quarta-feira, junho 27, 2007

TU-QUE-O-DIGAS
O Taneta revisitou o passado uma tarde destas. Todos ficámos presos do colorido das imagens do tempo que todos os dias perdemos cada vez mais na nossa memória.
Acordámos no Visconde. Corremos no Campo-da-Torre que os barcos estão a chegar. E hoje é dia de ganhar dinheiro que em casa nem hão-de cheirar.
“Corre! Vem aí o Carreira esse desgraçado”. “Ti Charreta. Tá aqui um cabaz de charros”. “Ah! Ric filho vai pôr lá na loja. Mas na róbes nenhum”. E é só ela dar meia volta e o mesmo cabaz vai ser vendido três ou quatro vezes. “- Agora vamos comprar um maço de Três-Vintes. E vamos jogar à bola prá praia”.
No fim cansados de brincar, é correr até casa, apanhar um enxerto de porrada pela dinheiro da venda do peixe roubado que não chegou a entrar , e onde a mãe-fome o aguardava ansiosa.
Depois, deitado à porta ao sol quente do fim da tarde, é aguardar pelo cair da noite e o recomeço do ciclo da Ribeira. É altura de chamar o melhor enfermeiro de Peniche:
"- Tu-Que-o-Digas!!! E lá vem ele a abanar a cauda. Era o meu cão. Que se deitava ao meu lado e me lambia as “topadas”. Acreditem ou não, o Tu-Que-o-Digas era o cão mais conhecido de Peniche. Tinha um cuspo Abençoado. - Ferida lambida era ferida curada. E os meus pés descalços eram “chagas” todos os dias. Era o que me dava mais raiva nesse tempo. Era ver sapatos e eu não os poder ter. Menino que eu visse de sapatos, só se eu não pudesse é não lhe “arrebentava o focinho”. Era a minha vingança. E o meu ódio por quem andava calçado. Só comparável ao que eu gostava do Tu-Que-o-Digas.
As “topadas” cicatrizaram. O Tu-Que-o-Digas morreu. E o Táneta, hoje um pescador reformado, conta as suas histórias de há cinquenta anos atrás e sabe que já não são os pés descalços o que mais o magoa na memória do passado.
O que verdadeiramente o incomoda é que há tantos que perderam a memória. Da fome. Dos pés descalços. Do charro roubado. Dos maços de “Três Vintes” ou de “Provisórios”. Hoje tanta gente perdeu a memória. Só o Táneta é que tinha um cão para lhe lamber as feridas.
Perder a memória é hoje meio caminho andado para o sucesso. E porque o passado se está a perder, o presente não tem amarras que o projectem para o futuro. Os pais desejosos de apagar da sua memória um passado que aparentemente os humilha (a pretexto de não quererem que os filhos passem pelo mesmo). Os jovens debatem-se no imediatamente a querer e a satisfazer.
Em memória desses tempos, retomo uma proposta. Dar nome de rua ao
TU-QUE-O-DIGAS
Cão – Enfermeiro – Residiu no Visconde
Ao ver a lápide, haveremos de recordar que houve um tempo em que havia fome em Peniche. E que havia crianças descalças. Crianças que davam “topadas” nas pedras e que se feriam sem que houvesse um Centro de Saúde ou em casa o que quer que fosse para as tratar. Para não esquecer. E para que não se repita.

terça-feira, junho 26, 2007

A IMPORTÂNCIA DE SE SER NADA
As poucas pessoas que lerem as linhas que aqui vou juntando, pensarão que estou numa de pensar só em Escolas e Educação. Até é capaz de ser verdade. Nos últimos dias a propósito de umas coisas fui desembrulhando outras e aqui estou eu a repetir-me no mesmo tema.
Mas já que estamos nisto há que levar o assunto até ao fim tal como ele se foi desenrolando no meu espírito maléfico.
Comecemos pelo fim...
Era uma vez A CARTA EDUCATIVA DO MUNICÍPIO DE PENICHE. Que foi aprovada em Reunião Extraordinária da Câmara Municipal do dia 17 de Abril de 2007. Estavam presentes 7 pessoas. O Presidente da Câmara, o vice-presidente da Câmara, mais um vereador da CDU, 2 vereadores do PS e 2 vereadores do PSD. Resultado final da votação.
A favor 3 votos - da CDU
Abstenções 4 votos – 2 do PS + 2 do PSD 1ª Questão
Quer dizer que se o documento aprovado é assim tão importante, pelo menos para o PS e para e para o PSD parece não ter importância nenhuma. Tanto faz, como fez. Abstiveram-se.
Não podemos esquecer que estes dois partidos têm condições para poder “obrigar” a CDU a construir um documento consensual. Mas se estão mesmo em desacordo, podiam ter votado contra. A abstenção é a formula mágica para quem não tem coragem para assumir o que quer dizer.
2ª Questão
Análise dos Abstencionistas ao Documento
Primeiro
- Algumas correcções de pormenor que serão fornecidas para melhoria do Documento
- Felicitações a quem elaborou o Documento
- Elaborado do ponto de vista técnico de acordo com o pensamento de um dos vereadores congregando todos os princípios orientadores e grandes objectivos a alcançar, identificando os pontos críticos do concelho em matéria de política educativa local
Segundo
- Mais felicitações à empresa e intervenientes directos na execução do Documento
- Leitura superficial
- Criticas ao centralismo que presidiu à concepção da Carta Educativa
- Dúvidas sobre o que acontecerá se a escolaridade passar para 12 anos
- Ao Documento carece falta de arrumação pela libertação de escolas e acomodação dos alunos noutras
- Dúvidas sobre localização de novos equipamentos
- Preocupação sobre o que vai acontecer às Escolas do 1º Ciclo do Plano do Centenário
- Dúvidas sobre o que é uma Carta Educativa
- Não saber se esta é a melhor Carta Educativa que aparece ou a que temos direito e portanto não é exequível
Terceiro
- Parabéns pelo trabalho realizado
Quarto

