina".
"Ando com o fígado elevado. Já o tive a 40, mas agora está mais baixo".
"Eu era muito encharcado a essa coisa da azia".
"Senhor Doutor a minha mulher tem umas almorródias que com a sua licença nem dá um peido".
"Tenho pedra na basílica".
"O meu marido está internado porque sangra pela via da frente e pinga pela via de trás".
"Fizeram-me um exame que era uma televisão a trabalhar e eu a comer papa".
"Fiz uma mamografia ao intestino".
"O meu filho foi operado ao pence (apêndice) mas não lhe puseram os trenos (drenos), encheu o pipo e teve que pôr o soma (sonda)".
Os medicamentos e os seus efeitos prestam-se às maiores confusões:
"Ando a tomar o EspermaCanulado"- Espasmo Canulase
"Tenho cataratas na vista e ando a tomar o Simião" - Sermion
"Andei a tomar umas injecções de Esferovite" - Parenterovit
"Era um antibiótico perlim pim pim mas não me fez nada" - Piprilim
"Agora estou melhor, tomo o Bate Certo" - Betaserc
"Tomo o Sigerom e o Chico Bem" - Stugeron e Gincoben
"Ando a tomar o Castro Leão" - Castilium
"Tomei Sexovir" - Isovir
"Tomo uma cábulas à noite".
"Tomei uns comprimidos "jaunes", assim amarelados".
"Tomo uns comprimidos a modos de umas aboborinhas".
"Receitou-me uns comprimidos que me põem um pouco tonha".
"Estava a ficar com os abéticos no sangue".
"Diz lá no papel que o medicamento podia dar muitas complicações e alienações".
"Quando acordo mais descaída tomo comprimidos de alta potência e fico logo melhor".
"Ó Sra. Enfermeira, ele tem o cu como um véu. O líquido entra e nem actua".
"Na minha opinião sinto-me com melhores sintomas".
O que os doentes pensam do médico:
"Também desculpe, aquela médica não tinha modinhos nenhuns".
"Especialista, médico, mas entendido!".
"Não sou muito afluente de vir aos médicos".
"Quando eu estou mal, os senhores são Deus, mas se me vejo de saúde acho-vos uns estapores".
"Gosto do Senhor Doutor! Diz logo o que tem a dizer, não anda a engasular ninguém".
"Não há melhor doente que eu! Faço tudo o que me mandam, com aquela coisa de não morrer".
Em relação ao doente o humor deve sempre prevalecer sobre a sisudez e o distanciamento. Senão atentem neste "clássico":
"Ó Senhor Doutor, e eu posso tomar estes comprimidos com a menstruação?Ao que o médico retorque: "Claro que pode. Mas se os tomar com água é capaz de não ser pior ideia. Pelo menos sabe melhor."

sexta-feira, abril 09, 2010

SOMOS ASSIM…MAS PODEMOS MELHORAR
É habitual irmos pelas ruas e encontrarmos os peões deslocando-se precisamente pelo meio da via. É verdade que cerca de 75% dos nossos arruamentos não dispõem de passeios. Mas quando os há também não os utilizamos.
Os motoristas que transportam materiais de construção, por dá cá aquela palha, param os carros que vão descarregar ou carregar a meio da via, um sinal de trânsito proibido à frente, outro atrás e quem quiser que dê a volta.
Os automobilistas sempre que querem ir às compras param os carros junto dos estabelecimentos, põem os 4 piscas a funcionar e não querem saber de mais ninguém até estarem despachados do que foram fazer.
Os peões quando usam as passadeira atiram-se para elas sem olharem à esquerda e à direita e se vierem carros, que travem a tempo, é lá com eles.
Por tudo isto e para além do surf internacional Peniche é mesmo uma aventura. Podemos mudar? Podemos, mas se mudarmos não seremos a mesma coisa.

