sexta-feira, abril 26, 2019


VÃO LÁ 55 ANOS

Nos idos de 60 do século passado tive a alegria de receber na Associação Recreativa Penichense o Dr. Jorge Sampaio que veio moderar um debate sobre RACISMO, organizado pelo CICARP em 1968. Eu conhecia-o desde os tempos das RIA (Reuniões Inter Associações) dos tempos das lutas académicas de 1962.

Ontem vi o Dr. Jorge Sampaio, revi o companheiro de lutas, o intelectual nobre, o Digno Presidente da República. E fiquei a pensar que 55 anos marcaram todos nós.

Revi o meu colega do IIL Álvaro Pato, jovem estudante e companheiro da Associação de Estudantes. Recordei o funeral da sua mão, Albina Pato, assassinada de forma directa e indirecta pela PIDE/DGS. O abraço que trocámos foi para recordar sem palavras tudo o que ficou para trás.

Revi a Conceição Matos Abrantes, que conheci aqui em Peniche nos tempos da Húmus e os 2 recordámos tantos que tanto deram no apoio aos familiares dos presos políticos. E uma lágrima saltitou quando ela me falou do Zé Rosa.

Ontem na Fortaleza vi andar para trás o filme da minha vida sócio/política. Recordei com amigos daquele tempo a Taurina Zuzarte na República da Guiné-Bissau, os 2 cooperantes pós 25 de Novembro.

Terminado o descerramento do Mural vim-me embora. Aquele palco já não era o meu. Era dos políticos e de quem precisava de se mostrar. Eu já tinha encontrado os meus fantasmas e sobressaindo de todos tinha visto o meu avô, Benjamim Costa, que ali foi preso em 1927 depois do golpe contra a I República e que veio a instituir o odiado Estado Novo de odienta memória.   

   

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