quarta-feira, novembro 07, 2018


MULHERES DA MINHA VIDA

A 1ª mulher que eu amei com um amor juvenil exacerbado foi a Manuela Marques. Era uma star. Sexy até dizer chega. Quando passava o trânsito parava. Era o sonho de todos os machos da minha terra. Ela sabendo disso valorizava-se atá ao limite. Umas pernas longas e torneadas por Miguel Ângelo.  

Admirei com carinho e respeito incomensuráveis, foi a D. Luísa Piaça. Faleceu quando eu estava na recruta em Mafra e nunca mais dela me esqueci.

Outra mulher da minha vida foi a minha professora de português na Escola Industrial e Comercial de Peniche, a Dr.ª Maria Fernanda Amador. Foi ela que me incentivou a escrever e a ler. A grande responsável por eu estar hoje aqui convosco. Morava na Rua da Bica do Marquês em Lisboa e sei isso porque durante muito tempo me correspondi com ela mesmo depois de ter deixado Peniche.

Não esqueço a Maria Madalena Nogueira que muitos anos depois veio a casar com um amigo meu, o Dionísio Amador. Amiga de muitos anos desde quando eu frequentava a Machado de Castro e ela a Josefa de Óbidos. Depois viemos a ser colegas de turma no curso de Química Laboratorial e Industrial do IIL. A minha tropa afastou-nos de um convívio mais próximo o qual nunca mais reatámos.

Recordo com muito carinho a minha colega no estágio em Coimbra, a Gina que procurei sempre respeitar, independentemente dos meus conflitos sentimentais por ela. Guardo-a no meu coração num lugar à parte.

A minha tia Idália Canão. Uma mulher carinhosa mas de uma força inquebrantável. Sabia a palavra que tinha de dizer no momento certo. Esteve sempre ao meu lado. Nos bons e nos maus momentos. Guardo dela uma recordação insubstituível.

Recordo a minha colega de trabalho em Torres Vedras a Celeste Guia. Uma senhora que faz com que sempre nos sintamos pequeninos quando estamos na sua presença. Faltam-me palavras para a adjectivar sobre tanto que lhe devo. Ensinou-me acima de tudo a ser um melhor professor. Uma Senhora.

Recordo com muita alegria a D. Assunção Braula Reis Coutinho. Uma Mulher de uma Alegria e senhora de uma Vida extraordinária. Foi a primeira pessoa que me fez sentir que usufruir o tempo seria importante. Ela quando falava dava a impressão de que tinha medo de morrer no segundo a seguir, tal a rapidez e a emoção que punho no seu falar. E tinha nos olhos todo o Amor do Mundo. Quando penso nela, penso em todas as Mulheres libertadas do Mundo pela força das suas emoções.

Marcam presença nas minhas memórias entre outras, duas mulheres da minha terra. Uma infelizmente já desaparecida. Refiro-me à Rosa Mamede e à Idalina Bandeira. 2 exemplos de força e coragem com características diferentes. Uma e outra duas forças da natureza. Contra ventos e marés. Mães coragem.

Deixo para o fim as três mulheres que hoje me continuam a ajudar na minha vida. Uma, um exemplo de tenacidade e de vontade de suportar a dor tornando-o alimento e garra. Refiro-me à minha sogra, a Mariazinha. Que soube sempre com um sorriso nos lábios defender a sua prole. Que fez dos desafios que a vida lhe deu uma tempestade de amor para distribuir por todos os seus. E as minhas duas Mulheres. A minha Anita e a minha Maria. Faltam-me aqui as palavras para dizer tudo quanto lhes devo e o que sinto. São tudo aquilo que alguém pode sonhar para se sentir seguro neste deambular em que nos vamos diluindo. Quem pode querer mais? A Anita e a Maria são tudo quanto de bom e seguro se pode querer. São o meu mar e o meu porto de abrigo. São a minha seara e o meu alimento. São as estrelas do meu Universo.

Por todas estas mulheres e por todas as outras que se sintam nelas representadas, mereceu a pena viver. Bem-hajam.

  

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