quinta-feira, abril 08, 2010

UM PAÍS DE INVEJOSOS
Banco Privado Português: - Privado? Logo fora dos olhares de quem quer saber o que tenho e o que faço com ele.
Banco Português de Negócios: Negócios? Boa! É a forma de eu negociar com o meu, sem que lhe metam a unha.
Riqueza, riqueza e mais riqueza. Tem mais que eu? Tenho que ter mais que ele. Se não for de forma habilidosa que seja fazendo com que ele perca o que tem passando a ter menos que eu.
Recordo a apropriação dos meios de produção em Portugal. A maior parte do que passou para as “unhacas” dos “pretensos trabalhadores e das suas Comissões, foi à falência e desapareceu.
Bancos faliram. Propriedades deixaram de produzir até acabarem por ser entregues a quem sabe gerir. Desperdiça-se dinheiro no Ministério da Educação e da Justiça com Reformas sucessivas que logo são postas de parte, para se partirem para outras. O Ministério da Agricultura e das Pescas consomem em ordenados de pessoal e apoios que não se sabe para onde vão do que é valor produzido em mais-valias para o Estado.
Os gasóleos para apoio aos produtores, serviu e serve nas viaturas privadas dos que deveriam defender quem os alimenta.
Entretanto quem faz florescer negócios e consegue gerir com sucesso empresas que anteriormente davam prejuízos é atacado pelos benefícios que lhes são atribuídos como se se tratassem de criminosos.
O sucesso e os benefícios que lhe andam associados são motivo de vergonha nacional e das maiores diatribes na Imprensa. Mexia? Que ganhe o ordenado mínimo Nacional. Mourinhos e Cristianos são a vergonha do país.
O miserabilismo e a incapacidade são o orgulho nacional. E quem dá parangonas para os Jornais? Os políticos de pacotilha que nunca geriram uma empresa nem produziram o que quer que seja.
Ouçam o Belmiro de Azevedo. Ouçam o Emídio Rangel. E percebam o país que gerámos.

quarta-feira, abril 07, 2010

A ARTE NÃO É INÓCUA










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Quem vir estas esculturas, vai admirar a conceptualização e a destreza do Artista. Sentimos ternura e espanto por haver quem consegue executar tais peças. Estas “pics” fizeram-me recordar uma exposição de trabalhos de alunos da escola onde fiz o estágio profissional em 1976.
Na altura havia uma moda que atravessava os professores de Trabalhos Manuais do Norte ao Sul do País e que era a de colagem com sementes, arroz, massas, etc, executando-se assim figuras mais ou menos elaboradas e algumas (as mais vistosas) até pintadas eram, levando ao extremo o figurismo nos trabalhos.
Eu com os meus alunos participamos nessa exposição da escola e tive a particular oportunidade de assistir a uma cena que ainda hoje me deixa um certo formigueiro no estômago. Estava eu em conversa com alguns alunos e ouvi um burburinho fora do vulgar numa das salas adjacentes àquela em que me encontrava. Fomos ver e disseram-nos que um professor muito conhecido em Coimbra estava a comer trabalhos de alguns alunos. Estavam todos perplexos. O Professor era inquestionável até porque o tínhamos convidado para desenvolver um Colóquio depois da abertura da Exposição sobre “Arte e Criatividade”.
E foi com esse acto que ele iniciou mesmo o seu Colóquio. Dizendo-nos que nem todas as formas de Arte são ingénuas. Ou menos sádicas. E que a criatividade sendo um valor em si mesmo não era aceitável quando utilizava meios em que o Homem se diminuía. Quando existia uma fome generalizada no Mundo, era completamente absurdo alguém utilizar alimentos que podiam matar a fome a mulheres e crianças, para manifestações artísticas.
Estas coisas aconteciam quando os professores faziam estágios para poderem vir a ser professores. E mesmo quando éramos postos em causa isso servia para vermos para além do óbvio. Tenho a certeza que nunca mais um daqueles colegas que assistiu aquele colóquio, tenha mais alguma vez utilizado alimentos para desenvolver com alunos trabalhos pretensamente artísticos.
Pode admirar-se a capacidade e a criatividade mas teremos de ver para além do “bonitinho” e pensar em quantas crianças poderiam matar a fome com aqueles alimentos.