- Dúvidas sobre o o que é um Centro Educativo
- Dúvidas sobre se o ATL da Misericórdia será aproveitado e integrado no parque da educação pré-escolar do concelho
- Dúvidas sobre desdobramentos
- Dúvidas sobre a capacidade de resposta da Escola do 2º e 3º Ciclos da Atouguia se a escolaridade obrigatória passar para 12 anos.

Como consequência desta análise estes quatro senhores abstiveram-se na aprovação da “Carta Educativa do Município de Peniche”. Estas razões foram as que significativamente foram formuladas nas reuniões de 13/3 e 17/04 e que aqui sistematizei de forma resumida. Foram colocadas outras questões mas que não tinham relevância para a aprovação ou não do Documento.
De propósito não refiro os nomes dos vereadores. Designo-os por 1, 2, 3 e 4. É que quanto à substantividade do que fundamenta a sua abstenção, é tão pobre a argumentação que confrange dar nomes aos argumentos.
O PSD e o PS “ameaçaram” a apresentação à “posteriori” de Declarações de Voto. O PS acabou por não apresentar nada. Quanto à do PSD, ela fala por si dizendo resumidamente que o Presidente da Câmara e o Vereador do Pelouro, “não souberam dar os passos necessários para uma discussão alargada sobre uma matéria de tão grande importância para o Município, envolvendo as diversas forças políticas” e que, “para além disso, o curtíssimo espaço de tempo dado aos restantes vereadores para análise da versão final da Carta impediu uma reflexão profunda e uma tomada de posição concreta”. Continua sem se perceber o que sustenta o voto de abstenção.
O problema é político. Deixem-se de floreados senhores vereadores. Quer o PS quer o PSD eram capazes de apresentar o mesmo Documento com uma ou outra alteração. E aí votação denunciaria outra correlação de forças que não a que existe. O problema é a falta de arrojo, de criatividade e de inovação que afecta as nossas forças vivas. Mas isso não se resolve na abstenção. Resolve-se no dia em que forem capazes de falar do que sabem e deixar o que não sabem para quem é capaz de fazer melhor. A Carta Educativa está aí aprovada de forma mais ou menos abstracta. O que nos salva é que se trata só dum documento para “inglês ver”. Daqui a um ano ninguém se lembra dele. E então em Peniche que é uma terra sem memória. E a Carta Educativa não ter futuro não é desgraça nenhuma. Significa que tudo se alterou. Porque se não se alterar representa que continuaremos mais uns anos na cauda da Europa em matéria de Educação.

segunda-feira, junho 25, 2007

CORRESPONDÊNCIA
Abro hoje aqui neste “Conversar em Peniche” espaço para alguma correspondência que vou recebendo (ou a que vou tendo acesso) e que de alguma forma julgo que, pela abrangência dos depoimentos que contém é importante que chegue ao conhecimento de todos os que me lerem.
É um espaço muito restrito. Que não tem que ver com “comentários”. Por isso será perfeitamente discricionário. Eu e só eu determinarei o que considero que aqui deverá ser transmitido. Que vos seja tão útil a vós como me tem sido a mim.
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CARTA ABERTA AO PINTOR
ANTÓNIO ABREU VAZ SERRA
(Falecido a 05/06/07)

