segunda-feira, junho 30, 2008

VERDEEste sábado à noite, fui mais uma vez participar com a minha família na Corrida das Fogueiras. E quando digo participar, não estou a dizer que tenha corrido. Fiz mais uma vez parte do público que ao longo do percurso se fez ouvir pelos que nela entraram correndo. A magia deste evento é esta. Todos somos parte dele. Os que correm e os que aplaudem. A Corrida das Fogueiras é Festa. Querer transformá-la em coisa séria e pomposa é tirar-lhe a graça toda. Mas o que tem isto tudo a ver com verde?
Em toda a cidade só se viam camisolas verdes. Escolha deste ano para a cor das T-shirt da prova. Ao chegar ao largo da Câmara encontro um novo e belíssimo autocarro para o serviço do Município todo ele verde.
Veio-me à memória o belíssimo poema de Frederico Garcia Lorca:
“Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde…”
As cores símbolo de Peniche, o vermelho e preto fugiram. Agora começo a ver verde. Permitam os Deuses que seja ou por acaso ou de esperança. Eu cá ficaria danado se fosse só por o Jorge Amador ser do Sporting. Irra!

domingo, junho 29, 2008

SAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIII UM CACHORRO...

sábado, junho 28, 2008

AS SETE SAIAS DAS NAZARENAS
Ao desfolhar o Jornal “SOBERANIA DO POVO” publicado em Águeda e da autoria de Manuel Farias, encontrei uma abordagem sobre o Folclore português que eu não conhecia de todo e que não resisto em transcrever aqui. O artigo intitulado “O folclore e a raça” aborda desta maneira a questão do folclore, onde ressalto a história das “nossas estimadas nazarenas”. Os destaques no artigo são meus. Quem havia de dizer que nazarenos e penicheiros têm tanto em comum nos resíduos do Estado Novo.“Não tendo outro alicerce para o Estado Novo, para além da esperança da modernidade que o povo português sabia que tinha direito, António Salazar deitou mão de uma nova cultura popular para acoitar e condicionar o povo português durante muitas décadas, para além da censura e da prisão, já que a dita esperança de modernidade, entre 1928 e 1974 nunca passou da dita. Assim, tornou-se desígnio do Estado Novo moldar uma nova cultura popular, já que a genuína cultura tradicional do povo português possuía valores de auto-suficiência, de solidariedade, de comunitarismo, de espontaneidade brejeira que perturbava os aliados da Santa Sé, de pensamento livre, de alegria natural e simplicidade de processos.·NOVA ORDEM, NOVA CULTURA Salazar percebeu que um povo assim jamais teria ordem “ordenada”, nunca seria temente nem obediente, dispensaria patronos, não acolheria o corporativismo em vez do cooperativismo, enjeitaria a estagnação, não desprezaria a novidade, haveria de ser solidário perante a diferença e, sobretudo, haveria de valorizar quem se dispusesse a pensar pela sua própria cabeça. Em resumo: não haveria Estado Novo.Lá, nos esquecíveis anos 30 e 40, António Ferro foi o ideólogo do regime que inventou novos padrões para o folclore do povo português, acrescentando 6 (seis!) saias às mulheres da Nazaré, ornamentando as minhotas com ouro, resumindo o fandango ao Ribatejo (ainda por cima só com homens, como se os ribatejanos fossem homossexuais!), pôs cintas com pontas caídas aos beirões, chapéus com borlas para ribeirinhos da Beira Litoral e, pasme-se!... as algarvias pacatas e pudicas, foram desafiadas para uma nova dança, chamada corridinho, onde levantariam a perna mostrando coxas envolvidas em coullotes acabados de importar da cosmopolita Paris. Tudo novo, em nome do folclore antigo, mas para viabilidade do regime e desgraça da cultura tradicional portuguesa.Em consequência e passado meio século, o que foi inventado tornou-se quasi-tradição, tal como os collotes, as cintas com pontas caídas, as sete saias da Nazaré, as borlas nas fitas dos chapéus, o fandango só de homens, as pernas levantadas no corridinho, o ouro minhoto, etc, etc. A farsa é tão grande, que os próprios políticos que foram os pais da incultura tradicional, dizem que é folclore quando puxam das suas farpas politiqueiras contra os seus adversários. Trata-se, efectivamente de incultura não saber que folclore é significado de valores e de património cultural imaterial dos povos, não se resumindo a danças e transportando a identidade de que somos parte. Quem dedicou alguma atenção ao fenómeno do Estado Novo, percebeu que a violência exercida sobre o povo português não se resumiu à repressão física, à PIDE, ao Tarrafal, a Caxias, a Peniche, aos julgamentos sumários no Tribunal de Monsanto ou à censura; muita desta coação também foi ideológica, alienando valores tradicionais do povo aos f's de Fátima, de fado, do futebol e do folclore falso.”