terça-feira, abril 06, 2010

MODOS DE FALAR
Quando eu hoje de manhã descia a 1º de Dezembro para ir ao Mercado Municipal à loja da comida dos animais, encontrei a minha cunhada Francelina. Os cumprimentos da praxe, as palavras de conveniência habituais e ela perguntou-me se eu ia descer a rua. Disse-lhe que sim. Que ia à praça.
Cruzava-se connosco uma mulher mais ou menos da minha idade que a forma de vestir não desmentia, era da Nazaré. O rosto estava marcado pelas noites nas lojas de peixe da Ribeira. Daí que até talvez fosse mais nova que eu. Ela olhou para mim e com ar trocista corrigiu-me. Mercado, diz-se mercado! Não é praça.
Respondi-lhe que era um hábito que me ficou agarrado à pele. Dizer praça. E ela tornou a corrigir-me lançando-me um repto a que não pude de todo argumentar: “- Ah home! Diz à moderna. Diz à moderna.”
Enquanto me dirigia ao meu destino ia pensando nisto. A língua é definitivamente um ser vivo que se vai adaptando aos tempos. Recusar esta evidência é condená-la ao esquecimento e ao exílio.
Quando se verifica o desaparecimento do interesse pela Língua Francesa nas escolas e uma aprendizagem em crescendo do Espanhol, isto não acontece por acaso. O Francês que era sinónimo de cultura e de Universalidade foi decaindo em importância. Por outro lado escolas e professores tornaram-na desinteressante e enfadonha. A língua Inglesa tornou-se uma paixão global para poder ter acesso à Música e à cultura anglo-saxónica. Para poder lidar com a Net.
O espanhol surge depois da invasão dos produtos dos supermercados. E da resposta à falta de empregos para gente qualificada no nosso país. E das boas campanhas de marketing que “nuestros hermanos” têm lançado.
Só tenho pena se Ferrelês e o Nazarêz desaparecem. Peniche e esta região perderiam a graça toda.

segunda-feira, abril 05, 2010

O PECADO MORA SEMPRE AO LADO
Cada dia que passa mais se avolumam as afirmações acusatórias contra a Igreja e os seus ministros. E quando já não é suficientemente mobilizador para a opinião pública que compra jornais e vê TV falar de padres, há que subir na hierarquia para poder causar efeito.
Nos casos em que terá havido atentado contra crianças, não são as crianças que motivam este ajuste de contas. São séculos de imunidade mal compreendida e assumida que agora são postos em causa.
Não são os traumas provocados (no caso em que isso aconteceu) que justificam esta Guerra Santa. São as volumosas conversões em compensações indemnizatórias que fazem pular de contentamento eventuais vitimas e os seus representantes legais.
A Igreja acumulou riquezas que agora toda a gente quer poder compartilhar. Em nome da pureza de costumes.
Falta aparecerem os filhos dos padres (perfilhados ou não) exigindo a sua parte no banquete.
E as vítimas dos crimes que foram cometidos ao longo de séculos em nome da Verdade que a Igreja se sentia no direito de impor? Esses não têm direito a nada? E os que se sentiram a cumprir um dever quando mataram porque a os Capelões Militares os abençoaram com esse objectivo?
Está aberta a caixa de Pandora. Onde irá isto tudo acabar…A Igreja está agora a provar um pouco do que foram as laudas inquisitoriais com que atingiram tantas famílias ao longo de séculos. Não em nome de Cristo mas por razões inconfessáveis de riquezas com que se “abotoava”, com vinganças mesquinhas de que se serviam para humilhar os que não se vergavam ou para favores sexuais ou outros que favoreciam os seus.
Eu compreendo e aceito as palavras de D. José Policarpo. Também muitos católicos são agora vitimas e sofrem gravemente desta sanha assassina. Mas expiar estas dores vai purificar os puros e os tementes a Deus e a Cristo.
As vergastadas que alguns agora sofrem são menos dolorosas que as que Cristo infligiu aos blasfemos quando os escorraçou do Templo do Pai.