APOROFOBIA
Aprendi
esta fobia no passado domingo ao ler no “Diário de Notícias” uma entrevista
com Adelia cortina, uma filósofa espanhola Membro da Real Academia de Ciências
Morais e Políticas de Espanha, entrevista conduzida por Paulo Pena. Este léxico
explicado e desenvolvida pela filósofa, foi aceite pela Real Academis e passou
a fazer parte do dicionário em Espanha.
Posto isto,
o que é APOROFOBIA? É a fobia aos pobres.
É o “mete
nojo” que conhecemos tão bem do palavrório luso quando vemos um pobre. È o que
nos repugna quando vemos pessoas que representam um extracto da sociedade que
nos incomoda até à medula. É a razão que justifica os populistas na sua
campanha sórdida contra os (e)migrantes na sua fuga à miséria que grassa nos
seus países e à guerra que lhes consome filhos, maridos e pais. Se para além da
sua condição de miseráveis evidenciarem ser pretos ou do Médio Oriente e/ou forem
muçulmanos, maior é o repúdio que inspira os nacionalismos asquerosos e as
xenofobias emergentes.
Glorificamos
combatentes que ao serviço de um Estado fascista mataram e combateram povos que
viviam nos seus espaços livres, e, não queremos perceber que também nós fomos a
semente desse exacerbado ódio que nutrimos pelos pobres, sobretudo se forem de
países que hipocritamente nos honramos de ter descoberto e desbravado (isto é,
de ter explorado).
É claro que
gostamos de pobrezinhos. Mas só de alguns. Os nossos. Os que adoptamos. Aqueles
que justificam a caridade cristã que aparece em fotos nos jornais e espalhamos
comedidamente como forma de ganhar o céu que nos está irremediavelmente vedado
há uma eternidade. Sabemos onde estão e os nossos pobres até usam novas
tecnologias, jogam na raspadinha e fumam umas ganzas. Mas isso é o que os torna
aceitáveis para nós. Os nossos são escolhidos a dedo.
Os outros
são repelentes e até têm doenças transmissíveis.
Fixem esta
palavra: APOROFOBIA. Ainda vamos ouvir falar muito dela.
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