sexta-feira, junho 27, 2008

O PARQUE DA CIDADE
Para a Zirigunfa, perdida em terras de Quental. Para que entre em stress ao pensar no tempo de usufruir tanto bem-estar. Não mais gastar dinheiro com o Dr. Póvoas. Em Peniche "é ké bom". Ao fim de semana as centenas de pessoas que aqui vão usufruindo deste espaço, assim garantem.

quinta-feira, junho 26, 2008

AZULEJOS DA IGREJA DE S. SEBASTIÃO

quarta-feira, junho 25, 2008

NO PRINCÍPIO ERA O VERBO...Aos dezassete dias do mês de Setembro do ano de mil novecentos e quarenta e quatro, nesta Igreja Paroquial de São Sebastião da Vila e Concelho de Peniche Patriarcado de Lisboa baptizei solenemente
um individuo do sexo masculino a quem foi posto o nome de José Maria dos Anjos Costa
e que nasceu nesta Paróquia
no dia um do mês de Junho do ano de mil novecentos e quarente e quatro filho legítimo de Horácio da Costa, serralheiro natural de Nossa Senhora da Ajuda de Peniche e de Natália dos Anjos Monteiro Costa, doméstica
natural de São Julião de Setúbal, receberam-se nesta Paróquia, onde são moradores
neto paterno de Benjamim Costa e de Guilhermina Baptista Leitão
e materno de Manuel Pinto Monteiro e de Dionizia dos Anjos.
Foi padrinho: José augusto Andrade Leitão, solteiro, estudante, residente na Paróquia de São Pedro de Peniche
e madrinha Guilhermina Baptista Leitão, casada, doméstica, residente nesta Paróquia, assinando ambos comigo
O Pároco
Pe. Inácio Antunes

terça-feira, junho 24, 2008

MANHÃ DE S. JOÃO:
- O MEU PORTOEm Junho de 1968 eu estava na tropa. Em 1968 eu era oficial de Operações de Segurança do Batalhão de Reconhecimento das Transmissões na Trafaria. Onde me encontrava conheci um amigo, o Chamusca, natural de Freamunde que era um apaixonado pelo Norte como conheci poucos. Fazia confusão a esse meu amigo que eu nunca tivesse ido ao Norte, nem conhecesse o Porto. Lá me convenceu a ir passar o S. João ao Porto.
Chegámos a 22 e nessa noite dormimos na messe de oficiais que se situava na Praça da Batalha. Em pleno coração das festas S. Joaninas. Acordei a 23 com os pregões e a festa a entrar-me pelas janelas do 1º andar. Nessa manhã escrevi um dos mais belos poemas que até hoje me saíram da pena. Tão actual nessa manhã de Junho de 1968 como hoje. Fiquei a ser um apaixonado pelo Porto em partícula e pelo Norte em geral. Amor esse que o tempo consolidou. Que uma passagem de um ano a trabalhar na Escola Augusto César Pires de Lima cimentou. Que o facto de o Carolino ter escolhido como lugar para viver veio a tornar a minha saudade fetiche. E da minha família.
Esse poema dessa manhã de S. João vão lá 40 anos que fala do “Meu-Porto-Portugal-Povo-Menino-Brincando” veio-me hoje à memória como um hino. Como a minha homenagem ao Porto. E ao S. João neste seu dia.

