sexta-feira, julho 27, 2018


HOTEIS PARA ANIMAIS

Procura aumenta e esgota os estabelecimentos

Eu cá sou do tempo em que cães e gatos e gaivotas e pombos eram cães gatos gaivotas e pombos e em que pessoas eram pessoas. Não esperem deste blog hoje (mais que nunca) um escrito politicamente correcto. A loucura parece ter atingido de forma absoluta este mundo global. Aqui em Portugal aonde tudo chega com algum atraso (tal como diziam Eça e Pessoa) também esta moda (a defesa dos animais) chegou com atraso mas veio com requintes de malvadez. É claro que tudo não passa de um problema económico. As empresas de comida para bichos de desparasitadores de roupas de telas de camas de brinquedos e… de ocupação e fonte de rendimento para veterinários tinha de criar condições para vender e se tornar uma fonte lucrativa de negocia. Com isto não digo que não existam pessoas verdadeiramente empenhadas em ter conviver e fruir de animais de companhia. Mas tornam-se incautas e absorvedores das agressivas campanhas publicitárias que invadem as nossas casas via imprensa.

Eu sou do tempo em que em casa da minha avó havia sempre um pintassilgo. Ou no tempo deles um grilo. Cães e gatos eram uma constante. A minha avó tinha animais de capoeira que eram festejados em grande no Natal e na festa da Boa Viagem. Eu adorava uma canjinha de “borrachinho” que a minha mãe ia buscar com a devida autorização ao pombal do meu pai. Ficou célebre um cão que tivemos que para “mijar” fazia o pino. Animais foram sempre uma constante em minha casa desde que me lembro de existir. Mas era um tempo em que animais eram animais e pessoas eram pessoas. Nesse tempo os animais faziam naturalmente parte dos nossos lares. A Assembleia da República tinha outras (?) preocupações e o Ti Tóino se alguém ousasse entrar por aí mandava a policia de costumes tratar-lhe do juízo. Os animais não tinham stress pós-traumático depois do dono ralhar com eles ou chegar-lhes a roupa ao pelo. Os animais não tinham férias nem hóteis. Não sofriam de apneia do sono nem de “caganeira” a não ser quando comiam umas ervitas dasruas que nós dizíamos serem boas para lhes regularizar o circuito digestivo. Cães e gatos e pássaros existiam e eram felizes por existirem sem a interferência das pessoas que supostamente sabem o que é melhor para eles.

Hotéis para cães? Valha-me a santa. Num tempo em que pessoas vivem sem casas sem abrigos sem amor. Não consigo alinhar com esta paranoia.

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