quarta-feira, setembro 26, 2018


APOROFOBIA

Aprendi esta fobia no passado domingo ao ler no “Diário de Notícias” uma entrevista com Adelia cortina, uma filósofa espanhola Membro da Real Academia de Ciências Morais e Políticas de Espanha, entrevista conduzida por Paulo Pena. Este léxico explicado e desenvolvida pela filósofa, foi aceite pela Real Academis e passou a fazer parte do dicionário em Espanha.

Posto isto, o que é APOROFOBIA? É a fobia aos pobres.

É o “mete nojo” que conhecemos tão bem do palavrório luso quando vemos um pobre. È o que nos repugna quando vemos pessoas que representam um extracto da sociedade que nos incomoda até à medula. É a razão que justifica os populistas na sua campanha sórdida contra os (e)migrantes na sua fuga à miséria que grassa nos seus países e à guerra que lhes consome filhos, maridos e pais. Se para além da sua condição de miseráveis evidenciarem ser pretos ou do Médio Oriente e/ou forem muçulmanos, maior é o repúdio que inspira os nacionalismos asquerosos e as xenofobias emergentes.

Glorificamos combatentes que ao serviço de um Estado fascista mataram e combateram povos que viviam nos seus espaços livres, e, não queremos perceber que também nós fomos a semente desse exacerbado ódio que nutrimos pelos pobres, sobretudo se forem de países que hipocritamente nos honramos de ter descoberto e desbravado (isto é, de ter explorado).

É claro que gostamos de pobrezinhos. Mas só de alguns. Os nossos. Os que adoptamos. Aqueles que justificam a caridade cristã que aparece em fotos nos jornais e espalhamos comedidamente como forma de ganhar o céu que nos está irremediavelmente vedado há uma eternidade. Sabemos onde estão e os nossos pobres até usam novas tecnologias, jogam na raspadinha e fumam umas ganzas. Mas isso é o que os torna aceitáveis para nós. Os nossos são escolhidos a dedo.

Os outros são repelentes e até têm doenças transmissíveis.

Fixem esta palavra: APOROFOBIA. Ainda vamos ouvir falar muito dela.        

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