segunda-feira, junho 23, 2008

O PARQUE DA CIDADE
Gosto francamente do Parque da Cidade. Os sábados e domingos converteram aquele espaço num local de lazer e convívio para as famílias de Peniche e dos que nos visitam. Porque somos um povo de fraca memória recordo em 3 imagens o que era aquele local em período de governação autárquica do PS. Mas aquilo que hoje temos em vez de nos envergonhar, é um motivo de orgulho. O que me espanta é a falta de atenção com alguns pormenores, que o não serão tanto como isso.
Sendo o actual presidente da Câmara o primeiro responsável (e fazendo gala de nos recordar esse facto), o primeiro responsável pelos centros de reabilitação de crianças e jovens deficientes, ainda mais me espanta que não tivesse sido cuidado um ou outro aspecto no Parque da Cidade que são armadilhas letais para cegos, cadeiras de rodas e velhos com problemas de locomoção.
Ontem mesmo tive oportunidade de assistir a um tropeção de um velhote de bengala a entrar no bar que só não deu em caso grave por milagre. Aquela guia de encerramento e abertura da porta do bar é um erro monumental.Estas coisas fazem-se embutidas no chão. É claro que sai mais caro. Mas deixa de ser um obstáculo e um motivo para acidentes. E agora a reparação daquele ainda vai sair mais cara. Não posso aceitar que não seja corrigida. E esta nota constitui mesmo uma acção preventiva para eventuais acidentes, não permitindo a partir de agora qualquer atenuante.Eu sugeria que se convidassem um grupo de pessoas com problemas de mobilidade que testassem o parque da cidade. É que aquele não é o único obstáculo perigoso. E se forem devidamente sinalizados e minimizados os perigos, podemos então dizer que o parque da Cidade é um verdadeiro Parque da Liberdade.

domingo, junho 22, 2008

Não leves a vida tão a sério... afinal nem vais sair vivo dela.

sábado, junho 21, 2008

O CÚMULO DO MASOQUISMO
ou
assistir a uma Assembleia Municipal em Peniche
ou
ver na TV um Congresso de um qualquer partido político
ou
ir marcar consulta ao Centro de Saúde de Peniche
ou
esperar que se faça Justiça no futebol
ou
viver em Portugal e acordar vivo todos os dias

sexta-feira, junho 20, 2008

AMARGO DE BOCA
Frustração. Tristeza. Desânimo. Afinal temos do melhor que o mundo produziu mas não conseguimos rentabilizar os nossos valores. Individualmente brilhamos como mil sóis e somos espectaculares quando integrados em grupos internacionalmente reconhecidos. Mas quando nos temos que representar cá dentro, enquanto nação, não conseguimos atinar com as vitórias e somos despedidos.
É de futebol que estou a falar e da derrota com a Alemanha e o nosso afastamento do Euro2008.

quinta-feira, junho 19, 2008

O ALCANTARENSE
Naquele Verão de 1966 eu tinha passado para o 3º Ano do Curso de Química Laboratorial e Industrial do Instituto Industrial de Lisboa. Nesse Verão eu já tinha o meu futuro nos 4/5 anos seguintes: ia para Mafra, para a tropa.
Nesse Verão o “Novo Rumo” tinha tido uma avaria que se previa iria demorar uns bons meses a ser reparada. Estavam comprometidas as viagens de barco para turistas às ilhas Berlengas.
Foi então que alguém se lembrou do “ALCANTARENSE”. Era o barco que promovia os salvados marítimos em toda a costa portuguesa. Continente e ilhas. Barco que naufragasse e que não tivesse recuperação, lá ia o Alcantarense levantar os destroços para serem vendidos. Era propriedade do Sr. Joaquim Pinto que era um velho amigo de meu pai. O meu pai era mesmo como o procurador dele, tratando de todos os seus assuntos.O Sr. Pinto era ainda o proprietário dos tractores que em Peniche puxavam os barcos para terra para serem reparados sazonalmente e que depois os tornava a por no mar.
E assim o Alcantarense salvou naquele Verão os milhares de turistas que rumavam à Berlenga para as curtas visitas habituais. O Alcantarense foi adaptado e o Sr. Pinto deu-me a mim a tarefa de vender os bilhetes para as visitas à Berlenga nesse Verão. Foi o meu primeiro salário antes de ir para a tropa.
Vem isto a propósito de uma foto do Sr. Pinto que me veio parar às mãos. E de tudo isto em flash me recordei. O Sr. Pinto era um filósofo de quem tenho inúmeras histórias que um dia terei de escrever aqui. Quando ele entrava no Aviz, acabava o silêncio. E quando ele se juntava ao Acácio Horta era como se uma multidão lá estivesse.
O Sr. Pinto era um homem com um coração do tamanho do mundo. Daqueles que ajudaram a construir Peniche, num tempo em que muitos outros agora “muito papagaios” se limitavam a apodrecer aqui a sua existência. O Sr. Pinto era um músico fantástico. Guardo em lugar de honra em minha casa os acordeões e o trompete com que abrilhantou muitos anos as noites da antiga “Emissora Nacional” e que ele antes de morrer me quis oferecer. Sou um fã do Sr. Pinto nas muitas vertentes que a maioria das pessoas não lhe conhecia. Ainda espero um dia voltar a conversar com ele.

