terça-feira, agosto 25, 2020


O MURO

Esta designação representou para a minha geração (que se identificava como de esquerda) um símbolo do que de mais abjecto podia ser criado pelo ser humano como forma de humilhar aqueles a quem não eram reconhecidos direitos de cidadania.

Para os da minha geração a noite de 9 para 10 de Novembro de 1989 em que se deu o derrube do MURO DE BERLIM representou que a Utopia era possível.

O derrube do MURO era o fim de uma ideologia opressiva e sufocante que em nome de “um sol” por nascer, colocava sectores das humanidade contra outros, filhos contra pais, irmãos contra irmãos, nações umas contra as outras. A queda do muro era para nós o inicio de uma paz sonhada mas nunca vivida, o fim dos Gulag, a libertação do pensamento.
A tudo isto eu e os da minha geração sempre associámos a designação de “MURO”.

Aprendi agora que existem 2 tipos de muros. Os muros que separam os países “ditos” comunistas dos países “ditos” democráticos, e os muros que separam os países da liberdade entre si.

Se um país da esfera de leste ergue um muro para o separar dos países ocidentais, é mau.

Se os EUA erguem um muro para impedir os mexicanos de entrarem no seu território, é bom. Trump é eleito porque prometeu isolar o México. Kruchev é derrubado porque ergueu o muro de Berlim.

Ser bom ou mau, depende do momento e do grau de evolução das ideologias. Depende da Guerra-Fria  ou de quem assume a liderança da dita civilização ocidental.

Ser muro não é suficiente, é preciso conhecer o p’edreiro que o construiu.

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