Peniche, 6 de Junho de 2007
Meu caro e inesquecível amigo
Tinha visto o teu nome no programa do festival “Sabores do Mar” onde nunca faltavas e, desta vez, contava, na verdade, voltar a ver as tuas subtis aguarelas estilo clássico, os teus acrílicos, os teus óleos maravilhosos, uns clássicos outros modernos, com alguns dos quais tens ganho significativos prémios, enfim, com os teus belos azulejos dedicados a Peniche
Os “Sabores do Mar” abriram a 1de Junho mas, com grande surpresa minha, não apareceste nesse dia. Vindo de Lisboa, (a terra onde nasceste e residias, sendo embora Peniche a tua terra de eleição porque aqui decorreu a tua infância e a tua adolescência), só chegaste aqui no dia 5 Junho, ou seja, quando o festival ainda estava praticamente no princípio. Vinhas, pois, muito a tempo de montares o teu stand. Mas quão diferente e inacreditável era o rumo que trazias: a casa funerária anexa à Igreja de Nossa Senhora da Conceição! É me difícil aceitar o que de tão fulminante te havia de surpreender, Praticamente ainda no auge da vida (eu sei que tinhas apenas 62 anos de idade) quando tanto ainda havia a esperar da tua fértil imaginação, da tua enorme habilidade, do irrequietismo e delicadeza dos teus pincéis. Duas semanas bastaram para que tudo isto viesse a acontecer. A vida tem destas surpresas e só Deus lá sabe porquê.
Acredita que tem sido grande o encanto e o orgulho com que contemplo os quadros que me ofereceste há muitos anos, como gesto de gratidão por me considerares a causa do despertar da tua paixão pela pintura, Mantenho-os expostos nas paredes interiores da minha casa, e agora contemplo-os com um sentimento acrescido: uma indelével saudade. .
Mas, se era enorme a capacidade que revelavas de expandires o teu talento através de tantos sectores no campo das artes plásticas, não posso deixar de exaltar as tuas qualidades humanas das quais ouso destacar duas: a modéstia e a simplicidade que são afinal as qualidades que distinguem os espíritos verdadeiramente superiores e que já revelavas em criança. Lembro, a propósito que, quando numa questão de solidariedade com os teus amigos da rua ( crianças pobres e humildes) saltavas com elas a tirar peixe dos cabazes que, na Ribeira Velha, os pescadores traziam dos barcos para terra. Era também nessa altura que, pelas mesmas razões, pedias aos teus pais (o inesquecível Dr. Serra e a simpatiquíssima D. Juvite Serra) que te deixasse andar descalço como esses amigos.
Ah, mas quantas histórias se contam da tua infância bem reveladoras da popularidade e simpatia de que então gozavas!.
Só me resta dizer-te que espero que tenhas sentido quão forte foi o abraço que, no dia 5 de Junho te fui dar na casa funerária onde te encontrei.
Um abraço que só podia ter sido com os braços da alma

António Alves Seara.

domingo, junho 24, 2007

Não só quem nos odeia ou nos inveja
Nos limita e oprime; quem nos ama
Não menos nos limita.
Que os deuses me concedam que, despido
De afectos, tenha a fria liberdade
Dos píncaros sem nada.
Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada
É livre; quem não tem, e não deseja,
Homem, é igual aos deuses.

Ricardo Reis

sábado, junho 23, 2007

CAUSA E CONSEQUÊNCIA A minha visita à Escola Secundária de Peniche que aqui já referi, suscitou-me dois sentimentos: um de surpresa e encantamento pelo que ali se fez e que deu origem a uma nova escola sem que ninguém suspeitasse de que isso estava a acontecer; outro de dúvida e de reserva sobre o que teria acontecido que assim possibilitou aquela transformação.
Afinal de contas, a minha filha só deixou de ali ser aluna há 3 anos e a escola ainda era a mesmíssima que eu tinha frequentado. Ainda há tão pouco tempo ali tinha votado e não tinha dado por alterações tão profundas. O que aconteceu à Escola Secundária de Peniche foi o fechar de um ciclo e um abrir um novo ciclo. Terminaram definitivamente com a Escola que preparava magistralmente alunos com cursos médios de carácter profissional ou profissionalizante, para criar uma Escola de carácter generalista que prepare alunos para cursos de grau superior ou pré-profissionalizantes (se é que alguém sabe o que isso é).
A minha grande surpresa e dúvida é que não tendo eu saído de Peniche nos últimos anos e, não tendo estado em estado de coma, não tinha ouvido falar de tal transformação ou de tão súbita evolução. Será que a grande maioria dos responsáveis com capacidade de decisão neste Concelho teriam sido convidados a discutir aquela transformação? Será que as pessoas se aperceberam mesmo das consequências do que aconteceu àquele estabelecimento de ensino? Será que o Concelho Municipal de Educação foi convidado a pronunciar-se sobre aquela decisão de alterar em definitivo o tipo de formação a ministrar naquele pólo de Educação?Eu não estou a dizer com isto que estou em desacordo e também não estou a dizer o contrário. Estou a constatar um facto.
Quem assumiu a responsabilidade do que ali se fez? A Escola sozinha? É muito pouco. Porque o que ali se fez vai determinar o rumo de futuras gerações de Penichenses. O que ali se fez está em consonância com estudos já feitos para o tipo de desenvolvimento para Peniche?
Ou mais uma vez o que se fez foi só casuístico e isso é muito grave.
Tenho uma grande esperança de que o que ali está, representa o fruto de uma ampla discussão e consenso sobre o que os responsáveis por Peniche na globalidade pensam que deverá ser a formação dos nossos jovens nos próximos 20/30 anos, a fim de dar resposta ao que será o nosso desenvolvimento futuro.
Se o não foi então convido muita gente a calar-se definitivamente sobre o que é melhor para Peniche, não digam mais nada. Quanto a mim até tenho medo de pensar em qual será a resposta para as minhas dúvidas. Mas quem sou eu? Um “chato”. Uma besta que só faz é incomodar os outros... Que deveria estar calado e não levantar ondas que só desgastam os pobres coitados que aqui vivem neste “reinozinho” de trazer por casa. Será que ainda faz sentido discutir Peniche?