quarta-feira, junho 18, 2008

Uma proposta de leitura..Para perceber melhor as (des)motivações de muitos jovens. Para compreender um "certo" tipo de violência. Para nos interrogarmos sobre quais deverão ser de facto as nossas prioridades. Que fizemos do que aprendemos. Que opções deixámos às gerações mais jovens.

terça-feira, junho 17, 2008

22 ANOS
Tantos como os que me separam do momento brutal em que a notícia brutal me apanhou completamente desprevenido. O meu pai tinha morrido. Menos de uma hora antes eu vinha da Lourinhã e passei por casa de meus pais para o ver. Recordo que quando já eu ia a sair ele me disse qualquer coisa de que eu me ri e respondi-lhe. “- Você é sempre o mesmo”. Tentei milhares de vezes recordar o que ele me teria dito e não consigo. Bloqueei por completo em relação às últimas palavras que lhe ouvi.
Tenho uma recordação viva de meu pai. E continuo a sentir a mesma saudade dele hoje, que senti logo no primeiro dia em que morreu. Sinto a sua falta. Sinto falta dos seus juízos. E tenho uma imensa pena que ele não tenha conhecido a Maria.
Eu tenho aliás uma teoria muito minha em relação aos dois. Ele morreu dois meses antes de ela ter nascido. Eu conhecendo-a como a conheço penso que ele reencarnou nela. Ela tem todas as características do meu pai em particular e dos “Baterremos” em geral.
Como eu recordo mais o meu pai é no “Café Aviz” de fato de ganga e de boina. Tenho uma foto dele a conversar com o Sr. Acelino que retrata na perfeição o que estou a dizer.A foto foi tirada em 7 de Junho de 1972 pelo Gentil. O curioso desta foto é que o verso é tão importante como o que retrata. Isto pelas anotações escritas pelo meu pai e, pela assinatura no canto inferior esquerdo onde pode ler-se, “Gentil – Equitador e a data”.Para os que se lembram, o Gentil é um ícone de Peniche. Que retratou de forma magistral momentos das pessoas de Peniche únicos. Como é este caso. O meu pai é uma figura indissociável da oficina e do Café Aviz. Foi ali que germinou a ideia da formação do GDP.
Recordar o meu pai hoje, é um desfiar de histórias e momentos sem fim. Amo o meu pai.

segunda-feira, junho 16, 2008

Há duas palavras que abrem muitas portas: Puxe e Empurre!

domingo, junho 15, 2008

À ESPERA......na praia de px de cima, da hora do jogo da selecção.

