quarta-feira, maio 01, 2019


CICARP
(Círculo de Iniciação Cinematográfica da Associação Recreativa Penichense)



DA VIDA E DA MORTE

Despertou um interesse acima do normal os tempos vividos na década anterior ao 25 de Abril de 1974. E de entre as movimentações que se viveram foi o tempo de vida do CICARP que tem suscitado mais interrogações.

Talvez porque foi com o Cicarp que se realizou a 1ª Feira do Livro fora de Lisboa com um êxito perfeitamente inimaginável. Talvez pelos nomes sonantes da vida pública portuguesa que aqui se deslocaram para participar nas suas actividades. Talvez pelas referências feitas na imprensa escrita portuguesa sobre as suas realizações. Talvez por tudo isto acontecer numa vila portuguesa improvável pela vigilância a que se encontrava submetida com a existência aqui de uma Fortaleza que encerrava notórios opositores do regime vigente. Ou talvez por isto tudo.

O CICARP nasce a 27 de Janeiro de 1967 e o 1º filme que exibe é “O Indomável” de Alan Cavalier. O Cine-Clube morre de "morte matada" em 27 de Janeiro de 1970, com a exibição do filme “O OPerfume do Dinheiro” de J. L. Mankievicz.

A média de assistência às suas sessões foi de 70 associados.

Quando termina o CICARP tinha 434 associados.

3 anos de vida intensa que explicam bem tudo o que se seguiria daí em frente.

Decidi dividir esta informação sobre o CICARP em 3 post. O 1º (este) em forma de introdução. O 2º sobre o que foram 3 anos de vida. O 3º sobre a sua extinção, morte morrida matada. Em tempo de trevas.

Como última nota. Os quadros que irão ser apresentados na 2ª parte deste post estão tal qual foram feitos em 1974/75. Nesse tempo não existiam computadores, nem nada das novas tecnologias. Era trabalho manual e vontade de saber o que foram 3 anos de dedicação a uma causa.

  

1 comentário:

Raquel disse...

Boa tarde, esperemos que esteja bem. Achamos este post e seu conteúdo muito importante. A sua informação é demasiado relevante para um projeto que estamos a desenvolver pelo que lhe pedimos um contacto (e-mail, preferencialmente) para onde lhe possamos escrever.