terça-feira, dezembro 11, 2018


SER BOMBEIRO VOLUNTÁRIO…

É uma paixão. É um estado de alma. Os meninos reconhecem aquele som, TINONI, TINONI, TINONI e reveem-se nele. É um som que faz parte do seu imaginário. Não tem a ver nem com protagonismo, nem com objectivos de poder pessoal seja de que tipo for. É naquele som que surge pela primeira vez o ideal da solidariedade. Sem mais nada. Não tem a ver com imagens televisivas nem com objectivos de promoção individual.

Claro que é uma paixão que se alimenta ou acaba por se diluir. A não ser que seja vista como uma forma de atingir objectivos pessoais espúrios. Nesse caso estar nos Bombeiros Voluntários, já não é a mesma coisa que ser Bombeiro Voluntário. Estar já não é ser. Pode até acabar por ser parte de um processo de utilizar um meio para poder chegar a um fim mais ou menos inconfessável.

Assim vejo esta participação do sr. Presidente do Sporting, perdão o sr. Jaime Marta Soares, neste diferendo em que estão mergulhados os Bombeiros Voluntários portugueses. Apagados que estão os holofotes das futebolistas contendas, haveria que acender outros. Para que as ambições pessoais não es esfumem. Para que os protagonismos individuais não se esfumem. Para que a ribalta não fuja. Esta guerra não é dos Bombeiros Voluntários. A deles é contra o que vitima pessoas inocentes. Esta é para que não se apaguem luzes individuais.

Os Bombeiros Voluntários, porque o são, têm todo o direito de dizer com o que se identificam e o que faz bem à sua participação em atitudes de voluntarismo e de solidariedade. A sua actividade não é um comércio. Mas como todas as paixões precisa de ser alimentada por atitudes recíprocas de respeito e dignidade. Têm o direito de dizer que não com o que não se identificam. Mas não conseguem ser sublimes quando se tornam joguetes de guerras político-partidárias que não são suas.  

Quando aquele que é voluntário se alimenta de si próprio para atingir fins que não são da solidariedade, então é porque já não é Voluntário tornou-se um comerciante do bem e perdeu o respeito por si próprio e já não pode exigir o respeito dos outros.

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