sábado, junho 14, 2008

DIA DA IRLANDA
Fico a dever uma ao Stº António. A partir de agora a 13 de Junho celebrar-se-à também a nível Europeu o DIA DA IRLANDA.
É claro que entretanto já andam por aí ideias de não valorizar o que por força de Lei o deverá ser. Os grandes(?) da europa ao sentirem que foi posto em causa o seu estatuto já andam numa chinfrineira a tentar ignorar o que não pode ser ignorado.
Mas a mim cheira-me que o "NÃO" rotundo e firme que ontem ouvimos não se ficará por ali. Bem pode o "cabotino" do Durão Barroso vir a minimizar o que aconteceu. Aquilo em que apostou acabou. Resta-lhe abanar a cauda e vir embora de Bruxelas com "o rabo entre as pernas", que foi o mesmo que fez quando abandonou Portugal, após ter contribuído para a maior carnificina humana a que podemos assistir nos últimos anos a que deu cobertura no Iraque.
Têm feito tudo nas costas das populações. Começam agora a ter a resposta adequada.

sexta-feira, junho 13, 2008

13 DE JUNHO:
Uma data. Dois ícones


Oração a Stº. António (escrita a 12/06/2008)Meu querido Stº Antoninho: Que neste vosso dia com o mesmo Amor com que casais as vossas noivas. Que com a mesma ternura com que recebeis as traquinices do Menino Jesus. Que com o mesmo olhar de Amizade com que sempre olhaste para Lisboa, a cidade que vos viu nascer. Que com o mesmo carinho que sempre demonstraste por Portugal.
Ouvi as minhas preces.
Fazei da população da Irlanda um instrumento da Vossa Glória.
Fazei com que eles saibam explicar à nossa velhinha Europa que não basta falar em nome dos que precisam. Fazei com que os nossos governantes percebam de uma vez por todas que a Democracia é o governo do Povo, pelo Povo e para o Povo. Vós que gostais de manjericos e de papoilas. Vós que fazeis florir as alcachofras e os malmequeres, permiti que as coisas simples floresçam. E que um simples não da Irlanda seja a forma singular e serena de todos os “chefões” saberem que os seus governados gostam da Europa que construírem. Não aquela Europa que lhes querem impor para perpetuar os benefícios de uns quantos, em detrimento de todos nós.
Dai-me neste vosso dia a alegria de sentir o milagre do Vosso Amor connosco. PN.AM.

120 Anos do nascimento do PoetaHá mais de meia hora
Que estou sentado à secretária
Com o único intuito
De olhar para ela.
(Estes versos estão fora do meu ritmo.
Eu também estou fora do meu ritmo).
Tinteiro grande à frente.
Canetas com aparos novos à frente.
Mais para cá papel muito limpo.
Ao lado esquerdo um volume da «Enciclopédia Britânica».
Ao lado direito –
Ah, ao lado direito!
A faca de papel com que ontem
Não tive paciência para abrir completamente
O livro que me interessava e não lerei.

Quem pudesse sintonizar tudo isto!

Álvaro Campos (Fernando Pessoa)

quinta-feira, junho 12, 2008

O POVO É QUEM MAIS ORDENA
Existe uma vertente de participação dos cidadãos na vida autárquica, muito pouco desenvolvida entre nós (Portugal), o que parece dar razão aos que fazem dos versos da canção um paliativo e uma mera figura de retórica. Refiro-me aos ORÇAMENTOS PARTICIPATIVOS (OPs).
O que são os OPs? Trata-se de um processo de participação dos cidadãos na tomada de decisões sobre as prioridades a que afectar os seus recursos. As associações representativas de cidadãos, ou estes em nome próprio, sugerem os investimentos a eleger como prioritários nos Orçamentos Autárquicos.
Existem dois tipos de OPs: O Consultivo e o Vinculativo. Só no 2º caso o poder local se compromete a executar as decisões das consultas populares. Em Portugal todas as experiências desenvolvidas se referem a OPs Consultivos.
Como lançar um OP? Ou em Assembleia, por via postal ou pela Internet.
Que experiências existem em Portugal? 25 Autarquias no Continente desenvolvem OPs. 6 do PS. 1 Independente. 9 da CDU e 9 do PSD. Ao contrário do que poderíamos imaginar não é pois uma acção da esquerda política “tout court”.
Existem formas do levar os cidadãos a participarem na vida autárquica sem paternalismos, nem vigilâncias mais ou menos musculadas.
Aos Partidos Políticos cabe a importante tarefa de saber o que preferem. Se definharem até desaparecerem tal como hoje os concebemos, ou descobrirem formas de os cidadãos (re)aprenderem a confiar neles. É claro que têm de estar preparados para perderem as clientelas. Ou em alternativa perderem o medo dos eleitores.
E Peniche onde fica no meio disto tudo? Fica-se pelos “Sabores do Mar”. E por uns programas de TV mais ou menos “pífios”. Democracia é para os outros. Participada ainda por cima? Era o que faltava. Anda uma pessoa a fazer tudo o que é “legítimo em política” para chegar ao poder executivo e depois dividia-o com quem não pertence ao “clube”. O dinheiro é pouco e as pessoas não se interessam.