quinta-feira, junho 21, 2007

A MÃO À PALMATÓRIA Isto a continuar assim qualquer dizem que eu estou cheio de arrependimentos miudinhos. Ou que sou castigado quando me porto mal.
Ontem elogiei a Escola Secundária. Hoje elogio a Câmara Municipal ou quem foi o responsável pela correcção de uma situação que aqui critiquei.
Refiro-me àquela “coisa amarela” que chamava a atenção para outra “coisa cor-de-rosa”.
O que tem criado condições para os prevaricadores actuarem é a impunidade com que atentam contra os mais elementares valores desta terra e deste Concelho.
Quando devidamente encostados à parede e em tempo útil, “acagaçam-se” como qualquer mortal. E corrigem as suas atitudes.
O antes e o depois do atentado ocorrido, são elucidativos do que é bom e correcto em oposição ao que não presta e é imoral.
O meu obrigado à Câmara ou ao proprietário da propriedade vandalizada, ou a quem a vandalizou e corrigiu o seu erro. Não sei quem fez o que devia. Ou algum ou todos. Só fica bem. E é assim que mereceremos Peniche e a deixaremos em condições para os nossos vindouros.
ANTES DEPOIS

quarta-feira, junho 20, 2007


ESCOLA SECUNDÁRIA DE PENICHE vs ESCOLA COMERCIAL E INDUSTRIAL
Numa das minhas deambulações entre Peniche de Cima e Peniche de Baixo, parei junto à Escola Secundária para observar um mundo de entulho que se acumulava num pátio exterior do lado d’ “Os Bonzinhos da Ajuda”.
Estava eu naquela “cusquice”, quando surge o Américo que procurava não sei quem.
Convidou-me a entrar para eu ver as obras que se desenrolavam dentro da Escola. Insistiu e eu lá entrei. O que vi do lado espaço das antigas oficinas deixou-me sem fala. Os espaços foram todos redefinidos visando a sua potencialização em outros domínios que não, aqueles para que aquele espaço foi originariamente criado.
As antigas oficinas hoje completamente obsoletas foram transformadas em espaços vocacionados para Centro de Recursos. Foi criado um anfiteatro para conferências e um Laboratório de Biologia.
Tudo preparado para a utilização intensiva das novas tecnologias. Fiquei surpreendido e esmagado. Quem como eu foi aluno daquela Escola tendo sido um dos que a inaugurou. Quem como eu foi aluno da antiga Fábrica do “Alemão” e das velhas instalações provisórias na Rua Marquês de Pombal e, vê as sucessivas transformações que se foram operando naquele espaço, não pode deixar de sentir que existem em Peniche “bolsas de Progresso e Desenvolvimento” que importa registar e elogiar.
Da antiga maquinaria ficaram 3 ou 4 peças que hoje constitui um espólio do passado recente: Um torno, um limador, uma fresadora e uma outra máquina que de momento não sei precisar. Estas máquinas estão integradas como relíquias nos novos espaços, sugerindo um passado que importa não esquecer.
Estes são os únicos aspectos que hoje quero salientar sobre a Escola Secundária de Peniche com umas pequenas achegas: - Porque não quando as obras estiverem terminadas, durante uns dias convidar a população do Concelho a visitarem a nova Escola para a conhecerem?; - Coloquem junto às máquinas que já constituem “Arqueologia Industrial” umas vitrines com alguns dos trabalhos que os antigos alunos ali realizavam.
E mais não digo. Que o que se fez seja o corpo fundamental do Blog de hoje.

terça-feira, junho 19, 2007

AINDA “A VOZ DO MAR” Depois da saída de António Alves Seara da sua função como Director do Jornal local, já saíram dois números deste e tenho estado na expectativa do que sobre este assunto o periódico regionalista, tal como se define, iria reflectir.
Até agora nada. Nadica de nada.
Após tantos e tantos anos de dedicação à causa o que o Seara merece é um pesado e violento silêncio.
Nem os proprietários, nem a Administração, ninguém vem nas colunas do Jornal dizer ao menos obrigado pelo que fez. Nem ao que parece os leitores.
O Homem caiu no esquecimento no dia em que saiu. O mesmo Jornal que se diz de “inspiração cristã”, com “uma presença construtiva dentro da sociedade portuguesa”, propondo-se “respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional inerentes à prática dum jornalismo digno”, não tem uma palavra a referir acerca de quem durante algumas dezenas de anos foi seu Director e mentor.
Estamos conversados sobre o que “A Voz do Mar” entende por aqueles chavões editoriais. Já não presta, lixo com ele. Quando os seus são assim cilindrados o que não acontecerá aos que não lhe são nada.
Que belo exemplo de solidariedade cristã. Que maravilhoso comportamento de humanismo. Ainda bem que fugi a tempo.

