O MURO
Esta
designação representou para a minha geração (que se identificava como de
esquerda) um símbolo do que de mais abjecto podia ser criado pelo ser humano
como forma de humilhar aqueles a quem não eram reconhecidos direitos de
cidadania.
Para os da
minha geração a noite de 9 para 10 de Novembro de 1989 em que se deu o derrube
do MURO DE BERLIM representou que a Utopia era possível.
O derrube
do MURO era o fim de uma ideologia opressiva e sufocante que em nome de “um
sol” por nascer, colocava sectores das humanidade contra outros, filhos contra
pais, irmãos contra irmãos, nações umas contra as outras. A queda do muro era
para nós o inicio de uma paz sonhada mas nunca vivida, o fim dos Gulag, a
libertação do pensamento.
A tudo isto
eu e os da minha geração sempre associámos a designação de “MURO”.
Aprendi
agora que existem 2 tipos de muros. Os muros que separam os países “ditos”
comunistas dos países “ditos” democráticos, e os muros que separam os países da
liberdade entre si.
Se um país
da esfera de leste ergue um muro para o separar dos países ocidentais, é mau.
Se os EUA
erguem um muro para impedir os mexicanos de entrarem no seu território, é bom.
Trump é eleito porque prometeu isolar o México. Kruchev é derrubado porque
ergueu o muro de Berlim.
Ser bom ou
mau, depende do momento e do grau de evolução das ideologias. Depende da Guerra-Fria ou de quem assume a liderança da dita
civilização ocidental.
Ser muro
não é suficiente, é preciso conhecer o p’edreiro que o construiu.
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