quarta-feira, junho 11, 2008

RAÇANHUDOS
Não votei em Sócrates, nem em Cavaco Silva. Para o que der e vier sou responsável por esta minha atitude. Não sei ainda se me hei-de sentir orgulhoso ou mortificado por essa minha opção. Isto não significa que esteja sempre em desacordo com um ou com outro. Infelizmente para “mal dos meus pecados” estou mais vezes de acordo com o Presidente da República do que com o 1º Ministro. Mas adiante.
Vem tudo isto a propósito do facto de Cavaco Silva ter apelidado o 10 de Junho como “DIA DA RAÇA” e os habituais do PCP e do BE terem vindo a entrar em histérica “chinfrineira”, porque é uma expressão troglodita e fascista do Salazar e de pretender com isso exaltar uma coisa que não existe, a raça portuguesa.
Pois eu não podia estar mais de acordo com a expressão. E aplaudo o Presidente da República por a ter utilizado sem traumas, nem complexos. Cá por mim existe uma raça portuguesa. Existe uma alma lusa.
Eu sou da Raça do Pepe quando ele marca um golo à Turquia e deixo-me emocionar por isso. Eu sou da Raça de Eusébio e do Mário Coluna. Eu sou da Raça de Jorge Amado e de Reinaldo Ferreira. A Raça Portuguesa não se confunde com nenhuma outra. E foi essa Raça que me levou à Guiné-Bissau em 1975 e 1976 para ajudar na reconstrução daquele país. E vibrei lá com a obra de Amílcar Cabral sentindo-o como parte da minha Raça. E estive em S. Tomé onde chorei com a escravatura a que os senhores do cacau submeteram aquele povo até ao século XX. E eu era da Raça dos negros daquelas roças.
Eu sou da Raça que Camões exaltou e em que Pessoa penetrou até ao mais de si mesma.
Se o os senhores Louça e Sousa têm complexos com a expressão raça portuguesa, problema deles. É melhor tratarem-se desse complexo de fascismo que lhes parece dominar as entranhas. E não me venham com sofismas. Se o Salazar utilizou a palavra para atingir fins inconfessáveis, então há que valorizar a palavra. Se os neonazis a utilizam dando-lhe um contexto perverso, há que realçar o lado maravilhoso do SER PORTUGUÊS.
Cá por mim aplaudo o Professor Cavaco Silva pela sua coragem e congratulo-me pelo aclarar de ideias que isso representou. Só os portugueses cantam o Fado e sentem Saudades. Só os portugueses se emocionam até às lágrimas ao verem os seus meninos brilharem como sóis por esse mundo fora. Nem que seja a jogar à bola.

terça-feira, junho 10, 2008

10 DE JUNHOEnquanto quis Fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus efeitos escrevesse.

Porém, temendo Amor que aviso desse,
Minha escritura a algum juízo isento,
Escureceu-me o engenho co tormento,
Para que seus enganos não dissesse.

Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos,

Verdades puras são, e não defeitos.
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos.

