UM VERÃO PERTUBADOR
Não pelo clima. Que é péssimo.
Não porque 2016 seja um aproximar irremediável daquilo
que não quero mas não posso impedir.
Mas porque o mundo todo ele parece virado da cabeça
para os pés. A Inglaterra decidiu não brincar mais aos países unidos. Cada qual
por si parece ser o lema a que a velha Albion de sempre pretende continuar
fiel. Neste particular parece importante olhar e tentar compreender o pós-referendo.
Enquanto o “ficar” aparecia como o resultado da votação nem Escócia, nem
Irlanda, nem Londres pareceram preocupados. Agora suscitam-se abaixo assinados,
impedimentos e outras artimanhas para não permitir a validação do resultado
final. A Inglaterra parece a Venezuela ou a Espanha em que ninguém se conforma.
Entretanto a OCDE vem apresentar os resultados de um
estudo feito sobre a aprendizagem da Matemática. Dizem os estudos que os alunos
devem ocupar-se com exercícios, se deve impedir a selecção de alunos e
incentivar o apoio individualizado. Tudo o contrário daquilo que o “cabotino”
do anterior ministro da educação defendeu.
A tese do apoio individualizado e de tentar evitar a
selecção de alunos, traz-me à memória um encarregado de educação que me moveu
um processo em tribunal porque eu (quando estive como presidente do CD na Lourinhã)
coloquei o seu filho numa turma com 20 alunos por ter 2 crianças com problemas
de aprendizagem por deficiências físicas.
Por mais que lhe fosse tentado explicar que isso não
prejudicaria o seu rebento, faria dele um elemento útil à comunidade escolar
pois poderia ajudar os colegas com mais problemas, nada feito. Fiz uma proposta
de que se o aluno estivesse a ficar prejudicado com um ritmo de aprendizagem
mais moderado, lhe fosse atribuído um apoio individualizado para lhe conferir
um ritmo mais próprio das suas reais capacidades, também isso não foi aceite.
A única coisa que o EE pretendia era que o seu educando
saísse daquela turma e fosse integrado numa outra mesmo que ele não se
identificasse com os novos colegas.
No final o aluno acabou por permanecer na turma até ao
fim, teve resultados bons (embora nunca os tivesse tido excepcionais), e no ano
seguinte o pai acabou por matricular o filho numa outra escola onde acabou por
nunca vir a ter o sucesso sonhado.
Voltando à Matemática, falta de conhecimentos básicos
com uma matemática acessível para todos, é o grande propósito que deveremos
perseguir. Até porque quam mais vezes “chumba” a Matemática são os Ministros
das Finanças, os 1ºs Ministros e os secretários gerais dos partidos. E com
consequências graves para todo um povo.