O REGRESSO DO ZÉ ROSA
Ontem (2ª
Feira) numa das minhas curtas saídas de casa, alarguei o meu percurso para
cumprimentar alguns familiares. Nesse percurso encontrei quem me tentou motivar
para a escrita para além do que já faço. Dizia-me esse confrade de há muitos
anos que existem memórias que não tenho o direito de guardar para mim. Devem
ser perpectuadas para o futuro. Os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos
têm que conhecer o que foi o tempo que vivemos em Peniche. Eu garanti-lhe que
ninguém está interessado nisso. Isto é, poderão haver meia dúzia de pessoas que
se interessam, para além desse restrito número os interesses são outros e mais simples.
Como viver o hoje, sendo que o importante é sacar aqui e agora o mais possível para
o bem estar pessoal imediato.
Foi aqui
que recordei o Zé Rosa. Quem conhece hoje os seus livros? Que escolas no nosso
concelho os tên no seu acervo? Existem livros do Zé Rosa no acervo da
Biblioteca Municipal? E no entanto os livros desse Homem de Peniche dispõem de
toda uma informação (ainda que romanceada) do que foi o tempo anterior à
revolução de Abril de 1974. O Zé Rosa contém em si mesmo todo um período de
luta pela Liberdade, Fraternidade e Igualdade.
O Zé Rosa
era o CICARP e a HÚMUS. Era o ideal republicano. Era o penicheiro filho de
pescadores que por eles se bateu e deu o melhor de si próprio. Escreveu-se
escrevendo Peniche. Não há nome de rua. Não há memoriais. O Zé Rosa fez parte
da 1ª Comissão Administrativa logo a seguir ao 25 de Abril e deu-se todo à sua
função. Mas quem o recorda?
Dele guardo
o amigo. O escriva. O ser solidário. Fica aqui escrito embora o que aqui fica
seja muito pouco relevante.
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