Luís de Camões

segunda-feira, junho 09, 2008

DINHEIRO: - SUA ALTEZA REAL!Num artigo publicado no DN de ontem, domingo 8 de Junho, Rita Roby Gonçalves afirma que Miguel Pais do Amaral depois de vender a sua participação na Media Capital (proprietária entre outras da TVI), adquiriu o Grupo Leya que detém 13 editoras entre as quais, a Caminho, Texto, ASA e a Oficina do Livro.
Isto significa que sempre que um qualquer de nós pega num livro para ler, existem as maiores possibilidades de que esteja a colaborar na consolidação empresarial do maior grupo económico livreiro português. Mas o que é mais interessante no artigo que estou a citar e a que a autora deu a designação de “O conde de gelo” é que o referido Pais do Amaral “dedica-se pouco às leituras, não tem queda para a poesia, filosofia ou literatura”. “O seu objectivo foi sempre o dinheiro. Os negócios, não têm nada a ver com gostos pessoais.”
O 2º conde de Alfarrede, filho do 7º conde da Anadia, percebe de negócios. Tem o toque de Midas. E ensina-nos a viver no mundo novo em que o dinheiro é a mola real da vida. O que permite multiplicar euros é bom. O que não der lucros é lixo.
Por mim vou tentar boicotar as minhas compras ao grupo da realeza. Não tenho nada contra os ricos. Nem contra os nobres. Mas detesto pedantes. E pior que um pedante, só um pedante rico.

domingo, junho 08, 2008

sábado, junho 07, 2008

EM DIA DA SELECÇÃO NACIONAL...
VENHA DE LÁ ESSE ABRAÇO!

sexta-feira, junho 06, 2008

PLACARD ELECTRÓNICO
O dito cujo que já aqui foi citado, entra hoje de novo no centro da minha atenção. Não porque de novo esteja avariado. Nada disso. Mas porque sendo um óptimo veículo de informação não está a ser potencializado na sua plenitude.
A minha sugestão tem a ver com uma conversa que ouvi entre dois frequentadores das ombreiras das portas da Praça principal da nossa cidade. Dizia um para o outro para que servia aquela coisa. Ao que o amigo respondeu que era para dar informações. Então o 1º retorquiu que se era para dar informações, porque raio de razão é que sendo esta uma terra de Turismo, as informações não eram vertidas para Inglês.
Eu lá fui andando e concordei com o sentido crítico do “cusco”.
De facto já lá vai o tempo da D. Lucília do Posto de Turismo. Que com a maior das boas vontades lá se ia desenrascando. Agora temos aquele departamento cheio de licenciados e gente sabedora. Por que é que não hão-de traduzir para inglês as informações prestadas? Era bom que se soubesse que existe um local próprio para informar os turistas dos alojamentos que existem. Dos eventos que se realizam. Das informações úteis.
É prático, simples, útil e dá milhões de razões para acreditar na nossa capacidade de fazer Turismo, para além do que é os grandes investimentos.

quinta-feira, junho 05, 2008

CAMPOS DE TÉNIS DA CIDADE DE PENICHE
Durante o tempo em que me mantive como vereador da Câmara Municipal de Peniche, uma parte importante do trabalho que desenvolvia, era na recepção de munícipes que apresentavam solicitações de apoio, reclamações sobre situações anómalas, pedidos de ordem diversa e até, sugestões para a correcção de erros cometidos pelo município que afectavam a vida dos cidadãos em particular.
E haviam muitos repetentes. Sendo Peniche um concelho pequeno com muitas e as mais diversas instituições, existiam (existem) pessoas que se repetem. Uma com responsabilidades em múltiplas actividades e sectores era o actual Presidente da Câmara, que ora aparecia em representação da ADEPE, ora em nome da CERCI Peniche, ora do Clube de Ténis e, ele que me perdoe se me estou a esquecer de mais algumas.
O que é certo é que quando a funcionária que aceitava as marcações me dizia que tinha mais uma solicitação de reunião com Tó Zé Correia, eu já sabia que vinha aí mais um pedido de subsídio e de apoio em homens e materiais da Câmara Municipal.
Vem isto a propósito de eu me interrogar como será agora nas suas relações com as instituições em que suspendeu a sua participação enquanto durar este seu impedimento.
E uma daquelas em que era mais insistente, não vislumbro ao fim de mais de metade do seu mandato qualquer iniciativa que me permita pensar que agora põe em prática aquilo que como pedinte fazia tão bem.
Refiro-me aos novos campos de Ténis, no local em que se vieram a descobrir os vestígios arqueológicos dos fornos romanos. Recordo-me de lhe ter entregue um ante projecto da inserção daquelas descobertas no parque de ténis, que estava a ser elaborado pelo CAT de Caldas da Rainha. Passados mais 7/8 anos tudo continua como dantes.
Na verdade parece ser muito mais fácil exigir ou pedir que fazer. Bem prega Frei Tomás. O melhor é eu parar de ter recordações.

