INTERREGNO
Aos que acreditam que o futuro é um caminho de esperança. Aos que desesperam sem vislumbrar por onde caminhar. Aos que partiram sem nunca ter conseguido ser felizes. Aos que fazem tão parte de mim como eu próprio. A todos, por todos e com todos vou estar no meu coração embora aqui possa parecer ausente. Regressarei em Janeiro com a mesma vontade de sempre em estar no vosso convívio. Com votos de Festas Felizes deixo-vos este belíssimo poema de Amor do Eugénio de Andrade, do livro “AS MÃOS E OS FRUTOS”.
Tu és a esperança, a madrugada.
Nasceste nas tardes de setembro
quando a luz é mais perfeita e mais doirada,
e há uma fonte crescendo no silêncio
da boca mais sombria e mais fechada.
Para ti criei palavras sem sentido,
inventei brumas, lagos densos,
e deixei no ar braços suspensos
ao encontro da luz que anda contigo.
Tu és a esperança onde deponho
meus versos que não podem ser mais nada.
Esperança minha, onde meus olhos bebem,
fundo, como quem bebe a madrugada.
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