segunda-feira, junho 18, 2007

O CAMPO DA TORRE
A 5 de Outubro de 2004 escrevi e publiquei no jornal local o seguinte:
“...No período “da longa e tenebrosa noite fascista”, tempo antidemocrático e de repressão, o António Bento sempre teve um cuidado extremamente interessante e inovador para a época. Dos empreendimentos mais marcantes, exigia que se fizesse a maqueta correspondente, expunha-a no clube ou no espaço onde hoje se encontra a Caixa Geral de Depósitos e pedia aos cidadãos que manifestassem a sua opinião sobre esse empreendimento.
Assim foi com a Praial, aproveitamento da costa entre o molhe leste e a Consolação. O mesmo com o arranjo da Praça Jacob, com a Escola Industrial. Estas são as exposições que melhor recordo, embora tenha a ideia que houve outras.
Mais recentemente na vizinha Vila de Atouguia da Baleia, esteve em discussão o arranjo do largo de Nª Srª da Conceição, o mais importante dessa localidade.
Aqui na sede do Concelho, que mais parece o quintal dos “sete magníficos” que ocupam os Paços do Concelho, decidiram meter mãos no Campo da Torre e à entrada de Peniche, sem dar “cavaco” a quem quer que fosse. Isto parece um quintal de uns quantos. Põe-se lá uma churrasqueira e pronto.
Os habitantes da cidade e do Concelho comem e calam o que eles sozinhos decidem. A Voz do Mar se publicou alguma coisa não foi porque lhe dessem conhecimento. Foi porque sonegou esse conhecimento. Eu tomei dele conhecimento no Jornal das Caldas, quando fui ao médico em 25 de Agosto.
Não merecemos saber o que se propõem fazer. Não merecemos ser ouvidos. Não merecemos poder sugerir ou criticar. Assim se constrói a Democracia representativa no nosso Concelho. Assim se incentiva a participação cívica dos cidadãos. Regime da rolha para Peniche, como nos bons velhos tempos.
E tanto faz falar de quem Governa este Concelho, como da sua oposição. São todos iguais. A oposição tem a maioria na Câmara... quando já a utilizou em benefício da população?”


No momento em que as pessoas podiam reivindicar, toda a gente comeu e calou. Agora, à boa maneira penicheira, ouvem-se os mais mordazes comentários a propósito do que “parece” ser o arranjo urbanístico do Campo da Torre. Confesso que também não percebo muito bem o que lá está, salvo num ou noutro aspecto que se calhar até nem serão muito significativos.
De resto aguardo o termo daquelas obras para saber se gosto ou não. Ou muito me engano ou “aquela coisa” vai ter um triste fim. Cá estamos para ver, como dizia o cego.

domingo, junho 17, 2007

MINHA NOSSA SENHORA DE MIM Miguel Angelo desenhou-te. Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora de mim.

Tens no colo os milhões que morrem de fome, de sede e da peste. Todos os deserdados da sorte.

Tens no rosto as lágrimas das crianças, das mães e irmãs que vagueiam no deserto do desespero e da infâmia.

Tens nos braços os viciados . Que não suportam a vida e se afastam dela vagueando entre o torpor e o sofrimento.

Tu és o bombeiro que morreu no fogo do ódio, e a mulher que vê morrer o filho sobre a bomba cega que não conhece quem mata.

És o doente sem esperança e a esperança dos doentes. És o prisioneiro sem remorsos e as suas vitimas inocentes.

És a fome dos que não têm de comer e o alimento dos que já não têm mais a perder.

Som dos surdos, olhos dos cegos, mãos dos amputados, pernas dos que não andam.

Tecto dos sem abrigo e roupa dos que não têm de vestir. Lareira dos que têm frio. Brisa fresca dos dias tórridos.

Minha Pietá das noites do meu sem dormir. Minha imagem difusa sempre presente no meu deambular sem sentido.

Minha Nossa Senhora da esperança e do das tempestades. Meu coração a bater Meu respirar este cheiro a mar. Meu porto de abrigo e minha amarra segura.

Minha qualquer hora, qualquer dia, qualquer sítio. Minha Nossa Senhora do sol. Minha Nossa Senhora de mim:

- A Paz!

