quinta-feira, dezembro 10, 2009

RENDIMENTO SOCIAL DE INSERÇÃOHá cerca de 2000 anos atrás, surgiu na Judeia um homem que se dizia filho de Deus. Afirmava-se o continuador da obra de Moisés. Trazia o Decálogo na ponta da língua, e um poder de persuasão que arrastava consigo pessoas de todas as classes sociais da época, mas sobretudo os pobres, os doentes, os maltratados, os loucos.
Esse que se dizia filho de deus, convencia com a sua capacidade adquirida nas escolas fechadas da época todos os que aspiravam a um reino que poderia ser iniciado por ele, mas que rapidamente haveria de ser transmitido aos que melhor estivessem preparados para o gerirem.
Surge então uma questão de poder que começa a debilitar por dentro o próprio iniciador do movimento. O homem nunca tinha trabalhado, vivia das esmolas que para ele eram angariadas. Para além de falar não fazia mais nada. Mas não foi por fome que morreu. Nem por apanhar frio por dormir na rua. Nem por qualquer outra doença dizimadora da época.
Dormia em casa de uns e outros e comia onde lhe apetecia. Fazia-se convidado. Tanto fazia que fosse casamento como se fosse funeral.Com o devido respeito, este homem como que vivia num acampamento de ciganos. Os seus companheiros eram uma seita. Comiam e dormiam onde calhava. Não trabalhavam. Falavam…falavam…falavam…Não pagavam impostos. Recebiam apoios que os que neles acreditavam lhes iam fazendo chegar. Depois da morte do seu chefe, espalharam-se pelos quatro cantos do mundo dando fé daquela forma de vida. Passados muitos anos passam o tempo a pedir perdão dos erros cometidos anteriormente e continuam a viver do que os seguidores lhes vão fazendo chegar à mão.Se o Homem que lançou este sentido de uma nova forma de se ser religioso vivesse hoje, não tenho a mínima dúvida de que receberia o Rendimento Social de Inserção. O Judas haveria de tratar da papelada. E que residiria num acampamento de ciganos ou Bairro do Aleixo. Também tenho a certeza de que os políticos “popularuchos” da nossa praça o haveriam de querer por a trabalhar. E que os jornais mais lidos do país haveriam de dizer que um “trapaceiro” andava a enganar as pessoas alegando que as curava. E que a Ordem dos Médicos chamaria a isso “A Grande Vigarice”.
Facilmente a multidão o mandaria prender e libertar o Vale de Azevedo ou o Oliveira e Costa. E fico-me por aqui.

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