terça-feira, março 10, 2020


O CONDE DE PENICHE
Faz parte das memórias de alguns de nós mais velhos, aquele a quem designávamos por “Conde de Falaxo”.

De quem eu nunca tinha ouvido falar era do Conde de Peniche.

Eu pecador me confesso: Considerando-me um tipo de esquerda, sempre ao longo dos anos tive uma admiração pelos escritos de Vasco Pulido Valente, desaparecido do nosso convívio há cerca de 2/3 semanas. Pela sua prosa. Pela sua acutilância. Pelo seu percurso político e académico. Eu era um leitor convicto das suas crónicas no jornal “Público” aos sábados e tendo alguns livros dele havia um que foi deixado para trás. Era o “FUNDO DA GAVETA”. Um livro que aborda a “CONTRA-REVOLUÇÃO E REDICALISMO NO PORTUGAL MODERNO”.
Foi esse livro que elegi para viajar comigo diariamente para Lisboa.

Eis senão quando a páginas tantas (pag. 133) me salta à vista de supetão uma referência ao Conde de Peniche. Este era um particular apoiante dos grupos radicais que combatiam miguelistas e4 apoiante de D. Pedro.

Os capítulos em que VPV faz referência ao Conde de Peniche e aos penicheiros seus apoiantes, são:

- O Renascimento do Radicalismo -1867

- A Janeirinha (1867-1868)

- O Caos Radical (1868-1870)

- O Progressismo Moderado (1868 – 1870)

- A Última Saldanhada (1869 –1870)

Resumamos este cavalheiro no seu tempo:

À época o Conde de Peniche era D. Caetano Gaspar de Almeida Noronha Portugal Camões Albuquerque Moniz e Sousa que não tinha nada a ver com Peniche, era tão só um título nobiliárquico atribuído a um Senhor da época por feitos considerados dignos de registo pelo Rei. O 1º título de Conde de Peniche foi atribuído a D. Caetano José de Noronha e Albuquerque e foi extinto com a implantação da República.

O Conde de Peniche na época relatada por VPV era um tipo que o que pretendia era o poder pelo poder e fazia alianças com progressistas, liberais e mesmo socialistas com o objectivo único de se tornar Primeiro-Ministro e dono do poder no Reino em Portugal. Os penicheiros não tinham nada a ver com a terra Peniche, eram tão só os apoiantes do Conde.

Foram estas lutas entre facções aoiamtes quer de D. Pedro, quer de D. Miguel que deram origem ao aparecimento da República em Portugal. Isso lhes devemos. Só trago isto agora aqui., pela curiosidade de ver o nome da nossa terra ligado às lutas fratricidas do Reino de Portugal.

Ao ler este livro, encontrei aqui similitudes com o Portugal e o meu concelho de hoje. E esta hein???

 

 

 

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