sábado, junho 16, 2007

“AS INVASÕES BÁRBARAS” O aquecimento global e o desaparecimento da camada de ozono oferecem-nos em meados de Junho um fim de semana outonal. Bom para ficar em casa a ouvir umas músicas, ver uns filmes, ler aqueles livros que há tanto tempo queríamos ler e a falta de tempo (ou a preguiça) não nos deixaram desfolhá-los.
Foi assim que me lembrei de vos falar e aconselhar para este fim de semana um filme que me impressionou como poucos e que terá constituído muito provavelmente dos que mais me marcaram nos últimos anos.
O título é o que dá nome a este conversar de hoje. Realizado por DENYS ARCANO e com RÉMY GIRARD e STÉPHANE ROSSEAU como intérpretes. Trata-se de de uma produção Franco-canadiana de 2003, vencedor do ÓSCAR do melhor filme estrangeiro.
Mais pertinente se trata ainda ver este filme por tratar de um tema muito em voga neste momento, a legitimidade (ou falta dela) de ajuda aos doentes terminais de porem fim ao seu sofrimento.
“Rémy, divorciado e na casa dos cinquenta, é hospitalizado com uma doença terminal. Louise, a ex-mulher, pede ao filho Sébastien que regresse o quanto antes de Londres, onde vive agora. Sébastien hesita, pois já há alguns que ele e o pai não se falam. Por fim decide voltar a Montreal para ajudar a mãe e apoiar o pai.
Assim que chega, Sébastien faz tudo o que está ao seu alcance para aliviar o sofrimento do pai: põe os seus contactos a funcionar e interfere com o sistema de todas as formas possíveis. Reúne também à beira da cama do pai, a pandilha que marcou o passado dele: familiares, amigos e antigas amantes”
.
Este é o contexto da história. Os diálogos são um constante deambular entre o burlesco, o satírico e mais profundo das dúvidas existenciais. Será que resta mais alguma coisa no fim, para além da amizade?
Convido-vos sinceramente a alugardes este filme e a vê-lo este fim de semana.

quinta-feira, junho 14, 2007

IMPONDERÁVEIS
Uma arreliadora avaria no portátil da minha menina, obriga-a (e a mim) a utilizar o meu PC o que tem impedido desde ontem que possa actualizar este espaço de convívio. Ela está em frequências e em primeiro lugar.Amanhã à tarde já tenho conversas fresquinhas para vós.Entretanto, o painel dos chambres já foi retirado e o sofá removido. Como cumpria. Só o amarelo e rosa permanece imperturbável a dar o tom ao centro da cidade. Custa muito mandar alguém pintar de branco a parede por cima do que lá está? Eu sei o que é que falta...

quarta-feira, junho 13, 2007

13 DE JUNHO
NASCE FERNANDO PESSOA (1888)
O vaso do manjerico
Caíu da janela abaixo.
Vai buscá-lo, que aqui fico
A ver se sem ti te acho.

O cravo que tu me deste
Era de papel rosado.
Mas mais bonito era inda
O amor que me foi negado.

Dei-lhe um beijo ao pé da boca
Por a boca se esquivar.
A ideia talvez foi louca,
O mal foi não acertar.

"Quadras ao gosto popular"

DIA DE SANTO ANTÓNIO

terça-feira, junho 12, 2007

ANTÓNIO NETO D’ ALMEIDA
70 anos! Há precisamente 70 anos que na madrugada do dia de hoje (12 de Junho de 1937) por causa das pesadas neblinas que caíram sobre a nossa costa, aproava nas rochas da Berlenga Grande o navio brasileiro CUYABÁ.
A sequência de fotos que se seguem é desde o encalhe até à retirada dos passageiros que entretanto foram alojados em Peniche, enquanto se procedia ao desencalhe do navio. Decorrido quase um ano sobre este naufrágio, a 23 de Março de 1938 nasceu em Peniche de Cima, na zona do Forte da Luz, um menino que tudo indicava não sobreviveria muito tempo ao parto. Esse menino foi registado e baptizado com o nome que deu origem a esta conversa de hoje. Mas tal como o CUYABÁ, assim o nosso António Neto d’ Almeida conseguiu sobreviver a tantas dificuldades. Como o nome do navio andava de boca em boca, como se de um milagre se tratasse depois de ter naufragado ter conseguido salvar-se, assim o menino António passou a ser conhecido pelo “Cuyabá” por da lei da morte se ter libertado e nunca mais ninguém (nem ele próprio) o conheceu por outro.
Cuyabá lhe chamaram e Cuyabá ficou até hoje e tornou-se uma referência de Peniche de Cima e do Forte da Luz. Lapas e ouriços é com ele. Amigo do seu amigo aqui fica a história do “Cuyabá” o símbolo da resistência dos homens no mar de Peniche, face às intempéries que por vezes a tornam noiva do mar e viúva dos seus homens.

segunda-feira, junho 11, 2007

O REGABOFE CONTINUA
Alto do Vilas. “2.ª Feira de manhã deparo com uma cena que me confunde. Onde estou? O que é isto? Como é que estas coisas podem acontecer? É Peniche, terra de Turismo, no seu melhor.