quarta-feira, junho 04, 2008

SOU UM GRANDE PAROLOPacóvio. Saloio. Naif. Um lamechas. Emocionei-me ao ver a recepção à Selecção Nacional na Suiça. Vieram-me as lágrimas aos olhos ao ver aqueles portugueses agarrados a um ideal de Pátria que os alimenta e lhes dá força para procurarem lá o que aqui não encontram.
Quero lá saber do que digam sobre estes sentimentos de êxtase. O Scolari já ganhou. O Cristiano & Cª já ganharam. Eu já ganhei.
A Selecção Nacional foi à Suiça carregar as baterias de milhares e milhares de portugueses que fazem da diáspora a sua última esperança. Seja qual for o resultado final já ganhámos. É lindo e emocionante ver a serena e civilizada terra helvética rendida à paixão.Por tudo isto eu já coloquei bandeiras nas minhas janelas. E digo: Portugal! Portugal! Portugal! Fazendo coro com todos os que gostam de olhar e se rever no que está para lá do que é evidente. Valham-nos aqueles que superam a miséria miserável em que vivemos.
VIVA A SELECÇÃO!

terça-feira, junho 03, 2008

GREVE SUCEDE A GREVE ?Temos um dedo que adivinha. Ou deitámos as cartas. Ou lemos nas estrelas. Seja lá o que for mas surgem indícios (muitos) que quando tudo se prepara para um acordo entre armadores, pescadores e governo sobre a actual greve, já outra se prepera para se desencadear logo a seguir.
Dos compradores.
Tudo porque sobre eles foi criado um novo imposto de 2,5% sobre o producto das compras, a fim de subsidiar a Docapesca que atravessa um período de grave crise financeira. Revolta estes comerciantes e industriais que se tenha que subsidiar uma empresa que só tem problemas por falhas graves da sua gestão. Dão como exemplo a Docapesca de Pedrouços com mais de 160 trabalhadores, mas onde nunca se veem mais de 20 a executar funções operativas.
Temos uma adivinhação que nos diz que é só acabar uma, para se desencadear logo de seguida uma outra contra este imposto absurdo.
Como se não fossem os consumidores que pagam os impostos dos compradores e distribuidores de peixe. E que VIVA o Stº António!

segunda-feira, junho 02, 2008

A CRISE DOS COMBUSTÍVEIS
Tudo o que vos poderia dizer sobre este assunto, seria redundante face às milhentas análises que já vimos, ouvimos e lemos. Daí que melhor que as palavras será talvez um boneco que ilustra e resume tudo isso de forma exemplar:
"A Evolução do roubo ao longo dos tempos"

domingo, junho 01, 2008

1 DE JUNHO
Dia Mundial da Criança. O meu diaEu. Euzinho. Eu todo. Menino e moço todo imponente por ter chegado até aqui. Graças a muitos milagres juntos. Do acaso ou talvez não. Da medicina. Dos médicos que me têm acompanhado e vigiado. Graças ao apoio da minha família. E dos que gostam de mim. Tenho um grande abraço para todos, daqui e percorrendo todo os espaço onde todos se distribuem.
Sou feliz por estar aqui convosco. Sou feliz por poder recordar todos os que amo. Mesmo aqueles (e sobretudo esses) que a lei da vida foi empurrando para além do espaço-tempo em que me movimento.
Um abraço à Juju. Ao Carlos Amaral. Ao Zé. Não esqueço a Marylyn Monroe.
Continuem a celebrar. É bom estar vivo. É bom fazer anos.