terça-feira, novembro 20, 2018


O REGRESSO DO ZÉ ROSA

Ontem (2ª Feira) numa das minhas curtas saídas de casa, alarguei o meu percurso para cumprimentar alguns familiares. Nesse percurso encontrei quem me tentou motivar para a escrita para além do que já faço. Dizia-me esse confrade de há muitos anos que existem memórias que não tenho o direito de guardar para mim. Devem ser perpectuadas para o futuro. Os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos têm que conhecer o que foi o tempo que vivemos em Peniche. Eu garanti-lhe que ninguém está interessado nisso. Isto é, poderão haver meia dúzia de pessoas que se interessam, para além desse restrito número os interesses são outros e mais simples. Como viver o hoje, sendo que o importante é sacar aqui e agora o mais possível para o bem estar pessoal imediato.

Foi aqui que recordei o Zé Rosa. Quem conhece hoje os seus livros? Que escolas no nosso concelho os tên no seu acervo? Existem livros do Zé Rosa no acervo da Biblioteca Municipal? E no entanto os livros desse Homem de Peniche dispõem de toda uma informação (ainda que romanceada) do que foi o tempo anterior à revolução de Abril de 1974. O Zé Rosa contém em si mesmo todo um período de luta pela Liberdade, Fraternidade e Igualdade.

O Zé Rosa era o CICARP e a HÚMUS. Era o ideal republicano. Era o penicheiro filho de pescadores que por eles se bateu e deu o melhor de si próprio. Escreveu-se escrevendo Peniche. Não há nome de rua. Não há memoriais. O Zé Rosa fez parte da 1ª Comissão Administrativa logo a seguir ao 25 de Abril e deu-se todo à sua função. Mas quem o recorda?

Dele guardo o amigo. O escriva. O ser solidário. Fica aqui escrito embora o que aqui fica seja muito pouco relevante.

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