domingo, junho 10, 2007

SEM REI, NEM ROQUE...
Diz-se isto daquilo que anda à deriva. Quando hoje de manhã (sábado) vinha da “Cooperativa dos Pescadores” e entrei na minha rua (Joaquim A Aguiar), deparei com um anúncio pintado numa parede caiada de branco, ao que julgo saber propriedade dos herdeiros de José Fernandes Bento que, pela sua agressividade, me ia atirando ao chão.
O que ali está é atentório de tudo quanto é humanamente aceitável em matéria de estética, mesmo a quem reside em Peniche.
Mas o que ali está não vai com “paninhos quentes”. Isto é, não vai com multas e avisos sob pena de..., caso não se apague o que ali foi escrito.
Só há uma maneira de lidar com aquilo. É a CMP mandar ali uma brigada raspar aquilo e tornar a caiar de branco aquele bocado de muro. Depois imputar as despesas ao prevaricador.
Já o estabelecimento que anuncia é um atentado à paleta de cores do Centro Histórico da Cidade. Um escândalo. Gastou-se uma fortuna dos dinheiros públicos para fazer o levantamento do Centro Histórico da Cidade e agora é isto assim? Complementado com aquele anúncio, o conjunto, é uma provocação à autarquia e aos autarcas. Cá estamos para ver se eles os têm no sítio para responder a isto com a eficácia que se impõe.
O que se passa é que em matéria urbanística em Peniche, toda a gente se habituou a que pode fazer tudo o que quer. Eu gostava de encerrar esta semana com um sorriso pelo êxito dos “Sabores do Mar”. Mas não posso. Só posso sentir-me triste pelo que vejo sem que ninguém actue.
Ou não seria “cool” o Presidente da Câmara ou quem as suas vezes fizer, tomar conta do regabofe que se parece ter instalado?
É claro que nem sequer pergunto se aquela zona pertence a alguma Junta de Freguesia.
Estou chateado. Muito chateado mesmo.

sábado, junho 09, 2007

A UM AMIGO

“A certa altura, saí da minha actividade na CMP e entrei na recta descendente da minha actividade laboral. Na altura recebi uma carta de um amigo a oferecer-me a sua amizade e a sua solidariedade. Respondi-lhe publicamente. Neste momento em que tanta coisa se parece perder, soube-me bem reler esta carta que agora e aqui publico.”Cá recebi a tua carta. Emocionou-me “grandemente” que neste momento te tivesses recordado de mim agora que faço parte dos “soldados rasos” da população.
Ao longo dos anos em que contigo trabalhei, pude apreciar a tua inteligência, a tua capacidade de trabalho, e a tua competência. Por mim são esses valores que te irão permitir não passares de forma cinzenta na nossa profissão.
Tens razão quando afirmas que “pelo sonho é que vamos”. Pelo sonho e pela certeza de que mais importante dos que os ideários político-partidários ou que as “modas” pedagógico-didácticas, são o sentido humanista da nossa profissão e a capacidade de ajudar os nossos jovens a aprender, fazendo. Dar-lhes a possibilidade de se tornarem homens e mulheres de bem, com sentido crítico e capacidade de entre-ajuda, será o único grande segredo da nossa profissão de educadores. O resto é balelas para uns quantos fingirem que são merecedores do vencimento ao fim do mês.
Daí que seja mais fácil recordar as alegrias que as tristezas, o sonho que o desânimo, as pequeninas vitórias do dia a dia que as grandes derrotas em certos momentos.
Fizemos da capacidade de nos deixarmos surpreender quase um lema. Daí que seja uma grande alegria quando nos revemos e conversamos ainda que por pouco tempo. Daí que a tua carta me tenha deixado em estado de choque. Não estava à espera. Surpreendeste-me. Mais um ponto a teu favor na contabilidade da nossa amizade.
Acho que tornar pública a minha resposta para ti, é uma forma de poder mais uma vez contribuir para solidificar o muito que lutámos para que a relação entre as pessoas fosse sempre um momento de reflexão para todos.
Meu querido amigo: eu aqui no castelo dourado em que se tornou agora a minha vida vou fazer uma grande força por ti e pelos ideais que partilhámos em conjunto, estejas tu onde estiveres. Agora o meu contributo para os nossos sonhos comuns, será continuar a reflectir contigo e com todas as pessoas que acreditem no Homem.
Bem hajas e muitos desafios são o que te desejo. Sei que é assim que queres que seja. O resto virá sempre por acréscimo.

sexta-feira, junho 08, 2007

COISAS DE QUE EU GOSTO
Ontem ao fim da tarde fui dar um passeio com a minha mulher. Fomos até ao Campo da Torre para depois descermos até à Ribeira Velha e regressarmos a casa. O passeio dos saloios mas que dá sempre grande prazer fazê-lo. Ao chegarmos ao edifício da GNR encontrámos duas primas minhas que moram no Visconde e que iam para a missa das sete. Palavra puxa palavra dizem-nos a certa altura: “- Vão até ao alto da Vela é tão bonito agora!”
Em boa hora nos disseram isso. Lá fomos e deparamo-nos com o arranjo daquela zona que de imediato nos conquistou. Deixo-vos uma sucessão de imagens que falam por si só mais do que tudo aquilo que eu poderia dizer. È um pormenor mas que nos enche de orgulho, por no meio de tanta coisa que vai mal pela nossa terra também termos coisas assim tão lindas de se verem.
Para outro pormenor quero chamar a atenção dos que me lerem. Em dia Feriado, perto das 7 da tarde, estava um senhor a trabalhar no encordoamento da protecção do passadiço. Registe-se.

quarta-feira, junho 06, 2007

O “PARRANA”
A notícia brutal e pesada acaba de me chegar. Morreu o “Parrana”. Este era o nome de guerra do nosso amigo de Peniche que há muitos e muitos anos daqui se foi embora. Filho do Dr. Serra e da D. Judite era conhecido por ser mais um “pilante” entre tantos de nós. Descalço porque isso enrijava os pés. Ruivo como um corisco, os caminhos da Ribeira eram também os seus caminhos. Embora pertencesse a um extracto social acima da média, nada o distinguia do pessoal que fazia da Ribeira um local de culto, ou dos campos de futebol improvisados um sítio de estar.
Depois estudou, dedicou-se ao trabalho e ao desenho e à pintura. Manteve nestas áreas as suas ligações a Peniche, ao Mar e a este cheiro que o marcaram para sempre. Fez aqui algumas exposições dos seus trabalhos que obtiveram o êxito normal nessas circunstâncias. Conservo desde há mais de 30 anos um S. Leonardo que lhe comprei na sua primeira exposição realizada no Clube. Ultimamente era presença assídua em Feiras de Artesanato que aqui se realizaram e nos Sabores do Mar. Espero e desejo muito sinceramente que a Câmara Municipal de Peniche tenha adquirido para o seu Museu, alguns dos seus trabalhos.
Há muito tempo que rumou para Lisboa mas aqui regressou sempre numa vontade sempre renovada de reviver as suas raízes. Ele era um filho e um Amigo de Peniche. Será bom que o recordem na convenção que agora se vai realizar, já que ele estava anunciado como presença nos “Sabores do Mar”.
Morreu o meu Amigo “Parrana”. É este o obituário que neste momento sou capaz de lhe escrever e dedicar.
Morreu o Serrinha.
Morreu o ANTÓNIO ABREU VAZ SERRA.
RECEITA
O que vão ler não é publicidade e já vão perceber porquê.
O “desgraçado” do namorado da minha filha ofereceu-me um livro nos meus anos e ainda estou para saber com que intenção. Ou o “gajo” é um génio e percebeu às primeiras que eu sou burro que nem uma porta ou, não percebeu ainda que fazer de mim um ser medianamente inteligente é trabalho desnecessário porque “burro velho...” e eu não é pela leitura que lá vou.O livro em questão chama-se “COMO FICAR ESTUPIDAMENTE CULTO EM APENAS 10 MINUTOS” e como referências adicionais sempre digo que foi “escrito”(?) por Nuno Amaral Jerónimo e José Carlos Alexandre e foi dado à estampa pela Editora “Mercado de Letras”.
Na contracapa vem um excerto do prefácio de um tal Ricardo Araújo Pereira que eu não resisto a transcrever para aqui com a devida “genuflexão”.
“Este livro é uma fraude. Penso que é importante começar por dizer isto. Todos sabemos que ninguém consegue ficar estupidamente culto em apenas dez minutos, a não ser que contraia matrimónio com Manuel Maria Carrilho. A ler livros não se vai lá.
Mas, mesmo que a promessa do título fosse concretizável, a quem interessaria este livro? A mim não, com certeza. Quem quer ser culto num país que tem tanto apreço pela cultura que foi capaz de colocar Santana Lopes à frente da Secretaria de Estado que a tutelava? Só quem não se importar de sofrer na carne o estigma social de ser apontado na rua e escarnecido: “Olha, olha, lá vai o culto. Aquele tipo lê livros! Ah, ah, ah!” Não, não. Seria insuportável. Já é suficientemente embaraçoso que na rua toda a gente olhe para mim por eu ser tão bonito.”
Agora já sabem. Quando virem este livro numa montra, passem para o outro lado da rua. E se o “safardana” do candidato a genro vos oferecer este livro, deserdem a filha, corram com o candidato como fazem com os políticos e queimem o livro num Auto de Fé Inquisitorial.

terça-feira, junho 05, 2007

PRÉMIO ARQUITECTURA CLANDESTINA
Já aqui conversei em Março deste ano sobre um dos exemplos que não deveriam verificar-se em Peniche. Refiro-me ao pórtico que se ergue altaneiro no Bairro CARIII.
Em complemento dou-vos outro exemplo na fronteira entre o nosso concelho e o concelho da Lourinhã. Vou começar a registar os casos de morbidez que for encontrando no património edificado, sem que se verifique a acção correspondente.

Afinal, se não é para demolir, é porque deve ser premiado. E sempre será uma ocupação para os nossos arquitectos que trabalham no Município.
Será que poderá existir um orgulho assim tão grande em "SER DE PENICHE"?


Solução do Teste de ontem:

É claro que toda a gente resolveu o Teste. Se não foi à primeira, foi à segunda tentativa(embora que isso tenha sido batota). Mas as razões da solução é que são interessantes. Assim:

Há seis F na frase. A grande maioria das pessoas encontra apenas três.

Se você achou quatro, está acima da média. Se achou seis, então, é um génio.

Não se trata de mistério nenhum. Muitas pessoas esquecem os OF. O cérebro humano tem tendência a vê-los como OV e não como OF. Reside nesta gracinha dos neurónios a esquisitice do teste. Você é mesmo inteligente. Não se desiluda.